Cidade de SP está perto de ter mais residências em prédios do que casas

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A predominância de casas entre as moradias em São Paulo está com os dias contados. Um estudo divulgado pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM), ligado à USP e à Fapesp, aponta que as residências verticais ultrapassaram as horizontais em área total construída e estão praticamente empatadas em número de unidades habitacionais em meio a um crescimento mais acentuado.

O padrão majoritário dos imóveis também mudou. Se antes a predominância era de unidades de valor mais acessível e em locais menos valorizados (chamado padrão baixo), agora é de padrão médio. O crescimento proporcionalmente foi ainda maior em apartamentos de alto padrão (embora não seja maioria numericamente).

O estudo utilizou como base os dados de IPTU da cidade de 2000 a 2020, incluindo as classificações da Prefeitura para o que são residências horizontais (térreas e assobradadas, com ou sem subsolo) e verticais (em prédios de apartamentos), de acordo com as Leis Tributárias do Município. Ele não inclui, portanto, habitações informais que não pagam o imposto.

O número de imóveis horizontais cresceu de 1,228 milhão em 2000 para 1,376 milhão em 2020, isto é, um acréscimo de 12%. Já os verticais eram 725 mil na cidade e foram para 1,375 milhão, isto é, um crescimento de 86,94%. A quantidade total de terrenos cai de aproximadamente 140 mil em 2000 para 106 mil em 2020, uma queda de 24,28%. "São Paulo está cada vez mais vertical", resume Eduardo Cesar Leão Marques, diretor do Centro de Estudos da Metrópole e professor do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (DCP-FFLCH) da USP. Ele assina a nota técnica em conjunto com Guilherme Minarelli.

"A verticalização pode significar estresse sobre a infraestrutura, a depender da região da cidade, mas em si não em si não é negativa, ainda mais em uma cidade tão horizontal (de grande território) quanto São Paulo", comenta. Como destaca o professor, essa tendência de verticalização já havia sido apontada em dados de 1991 a 2006 reunidos pelo pesquisador Tomás Wissenbach, embora agora esteja mais visível.

Outro dado é que há menos terrenos vazios e/ou ociosos na cidade. Esse número esteve em queda quase ininterrupta entre 2000 e 2020, com exceção de um período próximo da aprovação da atual lei de zoneamento (entre 2016 e 2017, com cerca de 4,5 mil terrenos adicionais).

"É um momento em que o mercado imobiliário ficou à espera (para aguardar se a mudança legislativa seria benéfica), segurou lançamentos, mas se preparou", interpreta o pesquisador.

Outro fator que contribui para esta interpretação é que a quantidade de terrenos vazios sobe exclusivamente neste período, o que é resultado de um aumento de demolições, especialmente de imóveis de baixo padrão.

No geral, contudo, o professor diz que os dados sugerem um "efeito pequeno" dos Planos Diretores e das Leis de Zoneamento em vigor nos últimos 20 anos. "As curvas continuam mais ou menos com a mesma inclinação (mesmo após as mudanças legais)."

"O baixo padrão cresce também, mas muito menos que o restante", aponta ele. Porém, proporcionalmente, o aumento é maior nos padrões médio e alto. Por isso, interpreta haver uma "elitização" da moradia vertical. O pesquisador destaca ainda que esse tipo de dado pode ajudar na discussão e na elaboração de políticas públicas, tanto que existem em nível nacional em países como Chile e Estados Unidos.

Situação

Já o urbanista Kazuo Nakano, professor do Instituto das Cidades da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), comenta que a verticalização da cidade se tornou visível nos últimos 20 anos, especialmente entre 2009 e 2011 e após a Lei de Zoneamento de 2016.

Ele pondera, contudo, que o aumento das residências verticais pode estar vinculado também a reclassificações e regularizações de imóveis já existentes, além de novas construções. "Mas é evidente que a cidade tem se compactado mais em termos construtivos, com uma verticalização também na periferia."

Na avaliação do professor, um fator que precisa ser melhorado na verticalização paulistana é a "urbanidade". Isto porque grande parte dos novos edifícios é com torres no meio do terreno, isoladas da rua por muros e de uso estritamente residencial.

No urbanismo, contudo, o entendimento é de que imóveis mais próximos da calçada e com comércio e serviços no térreo aumentam o fluxo de pessoas nas vias públicas e até mesmo contribuem para a sensação de segurança, a exemplo dos edifícios paulistanos anteriores à década de 1970. Ele salienta, contudo, que esse padrão tem mudado lentamente, até porque o uso misto e a fachada ativa (comércio e afins no térreo) serem incentivados pelo atual Plano Diretor, que está em fase de revisão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O festival Turá anunciou nesta segunda-feira, 5, as atrações de sua quarta edição, que acontece nos dias 28 e 29 de junho, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Seu Jorge, Raça Negra e Só Pra Contrariar são alguns nomes da programação, exclusiva de artistas nacionais, cuja proposta é a diversidade de gêneros e ritmos musicais.

No sábado, 28, line-up conta com Só Pra Contrariar, Seu Jorge, Lenine e Spok Frevo Orquestra, Pretinho da Serrinha convida Criolo e Leci Brandão, Bonde do Tigrão, Forró das Minas, e os DJs Luísa Viscardi e Trepanado.

Já no domingo, 29, o evento terá Gloria Groove, Raça Negra, Saulo convida Luiz Caldas, Samuel Rosa, Gabriel O Pensador, Samba de Dandara, e os DJs Millos Kaiser e Linda Green.

Os ingressos para o Turá já estão a venda no site da Tickets For Fun ou na bilheteria física oficial (sem taxa), no Teatro Renault. A entrada para apenas um dos dias do festival custa entre R$ 228 (meia) e R$ 456. O passaporte (combo de entradas para os dois dias), R$ 330 (meia) e R$ 660. Clientes Banco do Brasil Ourocard Visa têm desconto de 15% na compra e possibilidade de parcelamento em até 10 vezes sem juros.

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A A24 e a Apple lançaram, nesta segunda-feira, 5, o primeiro trailer de Highest 2 Lowest, novo filme de Spike Lee estrelado por Denzel Washington. No longa, o vencedor do Oscar vive um magnata da indústria musical, conhecido por ter "os melhores ouvidos do negócio", que é envolvido em uma trama com reféns e se vê dividido em um dilema de vida ou morte.

Inspirado em Céu e Inferno, filme de 1963 dirigido por Akira Kurosawa, Highest 2 Lowest é o quinto trabalho de Lee estrelado por Washington. Os dois trabalharam juntos em Mais e Melhores Blues (1990), Malcolm X (1992), Jogada Decisiva (1998) e O Plano Perfeito (2006).

O elenco de Highest 2 Lowest conta ainda com Jeffrey Wright (Ficção Americana), Ilfenesh Hadera (Godfather of Harlem), Aubrey Joseph (Manto e Adaga) e o cantor A$AP Rocky.

O longa será lançado nos cinemas norte-americanos em 22 de agosto e estreia no Apple TV+ em 5 de setembro.

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Desde o lançamento da primeira prévia de Superman, fãs do personagem têm se mostrado extremamente ansiosos para ver mais de Krypto, o Supercão, mascote histórico do Homem de Aço. Diretor do longa, James Gunn revelou em postagem nas redes sociais que o agitado cãozinho foi criado usando seu próprio cachorro, um vira-lata chamado Ozu, como modelo.

Em um vídeo que mostra Ozu latindo para uma televisão que exibia o teaser mais recente do filme, Gunn disse que "Krypto foi modelado tridimensionalmente a partir do corpo de Ozu". "Fizemos a captura em 3D de Ozu e o transformamos em Krypto, deixamos ele branco, [e agora] toda vez que ele se vê na tela, ele tenta se assassinar", contou o cineasta.

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Em uma postagem de outubro de 2024, Gunn já havia contado um pouco sobre a relação entre Krypto e Ozu, que ele adotou no começo do processo de escrita do roteiro de Superman. Segundo ele, o cachorro, que foi encontrado em meio a dezenas de outros cachorros abandonados, nunca havia interagido com humanos e teve adaptação difícil à nova casa. "Ele imediatamente entrou e destruiu nossa casa, nossos sapatos, nossos móveis - ele até comeu meu laptop. Demorou muito para ele nos deixar tocá-lo. Lembro de pensar 'Deus, quão difícil seria a vida se Ozu tivesse superpoderes?' - e assim, Krypto entrou no roteiro e mudou o curso da história como Ozu estava mudando minha vida", escreveu ele.

Escrito e dirigido por Gunn, Superman estreia nos cinemas brasileiros em 11 de julho. O elenco conta com David Corenswet (Twisters) como Clark Kent/Superman, Rachel Brosnahan (Marvelous Mrs. Maisel) como Lois Lane, Nicholas Hoult (Jurado Nº 2) como Lex Luthor, Skyler Gisondo (The Righteous Gemstones) como Jimmy Olsen e Milly Alcock (A Casa do Dragão) como a Supergirl. Nathan Fillion (Recruta), Anthony Carrigan (Barry), Isabela Merced (The Last of Us) e Edi Gathegi (For All Mankind) completam o elenco como Lanterna Verde, Metamorfo, Mulher-Gavião e Sr. Incrível, respectivamente.