Hipertensão Arterial: silenciosa e perigosa, a doença atinge um em cada três adultos no Brasil

Saúde
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Você sabia que dor de cabeça não é um sintoma confiável de hipertensão arterial? Ou que a pressão alta pode afetar até mesmo pessoas jovens e ativas? No Dia Mundial da Hipertensão, celebrado em 17 de maio, o coordenador de cardiologia do Hospital Vitória Anália Franco, Miguel Antônio Moretti, alerta para fatos pouco conhecidos sobre a doença, que impactam milhões de brasileiros.

 

A hipertensão é uma condição em que a pressão arterial permanece alta ao longo do tempo, demandando mais esforço do coração e causando danos aos vasos sanguíneos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,1 bilhão de pessoas convivem com a hipertensão em todo o mundo. No entanto, apenas 20% conseguem manter a pressão controlada de forma eficaz. No Brasil, calcula-se que um em cada três adultos seja hipertenso.

 

Entre as principais dúvidas da população, muitos ainda acreditam que sintomas como tontura, nervosismo ou sangramento nasal indicam a doença. "Na prática, a hipertensão é geralmente assintomática. Por ser silenciosa, a pressão alta frequentemente passa despercebida até provocar eventos graves, como infarto ou AVC", alerta o especialista.

 

Entenda alguns fatos importantes sobre a doença:

  • Pressão alta não dá sinais claros – A maioria das pessoas hipertensas não apresentam sintomas, o que reforça a importância de aferições regulares, mesmo para quem se sente bem;
     
  • Diagnóstico de hipertensão – Só é confirmada quando a pressão arterial se mantém elevada – acima de 140/90 mmHg – em mais da metade do tempo. Esse controle pode ser feito por meio de exames como o MAPA (monitorização ambulatorial da pressão arterial) ou a MRPA (monitorização residencial da pressão arterial). Ambos registram a pressão ao longo de 24 horas, ajudando os médicos a identificarem padrões ocultos de hipertensão que passariam despercebidos em uma medição comum;
     
  • Afeta todas as idades – Embora mais comum após os 60 anos, a hipertensão pode surgir em jovens e até em crianças, especialmente se houver predisposição genética ou obesidade;
     
  • Sal em excesso é um vilão silencioso – Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o consumo ideal é de até 5g de sal por dia, mas o brasileiro ingere, em média, o dobro disso;
     
  • Estresse contribui, mas não é causa única – É um fator agravante, mas outros como sedentarismo, má alimentação e histórico familiar são mais determinantes.
     
  • Uma doença desafiadora – A hipertensão afeta uma parcela significativa da população em fase produtiva, o que contribui para aposentadorias precoces e sendo uma das principais responsáveis pela alta mortalidade por doenças cardiovasculares.

 

Da mesma forma que um diagnóstico preciso, o controle da pressão arterial requer, sobretudo, a adoção de práticas saudáveis. " O controle da pressão arterial começa com a modificação dos hábitos de vida, assumindo uma alimentação com baixo teor de sal, gorduras e calorias. Paralelo a isso, a atividade física adequada e equilibrada associada a medidas para reduzir o estresse podem colaborar para manter a pressão arterial sob controle e dentro das metas. O controle da pressão reduz risco de morte e com certeza melhora a qualidade de vida", ressalta o cardiologista.