Israel anuncia ataque contra o Irã; explosões são ouvidas na capital Teerã

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Israel lançou um ataque contra o Irã na madrugada desta sexta-feira, 13 (horário local, noite de quinta-feira, 12, no Brasil). As explosões foram ouvidas na capital iraniana, Teerã.

O Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que caças foram enviados ao Irã durante o ataque. Segundo os relatos da mídia estatal iraniana, moradores de Teerã acordaram com o som da explosão. Não houve nenhuma informação imediata sobre o que foi atingido.

As tensões entre os dois países voltou a aumentar há semanas, e há alguns dias especulava-se que Israel realizaria um ataque ao Irã. Esperava-se que o ataque provocasse retaliação do Irã, provavelmente envolvendo uma grande barragem de mísseis balísticos comparável à que o país disparou durante tensões semelhantes no ano passado.

Katz acrescentou que uma "situação especial" foi instaurada em Israel devido aos riscos de retaliação. Ele afirmou que as escolas do país seriam fechadas na sexta-feira.

O ataque ocorreu enquanto os Estados Unidos lideravam esforços para negociar um acordo com Teerã que limitaria a capacidade do Irã de produzir armas nucleares e um dia após a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o órgão de vigilância nuclear da ONU, censurar o Irã por não cumprir com suas obrigações de não proliferação nuclear.

A ofensiva também marca o resultado de meses de desacordo entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu sobre as medidas com o Irã. Netanyahu há muito propõe o uso da força militar para sabotar as ambições nucleares de Teerã.

Nesta quinta-feira, Trump afirmou que não queria que Israel lançasse um ataque, prevendo que isso destruiria a chance de uma solução diplomática. "Acho que isso arruinaria tudo", disse ele. Em seguida, acrescentou um aceno para o outro lado da equação, dizendo que um ataque "pode ajudar, na verdade, mas também pode arruinar tudo".

Trump descartou um plano israelense de atacar o Irã há meses, insistindo que queria uma chance de negociar um acordo com Teerã. Há duas semanas, Trump declarou ter alertado Netanyahu contra o lançamento de um ataque enquanto os EUA estavam em negociação. Os esforços, no entanto, fracassaram e não está claro qual o papel de Trump neste último ataque.

Ataque esperado

O ataque não foi uma surpresa. O governo israelense danificou o sistema de defesa aérea iraniano durante seus ataques ao Irã no ano passado e planejou durante meses aproveitar a fragilidade de Teerã para realizar novos ataques.

Prevendo uma escalada regional, os EUA retiraram diplomatas do Iraque na quarta-feira, 11, e autorizaram a saída voluntária de familiares de soldados americanos destacados em outras partes do Oriente Médio. Uma agência do governo britânico também alertou na quarta-feira sobre uma escalada que poderia representar maiores riscos para navios no Golfo Pérsico.

O ataque foi um dos movimentos mais descarados em uma luta de décadas entre Israel e Irã que, até o ano passado, costumava ser conduzida por meio de operações secretas e não declaradas.

Durante anos, o Irã financiou milícias regionais que se opõem à existência de Israel e realizou ataques clandestinos contra a infraestrutura e os interesses israelenses. Israel, que se acredita ser a única nação do Oriente Médio com armas nucleares, vê o programa nuclear iraniano como uma ameaça existencial e há muito tempo realiza seus próprios ataques secretos contra o programa nuclear, cientistas e outras infraestruturas iranianas.

A guerra oculta veio à tona depois que do ataque terrorista do Hamas em Israel no dia 7 de outubro de 2023. O ataque resultou tanto na guerra em Gaza quanto num confronto regional mais amplo, que coloca Israel contra o Irã e seus representantes, incluindo o Hezbollah no Líbano, grupos armados no Iraque e os rebeldes Houthi no Iêmen.

O ataque israelense a um complexo controlado pelo Irã na Síria em abril de 2024 levou Teerã a disparar uma enorme barragem de mísseis contra Israel. O Irã lançou um ataque semelhante no outono passado, depois que Israel assassinou Ismail Haniyeh, um líder do Hamas, durante uma visita ao Irã no verão passado, e depois matou Hassan Nasrallah, o líder do Hezbollah. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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Após a condenação no caso CNJ, Zambelli decidiu fugir do País. Seu nome foi incluído na lista vermelha da Interpol e autoridades brasileiras passaram a trabalhar por sua prisão. Após quase dois meses foragida, ela foi presa na Itália na última terça-feira, 29.

A deputada terá seu caso analisado pela justiça italiana. A parlamentar passou por audiência de custódia na sexta-feira, 1º, e continuará presa enquanto aguarda a decisão sobre o pedido de extradição. Durante a audiência, ela disse ser inocente, alegou ser alvo de perseguição política e afirmou que não pretende retornar ao Brasil.

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