Sidônio pede a PT que forme 'corrente positiva' nas redes para defender governo

Política
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Chamado para dar dicas a parlamentares e dirigentes do PT sobre como defender a gestão Lula, o novo ministro da Comunicação Social, Sidônio Palmeira, pediu nesta quinta-feira, 23, que os petistas formem uma "corrente positiva" nas redes sociais, não passem adiante fake news e só compartilhem boas notícias sobre o governo. Um time de influenciadores, batizado por Sidônio de comunicadores digitais, também entrará em cena em cidades estratégicas para repassar conteúdos favoráveis ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"É hora de ganhar 2025", disse o ministro durante plenária virtual sobre o tema Estratégia de Comunicação e Enfrentamento a Fake News. "Vamos mudar o formato de como nos comunicar nas redes", anunciou.

Sidônio discorreu sobre as dificuldades enfrentadas por Lula para que as informações cheguem à população, citou a crise provocada por fake news sobre o Pix e prometeu que, em três meses, a comunicação do governo estará diferente. No seu diagnóstico, o terceiro mandato do presidente ainda necessita de uma marca.

Lula atuará, de agora em diante, como "motor de conteúdo" dos programas do governo, como mostrou o Estadão, e também viajará mais pelo Brasil. A comunicação será "regionalizada" e "segmentada", com formatos e peças produzidos para cada região do País.

"Quando tem uma medida que o governo vai tomar, primeiro a gente tem de divulgar porque senão a versão já ocupou aquele espaço", constatou Sidônio. "Quando a fake news sai na frente, a possibilidade (de a mentira) ganhar a narrativa é maior. Parece o lateral esquerda de um time pequeno correndo contra o artilheiro atrás da bola."

O governo revogou, no último dia 15, a medida da Receita Federal que ampliava a fiscalização de transações financeiras com Pix. O recuo foi decidido pelo próprio Lula diante da constatação de que a equipe econômica havia perdido a batalha da comunicação para seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) lançará, nos próximos dias, uma campanha publicitária para mostrar que o Pix é "seguro", "sigiloso" e não tem taxa. Sidônio pediu para que os petistas ajudem o governo a "sair na frente" com esta informação.

"O Pix é meu, é seu, é do Brasil, é patrimônio do Brasil", afirmou ele, dando o tom de como será a propaganda.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, concordou com Sidônio. "Não tenho dúvida de que temos tudo para ganhar essa batalha e a eleição de 2026", observou a deputada, que conduziu a plenária virtual, com a participação de 3,2 mil petistas.

Gleisi afirmou que pedirá para líderes do partido uma relação com nomes de "youtubers digitais" do campo da esquerda. A ideia é que esse time de influenciadores entre nas redes sociais para fazer comentários elogiosos sobre obras e programas levados adiante pelo governo.

A bancada federal do PT também vai organizar uma reunião com deputados estaduais e vereadores do partido nas capitais para acertar a estratégia de divulgação de tudo o que saiu do papel no terceiro mandato de Lula. "Além de defender o governo, vamos fazer o embate e a disputa política", destacou Gleisi.

O novo ministro disse não gostar do termo "influenciadores" e argumentou que a tarefa de divulgar as ações de Lula e dos ministros é de todos. "No PT deve estar cheio de comunicadores digitais", avaliou. Sidônio alertou, porém, que "rede social não existe sem emoção" e cobrou foco e unidade na propaganda do governo.

Nesta quarta-feira, 22, o presidente postou um vídeo ao lado do ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciando a duplicação da BR-381, em Minas Gerais. "Duplicou", diz Lula, fazendo o número dois com os dedos. Ali já é possível observar o novo estilo nas redes, mais informal e com mais movimento.

"Vamos falar uma coisa de cada vez", recomendou Sidônio aos petistas. "O presidente Lula falou que (do jeito que é hoje a comunicação), fica parecendo que a gente está num restaurante self-service cheio de coisas e depois a gente nem sabe o que comeu. Muitas vezes é preferível ter um PF", comparou o publicitário, numa referência a "prato feito".

Coube ao secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, ler para Sidônio as perguntas que chegavam à plenária. Um petista quis saber, por exemplo, se a esquerda - acostumada a ir para as ruas no passado - tinha condições de enfrentar a extrema-direita nas redes sociais.

"Claro que sim", respondeu o ministro. "Dá para a gente disputar e disputar muito. Ninguém é contra a liberdade de expressão, mas a gente é contra a liberdade de agressão. O que tem de diferente que a direita faz que a esquerda não pode fazer?", indagou ele.

Ao fim do encontro virtual, a cúpula do PT se comprometeu a mandar as perguntas enviadas pelo chat ao chefe da Secom. "Sidônio, você é um craque. Você é nosso Pelé no governo", resumiu Tatto.

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Em mais um esforço de sua agenda de deportação em massa, o governo Donald Trump vai oferecer um auxílio em dinheiro e pagar as viagens de volta para casa aos imigrantes indocumentados que deixarem os Estados Unidos voluntariamente, disseram autoridades nesta segunda-feira, 5.

A política, que oferecerá US$ 1.000 (R$ 5.600) e uma passagem aérea de volta, faz parte da iniciativa do governo Trump para persuadir imigrantes a se deportarem como forma de ajudar o presidente a cumprir suas ambiciosas promessas de imigração. Autoridades disseram que um imigrante de Honduras já aceitou a oferta do governo e voou de Chicago de volta ao seu país de origem.

Nas últimas semanas, o governo americano tem aconselhado cada vez mais certos imigrantes a deixarem o país antes de serem alvos das autoridades. Também adotou políticas para tornar a vida desconfortável para aqueles que estão no país sem status legal, como impedir o acesso de certos migrantes a serviços financeiros.

O dinheiro oferecido aos imigrantes que partem por conta própria será pago após a confirmação da viagem de volta por meio de um aplicativo lançado pelo governo Trump no início deste ano, chamado CBP Home. Autoridades afirmam que o programa economizará recursos do governo, evitando os custos necessários para prender, deter e transportar pessoas para fora do país em aviões fretados pelo governo.

"Se você está aqui ilegalmente, a autodeportação é a melhor, mais segura e mais econômica maneira de deixar os Estados Unidos e evitar ser preso", disse Kristi Noem, secretária de segurança interna, em um comunicado.

O governo Trump anunciou na semana passada que havia deportado cerca de 140.000 imigrantes dos EUA desde janeiro. Os números, até o momento, estão muito longe da promessa central de campanha de Trump: remover milhões de pessoas que estão ilegalmente no país.

O número não é muito diferente da quantidade de deportações do governo Biden no mesmo período de tempo. Porém, as expulsões do republicano tem sido muito mais controvertidas, com uso de aviões militares, deportação sem o devido processo legal - em violação à Constituição americana - e com imigrantes legais sendo deportados erroneamente, como foi o caso do salvadorenho Kilmar Abrego Garcia.

As deportações podem ser custosas e demoradas, visto que as autoridades americanas frequentemente precisam deter migrantes por um longo período de tempo, coordenar documentos de viagem e preparar voos fretados para diversos países.

São frequentes também os problemas envolvendo migrantes de países que não aceitam seus cidadãos ou tornam o processo tão complexo que a remoção demora ainda mais.

O custo médio para o Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA prender, deter e remover um imigrante ilegalmente nos Estados Unidos é de US$ 17.121 (R$ 96,7 mil), segundo o Departamento de Segurança Interna. A agência afirma que, mesmo com o custo do auxílio, uma "autodeportação" reduziria o encargo de uma deportação em cerca de 70%.

Trump sugeriu uma política de incentivo a viagens em uma entrevista recente à Fox News.

"Mas o que queremos fazer é ter um programa de autodeportação, que ainda nem anunciamos", disse ele à emissora em meados de abril. "A única coisa que ainda não decidi é: o que vamos fazer? Vamos dar a eles um estipêndio, algum dinheiro e uma passagem de avião, e então vamos trabalhar com eles, se forem bons, se os quisermos de volta, vamos trabalhar com eles para trazê-los de volta o mais rápido possível."

Trump prometeu deportar pelo menos 1 milhão de pessoas no primeiro ano de seu segundo mandato e tem usado agências federais, ordens executivas e até mesmo a centenária Lei de Inimigos Estrangeiros para facilitar sua promessa, muitas vezes com ramificações legais questionáveis.

"Fui eleito para tirá-los daqui", disse ele no domingo, 4, em uma entrevista no programa "Meet the Press" da NBC onde admitiu não saber se precisava obedecer à Constituição no caso dos direitos de não-cidadãos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira, 5, ter mantido uma "boa e produtiva" conversa por telefone com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Em publicação na Truth Social, Trump citou discussões sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, a situação na Síria, Gaza e outros temas.

"Acabei de ter uma conversa telefônica muito boa e produtiva com Erdogan sobre muitos assuntos, incluindo a guerra com a Rússia/Ucrânia, tudo sobre a Síria, Gaza e mais", escreveu Trump.

O presidente revelou ainda que Erdogan o convidou para visitar a Turquia em uma data futura e que o líder turco também irá a Washington.

Trump destacou seu relacionamento próximo com Erdogan durante seu primeiro mandato.

O republicano também expressou otimismo em relação a uma possível mediação para encerrar o conflito na Ucrânia. "Estou ansioso para trabalhar com o presidente Erdogan para acabar com a guerra ridícula, mas mortal, entre a Rússia e a Ucrânia - AGORA!", escreveu.

A presidente da Comissão Europeia, braço administrativo da União Europeia, Ursula Von der Leyen, afirmou que o bloco protegerá cientistas estrangeiros que se mudarem para a região, em meio ao esforço europeu para alcançar Estados Unidos e China em tecnologias inovadoras como a inteligência artificial. "Acredito que a ciência é a chave para o nosso futuro aqui na Europa. Sem ela, simplesmente não poderemos enfrentar os desafios globais de hoje, da saúde às novas tecnologias, do clima aos oceanos", disse em uma conferência em Paris nesta segunda-feira, 5.

Von der Leyen usou seu discurso para promover uma série de políticas que a Comissão pretende adotar para atrair pesquisadores ao continente.

Entre as medidas estão a proposta de uma Lei da Área Europeia de Pesquisa, para reforçar a livre circulação de conhecimento e dados no bloco, um pacote de 500 milhões de euros de apoio a pesquisadores, novas bolsas e incentivos direcionados a cientistas que atuam em tecnologias de fronteira, como a IA. "Queremos que a Europa lidere em tecnologias prioritárias - de IA à computação quântica, do espaço a semicondutores e microeletrônica, da saúde digital à genômica e biotecnologia", afirmou.

No mesmo evento, o presidente francês, Emmanuel Macron, também fez um apelo para que cientistas venham ao país.

O plano europeu surge enquanto universidades nos EUA enfrentam cortes propostos pelo presidente Donald Trump no financiamento federal à pesquisa. Uma proposta orçamentária americana datada de 2 de maio prevê cortes de bilhões de dólares em programas voltados ao ensino superior.

"O papel da ciência no mundo de hoje está sendo questionado. O investimento em pesquisa fundamental, livre e aberta está sendo questionado. Que gigantesco erro de cálculo", disse Von der Leyen em Paris. Fonte: Dow Jones Newswires.