Após reunir mais de 30 mil visitantes no Rio de Janeiro, a exposição “Constituinte do Brasil Possível” inaugura em agosto uma nova edição em Brasília, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com entrada gratuita. A mostra propõe um exercício de imaginação radical: como seria o Brasil se a Constituição tivesse contado com uma participação equitativa da população negra em sua construção? Nesta nova etapa, além dos 18 artistas negros que participaram da mostra no Centro Cultural Correios, no Rio, a edição no Distrito Federal apresenta quatro novos nomes convidados. Entre eles, Abdias Nascimento, uma das maiores referências da cultura afro-brasileira, com a obra "Xangô Rei" (1998).
Completam o grupo de novos artistas a ceilandense Pamella Wyla, com o quadro Tatara Nenê criou raiz (2024); o goianesiense Talles Lopes, autor da instalação Carne Seca (2023); e o também goiano Dalton Paula, referência da arte contemporânea e idealizador do projeto Sertão Negro, com a fotografia Nilo Peçanha. As obras integram um conjunto que convida o público a refletir e imaginar, por meio de múltiplas linguagens artísticas, novos futuros e possíveis presentes.
Na edição carioca, cerca de 650 estudantes e educadores da rede pública municipal participaram da exposição por meio de visitas mediadas. Idealizada pela diretora e curadora Mariana Luiza, à mostra parte da ideia de que não se trata de uma utopia. “Ela nos abre a possibilidade de resgatar projetos políticos negros como a Constituição do Haiti, do Império do Mali ou a Marcha das Mulheres Negras de 2015, que apontam para um 'Brasil possível', onde o bem viver seria uma realidade, permitindo uma existência plena, com relações equilibradas entre as pessoas e com a natureza”, afirma Mariana. A curadoria é coletiva e conta ainda com as professoras Ana Flávia Magalhães Pinto (UnB), Thula Pires (PUC-Rio) e o arquivista e mestre em Museologia e Patrimônio, Yago Lima.
Em Brasília, a exposição chega ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) viabilizada pelo Programa Justiça Plural, iniciativa de cooperação internacional entre o CNJ e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Conta com o apoio da secretária-geral do Conselho, Dra. Adriana Cruz, e da juíza auxiliar da Presidência do CNJ, Dra. Karen Luise, que também é embaixadora da mostra. A em parceria com o A mostra acontece de 6 de agosto a 26 de setembro, das 11h às 19h, e o agendamento para visitas mediadas e de grupos pode ser feito por meio do link. O espaço também está aberto para receber o público de forma espontânea. O local conta com recursos de acessibilidade, como audiodescrição, monitores bilíngues (Português e Libras e Inglês e Espanhol) e estrutura com acessibilidade arquitetônica.
Exposição gratuita "Constituinte do Brasil Possível" chega a Brasília com novos artistas e obra de Abdias Nascimento
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