Lesão na medula espinhal reduz a expectativa de vida em nove anos

Saúde
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Um grupo de pesquisadores do Hospital Nacional de Parapléjicos (HNP) de Toledo revelou que sofrer uma lesão na medula espinhal reduz em mais de nove anos a expectativa de vida dos espanhóis, especialmente dos homens e a partir dos 65 anos, e está associada a fatores como idade no momento da lesão, localização cervical e necessidade de ventilação mecânica.

O estudo, apresentado no 39º Congresso Nacional da Sociedade Espanhola de Medula Espinhal (GEER), demonstrou que, enquanto a expectativa de vida da população em geral é superior a 83,7 anos, a das pessoas com lesão na medula espinhal é de 74,4 anos; além disso, a sobrevida média das pessoas com mais de 65 anos de idade entre a lesão e a morte é de 5,5 anos.

"Dos fatores associados que encontramos, o que mais nos surpreendeu foi a variável de ventilação mecânica: descobrimos que os pacientes que tinham ventilação mecânica, como traqueotomia ou sedação permanente na alta, tinham uma expectativa de vida menor", explicou o coordenador do estudo, Dr. Joint H. Guimbard.

Deve-se observar que o mecanismo mais frequente de lesão foi a queda, principalmente no nível do solo, responsável por 68% das lesões; o nível mais afetado foi o cervical (69,2%); e 39,3% dos pacientes sofreram trauma craniocerebral.

Mais da metade dos pacientes analisados (572 no total) precisou de traqueotomia, e 27,9% precisaram de ventilação mecânica na alta. A mortalidade intra-hospitalar foi de 11,4%.

Os pesquisadores destacaram que o aumento da expectativa de vida resultou em um número maior de lesões traumáticas da medula espinhal em pessoas com mais de 65 anos, o que afeta não apenas a expectativa de vida, mas também a qualidade de vida e os custos familiares, econômicos e sociais.

De fato, o Ministério da Saúde estimou que 30% das pessoas com mais de 65 anos e metade das pessoas com mais de 80 sofrem uma queda pelo menos uma vez por ano, algo que poderia ser evitado por meio de exercícios, precaução e atenção aos efeitos de determinados medicamentos.

PREVENÇÃO DE QUEDAS EM IDOSOS

Por todos esses motivos, o GEER enfatizou a importância de fazer exercícios para melhorar a força muscular, a coordenação e o equilíbrio, o que é uma "maneira eficaz" de reduzir o risco de quedas e lesões na coluna.

Da mesma forma, os especialistas da organização recomendaram aumentar a segurança em casa por meio de uma boa iluminação, dispensar tapetes e tomar cuidado com obstáculos no caminho, como cabos, ventiladores de pé ou fogões, que podem levar a tropeços.

Eles também aconselharam evitar o uso de escadas e banquetas com degraus; não usar calçados com solas escorregadias, saltos ou chinelos; não usar polidores ou ceras que tornem os pisos escorregadios; e substituir banheiras por bandejas de chuveiro.

Quanto aos medicamentos, eles alertaram que alguns tranquilizantes, como pílulas para dormir, ou diabetes e pressão arterial mal controlados, podem causar fraqueza ou tontura, aumentando o risco de quedas.

Apesar do risco dos idosos, o maior número dessas lesões ocorre em pessoas entre 16 e 45 anos de idade, um segmento da população que responde por 80% das novas lesões registradas a cada ano.

Entre as principais causas de lesões da medula espinhal nos mais jovens estão os acidentes de trânsito; impactos de quedas de altura em casa, no trabalho ou em atividades recreativas; ou devido a tumores, infecções ou doenças neurológicas degenerativas.

Os especialistas do GEER associaram esse tipo de lesão em jovens aos meses de férias, devido ao maior número de viagens e acidentes de trânsito, atividades esportivas e traumatismos em praias e piscinas, em muitos casos por "imprudência".