Museu Índia Vanuíre promove 52ª Semana dos Povos Indígenas; programação destaca valorização das culturas originárias

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Instituição em Tupã (SP) promove rodas de conversa, exposições e oficinas de artesanato indígena

A 52ª Semana dos Povos Indígenas do Museu Índia Vanuíre começa na terça-feira, dia 9 de abril, e vai até o dia 18. A instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, em Tupã (SP), vai receber diversos eventos que promovem o respeito, o entendimento e a valorização das culturas originárias.

 

Rodas de conversa com representantes de diversas etnias indígenas vão contar os desafios que esses povos enfrentam atualmente e também abordarão tradições, cultura e conhecimentos construídos ao longo de gerações. O evento promove o contato com a diversidade cultural dos povos originários do Brasil. Confira, abaixo, a programação.

 

Abertura da 52ª Semana dos Povos Indígenas - rodas de conversa e oficinas de confecção de artesanato

 

Na terça-feira, dia 9 de abril, o Museu Índia Vanuíre realiza a abertura da 52ª Semana dos Povos Indígenas, um momento de honrar e celebrar a diversidade cultural, promovendo o respeito, o entendimento e a valorização das culturas originárias que são fundamentais para a nossa identidade como nação.

 

O evento será marcado por apresentações de danças e cantos com representantes das etnias Kaingang e Krenak, oferecendo uma experiência cultural e enriquecedora para todos os presentes.

 

Entre as atividades do dia, uma roda de conversa com Moisés Araújo e Eliandro Sebastião, ambos da etnia Terena. Eles compartilham saberes, tradições, histórias e desafios enfrentados pelas comunidades indígenas. Após a roda de conversa, será realizada uma oficina de artesanato indígena. Guiados por artesãos que preservam saberes ancestrais, os participantes poderão aprender a confeccionar peças como pulseiras, brincos, colares, cerâmicas e pinturas.

 

Ainda na terça-feira, acontece uma edição especial do tradicional projeto "Saberes e Fazeres Indígenas". A iniciativa promove um diálogo enriquecedor entre um indígena convidado e o público do museu, valorizando e preservando a transmissão da memória indígena. O público poderá participar de uma roda de conversa com o cacique da aldeia Kopenoti, Chicão Terena, que compartilha seus conhecimentos, saberes e experiências.

 

Data: 9 de abril (terça-feira)

Horário: das 9h às 16h

Informações: (14) 3491-2333

 

Roda de conversa com representantes da Terra Indígena Icatu

 

Na quarta-feira (10), o cacique Ronaldo Iaiatí, da Terra Indígena Icatu, e o vice-cacique Ranulfo Terena conduzirão uma roda de conversa seguida de uma oficina. No encontro, eles compartilham seus saberes, tradições, histórias e os desafios enfrentados pelas comunidades indígenas. Após a roda de conversa, os presentes terão a oportunidade de participar de uma oficina de artesanato indígena.

 

Ainda no dia 10, o museu recebe o Guarani Nhandewa Samuel Onório, professor indígena da aldeia Icatu, que vai compartilhar seus conhecimentos, saberes e experiências com o público presente.

 

Data: 10 de abril (quarta-feira)

Horário: das 9h às 16h

Informações: (14) 3491-2333

 

Roda de conversa com representantes da Aldeia Nimuendaju

 

Ezequiel e Francieli, indígenas Guaraní Nhandewa da Aldeia Nimuendaju, vão liderar uma roda de conversa seguida por uma oficina na quinta-feira (11). No encontro, eles compartilham seus conhecimentos, tradições, histórias e os desafios enfrentados pela sua comunidade. Após a roda de conversa, os presentes terão a oportunidade de participar de uma oficina de artesanato indígena, onde poderão aprender a confeccionar pulseiras, brincos e colares.

 

No projeto "Saberes e Fazeres Indígenas", o museu recebe o Guarani Nhandewa Ronivaldo, que vai compartilhar seus conhecimentos, saberes e experiências.

 

Ainda na quinta-feira (11), o Museu Índia Vanuíre estende seu horário de funcionamento para uma atividade especial com a Kaingang Susilene Deodato. Uma roda de conversa, que tem início às 19h30, discutirá o papel crucial dos profissionais de comunicação na construção e disseminação das narrativas indígenas, com o objetivo não apenas de celebrar as diversas culturas dos povos originários, mas também de promover o entendimento mútuo e o respeito pela diversidade cultural em nossa sociedade.

 

Data: 11 de abril (quinta-feira)

Horário especial: das 9h às 21h

Informações: (14) 3491-2333

 

Roda de conversa com representantes da Aldeia Tereguá

 

Na sexta-feira, uma roda de conversa com Lauro Eloy, cacique da aldeia Tereguá, e com a Tupi-Guarani Emília Marcolino traz reflexões sobre os desafios que seus povos ainda enfrentam nos dias atuais e promovem uma oportunidade de conhecimento sobre cultura, tradições e histórias dos povos originários. Após a roda de conversa, será realizada uma oficina de artesanato guiada por artesãos que preservam saberes ancestrais. Peças como pulseiras, brincos, colares, cerâmicas e pinturas, refletem a criatividade e a relação profunda que os povos indígenas mantêm com a natureza.

 

No projeto "Saberes e Fazeres Indígenas", o museu recebe a Terena Lilian Eloi, da Aldeia Tereguá, que compartilha seus conhecimentos, saberes e experiências.

 

Data: 12 de abril (sexta-feira)

Horário: das 9h às 16h

Informações: (14) 3491-2333

 

Outras atividades programadas

 

A 52ª Semana dos Povos Indígenas segue até o dia 19 de abril, com diversas outras atividades. Você pode conferir a programação completa no site da instituição.

 

Exposições temporárias

 

As exposições temporárias continuam no mês de abril. Elas acontecem de terça-feira a domingo, das 9h às 18h. Confira, abaixo, quais estão abertas para visitação.

 

"Grafismos e Artes Indígenas do Oeste Paulista"

 

Versão da exposição para visita presencial, que destaca a riqueza cultural das etnias Kaingang, Krenak, Terena e Guarani Nhandewa, das Terras Indígenas Vanuíre, Icatu e Araribá. A exposição é um compromisso de respeito e preservação cultural. Ela desafia estereótipos, amplia identidades e convida a explorar as histórias, tradições e valores transmitidos por essas expressões artísticas.

 

"Cerâmica Terena: Preservando a Memória e a Tradição"

 

A exposição apresenta peças produzidas pelos povos Terena, habitantes das terras indígenas Icatu, em São Paulo, e Cachoeirinha, no Mato Grosso do Sul. São peças como panelas, jarros, moringas e esculturas, entre outros objetos. Algumas cerâmicas já fazem parte do acervo do museu, doados ainda em 1970; já outras obras contemporâneas foram adquiridas ao longo dos anos.

 

Além de especificidades da cerâmica Terena, a mostra também destaca depoimentos que valorizam e retratam as relações estabelecidas a partir da história, memória, cotidiano, transmissão do conhecimento entre gerações e a manutenção da tradição como um elo entre o passado e o presente.

 

Ingresso voluntário

 

O Museu Índia Vanuíre convida o público a fazer parte da história da instituição e a contribuir para perpetuar as ações culturais e sociais desenvolvidas com a comunidade de Tupã e demais visitantes.

 

Uma das formas para promover sua sustentabilidade de maneira inclusiva foi a adoção de um o modelo de ingresso voluntário – conhecido no mundo todo como PWYW – do inglês "pay what you want" (pague o que quiser), que entrou em vigor em junho de 2017. A entrada ao equipamento continua sendo livre, mas, ao final da visita, o público é convidado a reverter para a instituição o valor que quiser, se puder.

 

A forma de arrecadação é uma maneira de remover a barreira da entrada e inspirar a generosidade das pessoas no sentido de contribuir com iniciativas culturais. Para a efetivação da doação, foi criado no museu um local específico que mostra ao interessado a diversidade de ações sociais e educativas realizadas pela unidade.

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Em meio a um cenário de otimismo cauteloso, o turismo brasileiro vive um novo momento em 2025. Impulsionado pela valorização do turismo sustentável, pelas viagens de experiência e pela alta do dólar, que favorece o turismo doméstico, o setor registra uma recuperação robusta e cheia de oportunidades.

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O ano de 2025 está sendo generoso para quem busca por uma brecha no calendário para viajar. Isso porque há quatro feriados prolongados e oito pontos facultativos nacionais, que é quando as empresas podem ou não liberar os funcionários. O primeiro prolongado aconteceu em abril, mas durante todo o ano há oportunidades para viajar, e os roteiros de turismo sustentável vem ganhando espaço na agenda do brasileiro. Além de serem opções responsáveis e que se preocupam com o meio ambiente, quem os realiza também ganha ao se conectar com a natureza.

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“Viagens em meio a natureza são como uma terapia em meio a um mundo digital, cheio de telas e obrigações profissionais. O ecoturismo vem se tornando um estilo de vida para aqueles que priorizam qualidade de vida, na qual saúde física e mental são inegociáveis”, ressalta Cecília Fortunatti, cofundadora da VaiViver - Ecoturismo e Aventura. 

Para quem busca uma pausa da rotina agitada das cidades, a VaiViver — iniciativa voltada para viagens com propósito — criou roteiros com saídas exclusivas durante os feriados prolongados. Em maio, no Dia do Trabalho (01), acontecem as primeiras expedições para explorar mais de 150 cachoeiras escondidas no coração da Serra da Canastra, em Delfinópolis (MG). Já em junho, durante o feriado de Corpus Christi, o destino é Nobres (MT), no coração do cerrado mato-grossense. 

Foco na experiência

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A experiência com a VaiViver foi um ponto central na jornada de transformação de Sandra. Desde o início, ela se sentiu segura e amparada para explorar atividades que jamais imaginou realizar — como tirolesa e passeios por cachoeiras, mesmo sem saber nadar. “Pode ter certeza que o meu ciclo, que se iniciou naquele período, foi um dos mais lindos que eu tive”, relembra. Segundo ela, o cuidado e o suporte da equipe fizeram toda a diferença: “É uma das empresas que dá mais segurança, principalmente para a mulher que viaja sozinha. Quando ela fala assim: ‘quero que você só se preocupe em fazer a mala’, é exatamente isso”, complementa.  

Opções para o Dia do Trabalho

A VaiViver oferece um roteiro de quatro dias para a cidade, que é ideal para quem busca uma imersão profunda no ecoturismo. Iniciando na quinta-feira (01), o grupo se reúne em São Paulo (SP), na estação Vergueiro com a equipe e segue direto para a pousada. A aventura começa na sexta-feira, após um típico café mineiro, com pão de queijo e café quentinho. 

Para os amantes de queijo, o roteiro contempla uma parada em diversas queijarias premiadas para provar o queijo canastra e conhecer um pouco mais da região. Os viajantes ainda adentram o Parque Nacional da Serra da Canastra, recebendo as boas energias da água sagrada e conhecendo a biodiversidade local. O destino é uma opção repleta de belezas naturais e trilhas, indicadas para iniciantes no esporte e com nível de preparação baixo. Ao total, são aproximadamente 12 km de trilhas divididos durante o roteiro, mas sem grandes desníveis. 

Quem escolhe Delfinópolis como destino conhece ainda o Condomínio de Pedra, Vale da Gurita, Complexo do Ouro e do Claro e lindas cachoeiras, como a Cachoeira do Tombo, da Gruta e Tenebroso. Está incluído no roteiro todos os passeios e tickets de entrada, transfer ida e volta da sua cidade de origem em ônibus semi leito, transfer em 4x4 para os passeios na Serra, ônibus rural, hospedagem em pousada em Delfinópolis - próxima ao centrinho e barzinhos -, e as principais refeições com típicos cafés e almoços mineiros. 

 

Com uma rica herança africana presente na cultura, na história e na gastronomia, o Rio de Janeiro foi eleito o Melhor Destino Nacional de Afroturismo durante a 3ª edição do Prêmio Afroturismo, realizada nesta segunda-feira (14.04), em São Paulo. O anúncio foi feito na World Travel Market Latin America (WTM-LA) - um dos mais relevantes eventos globais do setor turístico. A premiação é promovida pela plataforma Guia Negro, que tem a valorização das raízes afro-brasileiras como um de seus pilares estratégicos.

A escolha do Rio reforça o papel da cidade na valorização da cultura afro e no fortalecimento de experiências turísticas ligadas à ancestralidade. Entre os roteiros destacados pelo júri estão a Pequena África, na região portuária, e o bairro de Madureira – trajetos que resgatam e celebram a contribuição da população negra na formação da identidade carioca.

Outro reconhecimento importante foi para o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), localizado na Gamboa. Inaugurado em 2021, o espaço foi premiado como a Melhor Atração Turística do segmento, sendo descrito pelos jurados como um “local de resistência”, dedicado à preservação, promoção e celebração da cultura afro-brasileira, por meio de exposições, rodas de conversa e atividades culturais.

A premiação também reconheceu outros esforços que impulsionam o afroturismo no Brasil. São Luís (MA) foi destaque pelos investimentos no setor, recebendo o título de Destaque Guia Negro. A turismóloga Thaís Rosa Pinheiro, fundadora da agência Conectando Territórios e consultora do Ministério do Turismo, foi eleita a melhor profissional do segmento. 

ROTAS NEGRAS - O fortalecimento do Afroturismo também se reflete nas políticas públicas voltadas para a promoção internacional do Brasil. Como parte desse esforço, o Ministério do Turismo, em parceria com o Ministério da Igualdade Racial e outros órgãos do Governo Federal, lançou o Programa Rotas Negras.

A iniciativa tem como objetivo fomentar experiências turísticas que valorizem a ancestralidade africana em diferentes territórios – urbanos e rurais –, impulsionando oportunidades de inclusão e protagonismo para as populações negras. Com foco na economia criativa, circular e sustentável, o programa também visa fortalecer os destinos turísticos de matriz afro-brasileira presentes no Mapa do Turismo.

Além disso, o Rotas Negras prevê ações voltadas à educação e sensibilização dos turistas sobre a história e a cultura afro-brasileira, à capacitação de comunidades locais na gestão dos seus produtos turísticos e ao enfrentamento de estereótipos, contribuindo para a autoestima das populações envolvidas.