Elon Musk participa de comício de partido de extrema direita na Alemanha

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O bilionário Elon Musk participou do comício do partido de extrema direita alemão Alternativa para a Alemanha (AfD) no sábado, 25, por videoconferência. Musk afirmou que a Alemanha precisa resgatar o "orgulho e a cultura" do país. Ele tem apoiado diversos grupos de extrema direita na Europa, especificamente o AfD e também o Reform UK, no Reino Unido.

"É bom ter orgulho de ser alemão. Lutem por um futuro brilhante para a Alemanha", afirmou o homem mais rico do mundo para, segundo dados do AfD, cerca de 4.500 apoiadores reunidos na Feira de Halle, no leste do país. Musk reiterou seu apoio ao partido que é, segundo ele, a "melhor esperança para a Alemanha".

O empresário afirmou que a "nação alemã" tem "milhares de anos" e disse que o imperador romano Júlio César já havia ficado "impressionado" com a vontade de combate das tribos germânicas. Segundo Musk, o governo do chanceler Olaf Scholz "reprime agressivamente a liberdade de expressão".

Apoio

Musk afirmou que o AfD deve lutar por mais "autodeterminação para Alemanha e menos Bruxelas", em referência à sede administrativa da União Europeia (UE). Nas últimas semanas, o empresário tem se envolvido com frequência na política interna da Alemanha e de outros países europeus, criticando o governo de Olaf Scholz em seu perfil na rede social X. Musk já chamou o chanceler social-democrata Olaf Scholz de "louco" e "imbecil incompetente" e o presidente Frank-Walter Steinmeier de "tirano".

O partido que o empresário apoia, o AfD, é considerado de extrema direita e é contra a imigração. A legenda ocupa o segundo lugar nas pesquisas para as eleições legislativas, que serão realizadas no dia 23 de fevereiro. A coalizão da CDU/CSU, de centro-direita, deve ganhar o pleito.

Polêmicas

O discurso de Musk ocorre em um momento em que o empresário é alvo de críticas por realizar um gesto associado a uma saudação nazista durante a posse de Donald Trump. Durante o comício da AfD, Musk afirmou que a uma multidão entusiasmada que "os alemães não devem se sentir culpados pelos pecados de seus pais, muito menos de seus bisavós", em uma referencia a Alemanha nazista.

O partido já foi forçado a expulsar membros após denúncias de racismo e antissemitismo, além do uso de slogans da Alemanha nazista. A legenda é investigada pelo serviço de segurança da Alemanha por conta da retórica extremista.

Em outra categoria

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que "não é possível o mundo dar certo se a gente perder o mínimo senso de responsabilidade no respeito à soberania dos países". A declaração foi feita na abertura da 5ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, no Palácio Itamaraty. O presidente disse não querer "gastar tempo" comentando o tarifaço dos EUA, nem a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com o presidente, o Conselhão "representa a cara da mais verdadeira economia no planeta Terra". O órgão é composto por representantes da sociedade civil e assessora o presidente na formulação de políticas públicas e diretrizes de governo.

Lula disse que o Brasil "perdeu muito" quando o Conselhão deixou de funcionar no governo de Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2023. "É por isso que, quando retornamos ao governo, resolvemos criar o conselho para fazer exatamente o que vocês fazem: se reunir, dar palpite, fazer sugestão, elaborar projeto de lei, projeto de decreto", afirmou.

Sem citar o ex-presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente Geraldo Alckmin disse nesta terça-feira, 5, que o Brasil saiu de uma tentativa de golpe para fortalecer a democracia.

Segundo Alckmin, a democracia é civilizatória e um princípio e valor que deve nortear a existência humana. "Só ela garante desenvolvimento com inclusão", disse, durante abertura da 5ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, no Palácio Itamaraty.

Na segunda-feira, 4, Bolsonaro teve a prisão domiciliar decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por descumprir medidas cautelares anteriores.

As medidas foram determinadas no último dia 17, no inquérito que apura conduta do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e investiga crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

As medidas incluíam, além do uso de tornozeleira eletrônica, que Bolsonaro não usasse as redes sociais, mesmo por meio de aparelhos e contas de terceiros.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse nesta terça-feira, 5, que não dá para saber se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aplicará novas sanções ao Brasil ou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, como represália à decretação da prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Criou-se uma narrativa de que Trump é um bobinho manipulado por Eduardo Bolsonaro. Não é assim. Eduardo Bolsonaro é uma das pessoas que levam informações à Casa Branca. Trump ouve outras pessoas e toma as medidas da cabeça dele. É imprevisível", disse Flávio nesta segunda-feira, 5, a jornalistas.

Os Estados Unidos anunciaram tarifas de 50% a uma série de produtos brasileiros. Na semana passada, porém, o país divulgou uma lista de exceções. Os Estados Unidos também aplicaram sanções econômicas a Moraes por meio da Lei Magnitsky.