Senador democrata dos EUA é retirado de coletiva de secretária sobre protestos e algemado

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O senador democrata americano Alex Padilla foi retirado à força nesta quinta-feira, 12, da entrevista coletiva da secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, em Los Angeles, e algemado por policiais enquanto tentava falar sobre as batidas de imigração que levaram a protestos na Califórnia e em todo o país.

Filho de imigrantes mexicanos, Padilha tem sido um crítico ferrenho de Donald Trump e de sua agenda de deportações em massa. Ele tornou-se o primeiro senador latino do Estado em 2021, quando foi escolhido pelo governador Gavin Newsom para ocupar a vaga de Kamala Harris no Senado, após ela ter sido eleita vice-presidente do país.

O vídeo mostra um agente do Serviço Secreto da equipe de segurança de Noem agarrando Padilla pelo paletó e o empurrando para fora da sala enquanto ele tentava interromper o evento da secretária. "Sou o senador Alex Padilla. Tenho perguntas para a secretária", gritou ele com a voz trêmula.

Brigando com os policiais do lado de fora da sala, ele pode ser ouvido gritando: "Tirem as mãos!" Mais tarde, ele foi visto de joelhos e depois empurrado para o chão e algemado em um corredor, com vários policiais em cima dele.

A cena chocante de um senador americano sendo agressivamente removido de uma entrevista coletiva de uma secretária de gabinete provocou indignação imediata de seus colegas democratas.

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Imagens e vídeos da briga repercutiram pelos corredores do Congresso, onde democratas atônitos exigiram uma investigação imediata e caracterizaram o episódio como mais uma de uma série de crescentes ameaças à democracia por parte do governo Trump. "Precisamos de respostas imediatas sobre o que diabos aconteceu", disse o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, no plenário. "É desprezível, é repugnante, é tão antiamericano."

Em um comunicado, o Departamento de Segurança Interna afirmou que Padilla "optou por um teatro político desrespeitoso" e que o Serviço Secreto "considerou que ele era um agressor". O comunicado alegou erroneamente que Padilla não se identificou - ele o fez enquanto estava sendo empurrado para fora da sala.

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) inclua no pedido de extradição da deputada Carla Zambelli (PL-SP) ao governo da Itália a ação penal em que a parlamentar é ré por perseguição armada nas eleições de 2022.

Condenada a dez anos de prisão por participação no ataque hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2022, Zambelli deve ser condenada em mais um processo. O caso estava suspenso desde março por pedido de vista do ministro Nunes Marques, mas o Supremo já formou maioria pela condenação. Na sexta-feira, 1, Nunes Marques liberou a retomada do julgamento.

A ação ainda em curso foi aberta após a deputada ser filmada sacando uma arma e apontado para um homem no meio da rua em São Paulo. Inicialmente, ela alegou que o homem a teria agredido, o que foi desmentido pelos investigadores.

Após a condenação no caso CNJ, Zambelli decidiu fugir do País. Seu nome foi incluído na lista vermelha da Interpol e autoridades brasileiras passaram a trabalhar por sua prisão. Após quase dois meses foragida, ela foi presa na Itália na última terça-feira, 29.

A deputada terá seu caso analisado pela justiça italiana. A parlamentar passou por audiência de custódia na sexta-feira, 1º, e continuará presa enquanto aguarda a decisão sobre o pedido de extradição. Durante a audiência, ela disse ser inocente, alegou ser alvo de perseguição política e afirmou que não pretende retornar ao Brasil.

A defesa de Zambelli manifestou o desejo de ter o caso do CNJ julgado novamente na Itália, país do qual ela tem cidadania, pedindo a rejeição da extradição. A previsão é de que o processo seja finalizado dentro de pelo menos um ano.

A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue com reprovação de 40% e aprovação de 29%, segundo pesquisa Datafolha divulgada há pouco. O levantamento foi feito com 2.004 eleitores de 130 cidades do País, entre os dias 29 e 30 de julho, durante a escalada das tensões na guerra comercial com o presidente americano Donald Trump.

Havia expectativa sobre os ganhos de imagem para o petista, mas houve manutenção da avaliação de "ruim/péssimo", enquanto a de "ótimo/bom" oscilou de 28% para 29% na rodada anterior da pesquisa. A avaliação do governo como "regular" teve variação de 31% para 29% e 1% dos entrevistados não deu opinião.

A pesquisa mostra que Lula segue com maior desaprovação com o eleitorado de classe média baixa (62%), mais rico (57%), evangélico (55%), sulista (51%), mais instruído (49%) e com idade entre 35 e 44 anos (48%).

De acordo com o Datafolha, a esta altura do mandato, o ex-presidente Jair Bolsonaro apresentava taxas piores. Após dois anos e oito meses de governo, Bolsonaro tinha 24% de aprovação e 51% de reprovação.

A pesquisa divulgada hoje também mostra que 50% dos eleitores desaprovam o trabalho de Lula no Executivo Federal e 46% aprovam, em estabilidade estatística em relação ao levantamento de junho, segundo o Datafolha.

O presidente do PT, senador Humberto Costa, disse neste sábado, 2, que há um "caso claro" de lawfare (uso do sistema legal para prejudicar um adversário político) contra a ex-presidente argentina Cristina Kirchner, recentemente condenada por corrupção.

"Como vocês sabem, da mesma maneira que aconteceu no Brasil com o presidente Lula, temos hoje na Argentina um caso absolutamente claro, que logo é contra a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner", disse o senador, durante o encontro do PT, em Brasília.

Ao lado de um dirigente do Partido Justicialista argentino, Costa lembrou da solidariedade dos argentinos a Lula, quando o ex-presidente brasileiro esteve preso.

"Cristina, como vocês sabem, é uma aliada nossa, é uma companheira que tem uma representatividade política, e o objetivo da justiça argentina é exatamente e impedir que ela possa continuar liderando movimento de oposição ao presidente de extrema direita, Javier Milei", disse.