Conheça o botulismo, doença que deixou brasileira paralisada após contrair bactéria nos EUA

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Durante essa semana, o caso da brasileira Claudia de Albuquerque Celada, de 23 anos, ganhou repercussão devido ao diagnóstico de botulismo, uma condição neuroparalítica grave e pouco comum, durante a realização de um intercâmbio em Aspen, Colorado, nos Estados Unidos.

 

O caso chama a atenção por causa da rápida progressão da doença, que deixou Claudia com o corpo paralisado e com a respiração comprometida. Sua irmã, Luísa Albuquerque, usou as redes sociais para detalhar o caso. De acordo com ela, Claudia começou a se sentir mal no final de fevereiro, após sair do trabalho.

 

"Ela tomou banho, jantou e foi tentar dormir, mas começou a sentir falta de ar, visão embaçada e tontura. Ela enviou mensagens para algumas amigas irem ao apartamento dela, mas, infelizmente, por causa do horário, só viram as mensagens na manhã seguinte", relatou Luísa. "Quando elas chegaram, a dificuldade de respirar já era muito maior e já havia um início de paralisação facial. Ela foi levada para o hospital e, pouco depois, já estava com 100% do corpo paralisado", acrescentou.

 

Após dois meses desde o diagnóstico, a família de Claudia, que é de São Caetano do Sul (SP), está promovendo uma campanha de arrecadação online para custear o transporte dela dos EUA para o Brasil, a fim de continuar o tratamento. O transporte por UTI aérea tem um custo estimado em cerca de US$ 200 mil, equivalente a mais de R$1 milhão na cotação atual. Até o momento, a campanha, iniciada há seis dias, alcançou 2241 apoiadores e quase R$137 mil reais.

 

O que é o botulismo?

Conforme explica o infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, Julio Henrique Onita, o botulismo é uma doença infecciosa provocada pela bactéria Clostridium botulinum. Na realidade, não é a bactéria em si que causa a doença, mas, sim, uma toxina produzida por esse micro-organismo. "É essa toxina que gera todas as manifestações clínicas do botulismo", explica.

 

Até o momento, há quatro tipos identificados da doença:

1) Botulismo infantil: essa forma de botulismo é mais comum em crianças com idade entre 3 e 26 semanas e pode ser desencadeada pelo consumo de mel de abelha nas primeiras semanas de vida, conforme apontado pelo Ministério da Saúde.

 

2) Botulismo alimentar: é a forma mais comum, surgindo pela ingestão direta da toxina presente em alimentos contaminados, que podem ter sido produzidos ou conservados de maneira inadequada, como conservas vegetais, salsicha, presunto, carne ou outros itens enlatados, fermentados e queijos.

 

3) Botulismo por ferimento: considerada uma das formas mais raras de infecção, esse tipo de botulismo é causado pela contaminação de ferimentos pelas toxinas produzidas pela C. Botulinum.

 

4) Botulismo iatrogênico: tão raro quanto o botulismo por ferimento, esse tipo da doença ocorre quando uma quantidade excessiva de toxina botulínica é injetada por motivos médicos ou estéticos, como na remoção de rugas, por exemplo.

 

Quais os principais sintomas da doença?

De acordo com a Mayo Clinic, nos Estados Unidos, os primeiros sinais mais evidentes do botulismo incluem fraqueza muscular, pálpebras caídas, voz fraca, vertigem, secura na boca e visão turva.

 

Contudo, a principal manifestação clínica do botulismo é uma neuropatia aguda flácida, que se caracteriza por uma paralisia súbita. Segundo Onita, isso acontece devido ao bloqueio de certos nervos na placa neuromuscular, responsável pelo controle dos músculos, o que resulta na perda de movimentos. "Também é conhecida como 'flácida' devido à falta de rigidez muscular. Os músculos ficam moles e fracos", explica o médico.

 

Em geral, nos casos de contaminação alimentar, essa paralisia é simétrica, afetando ambos os lados do corpo, como ambos os braços e as pernas, enquanto o estado de consciência da pessoa permanece intacto. "É importante observar que, embora possa haver diminuição dos batimentos cardíacos, a pressão arterial tende a permanecer normal. Outro aspecto interessante é a ausência de febre.

 

Raramente, ou quase nunca, a infecção causa febre", acrescenta Onita.

 

Como é feito o diagnóstico?

A suspeita geralmente acontece com base na apresentação clínica, que inclui as paralisias características. Se a pessoa apresenta essas paralisias juntamente com fatores de risco ambientais, como consumo de alimentos específicos ou exposição a feridas contaminadas, a suspeita é reforçada.

 

Também existem testes disponíveis para confirmar o diagnóstico, que detectam a presença da toxina produzida pela bactéria. Nesse caso, os testes são feitos por meio de amostras clínicas (sangue, fezes ou lavagem gástrica) e por análise das sobras dos alimentos e das feridas, em caso de suspeita de botulismo alimentar ou por ferimento.

 

Apesar de ser possível contar com essas formas de diagnóstico, o fato de ser uma doença rara acaba dificultando o processo de detecção por parte dos médicos. Geralmente, muitos outros exames são realizados antes do botulismo ser considerado, justamente por não ser tão comum. "Além da paralisia, a doença pode evoluir para uma eventual parada respiratória. Tudo isso colabora para que seja caracterizada como uma doença grave", ressalta Onita.

 

Existe tratamento?

Segundo Onita, as opções de tratamento incluem medicações específicas, porém pouco utilizadas devido à baixa incidência da doença. Esses medicamentos incluem a antitoxina e a imunoglobulina, que consistem em uma grande quantidade de anticorpos específicos direcionados contra a toxina produzida pela bactéria C. botulinum. É importante ressaltar que esses medicamentos são administrados apenas quando há suspeita da doença, visando reduzir as complicações, embora não possam reverter os danos já causados.

 

Nos casos mais graves, o tratamento do botulismo é principalmente de suporte. Devido à paralisia muscular, há o risco de comprometimento da musculatura respiratória, levando à asfixia ou insuficiência respiratória. Portanto, uma assistência médica de qualidade é muito importante.

 

Quanto à reversão da doença, Onita explica que isso depende do grau de gravidade. Nos casos mais leves, há maior potencial, enquanto nos casos mais graves, a assistência inicial é crucial. "Embora a mortalidade seja superior nos casos graves, uma assistência adequada pode colaborar, sim, com a reversão da paralisia, embora isso dependa de reabilitação e leve um tempo significativo", destaca o médico.

 

Como prevenir?

De acordo com o Ministério da Saúde, as melhores formas de prevenir o botulismo são:

 

*Não consumir alimentos em conserva que estiverem em latas estufadas, vidros embaçados, embalagens danificadas, vencidas ou com alterações no cheiro e no aspecto;

*Produtos industrializados e conservas caseiras devem ser fervidos ou cozidos por pelo menos 15 minutos antes de serem consumidos. O aquecimento dos alimentos pode eliminar as toxinas do botulismo;

*Lavar sempre as mãos;

*Não manter ou conservar alimentos a uma temperatura acima de 15ºC;

*Evitar o consumo de mel por crianças com menos de 2 anos (nessa fase, elas ainda estão adaptando sua flora intestinal aos novos alimentos, podendo assim, desenvolver quadros graves da doença).

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Morreu nesta sexta-feira, 2, em São Paulo, atriz mirim Millena Brandão, do canal SBT, aos 11 anos. A informação foi confirmada pela família nas redes sociais e pelo hospital onde estava internada.

A garota teve morte encefálica e sofreu diversas paradas cardiorrespiratórias nos últimos dias. Millena teve diagnóstico de tumor cerebral e estava internada no Hospital Geral de Grajaú, na capital, desde o dia 29.

Por conta de dores de cabeça e no corpo, a atriz precisou ser hospitalizada.

O boletim médico do hospital desta sexta-feira afirma a menina deu entrada em "estado gravíssimo" no dia 29, transferida da Unidade de Pronto Atendimento Maria Antonieta (UPA). "Desde a sua chegada, a paciente recebeu cuidados intensivos e todo o empenho da equipe médica e assistencial, que não mediu esforços para preservar sua vida", afirma a nota assinada por Thiago Rizzo, gerente médico.

Segundo o SBT, ela chegou a ser diagnosticada com dengue, mas, após uma piora no quadro, os médicos realizaram outros exames e identificaram a presença de um tumor no cérebro de cinco centímetros, informou o SBT. Ela estava entubada, sedada e sem respostas neurológicas.

A situação de Millena se agravou durante esta semana. Ela seria transferida para o Hospital das Clínicas na quarta-feira, 30, mas sofreu paradas cardíacas durante a tentativa de transferência.

A família começou uma vaquinha na internet para ajudar no tratamento da menina. No início da noite, no entanto, postou nos stories da conta de Millena do Instagram a frase "nossa menina se foi".

O caso causou comoção nas redes sociais, principalmente pela menina ter tido diversas paradas cardíacas. Depois da morte, milhares de pessoas deixaram condolências em mensagens no perfil de Millena.

Trajetória

No SBT, onde atuava desde 2023, Millena participou da novela A Infância de Romeu e Julieta, e estrelou também a série Sintonia, da Netflix. Ela registrou o início de sua carreira na TV: "E o sonho se tornou realidade", escreveu.

Além de atriz, Millena era modelo e influenciadora digital, e havia feito diversos trabalhos publicitários com marcas infantis. No Instagram, dizia também integrar a companhia de teatro musical Cia Artística En'Cena.

A atriz mirim Millena Brandão está internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na cidade de São Paulo após sofrer sete paradas cardíacas.

Os médicos localizaram uma massa no cérebro dela, mas ainda não confirmaram se trata-se de um cisto ou de um tumor. A mãe está usando as redes sociais da criança para divulgar notícias sobre o caso e pedir orações.

Millena Brandão tem 11 anos de idade e mora em São Paulo. Além de trabalhar como atriz, ela também é influenciadora digital e modelo.

Seu trabalho como modelo começou em 2020 e já participou de algumas campanhas publicitárias.

Nas redes sociais, ela conta com mais de 155 mil seguidores. No Instagram, ela compartilha sua rotina e registros de seu trabalho como modelo.

Em 2023, ela registrou o início de sua carreira no SBT. "E o sonho se tornou realidade", escreveu. Millena fez parte do elenco de figurantes da novela A Infância de Romeu e Julieta, da emissora de Silvio Santos, e trabalhou também como figurante na série Sintonia, da Netflix.

Entenda o caso

Millena foi levada ao Hospital Geral de Grajaú no início da semana depois de reclamar de fortes dores de cabeça. Os médicos então localizaram uma massa no cérebro, mas ainda não confirmaram se trata-se de um cisto ou de um tumor.

A mãe da menina, Thays Brandão, disse ao Portal Leo Dias que a família aguarda a situação se estabilizar para tentar levá-la à casa de saúde na zona oeste paulistana. O Estadão entrou em contato com Thays e aguarda novas informações sobre o estado de saúde de Millena.

No Instagram, a mãe da atriz mirim divulgou uma vaquinha online para que a família consiga arcar com os custos de sua internação.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

A situação de Millena se agravou durante a semana. Ela seria transferida para o Hospital das Clínicas na quarta-feira, 30, mas sofreu as paradas cardíacas durante a tentativa de transferência.

A prefeitura do Rio de Janeiro estima um público de 1,6 milhão de pessoas para o show gratuito de Lady Gaga neste sábado, 3. E quem passa em frente ao Copacabana Palace não duvida. Afinal, os "little monsters" tomam conta da calçada em frente ao hotel desde que a artista chegou ao País, na esperança de uma rápida aparição ou de um aceno. Mas de onde vem o apelido usado carinhosamente para se referir aos fãs de Gaga?

A ideia de monstros veio à tona enquanto Gaga trabalhava em seu segundo disco, The Fame Monster, de 2009, que é uma expansão do álbum de estreia, The Fame. Na época, a cantora começou a desenvolver o conceito para descrever seus próprios medos, e aos poucos passou a chamar os fãs de "little monsters" (ou monstrinhos) durante as apresentações da turnê.

A própria estética do álbum explorava a ideia de figuras grotescas e monstruosas para representar os problemas que vinham junto à ascensão à fama. Por isso, o termo caiu no gosto popular, e os fãs aderiram.

Em entrevista concedida à revista W Magazine, Gaga explicou como a ideia surgiu. "Eu nomeei meus fãs de 'little monsters' porque eles eram tão ferozes nos shows, e eles gritavam tão alto. Eles se vestiam com roupas maravilhosas e se divertiam muito celebrando a música."

Com a adesão, o termo ganhou algumas expansões, e a própria artista passou a ser chamada de "mother monster" (ou mamãe monstro) após um fã usar o termo durante um show da turnê Monster Ball em Chicago, em 2010. A cantora gostou tanto que aderiu ao apelido e passou a utilizá-lo para se descrever.

Outro detalhe que vem junto à temática monstruosa é o cumprimento usado pelos "little monsters". Você já viu algum fã de Gaga com as mãos em formato de garra?

O gesto também é usado para identificar o grupo de fãs da cantora. No clipe de Bad Romance, de 2009, parte da coreografia envolve os dançarinos erguendo as mãos com o dedos levemente curvados para dentro, como se estivessem replicando o formato de uma garra. A ideia rapidamente foi aderida. Por isso, o termo "paws up" (ou patas para cima) passou a ser utilizado quando os fãs de Gaga queriam cumprimentar um ao outro ou concordar com algo.

A apresentação gratuita de Lady Gaga em Copacabana, parte do projeto Todo Mundo no Rio, está marcada para começar às 21h45, e terá transmissão na TV Globo, no Globoplay e no Multishow.