Filha de Ives Gandra vai assumir secretaria que foi de Marta Suplicy na gestão Nunes

Política
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O prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciou nesta quinta-feira, 26, a advogada Angela Gandra como a nova secretária municipal de Relações Internacionais. Ela assumirá o cargo no início do segundo mandato do emedebista, em janeiro. Desde a última segunda-feira, 23, Nunes tem divulgado mudanças no secretariado, realocando aliados para abrir mais espaço ao bolsonarismo e a membros do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, em sua gestão.

 

Filha do jurista Ives Gandra Martins, Angela é formada em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Ela também é mestre e doutora em Filosofia do Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com passagem pela Universidade de Harvard como pesquisadora visitante. Ao anunciar a advogada, Nunes destacou que Angela fala sete idiomas e tem uma "relação muito boa com o mundo".

 

De 2019 a 2022, Angela Gandra foi secretária nacional da Família no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, durante a gestão de Jair Bolsonaro. Na época, era subordinada à então ministra Damares Alves (Republicanos), hoje senadora pelo Paraná, que a levou para o cargo devido a suas posições conservadoras.

 

Angela ganhou destaque em 2018 ao representar a União dos Juristas Católicos de São Paulo em uma audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Na ocasião, comparou a descriminalização ao que chamou de "aborto jurídico", chamando a atenção de Damares.

 

Já no governo Bolsonaro, Angela atraiu até a atenção da imprensa internacional ao visitar a Polônia, onde defendeu a proibição do aborto. A visita ocorreu em meio a protestos no país pela descriminalização da prática, após uma decisão da Corte Constitucional polonesa endurecer as restrições ao procedimento. Católica como o pai, sua família tem ligação com a Opus Dei, instituição vinculada à Igreja Católica conhecida por defender governos autoritários, geralmente de extrema direita.

 

Com a nomeação da advogada, a sigla de Nunes vai perder mais uma secretaria. O atual titular da pasta, o ex-deputado Ricardo Gomyde (MDB), deixará o cargo, que ocupou desde julho de 2024 após uma trocas súbitas no comando da pasta. Gomyde substituiu Aldo Rebelo (MDB), que liderou a secretaria brevemente após a saída de Marta Suplicy. Marta, então filiada ao MDB, deixou o governo para retornar ao PT e ser vice de Guilherme Boulos na disputa pela Prefeitura.

 

Angela Gandra também é professora na Universidade Presbiteriana Mackenzie, gerente jurídica da Faculdade Evangélica de São Paulo (FAESP) e sócia do escritório Gandra Martins, com atuação em Direito Constitucional, Tributário e Societário. Além disso, é membro da Academia Brasileira de Filosofia e da Academia Paulista de Letras Jurídicas.

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O Hamas condenou a visita do enviado especial dos Estados Unidos ao Oriente Médio, Steve Witkoff, a centros de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Segundo o grupo, a visita foi uma "peça teatral previamente preparada para enganar a opinião pública, embelezar a imagem da ocupação e conceder-lhe uma cobertura política".

A chamada Fundação Humanitária de Gaza, supervisionada por Israel e visitada por Witkoff, é descrita pelo Hamas como uma entidade "criada para completar os capítulos de assassinato e genocídio". Para o grupo, os EUA têm responsabilidade direta na crise humanitária. "O governo americano é um parceiro completo no crime de fome e genocídio que ocorre diante dos olhos e ouvidos do mundo inteiro", escreveu.

O Hamas ainda exigiu que Washington retire seu apoio a Israel, defendam um cessar-fogo e promovam a "retirada do exército de ocupação israelense e o levantamento do cerco injusto ao nosso povo". O grupo afirma que o atual alinhamento dos EUA às ações israelenses aprofundam a "catástrofe humanitária" e perpetuam o conflito na região.

As Forças Armadas da Ucrânia afirmaram hoje que realizaram ataques bem-sucedidos contra "infraestruturas críticas" da Rússia, incluindo duas refinarias de petróleo, em resposta aos recentes bombardeios russos contra cidades ucranianas. Segundo comunicado divulgado pelo Comando Militar por meio do Telegram, foram atingidas as refinarias de Riazã e Novokuibyshevsk, duas das maiores do país, segundo a estatal que as administra, além de um depósito de combustível na região de Voronej.

De acordo com o comunicado, "foi confirmado o impacto em empresas da indústria de refino de petróleo do país ocupante Rússia". Além disso, drones ucranianos atacaram com sucesso "a base de combustíveis e lubrificantes 'Anna Naftoprodukt' na região de Voronej".

As forças ucranianas também disseram ter danificado uma fábrica militar na região de Penza. Segundo o texto, "foi atingida a empresa Elektroprylad, que se especializa na produção de sistemas de telecomunicações protegidos, equipamentos criptográficos e placas de circuito para equipamentos militares".

O ataque, segundo Kiev, foi uma retaliação direta aos "recentes ataques terroristas da Rússia contra cidades ucranianas, que resultaram em civis mortos e feridos". O texto afirma que explosões e incêndios foram registrados nos locais atingidos e que informações mais detalhadas sobre as consequências dos ataques estão sendo apuradas.

Os militares ucranianos prometeram manter os ataques até um cessar-fogo completo da "agressão armada da Federação Russa contra a Ucrânia".

Ataques com drones ucranianos durante a madrugada deste sábado, 2, mataram três pessoas, informaram autoridades russas. O Ministério da Defesa da Rússia disse que as defesas aéreas interceptaram ou destruíram 112 drones em oito regiões russas e na Península da Crimeia, ocupada pela Rússia.

Um ataque com drones na região de Rostov, na fronteira com a Ucrânia, matou uma pessoa, disse o governador interino Yuri Slyusar. Mais longe da linha de frente, uma mulher foi morta e outras duas pessoas ficaram feridas em um ataque com drones a instalações comerciais na região de Penza, de acordo com o governador regional Oleg Melnichenko. Na região de Samara, os destroços de um drone provocaram um incêndio que matou um idoso, disse o governador regional Vyacheslav Fedorishchev.

De acordo com a força aérea ucraniana, a Rússia lançou 53 drones contra a Ucrânia durante a madrugada de sábado. Ela disse que as defesas aéreas abateram ou bloquearam 45 drones.

Onze pessoas ficaram feridas em um ataque com drones durante a madrugada na região de Kharkiv, disse o governador Oleh Syniehubov no sábado. Os ataques recíprocos com drones ocorreram após um dia de luto na capital ucraniana, Kiev, na sexta-feira, depois que um ataque com drones e mísseis russos matou 31 pessoas, incluindo cinco crianças, e feriu mais de 150.

Os ataques contínuos ocorrem depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, concedeu ao presidente russo, Vladimir Putin, um prazo mais curto - até 8 de agosto - para que os esforços de paz avancem.

Trump afirmou na quinta-feira, 31, que o enviado especial Steve Witkoff está indo para a Rússia para pressionar Moscou a concordar com um cessar-fogo na guerra com a Ucrânia e ameaçou com novas sanções econômicas se não houver progresso.