A artista plástica catarinense Cristiane Turcato usa resíduos de poliuretano (PU), originários do isolamento térmico da cadeia do frio e da construção civil, para fazer obras como molduras de espelho, esculturas, luminárias e paredes esculpidas, que simulam rochas. As obras da artista decoram lojas, consultórios médicos, residências e já foram expostas em mostras de arquitetura, decoração, design e paisagismo.
O resíduo de PU cedido pelo Grupo Flexível, um dos maiores fabricantes nacionais de tecnologias em poliuretano, com sede em Jaraguá do Sul (SC), foi usado pela artista para produzir uma parede decorativa em uma loja de cosméticos, na cidade de Tijucas (SC).
Cristiane, que é natural de Concórdia, arquiteta por formação, tem pós-graduação em design de interiores e cursou Fine Art em uma universidade norte-americana começou a usar o poliuretano para fazer paredes decorativas devido a leveza, versatilidade e praticidade do material. Apesar dessas características do produto, ela lembra que o trabalho demanda olhar artístico e técnica para esculpir. “É necessário ver uma rocha na natureza e representá-la no PU. Não adianta pegar as placas e colocar uma sobre a outra que não vai ficar legal”, explica.
A primeira parede esculpida por ela foi feita para um consultório médico e no começo do seu trabalho com poliuretano a artista usava placas novas, mas o valor do produto limitava o número de clientes que poderiam usar o material. O uso de poliuretano, resíduo da cadeia do frio começou em 2024, quando a artista foi convidada por uma arquiteta, que participava da Decorare, mostra de arquitetura, decoração, design e paisagismo, que aconteceu em Concórdia (SC).
“Essa arquiteta conheceu meu trabalho e perguntou se eu poderia fazer um ambiente na mostra. Havia uma limitação de orçamento e pensei em uma forma de expor a parede esculpida sem um custo elevado. Tive a ideia de usar poliuretano descartado, pesquisei na minha cidade empresas que tivessem esse material e encontrei uma que reformava câmaras frigoríficas e descartava PU de carretas reformadas”, explica.
Além da versatilidade, Cristiane destaca outro benefício de usar o resíduo do PU: “o material precisa ser descartado de forma adequada para não prejudicar as pessoas ou o meio ambiente e usar material descartado reduz o impacto ambiental e o desperdício. Tiramos um resíduo do meio ambiente e transformamos em uma obra de arte”, avalia.
Cristiane conheceu a EVO – Soluções Termoacústicas, empresa do Grupo Flexível, com sede em São João do Itaperiú (SC) e que produz o Bloco e Painel Eco, feitos por espumas rígidas de PU recicladas, quando precisou fazer um trabalho com poliuretano para uma representação de produtos coreanos na cidade de Tijucas, no litoral de Santa Catarina. “Uma pessoa de uma empresa que trabalha com esse material informou que havia feito o descarte de resíduos com a EVO e que a empresa poderia ajudar”, explica.
Desde esse primeiro contato, em julho deste ano, o Grupo Flexível cede à artista resíduos de poliuretano, recolhidos junto a clientes da cadeia do frio e que seriam usados para produzir o Bloco Eco. O Grupo Flexível também cede produtos da Polivedo, marca do Grupo voltada ao setor da construção civil, formada por produtos como impermeabilizantes, colas, selantes, silicones, espuma expansiva, tinta emborrachada, entre outros.
A artista plástica, que também é pintora, já produziu mais 5,5 mil obras. O trabalho com poliuretano foi iniciado em 2024 e neste período Cristiane produziu mais de 20 obras totalizando mais 150 m2 de parede esculpida.
Artista plástica usa resíduos de poliuretano para fazer paredes esculpidas e esculturas
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