Ex-assessor de Trump diz que tentou convencê-lo de não elogiar Adolf Hitler

Internacional
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O então chefe de gabinete de Donald Trump na Casa Branca, John Kelly, afirmou ter tentado impedir o então presidente a elogiar o ditador nazista Adolf Hitler durante uma conversa. Segundo contou à CNN nesta segunda-feira, 11, Kelly teria respondido afirmando que Benito Mussolini, o ditador fascista italiano, seria um "grande cara" em comparação ao austríaco.

 

"Ele disse: 'Bem mas Hitler fez algumas coisas boas'", disse Kelly. Ele teria respondido com uma repreensão: "Senhor, você nunca pode dizer nada de bom sobre esse cara. Nada. Quer dizer, Mussolini era um grande cara em comparação".

 

Trump não se pronunciou após as declarações. Já o porta-voz da campanha do republicano, Steven Cheung, afirmou que o ex-chefe de gabinete "se enganou". "Ele precisa procurar ajuda profissional porque seu ódio está consumindo sua vida vazia", disse.

 

A afeição de Trump por líderes autoritários fora relatada antes, em especial por pessoas como o presidente russo Vladimir Putin e o ditador norte-coreano Kim Jong-un, mas as declarações de Kelly oferecem uma visão íntima do ex-presidente. "Ele achava que Putin era um cara ok, que Kim era um cara ok, que tínhamos empurrado a Coreia do Norte para o canto", declarou. "Para ele, era como se estivéssemos provocando esses caras".

 

Horas antes da entrevista, Trump recebeu com elogios o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, também conhecido por posições antidemocráticas, na sua residência da Flórida, Mar-a-Lago. "Não há ninguém que seja melhor, mais inteligente ou um líder melhor do que Viktor Orbán", disse o ex-presidente.

 

Militar da Marinha dos EUA, Kelly também afirmou que era questionado por Trump se os militares seriam leais a ele como os generais alemães foram a Hitler. "Quando eu lhe apontei que generais alemães como um grupo não eram leais a [Hitler], e de fato tentaram assassiná-lo algumas vezes, ele não sabia disso", contou. "Ele realmente acreditou, quando trouxe generais para a Casa Branca, que seríamos leais - que faríamos qualquer coisa que ele quisesse que fizéssemos."

 

Segundo ele, as perguntas e ações do ex-presidente estão ligadas a uma vontade de ter "poderes ditatoriais". "Minha teoria sobre por que ele gosta tanto dos ditadores é que é quem ele é", afirmou Kelly.

 

"Todo novo presidente fica chocado por ter tão pouco poder sem ir ao Congresso, o que é bom. É a primeira lição sobre o Estado de Direito, separação de Poderes, três Poderes iguais. Mas, no seu caso, ele ficou chocado por não ter poderes de tipo ditatorial para enviar forças dos EUA para lugares ou para movimentar dinheiro dentro do orçamento", acrescentou.

 

A conversa de John Kelly com Trump já havia sido tornado pública em 2021, quando foi relatada no livro Frankly, We Did Win This Election (Francamente, vencemos esta eleição, em tradução livre), de Michael Bender. Ela teria ocorrido durante uma visita de Trump a Europa para celebrar os 100 anos do fim da Primeira Guerra, em 2018. No passado, o ex-presidente também foi acusado de manter um livro de discursos de Hitler ao lado da cama.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta médica na manhã deste domingo, 4, após três semanas internado no Hospital DF Star, em Brasília, por onde passou por uma cirurgia no intestino. Bolsonaro estava internado desde 13 de abril e vem se recuperando do procedimento desde então. O hospital ainda não publicou boletim médico sobre a alta.

Na quarta-feira, 30, Bolsonaro saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas permaneceu com o tratamento no quarto. No total, o ex-presidente passou 18 dias nos cuidados intensivos, e só voltou a se alimentar pela via oral um dia antes, na terça, 29.

Bolsonaro ficou na UTI desde o dia 13 de abril, quando foi submetido a uma cirurgia que durou 12 horas, envolvendo a retirada de aderências no intestino e a reconstrução da parede abdominal. O procedimento foi motivado por um mal-estar sofrido dois dias antes, durante uma agenda no interior do Rio Grande do Norte.

O ex-presidente foi internado inicialmente em Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte, após sentir fortes dores abdominais durante um evento político. Após avaliação médica, foi transferido para Natal e, posteriormente, para Brasília, onde passou pela cirurgia .

O ex-presidente Jair Bolsonaro informou, em uma publicação na rede social, que deixará o hospital neste domingo, 4, às 10 horas da manhã, após três semanas internado para recuperação de uma cirurgia no intestino.

"Depois de 3 semanas, alta prevista para hoje, domingo, às 10h. Obrigado meu Deus por mais esse milagre (12 horas de cirurgia). Obrigado Dr Cláudio Birolini e equipe. Volto para casa renovado", escreveu o ex-presidente.

Na publicação, Bolsonaro diz que seu próximo desafio será acompanhar uma nova manifestação a favor da anistia às pessoas envolvidas nos ataques do dia 8 de janeiro. "Meu próximo desafio: acompanhar A Marcha Pacífica da Anistia Humanitária na próxima 4ª feira, de 07 de maio, com início às 16h da Torre de TV até o Congresso", disse.

Bolsonaro está no hospital desde o dia 13 do mês passado, quando foi submetido a uma cirurgia que durou 12 horas para retirar aderências no intestino e reconstruir a parede abdominal. O procedimento foi realizado após ele passar mal, no dia 11, em uma agenda no interior do Rio Grande do Norte.

Parlamentares oposicionistas ao governo Lula estão tentando reverter na Justiça a nomeação de Wolney Queiroz para comandar o Ministério da Previdência Social, após a demissão de Carlos Lupi.

No sábado, 3, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) entrou com uma ação popular na Vara Federal do Distrito Federal contra o ato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que nomeou Queiroz, na sexta-feira.

Já o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o afastamento cautelar do novo ministro e instauração de uma investigação sobre o caso.

Ambas as ações afirmam que Queiroz, enquanto secretário executivo do Ministério da Previdência, teria sido omisso diante de denúncias e informações sobre fraudes bilionárias no INSS que chegaram ao conhecimento da cúpula da pasta. Assim, dizem os parlamentares, a nomeação dele violaria os princípios constitucionais da moralidade administrativa.

Mesmo com a demissão de Lupi, congressistas defendem a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o escândalo envolvendo os descontos indevidos.