Nesta semana, de quinta-feira (1º/mai) a sábado (03/mai), a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo — Osesp apresenta um programa no qual dois grandes nomes da história da música, Richard Wagner e Wolfgang Amadeus Mozart, dividem espaço com uma compositora que só recentemente tem sido redescoberta: a alemã Emilie Mayer. A regência será do franco-suíço Joseph Bastian, que é maestro titular da Orquestra Sinfônica de Munique.
O público ouvirá o prelúdio inicial da ópera Lohengrin, de Wagner; a impressionante Sinfonia nº 7, uma das oito compostas por Mayer, que viveu entre 1812 e 1883; e o transcendente Réquiem de Mozart, com o Coro da Osesp e os cantores solistas Gabriella Pace (soprano), Ana Lucia Benedetti (mezzo soprano), Rodrigo del Pozzo (tenor) e Leonardo Neiva (barítono). Vale lembrar que o concerto de sexta-feira (02/mai), às 20h, terá transmissão ao vivo pelo canal oficial da Osesp no YouTube.
Sobre o programa
Richard Wagner (1813-1883) começou a compor Lohengrin em 1845, enquanto trabalhava em Dresden como diretor musical do rei da Saxônia. A ópera estreou em 1850 em Weimar, regida por Franz Liszt, sem a presença de Wagner, exilado na Suíça por envolvimento em movimentos anarquistas revolucionários. Ele só assistiu à obra em 1861, quando esta já era um sucesso. Considerada sua ópera mais romântica de Wagner, Lohengrin narra a epopeia do cavaleiro homônimo – filho de Parsifal, guardião do Graal – em sua missão de auxílio à donzela Elsa, acusada de matar seu próprio irmão.
Na tradição do século XIX, a imagem do compositor era a de um homem genial, rebelde e incompreendido, enquanto às mulheres cabia o papel doméstico, e suas composições raramente iam além de peças modestas e esquecidas. Emilie Mayer (1812-1883), no entanto, desafiou esse clichê. Filha de um apotecário rico, perdeu a mãe cedo e, após o suicídio do pai, usou a herança para investir em uma formação musical sólida. Nunca se casou e construiu uma carreira notável, com obras como sinfonias, aberturas e música de câmara, recebendo reconhecimento em vida. Após sua morte, caiu no esquecimento, sendo redescoberta apenas recentemente. Sua Sinfonia nº 7 combina o rigor clássico com o lirismo romântico, revelando escrita densa, bem estruturada e de forte personalidade.
O Réquiem de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), composto em seus últimos dias de vida, tornou-se uma de suas obras mais populares no século XX. Encomendado anonimamente pelo conde Franz von Walsegg, que pretendia apresentá-lo como sua própria criação, o Réquiem foi iniciado enquanto Mozart ainda trabalhava em outras óperas e só recebeu atenção integral quando ele já estava gravemente doente. Convencido de que estava compondo sua própria missa fúnebre, Mozart morreu antes de concluir a obra, que foi finalizada por seu pupilo Franz Xaver Süssmayr. Apesar das controvérsias sobre a autoria de partes da partitura, o Réquiem é amplamente reconhecido como um dos pilares do repertório sinfônico-coral, representando uma síntese notável do estilo mozartiano tardio, em que o contraponto barroco encontra uma sensibilidade quase romântica.
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp
Desde seu primeiro concerto, em 1954, a Osesp tornou-se parte indissociável da cultura paulista e brasileira, promovendo transformações culturais e sociais profundas. A cada ano, a Osesp realiza em média 130 concertos para cerca de 150 mil pessoas. Thierry Fischer tornou-se diretor musical e regente titular em 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, por Marin Alsop. Seus antecessores foram Yan Pascal Tortelier, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Bruno Roccella e Souza Lima. Além da Orquestra, há um coro profissional, grupos de câmara, uma editora de partituras e uma vibrante plataforma educacional. A Osesp já realizou turnês em diversos estados do Brasil e também pela América Latina, Estados Unidos, Europa e China, apresentando-se em alguns dos mais importantes festivais da música clássica, como o BBC Proms, e em salas de concerto como o Concertgebouw de Amsterdam, a Philharmonie de Berlim e o Carnegie Hall em Nova York. Mantém, desde 2008, o projeto “Osesp Itinerante”, promovendo concertos, oficinas e cursos de apreciação musical pelo interior do estado de São Paulo. É administrada pela Fundação Osesp desde 2005.
Osesp, Coro e cantores solistas apresentam o 'Réquiem' de Mozart
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