Ciclo de Cultura Tradicional celebra a ancestralidade indígena e o ritmo do maracatu

Cultura
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Realizada pelo Programa Oficinas Culturais, iniciativa traz música, dança, documentário e diálogos que destacam a herança cultural e modo de vida dos habitantes locais
 

Ciclo de Cultura Tradicional (CCT), evento itinerante dedicado à apreciação e reflexão das tradições que resistem no estado de São Paulo, incluindo aquelas de origem caipira, indígena, afro-brasileira, caiçara e das comunidades migrantes, está programado para visitar mais duas cidades em sua edição de 2023. No dia 11 de novembro, sábado, a cidade de Cananéia celebrará a cultura ancestral indígena na Praça Martim Afonso de Souza. Já em 19 de novembro, domingo, Taubaté se destacará ao apresentar a cultura do maracatu no Sítio do Picapau Amarelo - Museu Monteiro Lobato. Tudo de forma gratuita.
 

O Ciclo de Cultura Tradicional faz parte das Oficinas Culturais - Programa da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e gerenciado pela Poiesis - e nos encontros de novembro conta com a correalização das Prefeituras Municipais de Cananéia e de Taubaté. Um dos objetivos dessa iniciativa é possibilitar convivências entre mestres, pesquisadores, agentes culturais e o público em geral. O objetivo é preservar as tradições populares e mostrar como elas resistem pelas diferentes gerações.       
 

Desde 2019, o Ciclo convida produtores audiovisuais que desenvolvem e apresentam documentários de curta-metragem sobre a resistência das tradições culturais do interior e litoral de São Paulo. As sessões contam com bate-papo entre diretores, convidados e espectadores.
 

Cultura ancestral indígena em Cananéia   
 

A partir das 15h, na Praça Martim Afonso de Souza, indígenas do povo Guarani Mbya que vivem nas aldeias Ma'endu'a Porã, Pakurity, Takuari–ty e Tekoa Mirim, localizadas no território do Rio das Minas, Ilha do Cardoso e Cananéia, litoral sul de São Paulo, expressam sua cultura ancestral por meio de uma das bases da economia de suas comunidades, o artesanato composto por colares, anéis, pulseiras, réplicas de animais e outros.        
 

Dentre as atrações, às 16h, os grupos Coral Mborai vy'a, Coral da Aldeia Pakurity, Coral da Aldeia Ma'endu'a Porã e Coral Mborai Nhembojera, formados por crianças e jovens Guarani Mbya de territórios indígenas localizados em Cananéia, apresentam seus cânticos e manifestações tradicionais.         
 

Às 18h, o CCT apresenta o documentário Dança dos Guerreiros, dirigido pela educadora e realizadora audiovisual Kerexu Rete e o representante do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Cananéia Sidney Wera Xiju, ambos da etnia Guarani Mbya e moradores da aldeia Takuari-Ty. O documentário retrata o Xondaro, dança sagrada dos guardiões do povo Guarani, a partir de entrevistas e imagens de guerreiros dançando e histórias desse ritual.    
 

Após a exibição, haverá um bate-papo com os diretores do documentário, com a liderança da aldeia Kalipety Wera Alcides e a mediação será feita pela roteirista, escritora e produtora Mayra Sigwalt, descendente do povo Kaingang.          
 

Para encerrar, às 20h, o show do Brisa de La Cordillera, mais conhecida como Brisa Flow. A cantora mistura rap com cantos ancestrais, jazz, eletrônico e neo/soul, além de atuar no cenário artístico como produtora musical, performer e pesquisadora. 
 

História do Maracatu em Taubaté  
 

O Sítio do Pica Pau Amarelo Taubaté - Museu Monteiro Lobato vai receber, a partir das 14h30, o grupo Baque Mulher Taubaté, que conta com mais de 20 mulheres, entre batuqueiras e dançarinas. Sob a vigência da percussionista e atriz Rafa Valente, elas fortalecem o movimento de empoderamento feminino Baque Mulher, criado em Recife (PE) e liderado por Mestra Joana. No gênero poético loas, além da homenagem à origem tradicional do Maracatu, traz questões contemporâneas, enaltecendo o poder feminino e se posicionando contra as diversas violências aplicadas pelo machismo.     
 

O documentário Caminho entre cores e sons será exibido às 15h10 e conta a história da chegada do Maracatu em Taubaté, e como essa cultura popular pernambucana se inseriu na região do Vale do Paraíba, enfrentando desafios e conquistando espaços entre outras manifestações culturais presentes nessa cidade.

 

Após a exibição, haverá um bate-papo com o diretor, publicitário e videomaker Bruno Urzua, o ativista cultural Flávio Itajubá, o mestre de dança do Maracatu de Baque Virado Maurício Soares e a percussionista e atriz Rafa Valente. A mediação será feita pelo filósofo, teólogo e historiador Armindo Boll.

 

Finalizando às 17h, o CCT traz o Maracatu Baque do Vale, que possui 20 anos de existência. Passando por baques, toques tradicionais, toadas, arranjos autorais e elaborados, o grupo se apresenta a partir das pesquisas e vivências com grandes mestres da cultura popular pernambucana, com forte influência valeparaibana.

 

Acesso virtual

No dia 30 de novembro todos os documentários que participaram da edição 2023 do Ciclo de Cultura Tradicional serão exibidos no canal do Youtube das Oficinas Culturais. Após cada exibição, o professor de Filosofia Antonio Filogenio de Paula Junior conversa com os diretores.

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Uma das estradas panorâmicas mais impressionantes da Argentina, a Rota dos Sete Lagos percorre 110 quilômetros entre San Martín de los Andes e Villa La Angostura, ao norte da província de Neuquén, no coração da Patagônia. O trajeto conecta sete lagos de origem glacial: Lácar, Machónico, Falkner, Villarino, Escondido, Correntoso e Espejo, em meio a um cenário de montanhas nevadas, florestas densas, rios cristalinos, cachoeiras e vales imponentes. 

 

Apesar de ser possível fazer o percurso em um único dia, o ideal é aproveitar com calma, em três ou quatro dias, fazendo paradas para trilhas, acampamentos ou passeios de barco. 

 

Ao longo do caminho, curvas sinuosas se alternam com retas que cortam campos abertos e túneis verdes formados por vegetação nativa da floresta andino-patagônica. Em alguns pontos, o horizonte se abre para revelar toda a grandiosidade da paisagem. 

 

Como fazer a rota 

É possível percorrer a estrada de carro, moto ou bicicleta. Há também excursões oferecidas por agências locais, além de opções como vans, ônibus e táxis para quem não estiver com veículo próprio. A região conta com boa infraestrutura, incluindo campings, hotéis, pousadas e restaurantes ao longo do trajeto. 

 

O que fazer por lá 

Entre as atividades mais procuradas estão os passeios de barco pelos lagos glaciais (como o Nahuel Huapi e o Lácar), pesca esportiva nos rios Chimehuin e Correntoso, trilhas como a "Volta do Lago Lácar" e a escalada do vulcão Lanín, um dos grandes símbolos da região. 

 

Outras experiências incluem glamping (acampamento com conforto), mergulho no bosque submerso de Villa Traful, caminhadas pelo Bosque de Arrayanes e os chamados "banhos de floresta" (shinrin-yoku), uma prática japonesa que convida à imersão sensorial na natureza. 

 

A região também sedia eventos como a Patagonia Run, uma das ultramaratonas mais desafiadoras da América Latina. 

 

Sabores da região 

A culinária local valoriza ingredientes nativos e produção artesanal. Entre os pratos mais típicos estão o cordeiro assado no forno de barro, truta com batatas andinas, carne de javali, sopa de cogumelos e waffles com frutas vermelhas. Chocolates artesanais e pães caseiros vendidos à beira da estrada completam o roteiro gastronômico. 

 

Melhor época para visitar 

A rota pode ser explorada o ano todo, e cada estação oferece uma experiência diferente. No inverno, a paisagem fica coberta de neve, criando cenários de cartão-postal, embora o acesso possa ser mais difícil em algumas áreas. Entre setembro e março, as temperaturas mais amenas favorecem trilhas, glamping e atividades nos lagos. 

 

Informações práticas 

Como chegar: A maneira mais prática é voar de Guarulhos até o Aeroporto Teniente Luis Candelaria, em Bariloche, e seguir de carro até Villa La Angostura ou San Martín de los Andes. Outra opção é pegar um voo direto para o Aeroporto Aviador Carlos Campos, em San Martín de los Andes. 

Documentos: Brasileiros não precisam de visto nem passaporte para entrar na Argentina, basta apresentar um documento de identidade em bom estado. 

Moeda: Peso argentino. 

O mercado pet brasileiro faturou R$ 75,4 bilhões em 2024 e o turismo com animais já é uma tendência no país

Com mais de 164 milhões de animais de estimação no Brasil, segundo dados da Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação) junto ao Instituto Pet Brasil (IPB), o mercado nesse segmento faturou R$ 75,4 bilhões em 2024 e o turismo pet friendly tem conquistado espaço e impulsionado cada vez mais esses números. 

Segundo Marco Lisboa, CEO e fundador da 3, 2, 1 GO!, uma rede de franquias especializada em oferecer experiências de viagens completas, a tendência acompanha uma mudança de comportamento das pessoas, já que cada vez mais famílias optam por incluir seus pets nas viagens, ao invés de deixá-los em hotéis ou sob cuidados de terceiros: 

“Muitos destinos já estão adaptados, mas é preciso confirmar cada detalhe com antecedência para evitar imprevistos com transporte, hospedagem e alimentação do animal. Uma boa estratégia é contratar um agente de viagens para fazer todo esse levantamento, sem correr o risco de passar perrengue”, afirma Lisboa, que separou cinco dicas essenciais para organizar uma viajar com seu pet:

  • Escolha destinos preparados para receber animais:

Praias com áreas liberadas para pets, trilhas em meio à natureza, hotéis e pousadas com estrutura específica são ideais. Cidades como Campos do Jordão (SP), Gramado (RS) e Florianópolis (SC) têm ampla oferta de hospedagens pet friendly. Já para destinos fora do Brasil, é preciso ter mais atenção:

“O ideal é começar esse planejamento com pelo menos três meses de antecedência, pois muitos países exigem microchip, vacina antirrábica, exames específicos e o Certificado Veterinário Internacional. Cada destino tem suas próprias regras, então é fundamental consultar as exigências e checar as condições da companhia aérea”, orienta.

  • Organize um roteiro

Trilhas e caminhadas ao ar livre são ideais para cães mais ativos. Parques naturais, áreas de preservação e  lugares com montanhas são ótimos. Certifique-se de que o local permite a entrada de animais, leve água, comida, uma guia e saquinhos higiênicos.

“Muitos parques em cidades turísticas são adaptados para receber animais, alguns têm áreas exclusivas para eles brincarem soltos (dog parks), fora os shoppings e cafeterias que são pet friendly. Para os turistas mais aventureiros, existem até alguns destinos que oferecem passeio náutico com os animais”, disse o CEO da 3, 2, 1 GO!.

  • Verifique as regras de transporte

Para quem vai pegar avião, cada companhia aérea tem suas exigências quanto ao tamanho da caixa de transporte, documentos e taxas. No caso de viagens de carro, mantenha o pet preso com cinto ou caixa adequada e faça paradas a cada duas horas.

  • Documentação em dia

Carteira de vacinação atualizada e atestado veterinário de saúde são exigidos por muitos hotéis: “alguns destinos pedem exames específicos, como o de leishmaniose ou vermifugação recente”, lembra Marco.

  • Leve itens do pet na bagagem

Cama, comedouro, brinquedos, tapetes higiênicos e ração suficiente para todos os dias da viagem ajudam a manter o bem-estar do animal. Vale lembrar que o cheiro familiar também reduz o estresse do deslocamento.

Além das agências especializadas que montam toda a programação da viagem com seu bichinho, as plataformas de hospedagem já permitem filtrar locais que aceitam animais e oferecem serviços de pet sitter e day care nos principais destinos turísticos. 

Sobre a 3, 2, 1 GO!

Fundada em 2019, a 3,2,1 GO! é uma rede de franquias especializada em oferecer experiências de viagens completas para os parques de Orlando e outros destinos nacionais e internacionais. A empresa atua como consultora e cuida de todos os detalhes, desde a emissão de visto e seguro viagem, até passagem aérea e hospedagem, tudo pensado de forma exclusiva e personalizada. A marca visa explorar o potencial do mercado de turismo em expansão e também atua com viagens para empreendedores que buscam fazer estudo de viabilidade de seus negócios fora do país. A rede faturou R$ 4,4 milhões em 2024, tem 70 franqueados no Brasil e no exterior, como Estados Unidos, Europa e Ásia.

Em meio a um cenário de otimismo cauteloso, o turismo brasileiro vive um novo momento em 2025. Impulsionado pela valorização do turismo sustentável, pelas viagens de experiência e pela alta do dólar, que favorece o turismo doméstico, o setor registra uma recuperação robusta e cheia de oportunidades.

Segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o faturamento do setor cresceu 8,5% no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Entre os destaques estão o Nordeste e o Centro-Oeste, que têm atraído visitantes em busca de ecoturismo, cultura regional e gastronomia típica.

A força do turismo interno

Com o dólar oscilando acima dos R$ 5,50, muitos brasileiros estão optando por conhecer melhor o próprio país. Destinos como Jalapão (TO), Chapada Diamantina (BA) e Alter do Chão (PA) estão no topo das buscas, segundo dados recentes da plataforma de viagens Booking.com.

“Estamos percebendo um novo perfil de turista, mais consciente e interessado em experiências autênticas, longe das multidões e com maior contato com a natureza”, afirma Paula Rezende, diretora de marketing de uma agência de viagens especializada em roteiros personalizados.

Turismo sustentável em alta

Outro destaque de 2025 é o crescimento do turismo sustentável. Projetos de hospedagem ecológica, trilhas com guias locais capacitados e parcerias com comunidades tradicionais estão se tornando diferenciais importantes na hora de escolher um destino.

A cidade de Bonito (MS), por exemplo, implementou um sistema de controle de visitantes em suas principais atrações naturais, equilibrando preservação ambiental e geração de renda para a população local.

Tecnologia e inteligência artificial como aliadas

A tecnologia também tem papel de protagonista na retomada do setor. Aplicativos de roteiros personalizados, guias virtuais com inteligência artificial e o uso de realidade aumentada em museus e atrações têm melhorado a experiência dos turistas e ajudado a descentralizar o fluxo de visitantes.

“A integração de ferramentas tecnológicas permite que o turista tenha mais autonomia, segurança e acesso a informações atualizadas em tempo real”, destaca Rafael Oliveira, pesquisador em turismo digital da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Perspectivas para o futuro

O cenário para o turismo em 2025 é promissor, mas requer atenção à qualificação da mão de obra, infraestrutura de acesso e políticas públicas de incentivo ao turismo sustentável.

Com a chegada do segundo semestre, o setor se prepara para a alta temporada e aposta na diversificação de roteiros e no fortalecimento do turismo de base comunitária como pilares de um crescimento duradouro.