Sidônio vai assumir Secom para 'segundo tempo' da gestão

Política
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O publicitário Sidônio Palmeira, que dirigiu a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, será o novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, no lugar de Paulo Pimenta (PT). Como mostrou o Estadão/Broadcast, funcionários da Secom começaram a ser avisados de suas demissões anteontem.

 

Pimenta continuará no cargo até a cerimônia promovida pelo Palácio do Planalto, nesta quarta-feira, 8, para marcar os dois anos dos atos golpistas de 8 de janeiro. Ele confirmou que deixará o posto e disse que a troca coincide com uma nova fase da gestão, para a qual o presidente Lula quer outro perfil à frente da pasta. "O presidente quer uma pessoa diferente do meu, um profissional de comunicação, uma pessoa que tenha experiência, talento, criatividade, capacidade de poder exercer essa tarefa e coordenar essa política de comunicação no próximo período", afirmou Paulo Pimenta.

 

Para Sidônio, é necessário que o governo evolua na comunicação digital. Na definição do futuro chefe da Secom, sua gestão será uma espécie de "segundo tempo", no sentido de não ser necessário recomeçar tudo do zero.

 

"Acho que precisamos evoluir na parte digital. Alguns dizem que a comunicação do governo ainda está sendo analógica", disse o publicitário. "É um segundo tempo que estamos começando." Ele mencionou que vem da iniciativa privada e nunca trabalhou na gestão pública. "É uma experiência nova, um grande desafio. Eu mesmo vou me cobrar. A comunicação é muito interessante para um governo", observou, ao destacar que fará o máximo para "manter a transparência".

 

Aprovação

 

Lula decidiu trocar a gestão da Secom por julgar que seu governo tem grande número de obras e bons programas sociais, mas que problemas de comunicação impedem que isso se traduza em melhor aprovação junto ao eleitorado. O cenário preocupa com a aproximação das eleições de 2026. Seja para buscar a reeleição, seja para emplacar o sucessor, o presidente quer melhorar a popularidade do governo.

 

Segundo Sidônio, é necessário equilibrar "expectativa, gestão e percepção popular". Ele afirmou que prestará informações à imprensa para facilitar a divulgação dos programas do Executivo. Disse, ainda, que comunicação não é um tema só da Secom, mas do governo como um todo.

 

Na segunda-feira, 6, Sidônio levou ao Planalto Thiago César, que será seu secretário-executivo, e Paulo Brito, que ocupará a função de chefe de gabinete. O movimento deixou claro que a troca era iminente e que os atuais ocupantes desses cargos seriam dispensados.

 

O que se discute agora no governo é para onde Pimenta será deslocado e como ficará o comando da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), uma vez que o petista tenta manter ali sua influência.

 

O atual secretário-executivo da Secom, Ricardo Zamora, foi um dos primeiros a saber que seria trocado. Fabrício Carbonel, secretário de Publicidade e Patrocínios, também será exonerado.

 

Pimenta teve uma reunião com Lula nesta terça, 7. O presidente busca um lugar para realocar o aliado de longa data. Algumas hipóteses são outro ministério - como a Secretaria-Geral, hoje comandada por Márcio Macêdo - ou a liderança do governo na Câmara, no lugar de José Guimarães.

 

A demissão de Pimenta já era dada como certa desde o começo de dezembro, quando Lula disse, durante seminário da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, que havia problemas na comunicação do governo. Ele ainda ressaltou que faria as "correções necessárias".

 

Além da preocupação com a popularidade, Lula ficou frustrado com o fracasso da licitação para a comunicação digital do governo, processo comandado por Pimenta.

 

O presidente avalia que Sidônio, com larga experiência no marketing político, tem as qualificações necessárias para melhorar a imagem da gestão.

 

Dos principais nomes hoje no ministério, sabe-se que o secretário de Produção e Divulgação Audiovisual, Ricardo Stuckert, fotógrafo de Lula desde o primeiro mandato, e o de Comunicação Institucional, Laércio Portela, continuarão nos respectivos cargos. O jornalista José Rezende também será mantido na Secom. Ele é o responsável por escrever os discursos do presidente.

 

Reforma adiante

 

Depois das eleições para a presidência da Câmara e do Senado, em fevereiro, Lula deverá promover uma reforma ministerial mais ampla. A ideia será repactuar o apoio ao governo no Congresso e organizar seus aliados para disputar as próximas eleições. A troca na Secom inaugura esse processo.

 

A substituição de Paulo Pimenta é a sétima mudança desde o início do terceiro mandato do petista.

 

Silvio Almeida foi demitido do Ministério dos Direitos Humanos, em setembro do ano passado, após acusações de supostos casos de assédio sexual. No lugar dele foi nomeada Macaé Evaristo, eleita deputada estadual pelo PT em Minas Gerais no pleito de 2022.

 

A exoneração de Almeida e a do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Marco Edson Gonçalves Dias, em abril de 2023, foram motivadas por denúncias. O atual titular do GSI é o general da reserva do Exército Marco Antonio Amaro dos Santos.

 

Outros três integrantes da Esplanada caíram devido à costura de apoios políticos entre o presidente e partidos do Centrão. André Fufuca, do Progressistas, assumiu o Ministério dos Esportes no lugar de Ana Moser. Celso Sabino, do União Brasil, ocupou a vaga de Daniela Carneiro, no Turismo, e Márcio França (PSB) deixou a pasta de Portos e Aeroportos para dar lugar a Silvio Costa Filho, do Republicanos.

 

Já Flávio Dino foi substituído no comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública ao ser indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF), e, no lugar dele, assumiu o ministro aposentado da Corte Ricardo Lewandowski.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A fome vem matando cada vez mais palestinos em Gaza. Nesta terça-feira, 22, a ONU alertou que a crise humanitária atingiu um ponto crítico. O secretário-geral, António Guterres, fez um alerta. "Basta olhar para o horror que está acontecendo na Faixa de Gaza, com um nível de morte e destruição sem precedentes na história recente. A desnutrição está aumentando vertiginosamente. A fome está batendo em todas as portas", disse.

A organização também acusou o exército israelense de matar mais de 1.000 pessoas que buscavam comida em Gaza desde maio, a maioria perto de instalações da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), entidade apoiada por Israel e EUA.

"Até 21 de julho, registramos 1.054 pessoas mortas em Gaza enquanto tentavam obter alimentos; 766 delas morreram perto das instalações da GHF e 288 perto de comboios de ajuda da ONU e de outras organizações humanitárias", disse em comunicado o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

A GHF começou a distribuir cestas básicas em 26 de maio, após mais de dois meses de bloqueio completo imposto por Israel à entrada de qualquer ajuda humanitária em Gaza, apesar dos alertas sobre o risco de fome. Os números significam que o exército israelense estaria matando mais de 18 palestinos por dia na fila da comida.

Fome

Um bebê de 6 semanas está entre os 15 palestinos que morreram de desnutrição e fome em Gaza em apenas 24 horas. Desde segunda-feira, 21, 33 palestinos, incluindo 12 crianças, morreram por falta de comida no território, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

Desde o início da guerra, em outubro de 2023, 101 palestinos, dos quais 80 crianças, morreram de desnutrição, segundo médicos de Gaza. De acordo com relatos, ninguém vem sendo poupado. Médicos, enfermeiros, jornalistas e trabalhadores humanitários também estão famintos.

O chefe da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, revelou que sua equipe, incluindo os médicos, estava desmaiando em serviço em razão da fome e da exaustão. Em entrevista à britânica BBC, o médico Mohamed Abu Salmiya, diretor do Hospital Shifa, da Cidade de Gaza, afirmou que 21 crianças morreram de fome desde domingo. "É um número alarmante de mortes, sendo que os pacientes diabéticos e renais correm um risco especial", afirmou.

Salmiya estima que cerca de 900 mil crianças sofram de fome grave em Gaza, sendo que 70 mil estão em estado severo de desnutrição. Os sintomas da fome, segundo ele, incluem desidratação e anemia. O atendimento é dificultado pelo fato de os hospitais já estarem sobrecarregados com as vítimas de tiros. "Os médicos não conseguem fornecer muito mais ajuda em casos de fome em razão da escassez de comida e de medicamentos", disse.

Jornalistas

A agência France-Presse também alertou que seus repórteres correm risco de morrer de fome. Em carta divulgada na segunda-feira, a associação de jornalistas da AFP diz que a agência trabalha com freelancers que estão vivendo em "miséria absoluta" e arriscando suas vidas para cobrir a guerra, "em meio à falta de comida, de água e de saneamento".

A Defesa Civil de Gaza e a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) também identificaram um aumento acentuado nos casos de desnutrição. Desde 27 de maio, após um bloqueio total de mais de dois meses imposto por Israel, a pouca ajuda humanitária que entra é distribuída pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), criticada por ativistas, organizações internacionais, diplomatas e pela ONU. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, negou relatos da mídia local de que ele renunciaria em breve. Segundo o premiê, o foco do momento será garantir que o acordo comercial com os Estados Unidos seja executado sem problemas.

"Não houve qualquer discussão sobre o meu futuro", afirmou Ishiba a repórteres após reunião com os ex-primeiros-ministros Taro Aso, Yoshihide Suga e Fumio Kishida.

Mais cedo, a mídia local reportou que Ishiba planejava renunciar agora que o Japão chegou a um acordo com os Estados Unidos. A pressão para que Ishiba renuncie aumentou depois que a coalizão governista perdeu sua maioria na Câmara Alta nas eleições de domingo, 20.

"Meus maiores esforços serão dedicados a garantir que os meios de vida da população sejam devidamente protegidos. O que está sendo relatado é completamente falso", disse Ishiba.

Mais cedo, ao ser questionado se planeja renunciar, Ishiba afirmou que consideraria várias questões - incluindo seu futuro político - após o negociador comercial Ryosei Akazawa voltar de Washington e relatar detalhes do acordo comercial com os Estados Unidos. Fonte: Dow Jones Newswires*.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O filho do ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden, Hunter Biden, afirmou em uma entrevista que o pai teve um desempenho desastroso no debate com Donald Trump nas eleições do ano passado por ter tomado zolpidem, um medicamento hipnótico indicado para insônia.

Segundo Hunter contou ao youtuber Andrew Callaghan nesta segunda-feira, 22, Biden havia viajado duas vezes à Europa e participado de um evento de arrecadação de fundos na Califórnia, e ficou exausto. "Eu sei o que houve naquele debate. Ele voou ao redor do mundo, pela quilometragem, poderia ter dado a volta na Terra três vezes. Ele tem 81 anos de idade, estava muito cansado", disse.

"Deram Ambien [zolpidem] para que ele pudesse dormir. Aí, ele subiu no palco e ficou igual a barata tonta", acrescentou.

O debate, ocorrido em junho do ano passado, alterou a campanha presidencial dos EUA. Biden teve lapsos de memória, mostrou fragilidade física e perdeu a linha de raciocínio. Por causa do desempenho, a candidatura entrou em crise e o então presidente passou a sofrer pressão de lideranças do Partido Democrata para renunciar à reeleição.

Quase um mês após o debate e semanas de pressão, Biden abriu mão da candidatura e Kamala Harris, sua vice-presidente, o substituiu.

Na entrevista da segunda, Hunter criticou os democratas, assessores do ex-presidente Barack Obama e o ator George Clooney por pressionarem Biden a desistir. "Eles acham que sabem mais do que o homem que conseguiu, ao contrário de todo mundo, ser eleito para o Senado dos EUA sete vezes e ter mais votos do que qualquer outro presidente?Acham que podem substituir o juízo dele?", disse o filho do ex-presidente.

Relembre o debate

Biden apareceu no primeiro debate presidencial contra Trump no ano passado com a voz rouca, sem dar respostas coerentes e com lapsos de memória que o faziam congelar nas respostas. O desempenho aumentou os temores relacionados a idade, que já era tema na campanha.

Após o debate, quase dois terços dos democratas queriam que ele desistisse da disputa, de acordo com uma pesquisa divulgada um mês após o episódio pela Associated Press e pela NORC, uma instituição de pesquisa independente da Universidade de Chicago.

Embora a idade avançada do candidato tenha aparecido como um fator de preocupação entre os eleitores desde as primeiras pesquisas eleitorais, dúvidas sobre a capacidade de governar explodiram após o debate. Até ele desistir, outros episódios aconteceram, como confundir Volodmir Zelenski com Vladimir Putin e dizer que Trump era seu vice.

O que é zolpidem?

Zolpidem é um remédio de uso controlado da classe terapêutica dos hipnóticos, indicado para indução do sono como tratamento de curta duração para a insônia.

Disponível há mais de 30 anos no mercado, o fármaco ganhou popularidade pela facilidade na prescrição médica em relação às outras medicações para mesma finalidade e também pelos relatos de efeitos colaterais, como amnésia e alucinações.

No Brasil, a resolução da Anvisa afirma que qualquer medicamento contendo zolpidem deverá ser prescrito por meio de Notificação de Receita B (azul), já que o produto faz parte da lista de substâncias psicotrópicas englobadas pela norma de substâncias controladas no País.

A receita tipo B exige que o profissional prescritor seja previamente cadastrado na autoridade local de vigilância sanitária.