Bolsonaro diz que quer aliado como vice do Senado para pautar anistia em ausência de Alcolumbre

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira, 24, que quer a vice-presidência do Senado para pautar o projeto de anistia aos presos dos Atos Golpistas de 8 de Janeiro em uma eventual ausência do senador Davi Alcolumbre (União-AP), favorito na eleição que vai ocorrer no próximo dia 1° de fevereiro. Segundo o ex-presidente, não é possível esperar até às eleições de 2026 para colocar em prática o plano de libertar os presos pela depredação dos Três Poderes.

"Estamos negociando, com esse apoio, é a primeira-vice-presidência. Você pode, em uma ausência do Alcolumbre, botar em votação, por exemplo, o projeto da anistia. A gente não quer esperar a anistia para o futuro presidente de direita, caso seja eleito em 2026 e vai tomar posse em 2027", afirmou o ex-presidente em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro, da Revista Oeste.

A declaração confirma a estratégia do PL que foi revelada pelo Estadão no início da semana. O PL negocia participar da chapa de Alcolumbre, que deve ser eleito presidente do Senado com uma grande margem de votos, com um integrante próximo do ex-presidente na primeira vice-presidência para garantir a tramitação de textos de interesse da base bolsonarista.

Segundo o regimento interno do Senado, é o primeiro vice-presidente que assume o controle da Casa quando o presidente está ausente das atividades do Legislativo. Nesta ocasião, o parlamentar poderá colocar na pauta propostas que estão disponíveis para votação no plenário da Casa.

A defesa da estratégia adotada pelo PL foi o estopim para o embate entre Bolsonaro e o senador Marcos Pontes (PL-SP). Pontes quer se candidatar à Presidência do Senado, mesmo sem o apoio do ex-presidente, que classificou a atitude do parlamentar como "lamentável".

Atualmente, a proposta que busca perdoar os crimes cometidos pelos golpistas está em tramitação na Câmara dos Deputados. A proposta foi freada em outubro pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). O favorito para sucedê-lo é deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), que também foi alvo de recados por parte de Bolsonaro na entrevista concedida à Revista Oeste.

Segundo o ex-presidente, Hugo Motta prometeu que irá pautar a anistia caso a maioria da Câmara (257 deputados) aprove um requerimento de urgência. Bolsonaro disse ainda que, caso o paraibano resista a colocar o texto em apreciação, os parlamentares do PL vão iniciar uma obstrução (paralisação das votações na Casa).

"Ele sabe o que nós queremos. Não pode um presidente da Câmara simplesmente ignorar o regimento interno. Não digo os 95, mas uns 80 parlamentares têm como partir para a obstrução e complicar a vida do pessoal lá dentro", afirmou Bolsonaro.

O ex-presidente voltou a minimizar as acusações contra ele sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo Bolsonaro, durante a estadia nos Estados Unidos após deixar a Presidência, ele chegou a receber um convite para residir no país, mas não aceitou.

"Eu fiquei lá os três primeiros meses após dezembro de 2022 nos Estados Unidos. Eu não falo inglês, eu nem arranho. Eu acho que uns dois anos começaria a arranhar. Eu tive convite para ficar lá, eu fui tratado como um rei nos Estados Unidos", disse o ex-presidente.

O ex-chefe do Executivo estava em Orlando, na Flórida, no dia dos Atos de 8 de Janeiro. Segundo ele, a ausência dele naquela data é uma prova de que ele não teve relação com o vandalismo. Em novembro do ano passado, a Polícia Federal (PF) indiciou ele em três crimes por participar de um grupo que planejava uma ruptura democrática cujas atuações, segundo o inquérito, culminaram nas invasões aos prédios públicos.

"Golpe é quando o povo vai e o Exército vai atrás. Não teve um soldado na rua. Eles querem fazer uma vinculação comigo no 8 de Janeiro. Não houve golpe no 8 de Janeiro. Eu estava fora do Brasil, eu estava em Orlando. Talvez, segundo eles, eu estivesse organizando um golpe com o Pateta, com o Pato Donald e a Minnie ao meu lado", declarou Bolsonaro.

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O braço das Forças Armadas do Iêmen ligado ao movimento houthi anunciou neste domingo, 27, que promoverá uma escalada nas suas operações militares contra Israel, diante do aumento da crise humanitária em Gaza. Segundo os iemenitas, a nova fase inclui o bombardeio a navios de empresas que negociam com os israelenses.

"As Forças Armadas do Iêmen alertam todas as empresas para que cessem imediatamente qualquer relação com os portos do inimigo israelense a partir do momento em que esta declaração for anunciada. Caso contrário, seus navios, independentemente do destino, serão alvos em qualquer lugar que esteja ao alcance de nossos mísseis e drones", afirmou em comunicado o porta-voz das Forças Armadas iemenitas, Yahya Saree.

De acordo com Saree, o Iêmen tem "uma responsabilidade religiosa, moral e humanitária" para com os palestinos de Gaza, que têm sofrido "massacres horríveis, brutais e sem precedentes na história contemporânea" por parte do regime de Benjamin Nethanyahu.

As operações militares, segundo o porta-voz,"cessarão imediatamente após o fim da agressão contra Gaza e a suspensão do bloqueio" de Israel à região palestina ocupada.

"As Forças Armadas do Iêmen apelam a todos os países: se quiserem evitar essa escalada, pressionem o inimigo para interromper sua agressão e suspender o bloqueio à Faixa de Gaza", afirmou Saree.

* Conteúdo traduzido com auxílio de inteligência artificial, revisado e editado pela redação da Broadcast

A Rússia abriu neste domingo, 27, uma ligação aérea regular entre Moscou (capital russa) e Pyongyang (capital da Coreia do Norte), em um movimento que reflete os laços cada vez mais estreitos entre os dois países. O primeiro voo operado pela companhia aérea russa Nordwind decolou do aeroporto Sheremetyevo, de Moscou, transportando mais de 400 passageiros. O Ministério dos Transportes da Rússia disse que haverá um voo por mês para atender à demanda.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, que visitou o novo resort de praia Wonsan-Kalma, da Coreia do Norte, no início deste mês, para se encontrar com o líder norte-coreano Kim Jong-un, prometeu incentivar os turistas russos a visitar o complexo.

O resort, que pode acomodar quase 20 mil pessoas, está no centro do impulso de Kim para aumentar o turismo a fim de melhorar a economia de seu país. A Coreia do Norte vem aliviando lentamente as restrições impostas durante a pandemia e reabrindo suas fronteiras em fases. Mas o país não disse se retomaria totalmente o turismo internacional.

Voos regulares entre a cidade portuária oriental da Rússia de Vladivostok e Pyongyang foram reabertos em 2023 após uma pausa causada pela pandemia de coronavírus. A Rússia e a Coreia do Norte expandiram significativamente os laços militares e outros nos últimos anos, com Pyongyang fornecendo armas e tropas para apoiar a ação militar da Rússia na Ucrânia.

* Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial

Rebeldes apoiados pelo Estado Islâmico atacaram uma igreja católica no leste da República do Congo neste domingo, 27, matando pelo menos 34 pessoas, de acordo com um líder da sociedade civil local. Dieudonne Duranthabo, um coordenador da sociedade civil em Komanda, na província de Ituri, disse à Associated Press que os agressores invadiram a igreja na cidade de Komanda por volta da 1h da manhã. Várias casas e lojas também foram queimadas.

"Os corpos das vítimas ainda estão no local da tragédia, e voluntários estão se preparando para enterrá-los em uma vala comum em um complexo da igreja católica", disse Duranthabo. Imagens de vídeo do local compartilhadas online pareciam mostrar estruturas em chamas e corpos no chão da igreja. Aqueles que conseguiram identificar algumas das vítimas choravam, enquanto outros ficaram em choque.

Pelo menos outras cinco pessoas foram mortas em um ataque anterior na vila vizinha de Machongani. "Eles levaram várias pessoas para o mato; nós não sabemos o seu destino ou o seu número", disse Lossa Dhekana, um líder da sociedade civil em Ituri, à AP.

Acredita-se que ambos os ataques tenham sido realizados por membros da Força Democrática Aliada (ADF, na sigla em inglês) armados com armas de fogo e facões. Esse grupo rebelde é afiliado ao Estado Islâmico. Os agressores vieram de um reduto a cerca de 12 quilômetros de Komanda e fugiram antes da chegada das forças de segurança.

Duranthabo condenou a violência no que ele chamou de "uma cidade onde todos os oficiais de segurança estão presentes". Ele pediu uma intervenção militar imediata, alertando que "o inimigo ainda está perto de nossa cidade".

Ataques

O leste do Congo sofreu ataques mortais nos últimos anos por grupos armados, incluindo o ADF e rebeldes apoiados por Ruanda. O ADF, que tem laços com o Estado Islâmico, opera na fronteira entre Uganda e Congo e frequentemente tem civis como alvo. O grupo matou dezenas de pessoas em Ituri no início deste mês em um episódio que um porta-voz das Nações Unidas descreveu como um banho de sangue.

A ADF foi formada por pequenos grupos distintos em Uganda no final dos anos 1990, após alegado descontentamento com o presidente Yoweri Museveni. Em 2002, após ofensivas militares das forças ugandenses, o grupo mudou suas atividades para o Congo e, desde então, tem sido responsável pelo assassinato de milhares de civis. Em 2019, o grupo jurou lealdade ao Estado Islâmico.

O Exército congolês (FARDC) há muito tempo tem dificuldades para conter o grupo, especialmente em meio a conflitos renovados envolvendo o movimento rebelde M23 apoiado pela vizinha Ruanda. (Com Associated Press)