MCI destaca fortalecimento territorial e expressões culturais no Dia dos Povos Indígenas

 O Museu das Culturas Indígenas (MCI) inicia a programação deste mês com encontros que reforçam seu compromisso com a valorização da autonomia, do protagonismo e das expressões culturais dos povos originários. Neste fim de semana, a agenda prevê uma formação jurídica voltada ao fortalecimento institucional de organizações indígenas e uma apresentação musical em celebração ao Dia Internacional dos Povos Indígenas. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.

Em 08 de agosto, às 15h, o MCI recebe a advogada Silvia Ramos Sukys para a formação Protocolos de formalização de organizações indígenas para o fortalecimento dos seus territórios, uma atividade exclusiva para lideranças do Conselho Aty Mirim, indígenas advogados, estudantes e demais lideranças indígenas.

Realizada em parceria com o Instituto Pro Bono, a ação pretende orientar juridicamente coletivos indígenas e apoiar organizações estabelecidas em aspectos administrativos e legais. O encontro aborda temas como elaboração de estatutos, registro em cartório, gestão e governança, além de abrir espaço para troca de experiências e dúvidas práticas.

A criação e o fortalecimento de mecanismos legais são essenciais para assegurar os direitos coletivos e territoriais de povos indígenas. Em um cenário de constantes ameaças às formas de organização e aos territórios tradicionais, o acesso à informação jurídica e a formalização de suas organizações são passos fundamentais para ampliar a autonomia institucional e política das comunidades.

Celebração do Agosto Indígena

Já em 09 de agosto, às 15h, data em que se celebra o Dia Internacional dos Povos Indígenas, o MCI recebe o Coletivo Bayaroá Kuruá, formado por estudantes indígenas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de diferentes etnias do Alto Rio Negro. A apresentação cultural traz ao público os sons de instrumentos tradicionais como o japurutu, kapiwayá, kariçu e mawako, elementos centrais nas práticas musicais e rituais dos povos Baniwa, Dessano, Kotiria, Pira-tapuya, Tariano e Tukano. O grupo, que surgiu como uma ação de resistência e afirmação identitária no ambiente universitário, promove também o intercâmbio de saberes e a valorização das filosofias indígenas por meio da arte.

Comemorado em 09 de agosto, o Dia Internacional dos Povos Indígenas é uma data instituída pela ONU com o propósito de ampliar a conscientização sobre a diversidade e a importância dos povos originários em todo o mundo. A ocasião é um convite à valorização de suas culturas, línguas e formas de organização social, além de um alerta para os desafios enfrentados na garantia de seus direitos.