Cid diz que Bolsonaro estava fragilizado e tinha certeza que fraude eleitoral seria encontrada

Política
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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, afirmou em depoimento que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou "fragilizado" emocionalmente após a derrota nas eleições de 2022 e queria que os apoiadores permanecessem nas ruas. Bolsonaro, segundo Cid, se apoiava no clamor popular caso fossem comprovadas fraudes nas urnas para reverter o resultado eleitoral.

O sigilo dos vídeos da delação do tenente-coronel foi derrubado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes nesta quinta-feira, 20. Os depoimentos foram bases para as investigações, que levaram à denúncia de Bolsonaro pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

"O presidente não queria que o pessoal saísse da rua. O que ele falava: 'eu não pedi para eles irem para lá, por que eu vou pedir para eles saírem?' Ele tinha certeza que talvez ele fosse encontrar uma fraude na urna, e aí ele precisava de um clamor popular para conseguir reverter essa narrativa", afirmou o tenente-coronel.

O delator detalhou que, após a derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição, Bolsonaro ficava "machucado" quando apoiadores iam para o Alvorada pedir para ele "salvar o País". Segundo Cid, o ex-comandante do Exército general Freire Gomes passou a temer que o ex-presidente "fizesse alguma coisa e não tivesse como segurar".

"O presidente estava muito fragilizado quando ele viu o povo na rua. Iam lá na frente do Alvorada 300, 400 pessoas todos dias e ficavam ajoelhadas e orando: 'por favor, presidente, salve o País'. Isso machucava muito ele."

O tenente-coronel também afirmou que Bolsonaro não tinha as condições necessárias para a efetivação de um golpe militar. Segundo Cid, faltava para ele o apoio do Congresso, do Judiciário, da imprensa e de outros países.

"Se você analisa o que o presidente tinha na mão, ele tinha os manifestantes na rua, os CACs espalhados. Ele não tinha nada, ele não tinha Congresso, ele não tinha jurídico, ele não tinha apoio internacional. Era algo tão fora da casinha um golpe militar", afirmou.

Na terça-feira, 18, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, concluiu que Bolsonaro liderou articulações para uma ruptura institucional. A denúncia enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) ainda atinge outras 33 pessoas.

A PGR apontou que Bolsonaro cometeu cinco crimes: dano qualificado com uso de violência, grave ameaça e deterioração do patrimônio tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Somadas, as penas dos crimes podem chegar a mais de 43 anos de prisão.

De acordo com a denúncia da PGR, Bolsonaro liderou uma organização criminosa "baseada em projeto autoritário de poder" e "com forte influência de setores militares". Também foi apontado como comandante da trama o ex-ministro da Defesa general Walter Braga Netto, que está preso preventivamente. As defesas sustentam que a denúncia não apresenta provas dos crimes imputados a eles.

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O exército de Israel anunciou, neste sábado, 26, que lançamentos aéreos com ajuda começarão a ser feitos esta noite na Faixa de Gaza. Além disso, corredores humanitários serão estabelecidos para os comboios de ajuda enviados pela Organização das Nações Unidas (ONU), após relatos crescentes de mortes relacionadas à fome na região.

Não foi especificado, entretanto, quando os corredores humanitários para os comboios da ONU seriam abertos ou onde exatamente. As operações de combate ao Hamas na região continuam, disse o exército israelense.

Mais mortos

Ataques aéreos israelenses mataram, pelo menos, 53 pessoas em Gaza desde esta madrugada, a maior parte delas enquanto buscava ajuda, de acordo com autoridades de saúde palestinas e o serviço de ambulâncias local.

Esta madrugada, as forças israelenses feriram outras 120 quando dispararam contra multidões que tentavam obter comida de um comboio da ONU que entrava, disse o Mohamed Abu Selmiyah, diretor do hospital Shifa. "Estamos esperando que os números aumentem nas próximas horas", disse.

Negociações de cessar-fogo paralisadas

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ontem que seu governo estava considerando "opções alternativas" para as negociações de cessar-fogo. Um oficial do Hamas, no entanto, disse que as negociações devem ser retomadas na próxima semana e chamou a retirada das delegações de uma tática de pressão. Fonte:

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast.

O Reino Unido está se preparando para realizar entregas aéreas de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e evacuar "crianças que necessitam de assistência médica", informou Downing Street neste sábado, 26.

O anúncio foi feito após uma conversa telefônica entre o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Friedrich Merz.

"O primeiro-ministro explicou como o Reino Unido também implementará planos para colaborar com parceiros como a Jordânia para lançar ajuda aérea e evacuar crianças que necessitem de assistência médica", indicou um comunicado de Downing Street.

Na véspera, Paris, Berlim e Londres pediram ao governo israelense que "levante imediatamente as restrições ao envio de ajuda".

Israel enfrenta crescente pressão internacional devido à grave situação humanitária no território palestino.

No final de maio, o governo israelense suspendeu parcialmente o bloqueio total imposto em Gaza no início de março. Os mais de dois milhões de moradores enfrentam grandes dificuldades para acessar alimentos, medicamentos e outros produtos essenciais.

De acordo com o Programa Mundial de Alimentos, a agência da ONU responsável pela ajuda alimentar, aproximadamente um terço dos habitantes da Faixa passa dias sem comer.

Um funcionário israelense declarou na sexta-feira à agência AFP que as entregas aéreas de ajuda humanitária seriam retomadas rapidamente em Gaza, um território devastado por mais de 21 meses de guerra e ameaçado pela fome.

Essas entregas devem ser realizadas "sob coordenação dos Emirados Árabes Unidos e da Jordânia", declarou sob condição de anonimato.

A Rússia e a Ucrânia trocaram ataques aéreos na madrugada deste sábado, resultando em duas mortes em cada país e feridos em ambos os lados, segundo autoridades locais.

De acordo o Ministério da Defesa russo, foram atingidas instalações militares ucranianas que "fabricam componentes para armas de mísseis, além de produzir munições e explosivos".

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou, via redes sociais, que "não pode haver absolutamente nenhum silêncio em resposta a tais ataques, e drones de longo alcance ucranianos garantem isso".

"Empresas militares russas, logística russa, aeroportos russos devem sentir que a guerra russa tem consequências reais para eles", escreveu Zelensky.

Drones da Ucrânia também alvejaram Moscou, mas foram abatidos, de acordo com o prefeito Sergei Sobyanin.