A computação quântica, por décadas restrita a centros de pesquisa e universidades, começa a ganhar espaço no setor corporativo em 2025. Com os avanços recentes de empresas como IBM, Google e startups especializadas, já é possível ver aplicações práticas em áreas como finanças, logística, segurança cibernética e desenvolvimento de medicamentos.
No Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou neste ano uma linha de crédito voltada a empresas que desejam investir em soluções quânticas. O objetivo é acelerar a adoção dessa tecnologia, que promete resolver problemas computacionais complexos de forma exponencialmente mais rápida do que os computadores tradicionais.
“Estamos entrando na era da vantagem quântica comercial”, explica Mariana Couto, pesquisadora do Instituto de Tecnologia de São Paulo (ITSP). “Alguns algoritmos quânticos já superam os melhores algoritmos clássicos em tarefas específicas, como simulação molecular e otimização de cadeias de suprimentos.”
Empresas de grande porte no Brasil, como bancos e operadoras de energia, já estão realizando testes com processadores quânticos na nuvem, oferecidos por plataformas como o IBM Quantum e Amazon Braket. A expectativa é que, até 2030, as soluções híbridas — que combinam computação clássica e quântica — sejam uma realidade em diversos setores estratégicos.
Apesar do entusiasmo, especialistas alertam que ainda há desafios técnicos e éticos a serem enfrentados. Entre eles, o custo elevado, a fragilidade dos qubits (as unidades básicas de processamento quântico) e os riscos relacionados à criptografia. “A computação quântica pode quebrar os sistemas de segurança atuais. Por isso, a corrida pela criptografia pós-quântica também está acelerada”, afirma o especialista em cibersegurança, Tiago Mendes.
Universidades brasileiras, como a USP e a UFMG, já criaram cursos e centros dedicados ao tema, enquanto o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) anunciou um plano nacional de desenvolvimento quântico com foco em formação de talentos.
A chegada da computação quântica ao mercado representa uma revolução silenciosa, mas que promete redefinir os limites do que é possível na ciência e na tecnologia. E o Brasil, com investimento estratégico e capacitação adequada, tem a chance de ocupar um papel relevante nesse novo cenário.
Computação Quântica deixa os laboratórios e começa a chegar ao mercado corporativo
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