Conheça a história do autor de 'O Eternauta', que desapareceu durante a ditadura na Argentina

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A série argentina O Eternauta acaba de chegar à Netflix e já tem conquistado os espectadores. Baseada na HQ homônima considerada uma das maiores obras da literatura argentina, ela tem uma história trágica por trás: seu criador, Héctor Oesterheld, foi morto pela ditadura na Argentina na década de 1970.

Nascido em Buenos Aires em 1919, Oesterheld é um dos principais nomes dos quadrinhos e da ficção cientifica na Argentina. Escreveu alguns romances e outras HQs, além de ter publicado em revistas de grande importância, mas O Eternauta é considerada a sua obra-prima.

A trama acompanha um grupo de sobreviventes de uma nevasca mortal que precisa lutar contra uma ameaça alienígena. Com Juan Salvo como protagonista, o quadrinho foi publicado entre 1957 e 1959 com ilustrações de Francisco Solano López, com uma versão mais politizada sendo lançada na década de 1970.

Oesterheld frequentemente dizia que o herói de O Eternauta era um "herói coletivo". No final dos anos 1960, ele também escreveu biografias em quadrinhos de Che Guevara e Evita Perón, importantes líderes de esquerda, em parceria com o cartunista Alberto Breccia.

Naquele período, o autor já era envolvido com os Montoneros, organização político-militar argentina de esquerda que tinha objetivo de resistir e derrubar a ditadura no país. As quatro filhas de Oesterheld, Estela, Diana, Beatriz e Marina, também estavam envolvidas com o grupo.

As Forças Armadas da Argentina, já vigiando a atividade de Oesterheld, começaram a fechar o cerco em sua família. A primeira desaparecida foi Beatriz, que tinha apenas 19 anos, em 1976. Meses depois, foi a vez de Diana, seguida de Marina, ambas grávidas na época. A última foi Estela, já no final de 1977.

Oesterheld desapareceu em abril daquele ano. Acredita-se que tenha sido fortemente torturado física e psicologicamente, sendo obrigado a ver fotos das filhas executadas, e que foi morto apenas em 1978. O seu corpo nunca foi encontrado. Das filhas, apenas Beatriz pôde ser velada.

A morte do autor e de seus familiares só foi reconhecida em 1985, com um julgamento histórico que resgatou a memória dos desaparecidos e revelou os horrores da ditadura na Argentina.

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O governo federal estuda acabar com a obrigatoriedade de aulas em Centros de Formação de Condutores (CFCs) para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), medida defendida pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, como forma de reduzir custos e ampliar o acesso ao documento.

Para Paulo Guimarães, CEO do Observatório Nacional de Segurança Viária, a ideia pode ter efeito oposto. "Países com melhores indicadores de segurança viária têm processos rígidos e formais de formação, muito mais próximos de um modelo educacional do que de simples treinamento", afirmou à Rádio Eldorado, ressaltando que aprender a dirigir com familiares, como sugere o ministro, ignora padrões de segurança e fiscalização.

Guimarães também questiona os números apresentados pelo governo. Segundo ele, o custo médio da CNH categoria B em São Paulo é de R$ 1,6 mil a R$ 1,8 mil, e programas como a CNH Social já oferecem gratuidade para pessoas de baixa renda em 17 Estados e no âmbito federal. "Formar motoristas não é só ensinar a passar na prova. É desenvolver percepção de risco e tomada de decisão. Tirar os CFCs da equação é um risco enorme", conclui.

Um idoso de 73 anos foi encontrado seu vida dentro de sua residência localizada na Rua Franklin Magalhães, na Vila Santa Catarina, região do Jabaquara, zona sul da capital paulista. O caso é investigado pela Polícia Civil do Estado como latrocínio, que é o roubo seguido de morte.

O caso, ocorreu na madrugada de domingo, 3, quando guardas civis foram acionados por um vizinho da vítima, que relatou ter ouvido barulhos vindo de um imóvel. "No local, os GCMs viram o portão danificado e encontraram, no interior da casa, a vítima já sem vida. Policiais civis do DHPP e a perícia foram acionados ao local", disse a Secretaria da Segurança Pública do Estado. Foram requisitados exames ao Instituto de Criminalística (IC) e ao Instituto Médico Legal (IML), sendo a ocorrência registrada como latrocínio no 16° DP (Vila Clementino).

Conforme a investigação, a análise de imagens registradas por câmeras de residências próximas constatou que dois criminosos invadiram o local e saíram com objetos envoltos em lençóis, não sendo possível constatar, até o momento, o que foi levado da residência.

O caso é investigado por meio de inquérito policial instaurado pela 1ª Delegacia de Investigações sobre Roubos e Latrocínios da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (DISCCPAT) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). As equipes da unidade realizam diligências para identificar os responsáveis pelo crime e esclarecimento dos fatos.

Alta da criminalidade na região

Conforme o Radar da Criminalidade do Estadão, na Rua Franklin Magalhães foi registrado o aumento de 25% na incidência de crimes. Foram registrados cinco crimes nas proximidades em junho deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Sendo a principal incidência, com dois casos, a de roubo de celular.

O rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como o Oruam, foi transferido para uma cela coletiva. Ele agora está em galeria que abria integrantes da facção Comando Vermelho (CV). Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), a alocação segue os "critérios estabelecidos pela gestão prisional e é um procedimento padrão adotado após avaliação técnica da unidade."

Oruam permanece custodiado na Penitenciária Dr. Serrano Neves (Bangu 3). Na semana passada, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e tornou réus por tentativa de homicídio qualificado o rapper e o amigo dele, Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira.

À época da prisão, a defesa do artista disse que a resistência ocorreu por conta de abuso de autoridade por parte dos agentes. O rapper é filho Marcinho VP, apontado como um dos líderes do CV, preso desde 1996. Oruam nega vínculo com a facção e afirma que é criminalizado por conta do estilo musical e parentesco. A denúncia citava dois crimes de homicídios qualificados, ambos na forma tentada, contra as vítimas Moysés Santana Gomes, delegado de Polícia Civil do Rio, e Alexandre Alvez Ferraz, oficial de cartório da Polícia Civil fluminense.

Denúncias do MP

No fim de julho, o MP do Rio denunciou o cantor pelos crimes de tentativa de homicídio, lesão corporal, tentativa de lesão corporal, resistência com violência, desacato, ameaça e dano ao patrimônio público. "O MP aponta que ele e outros três homens, também denunciados, teriam atacado com pedras e ameaçado policiais civis durante uma ação na parte externa de sua residência, no bairro do Joá, Zona Oeste do Rio", disse na época.

Os crimes praticados foram apresentados em duas ações penais ajuizadas por duas promotorias:

. A 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da Área Zona Sul e Barra da Tijuca ofereceu denúncia contra Oruam e Willyam, no dia 28 de julho, no inquérito referente à tentativa de homicídio.

. A Promotoria de Justiça junto à 27ª Vara Criminal da Capital apresentou denúncia, em 29 de julho, em outro inquérito que trata dos crimes de lesão corporal, tentativa de lesão corporal, resistência com violência, desacato, ameaça e dano ao patrimônio público. "Nesta segunda ação respondem Oruam, Willyam e outros dois denunciados: Pablo Ricardo de Paula Silva de Morais e Victor Hugo Vieira dos Santos", acrescentou o MP do Rio, na mesma ocasião. As defesas dos outros citados não foi localizada.

Conforme as denúncias, na noite de 21 de julho, policiais civis foram à casa de Oruam para cumprir mandado de busca e apreensão contra um adolescente. Segundo as investigações, o adolescente foi localizado saindo da casa do rapper, acompanhado de um grupo de pessoas. Durante a ação, os denunciados tentaram impedir a ação policial com ofensas verbais, ameaças de morte e agressões físicas.

"Na ocasião, um policial civil foi atingido por pedradas e ficou ferido. Um delegado também foi alvo das pedras, mas não se feriu. Os veículos descaracterizados utilizados na operação também foram danificados. Ainda de acordo com as ações ajuizadas, durante a confusão, MC Oruam afirmou aos policiais que era filho de Marcinho VP, numa tentativa de intimidação", disse o Ministério Público.

Tentativa de homicídio qualificado

A investigação que resultou na denúncia por tentativa de homicídio qualificado apurou que algumas das pedras arremessadas por Oruam e Willyam tinham grande peso e poderiam causar lesões letais imediatas. "A perícia identificou sete pedras lançadas, com pesos variando entre 130 gramas e 4,85 quilos", disse o MP-RJ.

Ainda segundo a denúncia, os objetos foram arremessados de uma altura de 4,5 metros, e houve repetição da conduta, mesmo diante da potencial letalidade das agressões. De acordo com a Promotoria, na ocasião, um dos policiais foi golpeado nas costas e no calcanhar esquerdo, enquanto outro conseguiu se proteger atrás da viatura.

Oruam se entregou à polícia no Rio de Janeiro em 22 de julho, após o ataque a policiais civis. Ele teve a prisão decretada pela Justiça pelos crimes de resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal. Ele permanece detido.

A Polícia Civil do Rio afirmou, na época, que o rapper era investigado também por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Na ocasião, a defesa de Oruam alegou que não foram encontradas drogas ou produtos ilícitos durante as buscas realizadas na casa do rapper. Já a resistência aconteceu devido a abuso de autoridade por parte dos policiais.