Sífilis: o alerta necessário sobre uma doença silenciosa e prevenível

A sífilis, infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum, continua sendo um dos maiores desafios da saúde pública no Brasil. Apesar de tratável e curável, a doença ainda apresenta altos índices de contágio, principalmente entre jovens e gestantes, devido à falta de prevenção e diagnóstico precoce.

A infecção se manifesta, inicialmente, com lesões geralmente localizadas nos órgãos genitais, que podem desaparecer espontaneamente, levando muitos pacientes a acreditarem que estão curados. No entanto, a bactéria pode se espalhar para outros órgãos do corpo, afetando o sistema nervoso, o coração e até os ossos, ou permanecer em estado latente — sem sintomas aparentes, mas ainda transmissível. Sem o tratamento adequado, a sífilis pode evoluir para estágios graves e causar complicações irreversíveis.

As principais formas de transmissão são o contato sexual sem preservativo com pessoa infectada, a transfusão de sangue contaminado e a transmissão vertical — da mãe para o bebê durante a gestação ou o parto, conhecida como sífilis congênita. Essa última forma é especialmente preocupante, pois pode resultar em má-formação do feto, aborto ou até morte neonatal. Por isso, o acompanhamento pré-natal e o teste rápido são fundamentais para a saúde da gestante e do bebê.

O tratamento é feito com o uso de antibióticos, geralmente à base de penicilina, e deve ser acompanhado de orientação médica até a completa eliminação da bactéria. O uso inadequado ou a interrupção precoce do tratamento pode agravar o quadro e dificultar a cura.

A prevenção continua sendo a melhor estratégia: o uso de preservativos em todas as relações sexuais e o acompanhamento médico regular, especialmente durante a gravidez, são medidas simples e eficazes para interromper a cadeia de transmissão. Mais do que um problema individual, a sífilis é uma questão de saúde coletiva, que exige conscientização, educação sexual e acesso ampliado a exames e tratamento gratuitos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).