Trump recebe professor libertado pela Rússia e reitera promessa de acabar com a guerra

Internacional
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu na Casa Branca no fim da noite da terça-feira, 11, o professor Marc Fogel, que estava preso na Rússia havia três anos e meio. Os russos libertaram o americano após negociações lideradas por Trump e pelo enviado especial do governo americano, Steve Witkoff. Fogel estava preso desde agosto de 2021, quando foi acusado de tráfico de drogas ao ser detido com maconha para fins medicinais.

 

O professor chegou à Casa Branca envolto em uma bandeira dos Estados Unidos e ficou ao lado de Trump durante um breve pronunciamento. "Eu me sinto como o homem mais sortudo da Terra agora", disse.

 

Trump afirmou que outro americano "muito especial" seria libertado nesta quarta-feira, 12, mas não informou quem seria nem o país onde a pessoa estaria presa.

 

O presidente dos Estados Unidos não deixou claro se falou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre Fogel. Questionado sobre os termos do acordo, Trump disse que foram "muito, muito justos", mas não informou qual teria sido a contrapartida americana.

 

Trump disse ainda que "foi muito bem tratado" pela Rússia durante as negociações. "Espero que seja o começo de um relacionamento onde possamos acabar com essa guerra", disse Trump, em referência ao confronto entre a Rússia e a Ucrânia.

 

Trump também foi questionado por um jornalista se haveria anúncio de novas tarifas nesta quarta. O presidente disse apenas: "veremos".

 

*Com informações de Associated Press.

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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) promoveram ações nas sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 22 Estados nesta quarta-feira, 23. A autarquia é responsável pela política agrária no Brasil, e os atos são mais um movimento com o objetivo de pressionar o governo pela reforma agrária. O MST também se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no mesmo dia.

"Entre as pautas levadas ao governo estão a criação e estruturação de novos assentamentos, acesso ao crédito e políticas públicas para a produção de alimentos saudáveis, além de moradia, educação e infraestrutura para as famílias do campo", afirma a organização em post no Instagram.

Em São Paulo, 300 militantes do MST invadiram o Incra enquanto perguntavam "Lula, cadê a reforma agrária?". De acordo com o movimento, as ocupações também foram registradas em Tocantins, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraíba, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Distrito Federal, Maranhão, Pará e Roraima.

MST enviou carta em que pedia rapidez reforma agrária, ministério rebateu

O MST intensificou os atos na "Semana Camponesa", mobilização nacional da entidade que deve se estender até o dia 25. Na segunda, 21, o movimento divulgou uma carta aberta na qual cobrava avanços na reforma agrária e dizia que "soberania nacional só é possível com soberania alimentar", fazendo alusão à campanha que Lula encampa em prol da soberania do País após o tarifaço de Donald Trump.

No mesmo dia, o Ministério do Desenvolvimento Agrário respondeu o movimento e negou demora para regularizar terras. "Ao contrário do que diz a carta do MST, a reforma agrária no Brasil retomou o ritmo dos dois primeiros governos do presidente Lula", escreveu a pasta.

"Em 2025 foram obtidos e disponibilizados 13.944 novos lotes para assentamentos, número comparável aos dos governos Lula 1 e 2", acrescentou.

O MST tem adotado a soberania nacional como mote e relacionado o tema com a reforma agrária. "Representantes de diversos acampamentos e assentamentos do Tocantins reforçam a importância da Reforma Agrária Popular como política estratégica para a soberania alimentar e justiça social", escreveu a entidade em uma das publicações que anunciou as ocupações.

A entidade também divulgou uma carta em defesa da soberania nacional no Instagram.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta quarta-feira, 23, que as contas bancárias de sua esposa foram bloqueadas por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nas redes sociais, o parlamentar classificou a medida como "arbitrária" e alegou que não foi citado nos inquéritos recentemente abertos contra ele. O STF não se manifestou sobre a alegação de Eduardo Bolsonaro.

Na segunda-feira, 21, o próprio Eduardo já havia informado que teve suas contas bancárias e chave Pix bloqueadas. Como mostrou o Estadão, a decisão de Moraes também incluiu o bloqueio de bens móveis, imóveis e do salário como parlamentar. O objetivo da medida é tentar dificultar suas ações nos Estados Unidos.

A medida é mais uma estratégia da investigação contra as ações do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seu filho para obter sanções do governo de Donald Trump contra o Brasil.

Após ter obtido a aplicação de medidas restritivas a Jair Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica, a PF considerou que seria mais eficaz aplicar medidas patrimoniais contra Eduardo, já que ele está nos Estados Unidos.

Os investigadores analisaram a possibilidade de pedir a deflagração de medidas ostensivas contra o filho do ex-presidente, como decretar prisão, mas avaliaram que seriam de baixa efetividade.

Em casos recentes nos quais o STF determinou a prisão de brasileiros residentes nos EUA e acusados de atos antidemocráticos, não houve sucesso em obter a extradição deles.

O entendimento dos investigadores foi que medidas patrimoniais seriam mais eficientes para tentar dificultar as ações de Eduardo no exterior. A PF mira, por exemplo, os R$ 2 milhões que Jair Bolsonaro transferiu a Eduardo para financiar sua permanência nos EUA nesse período.

Bolsonaro foi alvo de busca e apreensão na última sexta-feira, 18, sob suspeita de ter estimulado, em conjunto com seu filho, ações do presidente Donald Trump contra o governo brasileiro. Para a Polícia Federal, essas ações tiveram seu ápice quando Trump anunciou uma taxação de 50% sobre os produtos brasileiros.

Após a operação da PF, o governo dos EUA anunciou como nova retaliação a suspensão do visto do ministro Alexandre de Moraes e de outros integrantes do STF.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) compartilhou na última terça, 22, em seu perfil no X (antigo Twitter) um vídeo em que o blogueiro Paulo Figueiredo chama ex-ministros de Jair Bolsonaro (PL) de "traidores da pátria" por integrarem missão do Senado que viajou aos EUA para negociar a sobretaxa de 50% imposta sobre os produtos brasileiros pelo presidente Donald Trump.

"Tereza Cristina e Marcos Pontes, para mim, neste momento, são dois traidores da pátria, está muito claro", afirma o influencer bolsonarista na gravação. Na publicação, Eduardo também escreveu que "tais parlamentares não falam em nome do Presidente Jair Bolsonaro" e que a missão de senadores está "fadada ao fracasso".

O senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) foi ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações durante o governo de Jair Bolsonaro e a senadora Tereza Cristina (PP-MS) atuou como ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na mesma gestão.

A critica contra os ex-ministros de seu pai continua, na publicação, Eduardo escreve que o "constrangimento" dos senadores "se agrava com a presença de senadores ligados ao partido de Lula, político que sistematicamente adota posturas hostis aos EUA".

Apesar dos atritos, os senadores continuam apoiando o ex-presidente. Tereza Cristina, por meio de seu X, escreveu: "tenho defendido sempre cautela e maturidade para enfrentarmos os graves problemas do Brasil - inclusive para manter abertas as negociações sobre tarifas que tanto podem prejudicar o nosso povo".

Confira os senadores que participam da missão:

- Presidente: Senador Nelsinho Trad (PSD-MS)

- Senadora Tereza Cristina (PP-MS)

- Senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP)

- Senador Jaques Wagner (PT-BA)

- Senador Esperidião Amin (PP-SC)

- Senador Rogério Carvalho (PT-SE)

- Senador Fernando Farias (MDB-AL)

- Senador Carlos Viana (Podemos-MG)

Eduardo Bolsonaro pede sanções para pressionar por anistia

No post, Eduardo Bolsonaro afirma que a missão do Senado não deve ter frutos por "adiar o enfrentamento dos problemas reais, vendendo a falsa ideia de uma 'vitória diplomática' enquanto ignoram o cerne da questão institucional brasileira".

O parlamentar defende a concessão de uma anistia "ampla geral e irrestrita" para os condenados pela trama golpista, incluindo seu pai, para que o tarifaço seja retirado. Eduardo já criticou outros aliados que tentaram reverter as taxas, com o objetivo de evitar danos econômicos, mas não falaram em anistia, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Autoexilado nos EUA, Eduardo pede por sanções para autoridades brasileiras e, na última segunda, 21, afirmou que participou de reuniões com membros do governo americano em que o tarifaço foi discutido.

Antes, o deputado pedia para que autoridades estadunidenses punissem o ministro Alexandre de Moraes, do STF, com a Lei Magnitsky, usada para enquadrar autoridades de regimes autoritários, integrantes de grupos terroristas, criminosos ligados a esquemas de lavagem de dinheiro e agentes de segurança acusados de assassinatos em série.