Deslizamento de geleira destrói vilarejo na Suíça

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Uma enorme massa de rochas e gelo de uma geleira desabou de uma montanha na Suíça na quarta-feira, 28, lançando nuvens de poeira para o céu e cobrindo de lama quase toda uma vila alpina que as autoridades haviam esvaziado no início deste mês por precaução.

Vídeos nas redes sociais e na TV suíça mostraram o deslizamento de terra perto de Blatten, no vale de Lötschental, no sul do país, com casas e prédios parcialmente submersos sob uma massa de lama marrom.

A polícia regional informou que um homem de 64 anos foi dado como desaparecido e que operações de busca e resgate envolvendo um drone com câmera térmica estavam em andamento.

"O que posso dizer no momento é que cerca de 90% da vila está coberta ou destruída, então é uma grande catástrofe o que aconteceu aqui em Blatten", disse Stephane Ganzer, chefe de segurança da região sul de Valais, ao canal de TV local Canal9.

'Risco de que a situação piore'

O governo regional disse em um comunicado que uma grande parte da geleira Birch, acima da vila, se rompeu, causando o deslizamento de terra que também soterrou o leito do rio Lonza, nas proximidades, aumentando a possibilidade de fluxos de água represados.

"Há o risco de que a situação piore", disse Ganzer, aludindo ao rio bloqueado.

Ele afirmou que o exército foi mobilizado após indícios de que o movimento da geleira estava se acelerando.

Em uma entrevista coletiva, o ministro do Meio Ambiente da Suíça, Albert Rösti, lamentou "um evento extraordinário" e disse que o governo tomaria medidas para ajudar os moradores que perderam suas casas.

Nos últimos dias, as autoridades ordenaram a retirada de cerca de 300 pessoas, bem como de todo o gado, da vila, em meio a temores de que a geleira de 1,5 milhão de metros cúbicos estivesse em risco de colapso.

As autoridades locais estavam sendo mobilizadas por helicóptero e por toda a área para avaliar os danos, disse Jonas Jeitziner, porta-voz do centro de crise de Lötschental, à Associated Press por telefone.

Degelo

Os glaciologistas suíços têm expressado repetidamente sua preocupação com o degelo nos últimos anos, atribuído em grande parte ao aquecimento global, que acelerou o recuo das geleiras na Suíça.

O país alpino sem litoral tem o maior número de geleiras da Europa e viu 4% do volume total de suas geleiras desaparecer em 2023. Esse foi o segundo maior declínio em um único ano, depois de uma queda de 6% em 2022.

Em 2023, os moradores da vila de Brienz, no leste da Suíça, foram retirados antes que uma enorme massa de rochas deslizasse pela encosta da montanha, parando bem perto da comunidade. Brienz foi esvaziada novamente no ano passado devido à ameaça de um novo deslizamento de rochas./ AP

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

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O líder do PSB no Senado, Cid Gomes (CE), afirmou nesta quarta-feira, 6, que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pedirá por meio da Advocacia da Casa para que o Supremo Tribunal Federal reconsidere as medidas cautelares contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES).

O ministro do STF Alexandre de Moraes impôs a Do Val uma série de determinações na segunda-feira, 4, após o senador driblar uma ordem anterior da Justiça e viajar aos Estados Unidos sem autorização. Além do uso de tornozeleira eletrônica, as medidas incluem recolhimento domiciliar noturno, cancelamento do passaporte diplomático, bloqueio das contas bancárias, cartões e chaves Pix e também do pagamento de salários e verbas de gabinete de Do Val.

Em nota, a defesa de Marcos do Val negou descumprimento de ordem judicial e afirmou que a decisão de Moraes "ultrapassa a razoabilidade". As medidas cautelares irritaram os colegas no Senado, que viram nela uma afronta à Casa.

"(Alcolumbre) optou que vai pedir a revisão. Não se trata de entrar no mérito do Marcos do Val. Pessoalmente, eu acho que se tiverem dois senadores que compreendam que o Marcos do Val tem um exercício normal de mandato, é muito", afirmou Cid a jornalistas após uma reunião entre Alcolumbre e líderes do Senado.

Líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), disse que a medida servirá para que Do Val volte a ter acesso ao seu salário como parlamentar e à cota para exercer mandato.

Os líderes combinaram, em contrapartida ao recuo de Moraes, que a Procuradoria do Senado apresentará um pedido para que Do Val fique seis meses afastado de seu mandato.

"O procurador do Senado pedirá à Mesa que o senador Marcos do Val seja afastado por seis meses do exercício do mandato. A Mesa vai votar", declarou Cid.

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) entrou nesta quarta-feira, 6, com requerimento para que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) suspenda os salários dos parlamentares bolsonaristas que estão ocupando a mesa diretora da Casa e impedindo as votações.

"É verdade que quando os bolsonaristas ficam em silêncio, a Câmara e o Congresso ficam mais salubres, mais saudáveis, mas é verdade, também, que essa turma não quer trabalhar e não quer deixar o Congresso trabalhar", afirma o deputado em vídeo publicado no seu X (antigo Twitter).

"Bem... Quem não trabalha não pode receber salário, por isso eu entrei hoje com um requerimento ao presidente Hugo Motta para que faça o corte de ponto dos bolsonaristas que não querem trabalhar", finaliza Boulos.

Na justificativa do requerimento, Boulos escreve que "a paralisação intencional dos trabalhos legislativos fere o princípio da eficiência da Administração Pública e prejudica a tramitação de projetos que beneficiam diretamente o povo brasileiro".

O deputado pede, "no mínimo, a supressão da remuneração relativa aos dias em que, por ação ou omissão dolosa, contribuíram para a paralisação dos trabalhos legislativos". Boulos também afirma que a atitude dos bolsonaristas é "conduta incompatível com o exercício regular do mandato parlamentar" e que eles defendem uma "pauta abertamente antidemocrática".

Os deputados e senadores aliados de Jair Bolsonaro (PL) que travam as votações na Câmara e no Senado exigem que um pacote de medidas em favor do ex-presidente, preso nesta segunda-feira, 4, seja votado.

Dentre as demandas, estão a votação de anistia "ampla, geral e irrestrita" aos envolvidos no 8 de Janeiro, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a proposta de emenda à Constituição (PEC) pelo fim do foro privilegiado.

A iniciativa foi anunciada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que expectativa é impedir todas as votações nesta semana, mas caberá ao presidente de cada comissão a decisão de parar os trabalhos ou não.

Os presidentes das duas Casas reagiram aos protestos. Hugo Motta anunciou que deputados que impedirem votações serão suspensos do mandato. Davi Alcolumbre (União-AP), por sua vez, determinou a realização de sessão remota do Senado nesta quinta-feira, 7.

"Não aceitarei intimidações nem tentativas de constrangimento à Presidência do Senado. O Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento", afirmou Alcolumbre.

Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal reagiram às ações da oposição bolsonarista para impedir o funcionamento das duas Casas em meio à pressão pela aprovação do PL da Anistia e do impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Hugo Motta anunciou que deputados que impedirem votações serão suspensos do mandato. Enquanto isso, Davi Alcolumbre determinou a realização de sessão remota do Senado nesta quinta-feira, às 11h.

"Não aceitarei intimidações nem tentativas de constrangimento à Presidência do Senado. O Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento", afirmou Alcolumbre.

A sessão remota desta quinta-feira, 7, será feita para votar a medida provisória que aumenta a isenção do imposto de renda para até dois salários mínimos.

"A decisão tem por objetivo garantir o funcionamento da Casa e impedir que a pauta legislativa, que pertence ao povo brasileiro, seja paralisada. [...] A democracia se faz com diálogo, mas também com responsabilidade e firmeza", escreveu.

A nota de Alcolumbre vem depois de uma reunião realizada com líderes partidários para debater uma reação à obstrução feita por senadores da oposição. Parlamentares aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocuparam a Mesa Diretora do Senado depois da decretação da prisão domiciliar do ex-presidente.

Na Câmara, após a sessão de líderes na residência oficial de Motta, o presidente agendou uma sessão plenária presencial para as 20h30 desta quarta, apesar de a oposição seguir ocupando a Mesa da Casa.

Segundo o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), o presidente da Casa indicou que os deputados que o impedirem de assumir a cadeira no plenário serão suspensos. De acordo com o líder do PDT, Mário Heringer (MG), a suspensão deve ser de seis meses.

Motta indicou ainda que os deputados que tentarem lhe impedir de presidir a sessão podem ter os nomes enviados para o Conselho de Ética, destacou Lindbergh. Segundo Mário Heringer, até a polícia legislativa pode ser acionada em caso de resistência dos Deputados da oposição.

Antes da sessão, os líderes se reunirão na sala da Presidência.

Veja a íntegra da nota do presidente do Senado:

"Determinei que a sessão deliberativa do Senado Federal de amanhã, quinta-feira (7), seja realizada temporariamente em sistema remoto. A decisão tem por objetivo garantir o funcionamento da Casa e impedir que a pauta legislativa, que pertence ao povo brasileiro, seja paralisada.

Não aceitarei intimidações nem tentativas de constrangimento à Presidência do Senado. O Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento.

Seguiremos votando matérias de interesse da população, como o projeto que assegura a isenção do Imposto de Renda para milhões de brasileiros que recebem até dois salários mínimos. A democracia se faz com diálogo, mas também com responsabilidade e firmeza.

Davi Alcolumbre

Presidente do Senado Federal"