'Trump está com saúde excepcional', afirma médico do presidente americano após check-up

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O presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, está com "saúde excepcional", disse seu médico nesta sexta-feira, 10, após ele ter passado por um check-up que incluiu exames laboratoriais e avaliações preventivas de saúde no Centro Médico Militar Nacional Walter Reed.

Trump passou cerca de três horas no hospital em Bethesda, Maryland, nesta manhã, para o que seu médico, o capitão da Marinha Sean Barbabella, chamou de "avaliação de acompanhamento programada", que era "parte de seu plano de manutenção de saúde contínua". Enquanto estava lá, Trump também tomou sua vacina anual contra a gripe, bem como uma vacina de reforço contra a Covid-19.

"O presidente Donald J. Trump continua com uma saúde excepcional, apresentando um forte desempenho cardiovascular, pulmonar, neurológico e físico", escreveu Barbabella em um memorando de uma página divulgado na noite de sexta-feira pela Casa Branca. O médico observou no memorando que a avaliação ajudou a preparar as próximas viagens de Trump ao exterior e incluiu imagens avançadas, exames laboratoriais e avaliações preventivas de saúde.

O presidente viajará para o Oriente Médio neste fim de semana e tem voo marcado para a Ásia no final deste mês.

Barbabella também disse que avaliou a idade cardíaca de Trump, que era cerca de 14 anos mais jovem do que sua idade cronológica. Trump tem 79 anos e era o presidente mais velho dos Estados Unidos quando assumiu o cargo.

Esta semana, a Casa Branca descreveu inicialmente a visita de Trump ao hospital como um "check-up anual de rotina", embora Trump já tivesse feito seu exame físico anual em abril. O presidente então chamou-o de "exame físico semestral".

O exame físico de Trump em abril constatou que ele estava "totalmente apto" para servir como comandante-chefe. O resumo de três páginas do exame feito por Barbabella informou, na ocasião, que ele havia perdido 9 kg desde um exame médico em junho de 2020 e afirmou que ele tem um "estilo de vida ativo" que "continua a contribuir significativamente" para o bem-estar do presidente.

Em julho, a Casa Branca anunciou que Trump havia passado recentemente por um check-up médico após notar um "leve inchaço" na parte inferior das pernas e foi diagnosticado com uma condição comum em idosos que causa acúmulo de sangue nas veias. Testes realizados pela unidade médica da Casa Branca mostraram que Trump tem insuficiência venosa crônica, que ocorre quando pequenas válvulas dentro das veias que normalmente ajudam a mover o sangue contra a gravidade gradualmente perdem a capacidade de funcionar corretamente.

No exame físico de abril, Trump também passou por um breve teste de triagem para avaliar diferentes funções cerebrais.

Os presidentes têm grande discricionariedade sobre quais informações de saúde decidem divulgar ao público. O resumo do exame de Trump em abril incluía informações sobre seu peso, índice de massa corporal, cirurgias anteriores, exames de saúde mental, níveis de colesterol e pressão arterial.

Quando a porta-voz Karoline Leavitt discutiu os resultados do diagnóstico de insuficiência venosa crônica na sala de imprensa, ela observou que a Casa Branca estava divulgando detalhes do check-up para dissipar rumores sobre a saúde de Trump. Na época, Trump era frequentemente visto com hematomas nas mãos.

O presidente republicano também usou repetidamente a questão da saúde como arma política. Ele questionou repetidamente a saúde mental e física de seu antecessor democrata, o presidente Joe Biden, e destacou que passou por testes cognitivos que Biden não fez.

Biden ignorou essas críticas e disse que estava apto para exercer o cargo, mas desistiu da corrida pela Casa Branca em 2024 depois que um debate desastroso com Trump levantou dúvidas sobre sua aptidão para o cargo.

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou favorável ao arquivamento da ação penal apresentada pelo deputado federal Rui Falcão (PT-SP) contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A representação foi motivada por uma declaração de Tarcísio contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Na ocasião, o governador afirmou que "ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como o [Alexandre de] Moraes".

Para Rui Falcão, a fala foi interpretada como um "ato antidemocrático inserido em contexto de golpe continuado".

No entanto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o pedido não apresenta elementos informativos mínimos que indiquem a existência de um crime, o que não justifica a abertura de investigação. Por isso, ele solicitou o arquivamento do caso.

O procurador também destacou que a eventual articulação política em defesa de anistia não configura crime, e que a concessão de anistia é responsabilidade do Congresso Nacional, devendo ser feita por meio de lei ordinária com sanção presidencial.

"Articulação política não constitui ilícito penal, tampouco extrapola os limites da liberdade de expressão", afirmou Gonet.

A representação foi apresentada no âmbito da Ação Penal 2668, que tramita no STF. Um dos argumentos era de que Tarcísio teria atuado junto a parlamentares pela tramitação de um projeto de anistia destinado a beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros envolvidos na tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito.

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira, 15, a sustação da ação penal em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) pelos crimes de injúria, difamação e calúnia.

O placar ficou em 268 votos a favor da sustação, 167 contra e 4 abstenções. Os favoráveis foram 11 a mais do que o quórum mínimo de 257 votos.

O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) apresentou queixa-crime contra Gayer pelos crimes de calúnia, difamação e injúria após vídeo publicado pelo deputado federal nas redes sociais em fevereiro de 2023.

Gayer chamou Vanderlan e o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) de "dois vagabundos que viraram as costas para o povo em troca de comissão", ao comentar a reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à presidência do Senado.

Na mesma publicação, Gayer também fez ataques ao STF, disse que Pacheco se comportava como um "chihuahua adestrado" e "continuará a arregaçar o c* dessa casa para que o STF continue a penetrar com a p* ditatorial".

"Não estou nem aí para as palavras de baixo calão, mas eu estou puto mesmo, que era a maior oportunidade que a gente tinha de salvar o nosso País e os senadores nos traíram", disse Gayer no vídeo.

As palavras de baixo calão foram repetidas por Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, para persuadir parlamentares a votarem contra. "Isso é passar dos limites completamente. Os senhores querem jogar a imagem desta Casa no ralo do esgoto", disse o petista. "Essa votação é uma vergonha. Como é uma vergonha Eduardo Bolsonaro não ter sido casado por esta Câmara."

No entendimento da Primeira Turma do STF, Gayer "extrapolou da sua imunidade parlamentar para proferir declarações em descompasso com os princípios consagrados na Constituição Federal".

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) pediu que os parlamentares "não votassem por vingança" e que atuem em defesa das prerrogativas parlamentares. "Não podemos aqui ignorar e deixar de lado as questões políticas e meramente dizer, por uma vingança, 'eu não gosto do deputado Gustavo Gayer, porque eu achei as palavras dele chulas'. Quaisquer motivos que sejam não serão justificativas plausíveis e nem suficientes para poder cassá-lo hoje", disse.

O PL pediu a sustação da ação penal por entender que deputados possuem imunidades para "a garantia do livre desempenho do mandato". "Assim, em atenção à garantia do livre exercício do mandato para o qual foi eleito, requer-se, desde já, a aplicação da imunidade processual ao parlamentar", afirmou o partido.

A decisão da Câmara trava o processo no STF e a Corte fica impedida de dar continuidade ao caso. Governistas criticaram a decisão da Casa.

O relator do caso, deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-GO), acompanhou o pedido do PL e apresentou texto para barrar o andamento da ação penal contra Gayer.

No documento, Cathedral disse que as declarações de Gayer foram "inadequadas', mas são protegidas pela inviolabilidade de palavras garantidas aos parlamentares.

"As críticas formuladas pelo deputado federal Gustavo Gayer ao senador Vanderlan Cardoso foram exprimidas em linguagem inadequada, grosseira e deselegante, porém protegidas pela inviolabilidade. Caso se compreenda que a conduta é censurável, o remédio prescrito pelo texto constitucional seria a responsabilização ético-disciplinar", afirmou Cathedral.

"Deputado Gustavo Gayer deveria ir ao Conselho de Ética, e não ao STF", disse Cathedral ao ler o relatório na Comissão de Constituição e Justiça aprovado na semana, para aplausos de deputados do PL. "Não houve representação apresentada contra Gayer em razão desse episódio."

É a segunda vez que o PL pede para sustar a tramitação de uma ação penal. O primeiro caso envolveu o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que faz parte do primeiro núcleo acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ter participado de plano de tentativa de golpe de Estado.

Nesse caso, o plenário da Câmara decidiu por sustar a ação penal com 315 votos a favor e 143 contra após a CCJ tomar a mesma decisão. Na semana seguinte, a Primeira Turma do STF votou de forma unânime para limitar a decisão da Câmara.

No caso, a leitura dos ministros do Supremo foi de que o Poder Legislativo não tem atribuição para decidir sobre ações penais em curso na Corte, e que poderiam ser anuladas apenas as acusações contra Ramagem sobre atos após a sua diplomação.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso teve um mal estar nesta quarta-feira, 15, e foi levado para o Hospital Sírio Libanês, em Brasília. Ele estava na Corte quando houve uma queda de pressão.

A suspeita inicial era de uma virose. O ministro está sendo submetido a exames. Ainda não há informações sobre o diagnóstico. Ele ficará internado ao menos até amanhã.

Barroso comunicou em plenário na quinta-feira, 9, a decisão de antecipar a aposentadoria. A medida foi publicada nesta quarta-feira, 15, no Diário Oficial da União, com data de validade a partir de sábado, 18.

A saída precoce de Barroso do tribunal abre a terceira vaga no atual mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Com a aposentadoria publicada, a expectativa é que seja nomeado um novo ministro ainda nesta semana.