Polícia de Nova York prende suspeito pela morte de mulher que foi incendiada em metrô

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A polícia de Nova York anunciou neste domingo, 22, que prendeu um suspeito da morte de uma mulher que provavelmente adormeceu em um metrô antes de ser incendiada por um homem que ela não conhecia, segundo as autoridades.

Policiais de trânsito prenderam o suspeito após receberem um relato de três estudantes do ensino médio que o reconheceram. Eles haviam visto imagens do suspeito capturadas por câmeras de segurança e câmeras corporais de policiais que foram amplamente divulgadas.

"Os nova-iorquinos ajudaram mais uma vez", disse a comissária da polícia de Nova York, Jessica Tisch, que descreveu o caso como "um dos crimes mais depravados que uma pessoa poderia cometer contra outra".

Tisch afirmou que o suspeito e a mulher, cujas identidades não foram divulgadas, estavam em um trem do metrô indo até o final da linha no Brooklyn por volta das 7h30. Após o trem parar, imagens das câmeras de vigilância do vagão mostraram o homem caminhando "calmamente" até a vítima, que estava sentada e possivelmente dormindo, e incendiando suas roupas com o que parecia ser um isqueiro.

As roupas da mulher "foram completamente consumidas pelas chamas em questão de segundos", disse Tisch. A polícia não acredita que os dois se conheciam.

Oficiais em patrulha rotineira na estação de metrô Coney Island-Stillwell Avenue sentiram cheiro de fumaça e descobriram a mulher em chamas, parada no meio do vagão. Após o fogo ser apagado, os paramédicos declararam a mulher morta no local. Sem que os policiais soubessem, o suspeito havia permanecido na cena do crime e estava sentado em um banco na plataforma, logo fora do vagão, afirmou Tisch.

Câmeras corporais usadas pelos policiais captaram uma "imagem muito clara e detalhada" do suspeito, que foi posteriormente divulgada ao público. Após uma ligação para o 911 feita pelos adolescentes, outros policiais identificaram o homem em outro trem e alertaram a próxima estação. Lá, mais policiais revistaram os vagões e prenderam o homem sem incidentes. O suspeito tinha um isqueiro no bolso, afirmou Tisch.

O caso marcou a segunda morte no metrô de Nova York neste domingo. Às 12h35, a polícia atendeu a um chamado de emergência sobre um ataque em andamento na estação 61st Street-Woodside, no Queens, e encontrou um homem de 37 anos com uma facada no torso e outro homem de 26 anos com múltiplos cortes pelo corpo. O homem mais velho foi declarado morto em um hospital próximo, enquanto o mais jovem estava em condição estável, segundo a polícia. A investigação continua.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), assumiu nesta terça-feira, 5, a presidência da segunda turma da Corte. Em seu discurso, o magistrado destacou os desafios que o Tribunal enfrenta - como as mudanças na lógica de trabalho - e criticou os ataques que a instituição sofre.

Para o ministro, a "sociedade bombardeada por um fluxo de informação e desinformação vertiginosos, tem se afundado na polarização e nas tensões políticas e engendrado um sistemático questionamento, se não mesmo um ataque frontal, à democracia".

Ainda criticando a desinformação, Mendes afirma que "a verdade padece ante a avalanche de fake news e espúrias narrativas fabricadas". Para o magistrado, o STF tem o desafio de mostrar a real atuação da Corte: "uma atuação rigorosamente comprometida com a Constituição, com a segurança jurídica, com o Estado democrático de direito e com os direitos fundamentais de todos os brasileiros".

O pronunciamento do ministro se deu na primeira sessão da turma após o retorno do recesso. Durante a pausa, o ministro Alexandre de Moraes, seu colega, foi sancionado pelo governo dos EUA via Lei Magnitsky, em retaliação ao processo que a Corte conduz investigando a participação de Jair Bolsonaro (PL) na tentativa de golpe de Estado.

Quando retornou do recesso, Mendes afirmou que Moraes "tem prestado serviço fundamental para a preservação da nossa democracia" e que o magistrado é vítima de "ataques injustos".

Desafios do STF

Mendes ainda citou os "desafios sem precedentes enfrentados pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Poder Judiciário". "O mundo contemporâneo nos apresenta questões inéditas em sua complexidade: a inteligência artificial, a revolução digital, as transformações nas relações do trabalho, as graves questões ambientais, econômicas, sociais e políticas de escala global", lista o juiz.

O ministro já se pronunciou, anteriormente, sobre o desafio que as mudanças na lógica trabalhista trouxeram para o judiciário. O magistrado foi responsável por suspender todos os processos referentes a "pejotização".

O objetivo da suspensão, segundo Mendes, seria impedir a "multiplicação de decisões divergentes sobre a matéria, privilegiando o princípio da segurança jurídica e desafogando o STF, permitindo que este cumpra seu papel constitucional e aborde outras questões relevantes para a sociedade".

A maior parte dos brasileiros reprova a atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira, 5, pelo Datafolha, 36% dos entrevistados consideram ruim ou péssimo o trabalho dos magistrados.

O estudo também constatou que aqueles que consideram as decisões dos juízes são ótimas ou boas somam 29%. Enquanto isso, 31% pensam que os ministros têm desempenho regular e 4% dos entrevistados não sabem opinar.

Dentre os entrevistados, a maioria (68%) considerou que a Corte prioriza os próprios interesses e apenas 27% afirmaram que eles pensam em primeiro lugar na população.

A medição foi feita pelo instituto entre os dias 29 e 30 de julho, ou seja, antes da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por desobedecer as medidas cautelares, ser decretada pelo ministro Alexandre de Moraes.

Após a prisão do ex-presidente, seus apoiadores e filhos desferiram ataques contra a Corte, afirmando que o Tribunal minou a democracia brasileira e pedindo o impeachment de Moraes. Os deputados Luciano Zucco (PL-RS) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) incentivaram seguidores a usar os termos "vingança não é justiça" nas redes sociais, para atacar o STF.

A pesquisa demonstrou que, dentre os bolsonaristas, 81% reprovam o trabalho dos ministros do STF e apenas 2% são favoráveis. Os petistas, por outro lado, são mais alinhados com a Corte: 59% têm avaliação positiva e 9% negativa.

A reprovação do STF subiu desde a última medição realizada pelo Datafolha. Em março de 2024, 28% dos brasileiros reprovavam a Corte e uma ligeira maioria, de 29% dos entrevistados, era a favor da atuação. Na ocasião, 40% dos participantes ainda consideraram os ministros com atuação regular e 3% não opinou

Desde a data, os embates entre o Supremo e atores políticos aumentaram. Oito magistrados da Corte chegaram a ser sancionados com a cassação de seus vistos americanos em retaliação ao processo que conduzem contra Jair Bolsonaro, investigando a participação do ex-presidente na tentativa de golpe de Estado.

O principal articulador das sanções é o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está autoexilado nos EUA e pede pelos ataques. O parlamentar também pediu pela aplicação da Lei Global Magnistsky contra Alexandre de Moraes, o dispositivo legal o impede de acessar bens nos EUA, de visitar o país e de ter acesso a serviços de empresas americanas.

De acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira, 5, 35% dos brasileiros consideram a atuação do Congresso Nacional ruim ou péssima. Ao mesmo tempo, os entrevistados que acham o trabalho dos parlamentares regular somaram 41%. Apenas 18% dos participantes afirmaram que o Legislativo é ótimo ou bom, enquanto 6% não opinaram.

A reprovação da Câmara dos Deputados e do Senado, manifestada pela maior parte dos entrevistados, é acompanhada por uma percepção de que o Legislativo privilegia os próprios interesses. Ao todo, 78% dos entrevistados afirmaram que os congressistas dão prioridade a eles mesmos. Somente 18% dos participantes acreditam que o povo é prioridade no Congresso.

A desaprovação ao Congresso se elevou desde a última aferição feita pelo Datafolha. Em março do ano passado, 23% consideravam o Legislativo ruim ou péssimo e 22% ótimo ou bom. A avaliação de que os parlamentares atuavam de forma regular era compartilhada por 53% na ocasião. Por fim, 2% não responderam a pesquisa.

O aumento da desaprovação ocorre após embates entre o Congresso e Executivo. Os senadores e deputados federais acumulam uma série de atritos com a presidência, como a derrubada do aumento do IOF, de interesse do presidente Lula (PT), e o veto do aumento no número de deputados, desejo da Câmara.

Governistas chegaram a levantar uma campanha nas redes sociais com os dizeres "Congresso inimigo do povo" para atacar as Casas. O governo usou, durante esse período, diversos posts feitos com inteligência artificial para criticar a Câmara e o Senado.

Dentre os petistas, a pesquisa identificou que 28% avaliam o Congresso como ruim e 26% bom ou ótimo. Os bolsonaristas, em maior parte, também rejeitam o Legislativo: 38% consideram que a atuação dos senadores e deputados federais é ruim e apenas 14% a avaliam como boa.

A pesquisa 2004 pessoas entre os dias 29 e 30 de julho. A margem de erro do estudo é de dois pontos percentuais e a confiabilidade é de 95%.