"Tudo o que eu queria era um emprego", diz taiwanês-americano indicado ao Oscar

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Faz mais ou menos uma hora que o Ke Huy Quan ouviu seu nome ser indicado ao Oscar na categoria Melhor Ator Coadjuvante por sua atuação em Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo. (O ator já levou o Globo de Ouro nessa categoria e na premiação agradeceu o diretor Steven Spielberg, que o dirigiu quando menino em Indiana Jones e O Tempo Perdido).

"Ainda estou processando" seria um eufemismo. "Ainda estou pulando de alegria" seria mais preciso.

"É uma das manhãs mais felizes que já vivi!", exclama Quan.

Poucos indicados ao Oscar este ano tiveram uma trajetória mais indireta para chegar às indicações do que Quan, aos 51 anos.

"Quando decidi voltar a atuar, fiquei com muito medo. A última vez que me viram na tela, eu era criança. Agora sou um homem de meia-idade. Desde que nosso filme foi lançado, as pessoas não me mostraram nada além de amor e bondade, sou muito grato. Já chorei um monte de vezes. Fiquei muito emocionado porque encontrei muitas pessoas e todas disseram que estão muito felizes em me ver de volta na tela. É um momento muito louco e inacreditável.", disse ele nesta entrevista.

Depois de estrelar quando criança em dois dos filmes mais amados da década de 1980 - Indiana Jones e o Templo da Perdição e Os Goonies - Quan teve dificuldades para encontrar trabalho em uma indústria onde as oportunidades para atores de origem asiática eram poucas e distantes entre si.

Ele acabou indo para a escola de cinema, começou a trabalhar atrás das câmeras e meio que abandonou suas esperanças de atuar de novo.

Agora, graças à brincadeira existencial de Daniel Kwan e Daniel Scheinert - Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo foi o filme mais agraciado na terça-feira, 24, com 11 indicações, entre elas a de Melhor Filme. A atriz Michelle Yeoh, nascida na Malásia, se tornou a primeira indicada asiática ao prêmio de Melhor Atriz pelo seu trabalho nesta produção.

O produtor de Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, Jonathan Wang, que é taiwanês-americano, também foi reconhecido entre os indicados da categoria de Melhor Filme.

Quan, como confessa, está vivendo um sonho do qual tinha desistido. "Nem ousava pensar nessas coisas, porque não era mais ator. Tudo o que eu queria era um emprego."

O ator revela que a equipe do filme acompanhou as indicações ao Oscar juntos, via Zoom, e quando foram saindo os resultados, todos se impressionaram. "Não conseguimos acreditar que estamos liderando com onze categorias. Sou muito grato à academia", afirmou ele.

Trinta e oito anos após sua atuação em Tempo Perdido, ele diz que se sente muito feliz em voltar às telas. "Já chorei um monte de vezes. Fiquei muito emocionado porque encontrei muitas pessoas e todas disseram que estão muito felizes em me ver de volta na tela."

Conversando por telefone de Los Angeles, Quan - considerado o favorito para ganhar o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante na noite de 12 de março - refletiu sobre seu outrora insondável momento Oscar.

Qual é a sensação neste momento?

Surreal. Não consigo acreditar no que está acontecendo. Quando ouvi a nomeação, pulei e gritei muito. Me senti exatamente como quando meu agente ligou para dizer que tinha conseguido o papel de Waymond. Sonhei com isso por mais de trinta anos. Assistia ao Oscar todos os anos, religiosamente. Sempre me imaginava no tapete vermelho, ali naquele lugar, como indicado, só esperando o anúncio - tudo aquilo. Parecia muito improvável. Especialmente porque tive de me afastar por muitos anos, o sonho parecia morto, enterrado. Nem ousava pensar nessas coisas, porque não era mais ator. Só queria um emprego. Só queria ter um emprego estável onde pudesse atuar de novo. Então, conseguir uma indicação ao Oscar está além da minha imaginação. Não acredito que estou aqui conversando com você.

Como foi sua manhã?

Botei despertador, acordei bem cedo e abri um Zoom com Michelle, com os Daniels, com nosso produtor Jonathan (Wang). Ficamos só conversando e vendo as indicações. Todos ficamos muito impressionados. Não conseguimos acreditar que estamos liderando com onze categorias. Sou muito grato à academia. Eles realizaram muitos sonhos neste momento.

Você vem sendo muito celebrado nesta temporada de premiações. Está sentindo as pessoas torcendo por você, inspiradas pelas reviravoltas no seu destino?

Quando decidi voltar a atuar, fiquei com muito medo. A última vez que me viram na tela, eu era criança. Agora sou um homem de meia-idade. Desde que nosso filme foi lançado, as pessoas não me mostraram nada além de amor e bondade, sou muito grato. Já chorei um monte de vezes. Fiquei muito emocionado porque encontrei muitas pessoas e todas disseram que estão muito felizes em me ver de volta na tela. É um momento muito louco e inacreditável. Eu não esperava nada disso. Espero que minha história inspire as pessoas a não desistir de seus sonhos.

Michelle Yeoh descreveu a indicação dela ao Oscar como uma validação. Especialmente considerando que você passou por longos períodos de dúvida, a sensação é a mesma para você?

Ela está certa. É a maior validação. Quando fiquei na frente da câmera, não sabia se conseguiria fazer tudo de novo, não sabia se o público queria me ver de novo. Tudo o que eu sabia era que me sentia feliz quando estava na frente da câmera. Fiquei muito confortável, como se fosse o lugar a que pertenço. Então, essa nomeação significa que tomei a decisão certa. Por muito tempo, quando eu era muito, muito mais jovem, fiquei perdido porque não via um rumo certo para mim. Mas agora vejo. Acho que isso significa que posso fazer tudo de novo pelo tempo que quiser. E, para ser franco, poder fazer o que você ama é um grande luxo. Este é o significado desta nomeação. Significa muito para mim.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Academia Brasileira de Letras (ABL) vai eleger hoje, 30, a partir das 16h, o novo ocupante para a cadeira 7, que era ocupada pelo cineasta Cacá Diegues, morto em fevereiro, aos 84 anos.

Ao todo, são 13 concorrentes, incluindo Míriam Leitão, Cristovam Buarque, Tom Farias e Marcia Camargos. O novo ocupante da cadeira deve ser revelado em 30 minutos.

A ABL divulgou também os nomes dos concorrentes às vagas que pertenceram aos imortais Heloisa Teixeira e Marcos Vilaça. Heloisa ocupava a cadeira 30 da Academia. Em abril de 2023, tomou posse como a 10ª mulher eleita imortal. Escritora, crítica cultural e importante nome do feminismo brasileiro, ela morreu dia 28 de março, aos 85 anos.

O advogado, jornalista e escritor Marcos Vilaça morreu no dia seguinte, 29 de março, também aos 85 anos. Ele ocupava a cadeira 26 desde 1985. As eleições para as vagas dos acadêmicos serão nos dias 22 e 29 de maio, respectivamente.

CONCORRENTES

Disputam a vaga que pertenceu a Heloisa o poeta, professor e tradutor Paulo Henriques Britto, e o poeta e compositor Salgado Maranhão. Também estão inscritos Arlindo Miguel, Paulo Roberto Ceratti, Spencer Hartmann Júnior e Eduardo Baccarin Costa.

Entre os inscritos para a sucessão da cadeira 26, que era de Vilaça, estão o advogado, escritor e professor universitário José Roberto de Castro Neves e o escritor, editor, tradutor e historiador Rodrigo Lacerda. Completam a lista Diego Mendes Sousa, Sivaldo Venerando do Nascimento e Evandro Aléssio Rodrigues Pereira.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.