Empresa suíça cria máquina que utiliza organoides do cérebro

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Não é só Elon Musk que está na corrida pelo desenvolvimento de tecnologia ligada ou relacionada ao corpo humano. Além do dono da Neuralink, que conduz experimentos com chips cerebrais em humanos, a empresa suíça de tecnologia FinalSpark desenvolveu um bioprocessador que usa organoides do cérebro humano. A novidade foi divulgada em maio pela revista Frontiers in Artificial Intelligence.

De acordo com a publicação, o objetivo dessa integração entre "humano e máquina" é reduzir o gasto de energia de um processador convencional. Para isso, usa-se a chamada tecnologia wetware, quando um software de computador é aplicado a formas de vida biológicas. Mas, diferentemente dos implantes de Musk, não são ligados a uma pessoa, somente às células vivas de um humano.

O trabalho aponta essa economia energética, por exemplo, com o desenvolvimento do sistema de inteligência artificial GPT-3, um precursor do GPT-4, que exigiu aproximadamente 10 KWh, o que representa cerca de 6 mil vezes a energia que um cidadão europeu utiliza por ano.

DETALHAMENTO

Esse tipo de tecnologia envolve o uso de neurônios vivos para fazer cálculos, por exemplo, semelhante às redes neurais artificiais já usadas hoje. Segundo a pesquisa, a neuroplataforma permite que os pesquisadores realizem experimentos em organoides neurais com vida útil superior a 100 dias.

O sistema de neuroplataforma usa dispositivos similares a eletrodos, tecnologia chamada de eletrofisiologia, que estimulam e registram a atividade elétrica dos neurônios. São chamados pelos pesquisadores de Multi-Electrode Arrays (MEAs). A pesquisa explica que os MEAs, os eletroestimuladores, compõem uma matriz que é disposta em uma superfície que pode ser colocada em tecidos biológicos.

De forma mais prática, as células estão vivas dentro de um tipo de sistema, e são alimentadas com todos os nutrientes que precisam para se manterem vivas, como oxigênio, por exemplo. Os eletrodos são conectados nelas para ligar as células à fonte de dados.

Os MEAs abrigam os organoides, massa de células de tecido cerebral. Na pesquisa, cada MEA contém quatro organoides, que são interligados por oito eletrodos. Esses sinais das células captados pelos eletrodos são transformados em uma linguagem computacional.

O bioprocessador pode ser acessado pelos pesquisadores, que podem inserir dados e comandos ao sistema, além de ajudar a processar e interpretar as informações do material biológico. A neuroplataforma é baseada em fundir software e hardware e oferece acesso a neurônios biológicos in vitro, e ainda de forma remota. O objetivo é conseguir compartilhar pesquisa e tecnologia com estudiosos de todo o mundo.

Nos últimos três anos, a neuroplataforma foi utilizada com mais de 1 mil organoides cerebrais, permitindo a coleta de mais de 18 terabytes de dados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Por Laysa Zanetti

Caco Ciocler vai entrar para o elenco de Vale Tudo, interpretando um personagem inédito na trama. O ator será Esteban, um interesse amoroso de Celina (Malu Galli). A informação foi publicada pela coluna Play, do jornal O Globo, e confirmada por Caco em seu perfil no Instagram.

Na versão de 1988 da novela, a irmã de Odete não teve sua vida afetiva explorada e, portanto, o personagem Esteban não existiu. Ainda não se sabe qual será a sua história ou como vai conhecer Celina.

Na trama original, Celina era interpretada por Nathalia Timberg, e dedicava a maior parte do tempo aos sobrinhos e aos cuidados da mansão. Desta vez, a autora Manuela Dias pretende adicionar mais camadas à sua história e dar a ela mais autonomia.

"Celina é uma cinquentona que não se casou, criou os filhos da irmã e não trabalha", resumiu Galli ao jornal O Globo, explicando os novos traços da personagem. "A gente trouxe o interesse dela pelas artes plásticas, ela é uma incentivadora dos artistas. É mais ativa nesse sentido."

Longe das novelas desde a refilmagem de Pantanal, Caco vai começar a gravar suas cenas no folhetim neste sábado, 3. Recentemente, participou da minissérie Os Quatro da Candelária e do filme Meu Sangue Ferve por Você, cinebiografia de Sidney Magal.

Miguel Falabella foi afastado das apresentações desta semana do espetáculo Uma Coisa Engraçada Aconteceu a Caminho do Fórum, em São Paulo. O comunicado foi feito nas redes sociais da peça nesta quinta-feira, 1º, que explica que o ator passa por um problema de saúde.

Em seu perfil, Falabella detalhou a situação, e revelou que precisou se afastar porque está com uma hérnia de disco. "Estou com muita dor, não estou conseguindo andar direito e, por isso, infelizmente não estou fazendo Uma Coisa Engraçada Aconteceu a Caminho do Fórum. Como dizia minha mãe, doença é aluguel que a gente paga para usar o corpo", declarou.

A peça é uma adaptação brasileira do musical com letra e música de Stephen Sondheim, ambientado na Roma Antiga e inspirado nas comédias farsescas de Plauto. A história acompanha Pseudolus, personagem de Falabella que é um escravo determinado a conquistar sua liberdade. Para isso, ele promete ajudar seu jovem amo a conquistar a amada. Ivan Parente, Giovanna Zotti, Carlos Capeletti, Mauricio Xavier e Lucas Colombo também integram o elenco da peça.

Diante da ausência de Falabella, o protagonista será interpretado por Edgar Bustamante nas próximas sessões, desta quinta a domingo, 4.

Nos comentários das publicações, fãs e amigos desejam melhoras a Miguel. "Cuidaremos do nosso lourão mais que amado e ele já já estará de volta pro palco", comentou Danielle Winits. "Boa recuperação, chuvisquinho. Já já você está 100% e de volta aos palcos pra receber todo carinho e amor que você merece", desejou o também ator Daniel Rangel.

A peça Uma Coisa Aconteceu a Caminho do Fórum está em cartaz de quinta a domingo no Teatro Claro Mais SP, com apresentações às 20h (quinta e sexta), 16h e 20h (sábado) e 15h e 20h (domingo).

A série argentina O Eternauta acaba de chegar à Netflix e já tem conquistado os espectadores. Baseada na HQ homônima considerada uma das maiores obras da literatura argentina, ela tem uma história trágica por trás: seu criador, Héctor Oesterheld, foi morto pela ditadura na Argentina na década de 1970.

Nascido em Buenos Aires em 1919, Oesterheld é um dos principais nomes dos quadrinhos e da ficção cientifica na Argentina. Escreveu alguns romances e outras HQs, além de ter publicado em revistas de grande importância, mas O Eternauta é considerada a sua obra-prima.

A trama acompanha um grupo de sobreviventes de uma nevasca mortal que precisa lutar contra uma ameaça alienígena. Com Juan Salvo como protagonista, o quadrinho foi publicado entre 1957 e 1959 com ilustrações de Francisco Solano López, com uma versão mais politizada sendo lançada na década de 1970.

Oesterheld frequentemente dizia que o herói de O Eternauta era um "herói coletivo". No final dos anos 1960, ele também escreveu biografias em quadrinhos de Che Guevara e Evita Perón, importantes líderes de esquerda, em parceria com o cartunista Alberto Breccia.

Naquele período, o autor já era envolvido com os Montoneros, organização político-militar argentina de esquerda que tinha objetivo de resistir e derrubar a ditadura no país. As quatro filhas de Oesterheld, Estela, Diana, Beatriz e Marina, também estavam envolvidas com o grupo.

As Forças Armadas da Argentina, já vigiando a atividade de Oesterheld, começaram a fechar o cerco em sua família. A primeira desaparecida foi Beatriz, que tinha apenas 19 anos, em 1976. Meses depois, foi a vez de Diana, seguida de Marina, ambas grávidas na época. A última foi Estela, já no final de 1977.

Oesterheld desapareceu em abril daquele ano. Acredita-se que tenha sido fortemente torturado física e psicologicamente, sendo obrigado a ver fotos das filhas executadas, e que foi morto apenas em 1978. O seu corpo nunca foi encontrado. Das filhas, apenas Beatriz pôde ser velada.

A morte do autor e de seus familiares só foi reconhecida em 1985, com um julgamento histórico que resgatou a memória dos desaparecidos e revelou os horrores da ditadura na Argentina.