Conselho de Segurança aprova plano dos EUA para cessar-fogo em Gaza

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta segunda-feira, 10, sua primeira resolução apoiando um plano de cessar-fogo permanente para o fim da guerra de oito meses entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. A resolução foi aprovada por 14 votos a favor, nenhum contra e a abstenção da Rússia.

 

Não estava claro se Israel e Hamas acatariam o texto. A resolução é juridicamente vinculativa, mas o conselho não tem meios de aplicá-la. O organismo pode impor medidas punitivas no caso de descumprimento, como sanções, por exemplo.

 

A resolução endossa uma proposta de cessar-fogo anunciada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, no dia 31. Washington afirma que Israel aceitou essa proposta, mas oficialmente autoridades israelenses não a endossaram e não disseram se respeitariam o acordo se o Hamas o aceitasse.

 

A aprovação do texto, ontem, no Conselho, deu uma vitória diplomática a Washington, que vetou anteriormente três resoluções de cessar-fogo no organismo e teve uma proposta vetada em março.

 

A resolução de ontem estabelece um plano de três fases que começa com um cessar-fogo imediato, a liberação de todos os reféns em troca de palestinos detidos em prisões israelenses, o retorno dos deslocados de Gaza para suas casas e a retirada completa das forças israelenses do território.

 

A segunda fase exige um cessar-fogo permanente com o acordo de ambas as partes, e a terceira fase consistiria em um plano de reconstrução plurianual para Gaza e o retorno dos restos mortais de reféns retidos no território.

 

Desde que a guerra começou, há oito meses, o Conselho de Segurança está em um impasse sobre como encontrar uma maneira de acabar com o conflito e cumprir seu mandato de defender a paz e estabilidade internacionais.

 

Na resolução de março apresentada pelos EUA, que previa um cessar-fogo durante o mês sagrado do Ramadã, a China usou seu poder de veto para barrar o texto porque, segundo ela, não ia longe o suficiente. Ontem, afirmou que havia votado a favor porque quer ver o fim dos combates e a liberação dos reféns.

 

O anúncio de Biden da nova proposta, no dia 31, cujo texto aprovado na ONU o apoiou, afirma que a trégua começaria com um cessar-fogo inicial de seis meses com a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinos, a retirada das forças israelenses de áreas povoadas em Gaza e o retorno de civis palestinos a todas as áreas do território.

 

O rascunho final da resolução de ontem rejeita qualquer tentativa de mudar o território ou a demografia de Gaza, ou reduzir seu tamanho. Também reitera o "compromisso inabalável do Conselho de Segurança de alcançar a visão de uma solução negociada de dois Estados, na qual dois Estados democráticos, Israel e Palestina, viveriam lado a lado em paz dentro de fronteiras seguras e reconhecidas".

 

A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse após a votação que o conselho "enviou uma mensagem clara ao Hamas para aceitar o acordo de cessar-fogo sobre a mesa (de Biden)", reiterando que Israel o aceitou.

 

A representante de Israel na ONU, Reut Shapir Ben-Naftaly, não disse se Israel havia aceitado os termos da resolução, apenas que os objetivos de seu país na guerra não haviam mudado e usaria operações militares para libertar reféns, como fez no fim de semana. Em um comunicado, o Hamas disse que saudava "o que está incluído na resolução". Nenhum dos lados esclareceu se a respeitaria.

 

O forte apoio à resolução no órgão mais poderoso da ONU coloca pressão adicional sobre Netanyahu, em um momento que o premiê israelense acaba de perder um aliado, Benny Gantz, um popular centrista que fazia parte do gabinete de guerra. Gantz anunciou no domingo que estava deixando o cargo após o primeiro-ministro não ter apresentado um plano para o pós-guerra em Gaza. Segundo ele, "Netanyahu está impedindo (Israel) de avançar para uma verdadeira vitória".

 

Sobre a proposta dos EUA, Netanyahu disse anteriormente que Biden apresentou apenas partes do projeto. E insistiu que qualquer conversa sobre um cessar-fogo permanente antes de desmantelar as capacidades militares e de governo do Hamas "é um fracasso".

 

Visita

 

Nesse contexto, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, iniciou ontem sua oitava visita ao Oriente Médio desde o início da guerra para pedir aprovação da proposta de cessar-fogo de Biden. Antes de ir para Israel, Blinken se encontrou com o presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sissi, um importante mediador entre Israel e o grupo terrorista Hamas. No Cairo, o chefe da diplomacia americana instou os países do Oriente Médio a "pressionarem o Hamas" para que aceite um cessar-fogo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Em outra categoria

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta médica na manhã deste domingo, 4, após três semanas internado no Hospital DF Star, em Brasília, por onde passou por uma cirurgia no intestino. Bolsonaro estava internado desde 13 de abril e vem se recuperando do procedimento desde então. O hospital ainda não publicou boletim médico sobre a alta.

Na quarta-feira, 30, Bolsonaro saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas permaneceu com o tratamento no quarto. No total, o ex-presidente passou 18 dias nos cuidados intensivos, e só voltou a se alimentar pela via oral um dia antes, na terça, 29.

Bolsonaro ficou na UTI desde o dia 13 de abril, quando foi submetido a uma cirurgia que durou 12 horas, envolvendo a retirada de aderências no intestino e a reconstrução da parede abdominal. O procedimento foi motivado por um mal-estar sofrido dois dias antes, durante uma agenda no interior do Rio Grande do Norte.

O ex-presidente foi internado inicialmente em Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte, após sentir fortes dores abdominais durante um evento político. Após avaliação médica, foi transferido para Natal e, posteriormente, para Brasília, onde passou pela cirurgia .

O ex-presidente Jair Bolsonaro informou, em uma publicação na rede social, que deixará o hospital neste domingo, 4, às 10 horas da manhã, após três semanas internado para recuperação de uma cirurgia no intestino.

"Depois de 3 semanas, alta prevista para hoje, domingo, às 10h. Obrigado meu Deus por mais esse milagre (12 horas de cirurgia). Obrigado Dr Cláudio Birolini e equipe. Volto para casa renovado", escreveu o ex-presidente.

Na publicação, Bolsonaro diz que seu próximo desafio será acompanhar uma nova manifestação a favor da anistia às pessoas envolvidas nos ataques do dia 8 de janeiro. "Meu próximo desafio: acompanhar A Marcha Pacífica da Anistia Humanitária na próxima 4ª feira, de 07 de maio, com início às 16h da Torre de TV até o Congresso", disse.

Bolsonaro está no hospital desde o dia 13 do mês passado, quando foi submetido a uma cirurgia que durou 12 horas para retirar aderências no intestino e reconstruir a parede abdominal. O procedimento foi realizado após ele passar mal, no dia 11, em uma agenda no interior do Rio Grande do Norte.

Parlamentares oposicionistas ao governo Lula estão tentando reverter na Justiça a nomeação de Wolney Queiroz para comandar o Ministério da Previdência Social, após a demissão de Carlos Lupi.

No sábado, 3, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) entrou com uma ação popular na Vara Federal do Distrito Federal contra o ato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que nomeou Queiroz, na sexta-feira.

Já o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o afastamento cautelar do novo ministro e instauração de uma investigação sobre o caso.

Ambas as ações afirmam que Queiroz, enquanto secretário executivo do Ministério da Previdência, teria sido omisso diante de denúncias e informações sobre fraudes bilionárias no INSS que chegaram ao conhecimento da cúpula da pasta. Assim, dizem os parlamentares, a nomeação dele violaria os princípios constitucionais da moralidade administrativa.

Mesmo com a demissão de Lupi, congressistas defendem a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o escândalo envolvendo os descontos indevidos.