O mês de junho é marcado por uma das campanhas mais relevantes do calendário da saúde pública brasileira: o Junho Vermelho, dedicado à conscientização sobre a importância da doação de sangue. Em um período em que as temperaturas caem e os estoques dos hemocentros historicamente sofrem queda, especialistas e autoridades reforçam o chamado à solidariedade da população para evitar o desabastecimento nos hospitais e unidades de pronto atendimento.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil precisa, em média, de mais de 16 mil bolsas de sangue por dia para atender demandas por cirurgias, tratamentos de doenças hematológicas, acidentes graves e complicações no parto. No entanto, os dados do Hemocentro de São Paulo revelam que, apenas nas duas primeiras semanas de junho, o volume de doações caiu cerca de 25%, colocando em risco a capacidade de resposta a emergências e procedimentos eletivos.
A queda nas doações durante o inverno é atribuída a diversos fatores: aumento das doenças respiratórias, menor mobilidade da população, campanhas eleitorais que dividem a atenção pública e até desinformação sobre quem pode doar. No entanto, as exigências para a doação continuam simples: é preciso estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos (com autorização dos responsáveis no caso de menores), pesar mais de 50 kg e apresentar documento com foto.
Para estimular a participação da sociedade, hemocentros de todo o país têm promovido ações de mobilização, como plantões noturnos, campanhas em redes sociais, parcerias com empresas e mutirões com transporte gratuito. “Uma única doação pode salvar até quatro vidas. É um ato simples, rápido e seguro, mas de impacto imensurável”, destaca a médica hematologista Dra. Mariana Luz, do HemoSP.
O Junho Vermelho também reforça o papel dos doadores regulares, que ajudam a manter os estoques estáveis ao longo do ano. A recomendação é que homens doem até quatro vezes ao ano e mulheres até três, respeitando os intervalos exigidos. Além disso, é fundamental manter a doação como parte da rotina solidária da população, e não apenas em períodos críticos ou emergenciais.
Em um cenário de pressões constantes sobre o sistema de saúde, a doação voluntária de sangue se mostra não apenas um gesto humanitário, mas também um ato de responsabilidade coletiva. A vida de milhares de pessoas depende da continuidade dessa corrente silenciosa de generosidade — que, em junho, ganha cor, nome e urgência.
Junho Vermelho reforça importância da doação de sangue e alerta para estoques críticos nos hemocentros
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