Lançamento da 43ª edição do livro Brasil: Nunca Mais acontece neste sábado, 12/7, às 14h no Museu Memorial da Resistência de SP

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O Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, junto a Editora Vozes, realiza no dia 12 de julho, sábado, a partir das 14h, o evento “Brasil: Nunca Mais — 40 Anos”, em celebração às quatro décadas da publicação da obra que se tornou referência na luta pelos direitos humanos no Brasil.
 
Empreendido entre 1979 e 1985, o projeto Brasil: Nunca Mais é a mais ampla pesquisa já realizada pela sociedade civil sobre a tortura no Brasil durante a Ditadura Civil-Militar (1964–1985), o projeto foi conduzido sob sigilo por advogados, jornalistas e defensores de direitos humanos, que acessaram legalmente os arquivos do Superior Tribunal Militar (STM) e fez cópias de mais de 700 mil páginas de processos, nos quais vítimas e testemunhas relataram torturas, prisões arbitrárias e outros crimes cometidos por agentes do Estado.
 
Com base nesse vasto material documental, o livro revelou ao público nacional e internacional a dimensão das violações sistemáticas dos direitos humanos no Brasil, se tornando um marco na redemocratização e na construção de políticas de memória e justiça.
 
A publicação teve repercussão imediata: Brasil: Nunca Mais ficou 92 semanas na lista dos livros mais vendidos de não ficção no Brasil quando foi lançado, além de ter sido publicado simultaneamente no exterior como estratégia de proteção e visibilidade. A iniciativa inspirou projetos semelhantes em outros países da América Latina e ajudou a consolidar o debate sobre verdade, reparação e justiça de transição.
 
Curiosidades sobre o projeto:
O trabalho foi realizado em sigilo absoluto e recebeu o codinome de “Projeto A”.
Os documentos copiados foram enviados para fora do Brasil e microfilmados nos Estados Unidos, para garantir sua segurança.
A produção contou com o apoio logístico da Arquidiocese de São Paulo, tornando-se um raro caso de cooperação entre igrejas cristãs e movimentos de direitos humanos durante a ditadura.
A sistematização dos dados resultou em um dos primeiros grandes bancos de dados sobre violações de direitos humanos na América Latina.
Quarenta anos depois, o primeiro lançamento público do livro acontece no Memorial da Resistência, que atualmente abriga a exposição temporária Uma Vertigem Visionária — Brasil: Nunca Mais, em cartaz até março de 2026.
A programação do evento inicia-se com uma visita mediada pelo curador da exposição, Diego Matos, seguida de uma mesa com convidados que participaram da redação e coordenação editorial do livro, com mediação do jornalista Camilo Vannuchi, que também apresentará seu novo podcast sobre a memória do projeto Brasil: Nunca Mais. O encerramento terá venda da edição comemorativa da obra (43ª edição) pela Editora Vozes, coquetel de confraternização e sessão de autógrafos do livro.
 

 
Equipe do projeto BNM, legenda da Esquerda para a direita: Dom Paulo Evaristo Arns, Reverendo Jaime Wright, Philipe Potter- secretário de Conselho Mundial de Igrejas, Charles Roy Harper Jr.- Pastor brasileiro e membro do Conselho Mundial de Igrejas em Genebra.  Rabino Henry Sobel, o jurista Hélio Bicudo,  Frei Betto, Paulo de Tarso Vannuchi, Luiz Eduardo Greenhalgh, Ricardo Kotscho, Eny Raimundo Moreira, Leda Corazza, Carlos Lichtsztejn, Anivaldo Padilha, Luis Carlos Sigmaringa Seixas, Marco Aurélio Garcia e Petrônio Pereira de Souza.
 
PROGRAMAÇÃO
Espaço expositivo — 3º andar
14h00 | Visita mediada à exposição temporária Uma Vertigem Visionária — Brasil: Nunca Mais, com o curador Diego Matos

Inscrições abertas: Visita mediada Uma Vertigem Visionária — Brasil: Nunca Mais
(Vagas limitadas)
  
Auditório — 5º andar

15h00 | Abertura oficial
Com Ana Pato, Diretora Técnica do Memorial da Resistência de São Paulo, e Thiago Alexandre Haykawa, diretor da Editora Vozes.

 
15h15 | Apresentação e lançamento da série em podcast "Nunca Mais"

Produção pela NAV Reportagens e narrado pelo jornalista e escritor Camilo Vannuchi.

 
15h30 | Mesa de debate “Brasil: Nunca Mais — 40 anos”

Com a participação de Paulo Vannuchi, jornalista e cientista político; Ricardo Kotscho, jornalista e escritor; e Frei Betto, frade dominicano e escritor — ambos diretamente envolvidos na elaboração do projeto original. A mediação será conduzida pelo jornalista e escritor Camilo Vannuchi.

 
16h30 | Confraternização

Coquetel, venda de livros e sessão de autógrafos


16h30 | Coquetel e sessão de autógrafos

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Em meio a um cenário de otimismo cauteloso, o turismo brasileiro vive um novo momento em 2025. Impulsionado pela valorização do turismo sustentável, pelas viagens de experiência e pela alta do dólar, que favorece o turismo doméstico, o setor registra uma recuperação robusta e cheia de oportunidades.

Segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o faturamento do setor cresceu 8,5% no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Entre os destaques estão o Nordeste e o Centro-Oeste, que têm atraído visitantes em busca de ecoturismo, cultura regional e gastronomia típica.

A força do turismo interno

Com o dólar oscilando acima dos R$ 5,50, muitos brasileiros estão optando por conhecer melhor o próprio país. Destinos como Jalapão (TO), Chapada Diamantina (BA) e Alter do Chão (PA) estão no topo das buscas, segundo dados recentes da plataforma de viagens Booking.com.

“Estamos percebendo um novo perfil de turista, mais consciente e interessado em experiências autênticas, longe das multidões e com maior contato com a natureza”, afirma Paula Rezende, diretora de marketing de uma agência de viagens especializada em roteiros personalizados.

Turismo sustentável em alta

Outro destaque de 2025 é o crescimento do turismo sustentável. Projetos de hospedagem ecológica, trilhas com guias locais capacitados e parcerias com comunidades tradicionais estão se tornando diferenciais importantes na hora de escolher um destino.

A cidade de Bonito (MS), por exemplo, implementou um sistema de controle de visitantes em suas principais atrações naturais, equilibrando preservação ambiental e geração de renda para a população local.

Tecnologia e inteligência artificial como aliadas

A tecnologia também tem papel de protagonista na retomada do setor. Aplicativos de roteiros personalizados, guias virtuais com inteligência artificial e o uso de realidade aumentada em museus e atrações têm melhorado a experiência dos turistas e ajudado a descentralizar o fluxo de visitantes.

“A integração de ferramentas tecnológicas permite que o turista tenha mais autonomia, segurança e acesso a informações atualizadas em tempo real”, destaca Rafael Oliveira, pesquisador em turismo digital da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Perspectivas para o futuro

O cenário para o turismo em 2025 é promissor, mas requer atenção à qualificação da mão de obra, infraestrutura de acesso e políticas públicas de incentivo ao turismo sustentável.

Com a chegada do segundo semestre, o setor se prepara para a alta temporada e aposta na diversificação de roteiros e no fortalecimento do turismo de base comunitária como pilares de um crescimento duradouro.

O ano de 2025 está sendo generoso para quem busca por uma brecha no calendário para viajar. Isso porque há quatro feriados prolongados e oito pontos facultativos nacionais, que é quando as empresas podem ou não liberar os funcionários. O primeiro prolongado aconteceu em abril, mas durante todo o ano há oportunidades para viajar, e os roteiros de turismo sustentável vem ganhando espaço na agenda do brasileiro. Além de serem opções responsáveis e que se preocupam com o meio ambiente, quem os realiza também ganha ao se conectar com a natureza.

O ecoturismo cresce cerca de 20% todos os anos no Brasil, de acordo com o Brasilturis. Um dos motivos pela escolha da modalidade são os benefícios, principalmente ao bem estar mental e na conexão com si mesmo. É comprovado que a exposição à natureza diminui o estresse, regulando os níveis de cortisol no corpo e baixando a pressão arterial. A rotina do dia a dia faz com que seja difícil parar para contemplar um fim de tarde, o cair da chuva, o cantar dos pássaros ou pisar na grama e, assim, esquecemos o quão bom esse contato pode fazer. 

“Viagens em meio a natureza são como uma terapia em meio a um mundo digital, cheio de telas e obrigações profissionais. O ecoturismo vem se tornando um estilo de vida para aqueles que priorizam qualidade de vida, na qual saúde física e mental são inegociáveis”, ressalta Cecília Fortunatti, cofundadora da VaiViver - Ecoturismo e Aventura. 

Para quem busca uma pausa da rotina agitada das cidades, a VaiViver — iniciativa voltada para viagens com propósito — criou roteiros com saídas exclusivas durante os feriados prolongados. Em maio, no Dia do Trabalho (01), acontecem as primeiras expedições para explorar mais de 150 cachoeiras escondidas no coração da Serra da Canastra, em Delfinópolis (MG). Já em junho, durante o feriado de Corpus Christi, o destino é Nobres (MT), no coração do cerrado mato-grossense. 

Foco na experiência

Buscando mais do que apenas um destino, e sim vivências transformadoras em meio à natureza, Sandra de Araujo Rodrigues, de 53 anos, decidiu romper barreiras pessoais e encontrou na VaiViver a segurança e o acolhimento necessários para viajar sozinha pela primeira vez. Após o divórcio e em busca de um novo ciclo de vida, ela escolheu a Chapada dos Guimarães como ponto de partida para essa jornada. Lá, além de se reconectar consigo mesma, fez amizades e viveu momentos que marcaram sua trajetória. Foi nessa viagem que surgiu o convite para comemorar seu aniversário, em 2022, na Chapada das Mesas — uma experiência que, segundo ela, mudou sua vida. “Você tem noção do que foi iniciar um novo ciclo na Chapada das Mesas? Foi simplesmente emocionante”, conta.

A experiência com a VaiViver foi um ponto central na jornada de transformação de Sandra. Desde o início, ela se sentiu segura e amparada para explorar atividades que jamais imaginou realizar — como tirolesa e passeios por cachoeiras, mesmo sem saber nadar. “Pode ter certeza que o meu ciclo, que se iniciou naquele período, foi um dos mais lindos que eu tive”, relembra. Segundo ela, o cuidado e o suporte da equipe fizeram toda a diferença: “É uma das empresas que dá mais segurança, principalmente para a mulher que viaja sozinha. Quando ela fala assim: ‘quero que você só se preocupe em fazer a mala’, é exatamente isso”, complementa.  

Opções para o Dia do Trabalho

A VaiViver oferece um roteiro de quatro dias para a cidade, que é ideal para quem busca uma imersão profunda no ecoturismo. Iniciando na quinta-feira (01), o grupo se reúne em São Paulo (SP), na estação Vergueiro com a equipe e segue direto para a pousada. A aventura começa na sexta-feira, após um típico café mineiro, com pão de queijo e café quentinho. 

Para os amantes de queijo, o roteiro contempla uma parada em diversas queijarias premiadas para provar o queijo canastra e conhecer um pouco mais da região. Os viajantes ainda adentram o Parque Nacional da Serra da Canastra, recebendo as boas energias da água sagrada e conhecendo a biodiversidade local. O destino é uma opção repleta de belezas naturais e trilhas, indicadas para iniciantes no esporte e com nível de preparação baixo. Ao total, são aproximadamente 12 km de trilhas divididos durante o roteiro, mas sem grandes desníveis. 

Quem escolhe Delfinópolis como destino conhece ainda o Condomínio de Pedra, Vale da Gurita, Complexo do Ouro e do Claro e lindas cachoeiras, como a Cachoeira do Tombo, da Gruta e Tenebroso. Está incluído no roteiro todos os passeios e tickets de entrada, transfer ida e volta da sua cidade de origem em ônibus semi leito, transfer em 4x4 para os passeios na Serra, ônibus rural, hospedagem em pousada em Delfinópolis - próxima ao centrinho e barzinhos -, e as principais refeições com típicos cafés e almoços mineiros. 

 

Com uma rica herança africana presente na cultura, na história e na gastronomia, o Rio de Janeiro foi eleito o Melhor Destino Nacional de Afroturismo durante a 3ª edição do Prêmio Afroturismo, realizada nesta segunda-feira (14.04), em São Paulo. O anúncio foi feito na World Travel Market Latin America (WTM-LA) - um dos mais relevantes eventos globais do setor turístico. A premiação é promovida pela plataforma Guia Negro, que tem a valorização das raízes afro-brasileiras como um de seus pilares estratégicos.

A escolha do Rio reforça o papel da cidade na valorização da cultura afro e no fortalecimento de experiências turísticas ligadas à ancestralidade. Entre os roteiros destacados pelo júri estão a Pequena África, na região portuária, e o bairro de Madureira – trajetos que resgatam e celebram a contribuição da população negra na formação da identidade carioca.

Outro reconhecimento importante foi para o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), localizado na Gamboa. Inaugurado em 2021, o espaço foi premiado como a Melhor Atração Turística do segmento, sendo descrito pelos jurados como um “local de resistência”, dedicado à preservação, promoção e celebração da cultura afro-brasileira, por meio de exposições, rodas de conversa e atividades culturais.

A premiação também reconheceu outros esforços que impulsionam o afroturismo no Brasil. São Luís (MA) foi destaque pelos investimentos no setor, recebendo o título de Destaque Guia Negro. A turismóloga Thaís Rosa Pinheiro, fundadora da agência Conectando Territórios e consultora do Ministério do Turismo, foi eleita a melhor profissional do segmento. 

ROTAS NEGRAS - O fortalecimento do Afroturismo também se reflete nas políticas públicas voltadas para a promoção internacional do Brasil. Como parte desse esforço, o Ministério do Turismo, em parceria com o Ministério da Igualdade Racial e outros órgãos do Governo Federal, lançou o Programa Rotas Negras.

A iniciativa tem como objetivo fomentar experiências turísticas que valorizem a ancestralidade africana em diferentes territórios – urbanos e rurais –, impulsionando oportunidades de inclusão e protagonismo para as populações negras. Com foco na economia criativa, circular e sustentável, o programa também visa fortalecer os destinos turísticos de matriz afro-brasileira presentes no Mapa do Turismo.

Além disso, o Rotas Negras prevê ações voltadas à educação e sensibilização dos turistas sobre a história e a cultura afro-brasileira, à capacitação de comunidades locais na gestão dos seus produtos turísticos e ao enfrentamento de estereótipos, contribuindo para a autoestima das populações envolvidas.