Israel planeja resposta 'surpresa' e 'precisa' contra Irã; CS da ONU se reúne

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Israel está planejando uma resposta ao ataque lançado pelo Irã contra o território israelense. Segundo as autoridades israelenses, a resposta irá comprovar as capacidades de "surpresa" e "precisão" de Israel.

Na terça-feira, 1º, o Irã disparou 181 mísseis balísticos contra Israel. Projéteis cruzaram os céus de cidades importantes, como Tel Aviv e Jerusalém. Boa parte do ataque foi interceptada pelos sistemas de defesa de Israel.

Após o ataque, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, classificou a ação iraniana como um "grande erro" e afirmou que o Irã irá "pagar" pelo ataque.

No dia seguinte ao lançamento dos mísseis, o Irã afirmou que o ataque era uma retaliação pelas mortes do líder político do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, assassinado por uma bomba plantada possivelmente pela inteligência de Israel no quarto de hóspedes de uma base militar em Teerã, e de Hassan Nasrallah, o líder do Hezbollah, a milícia xiita radical do Líbano apoiada e financiada pelos iranianos.

Teerã disse que considera sua resposta "encerrada", mas prometeu "atacar novamente se Israel promover qualquer ação de resposta".

O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, Tenente-General Herzi Halevi, disse na terça-feira que as Forças de Defesa de Israel (FDI) responderiam com "capacidades ofensivas precisas e surpreendentes" o ataque iraniano.

"Demonstramos nossa capacidade de impedir que o inimigo alcance sucesso, através da combinação de um comportamento civil exemplar e um sistema de defesa aérea muito forte", disse Halevi ao concluir uma avaliação da situação.

"Escolheremos quando cobrar o preço e exibir nossas capacidades ofensivas precisas e surpreendentes, de acordo com a orientação do gabinete político", continuou.

O porta-voz das FDI, Contra-Almirante Daniel Hagari, afirmou em um briefing com a mídia estrangeira que, "decidiremos a maneira da resposta - quando, onde e como."

Netanyahu advertiu Teerã após o ataque de que "cometeu um grande erro e pagará por isso". O premiê também disse no início de uma reunião do Gabinete de Segurança realizada em um bunker seguro em Jerusalém que o ataque a Israel "fracassou" e foi "impedido graças ao sistema de defesa aérea de Israel, que é o mais avançado do mundo".

"O regime no Irã não compreende nossa determinação de nos defendermos e nossa determinação de retaliar contra nossos inimigos. Eles entenderão. Manteremos a regra que estabelecemos: quem nos ataca, nós o atacaremos", continuou Netanyahu.

Netanyahu também agradeceu aos Estados Unidos por ajudarem a interceptar os mísseis disparados do solo iraniano. A Kan News relatou que a França, Jordânia e outros países também trabalharam para derrubar os mísseis como parte de uma coalizão de defesa regional.

Em contrapartida, o governo do Irã garantiu que qualquer contra-ataque de Israel resultaria em uma resposta "subsequente e esmagadora", além de uma "grande destruição" para infraestruturas israelenses.

Ataques do Irã

Irã atacou diretamente Israel pela primeira vez em abril deste ano. À época, o país lançou mísseis e drones contra o território israelense em resposta a um bombardeio que atingiu a embaixada do Irã em Damasco, na Síria, e matou oficiais sêniores da Guarda Revolucionária do Irã, braço das Forças Armadas iranianas que atua em países aliados para formar combatentes e apoiar grupos terroristas.

Dias depois, como resposta, bombardeios atingiram uma região do Irã com instalações nucleares. Embora Israel não tenha assumido a autoria, autoridades americanas confirmaram que a ação era uma resposta israelense.

Uma operação do tipo contra o território israelense era aguardada desde o fim de julho, quando Ismail Haniyeh, então chefe do Hamas, foi assassinado na capital do Irã, Teerã.

O Irã responsabilizou Israel pela morte de Haniyeh e disse que a operação representava uma violação da soberania do país.

Nos últimos dias, o Irã voltou a prometer uma resposta à Israel pelas mortes de Hassan Nasrallah, chefe da milícia xiita radical libanesa Hezbollah, e Abbas Nilforoushan, membro da cúpula da Guarda Revolucionária do Irã. Ambos foram mortos em bombardeios israelenses em Beirute, no Líbano.

Depois de semanas de promessas, a ação militar do Irã veio. A maior parte foi direcionada a Tel Aviv e foi interceptada pela defesa israelense.

Na noite de terça em Israel (13h30 no Brasil), 1º, Teerã disparou 181 mísseis balísticos contra alvos em Israel. A ação foi menor do que o ataque de abril, o primeiro direto do Irã contra Israel, quando 330 projéteis foram lançados contra Israel, em um total de 120 mísseis balísticos, 30 mísseis de cruzeiro, além de 180 drones.

Diante do ataque, os militares israelenses emitiram uma ordem para que a população procurasse por abrigos e bunkers. Sirenes de aviso tocaram por todo o país. O espaço aéreo também foi fechado.

Cerca de 20 minutos após uma primeira onda de mísseis, uma segunda leva foi lançada. A agência de notícias estatal iraniana afirmou que alguns artefatos atingiram locais controlados por Israel no território palestino da Cisjordânia.

Segundo as Forças Armadas de Israel, apenas mísseis balísticos foram usados pelos iranianos desta vez. Mísseis balísticos como o Shahab-3, o principal do arsenal de Teerã, fazem uma parábola rumo ao alvo: ele saem da atmosfera da Terra, e entram novamente. Nesta reentrada, podem atingir velocidades hipersônicas, próxima dos 18 mil km/h.

Considerando o modelo básico usado pelos iranianos, que leva uma ogiva com 1 tonelada em média de explosivos, o ataque teve grande potencial destrutivo. Numa conta feita pelos militares israelenses, 100 kg de TNT são necessários para pôr abaixo um prédio de 16 andares.

Israel não dá números, mas disse ter abatido a maior parte dos mísseis, que também foram interceptados por três navios de guerra americanos no Mar Vermelho e pela defesa antiaérea da Jordânia. A França disse ter participado da ação, sem detalhar como.

Vídeos divulgados nas redes sociais levantam dúvidas sobre a capacidade de defesa de Israel contra estes mísseis balísticos. Um desses vídeos mostra dezenas de mísseis lançados contra uma das principais bases aéreas de Israel, em Nevatim, no deserto de Negev.

No local está a frota de 39 caças americanos F-35 operados por Israel. A mídia iraniana diz que até 20 dos caças teria sido atingidos, o que não pode ser verificado.

Conselho de Segurança da ONU

O Conselho de Segurança (CS) da ONU se reúne nesta quarta-feira, 2, para discutir a crise no Oriente Médio. O Conselho de Segurança é composto por 15 membros: 5 permanentes, que tem poder de veto, e 10 não-permanentes. Os membros permanentes são Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China. O Conselho pode decidir por sanções e intervenções internacionais.

Vários países, como Estados Unidos, Reino Unido e França, condenaram o ataque do Irã contra Israel. A comunidade internacional voltou a pedir por uma desescalada no conflito no Oriente Médio.

O Ministério das Relações Exteriores do Irã apelou ao Conselho de Segurança da ONU para que tome "ações significativas" para evitar ameaças contra a paz e a segurança regionais. A reunião do órgão está marcada para as 11h, pelo horário de Brasília.

A Rússia, que se aproximou do Irã na última década e é um dos principais compradores de armas do país, não endossou publicamente o ataque a Israel, apesar da parceria estreita entre Moscou e Teerã. "Pedimos a todas as partes que exerçam moderação", disse Dmitri Peskov, o porta-voz do Kremlin, aos repórteres na quarta-feira. "E, claro, condenamos quaisquer ações que levem à perda de vidas civis".

Peskov foi ambíguo quando perguntado se a Rússia apoiaria o Irã em uma guerra em grande escala. Embora o Irã tenha sido uma fonte chave de armas e comércio para a Rússia durante sua invasão da Ucrânia, a Rússia também mantém laços com Israel, lar de mais de um milhão de falantes de russo. "Temos nossos contatos com todos os lados neste conflito", disse Peskov. "Continuamos a realizar esses contatos e pedimos moderação por todas as partes".

A França "mobilizou seus recursos militares" no Oriente Médio para ajudar Israel a contrapor o ataque de mísseis do Irã, disse a presidência francesa em um comunicado, sem fornecer detalhes sobre a natureza dessa assistência. (Com agências internacionais).

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O ato convocado para esta quarta-feira, 7, por Jair Bolsonaro (PL), em Brasília, terá parte da Esplanada dos Ministérios fechada e um bloqueio policial na frente do Congresso Nacional.

O ato desta quarta será a primeira vez em que manifestantes bolsonaristas se reúnem em Brasília desde os atos de 8 de Janeiro. A manifestação busca pressionar o Congresso Nacional a votar o projeto de anistia aos condenados pela depredação, o qual contém brechas que podem beneficiar o próprio ex-presidente.

O ato começa às 16 horas, na Torre de TV de Brasília. Os participantes vão marchar até a Avenida José Sarney, a penúltima avenida antes do Congresso. Nesta altura, que fica entre o Ministério da Justiça e o Palácio do Itamaraty, serão colocados gradis para impedir que os bolsonaristas avancem até os prédios dos Três Poderes. A distância percorrida pelos manifestantes no centro de Brasília será de aproximadamente três quilômetros.

Em reunião na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) realizada nesta segunda-feira, 5, ficou definido que três das seis faixas do Eixo Monumental e da Esplanada dos Ministérios serão fechadas devido ao ato.

Duas faixas serão destinadas aos participantes do ato, enquanto outra será reservada para o fluxo dos veículos da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF). As restantes poderão ser utilizadas por motoristas.

Na reunião, os organizadores apresentaram diferentes expectativas de participantes, que variaram entre 2,5 mil e 5 mil pessoas. A previsão é que o ato seja encerrado às 17h30, no mais tardar às 18 horas.

De acordo com o deputado distrital Thiago Manzoni (PL), que participou da reunião da SSP-DF, os representantes da segurança pública do DF pediram apoio dos organizadores para transmitir as informações dos representantes do governo da capital federal.

"O principal pedido dos organizadores é que sejam respeitadas essas duas faixas que estarão bloqueadas, para que o trânsito não seja prejudicado e que os manifestantes atendam a todos os pedidos das forças de segurança. Eles [membros da segurança pública] pediram parceria dos organizadores, o que foi pronto atendido pelo pessoal da organização, no sentido de transmitir as informações dos pedidos das forças de segurança", disse Manzoni.

Assim como as outras manifestações convocadas por Bolsonaro, o organizador do ato será o pastor evangélico Silas Malafaia, líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Ao Estadão, Malafaia disse que, além do aparato policial, os participantes vão gravar todo o ato com câmeras. Na frente dos manifestantes, haverá um trio elétrico.

"Vai ter um trio elétrico e vem quem tiver, e vamos embora. Vamos fazer uma caminhada pacífica até o Congresso Nacional", disse Malafaia.

De alta hospitalar desde o domingo, 4, Bolsonaro pretende participar da marcha até o Congresso. Porém, a equipe médica que o acompanha orienta que o ex-presidente não vá ao ato. Há a recomendação de que ele evite aglomerações por conta do risco de possível infecção. O ex-presidente ficou 22 dias internado após fazer uma cirurgia complexa no intestino.

A convocação de Bolsonaro ocorreu no mesmo dia em que foi noticiado que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, preparou um projeto de lei alternativo para reduzir a pena dos envolvidos no 8 de Janeiro. O texto de Alcolumbre, porém, aumenta a punição para os mentores da trama golpista.

O Ministério Público Eleitoral de São Paulo (MPE-SP) pediu a cassação dos mandatos da vereadora Janaína Paschoal (PP) e de outros eleitos pelo partido por fraude à cota de gênero nas eleições municipais de 2024. A manifestação foi feita em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) apresentada pelo Solidariedade, Federação Brasil Esperança (PT, PCdoB e PV) e o vereador Paulo Frange (MDB).

Em nota, o partido informou que segue confiante na improcedência da ação que questiona sua chapa de vereadores quanto à cota de candidaturas femininas. "As defesas apresentadas demonstram de forma clara que não há qualquer irregularidade", diz o texto (leia mais abaixo).

Segundo o MPE-SP, o Progressistas lançou 37 candidatos à Câmara Municipal, sendo 24 homens e 13 mulheres. Porém, ao menos cinco das candidaturas femininas são apontadas como laranjas. Segundo a Promotoria, as candidatas Alzira Cândida de Souza, Doraci Pereira Chaves, Eliene Siqueira Ribeiro, Gilmara Vanzo Cristão e Renata Del Bianco Raiser não fizeram campanha, não arrecadaram recursos e tiveram votações inexpressivas.

O caso mais emblemático, segundo o órgão, é o de Renata Del Bianco, atriz e apresentadora com mais de 130 mil seguidores no Instagram. Apesar de sua presença nas redes sociais, ela obteve apenas 121 votos e não fez postagens de campanha nem movimentação financeira. Para a Promotoria, isso demonstra que a candidatura existiu apenas para cumprir formalmente a cota de 30% de mulheres exigida por lei.

O Ministério Público considera haver provas robustas de fraude e pediu a cassação do Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP) do PP, além dos diplomas e mandatos dos eleitos, como Janaína Paschoal, Dr. Murillo Lima, Major Palumbo e Sargento Nantes.

Janaína Paschoal reagiu com críticas à iniciativa. "Em nome da proteção das mulheres, o MPE quer derrubar uma bancada formada por uma mulher, por um vereador reeleito - que teve seu trabalho, portanto, aprovado pela população - e por dois vereadores que tiveram mais votos que o necessário para fazer a própria cadeira", disse. A vereadora questionou quem assumiria os lugares vagos e qual seria a representatividade.

"O candidato menos votado do PP foi um homem. Por que um homem pode ser mal votado e ninguém questiona? Por que uma mulher já entra com o dever de fazer uma votação mínima? Será mesmo que esse sistema protege as mulheres?", disse a vereadora, que também é professora na Faculdade de Direito da USP e ex-deputada estadual.

Janaína também defendeu que as candidatas participaram de atos de campanha. "Encontrei essas candidatas na convenção do PP, depois na sede do partido para gravar vídeo, no estúdio para a propaganda eleitoral. A Renata, que o MPE diz ser o caso mais grave, levou até a mãe e o bebê recém-nascido. Ela dizia que a pauta dela seria o parto", relatou.

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DO PARTIDO PROGRESSISTAS

"O Progressistas de São Paulo segue confiante na improcedência da ação que

questiona sua chapa de vereadores quanto à cota de candidaturas femininas. As defesas apresentadas demonstram de forma clara que não há qualquer irregularidade.

Recebemos com surpresa o parecer do Ministério Público, uma vez que o documento não analisa um único argumento das defesas, limitando-se a reproduzir os termos das petições iniciais.

Causa ainda mais estranheza o argumento de que uma candidatura com mais de 100 votos seria considerada "laranja", ignorando que o último colocado da chapa foi um homem, com apenas oito votos.

Temos plena convicção de que, após a devida instrução processual e a oitiva das testemunhas, ficará comprovado que não houve qualquer irregularidade.

A chapa foi regularmente constituída, todas as candidaturas concorreram de forma legítima, e as ações em curso representam manobras de quem não foi eleito pelo voto popular e agora tenta ampliar sua bancada por meio judicial - em claro desrespeito à democracia.

Confiamos na força das nossas instituições para que a vontade do povo, expressa nas urnas, prevaleça.

Assessoria de Comunicação do Diretório Estadual do Progressistas de São Paulo"

O empresário e ex-coach Pablo Marçal (PRTB) anunciou o plano de construir um condomínio de luxo na cidade histórica de Pirenópolis, no interior de Goiás. Contudo, para residir no espaço, é preciso passar por um processo seletivo que vai beneficiar pessoas que desejam "prosperar".

Segundo Marçal, o empreendimento será reservado para "poucas pessoas" que desejarem fazer um "networking" enquanto vivem no local. O condomínio se chama Riviera da Comenda e fica localizado na zona rural de Pirenópolis. Distante 152 quilômetros de Brasília, a cidade é conhecida por ser um destino turístico de moradores da capital do País.

Se referindo a Pirenópolis como "Europa do Estado de Goiás", Marçal disse que vai escolher os moradores "a dedo". "Não é o seu dinheiro que faz você entrar aqui, você precisa ser selecionado para estar aqui", disse.

O condomínio de Marçal conta com 30 unidades disponíveis. O espaço prevê a construção de uma pista de luxo para jatinhos, trilhas privativas, academia e três praças com playground.

"Prosperar não é só sobre dinheiro, é sobre ter tempo para desfrutar com a família, treinar seus filhos, e viver de forma equilibrada. Clica aí e veja se você consegue uma vaga", anunciou o ex-coach em um vídeo no Instagram publicado no início de abril.

Na primeira etapa do processo seletivo, é preciso responder perguntas sobre dados como a profissão do participante e a "principal intenção com o imóvel". Se pagar por uma unidade financiada, é preciso dar um valor de entrada acima de R$ 300 mil.

Apostando em uma campanha agressiva e voltada para as redes sociais, Pablo Marçal foi candidato à Prefeitura de São Paulo no ano passado e quase foi ao segundo turno ao conquistar 1.719.274 votos (28,1% dos votos válidos).

Ele já manifestou interesse em se candidatar à Presidência da República em 2026. Porém, desde o final da campanha municipal, ele foi punido com a inelegibilidade por oito anos em duas decisões do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). Cabe recurso nos dois processos.

Para assistir ao vídeo de Marçal promovendo o empreendimento, é só clicar aqui.