As festas juninas, um dos maiores símbolos da cultura popular brasileira, seguem movimentando cidades de todo o país e reafirmando seu papel como manifestação cultural de resistência e identidade nacional. Em 2025, segundo levantamento do Ministério da Cultura (MinC), mais de 30 milhões de pessoas participaram de eventos em junho e julho, com impacto estimado de R$ 7 bilhões na economia criativa.
Embora nascidas de tradições europeias trazidas pelos portugueses no período colonial, as festas juninas se transformaram ao longo dos séculos em uma celebração genuinamente brasileira, com elementos regionais, culinária típica e danças folclóricas. Quadrilhas, fogueiras, forró, bandeirinhas coloridas e pratos como pamonha, canjica e milho verde atraem públicos de todas as idades para as praças e arraiais.
No Nordeste, as festas de Campina Grande (PB) e Caruaru (PE) continuam sendo os maiores destaques. Este ano, ambas as cidades registraram recorde de visitantes, com turistas vindos de todos os estados e até de outros países. Em Campina Grande, o “Maior São João do Mundo” teve mais de 2 milhões de visitantes ao longo de 30 dias, com shows de artistas como Elba Ramalho, Wesley Safadão e Alceu Valença.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, elogiou a capacidade das festas juninas de unir tradição e modernidade. “As festas juninas são um dos maiores exemplos de como o Brasil valoriza a diversidade cultural. Elas mantêm vivas as raízes do povo nordestino e, ao mesmo tempo, dialogam com novas gerações”, afirmou. O MinC estuda, inclusive, apresentar a candidatura das festas juninas brasileiras a Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.
Para estudiosos da cultura popular, a manutenção dessas tradições em tempos de globalização e novas tecnologias mostra a força das comunidades locais e do sentimento de pertencimento que esses festejos despertam. “É uma festa que transcende gerações, porque reforça a memória coletiva e oferece um espaço de convivência social raro nos dias de hoje”, explica o antropólogo José Flávio Gonçalves, da Universidade Federal de Pernambuco.
As festas juninas seguem, assim, não apenas como um evento sazonal, mas como um elemento fundamental do calendário cultural brasileiro, capaz de fortalecer economias locais, gerar empregos temporários e, principalmente, manter acesa a chama da identidade popular do país.
Festas juninas resistem e ganham força como patrimônio cultural no Brasil
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