Filme retrata trajetória de Paul Singer

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Paul Singer - Uma Utopia Militante entrou no domingo, 11, na plataforma do 26º Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade. Deveria ficar até o dia 18, mas o limite de 2 mil views se esgotou rapidamente e o filme ganhou mais views, autorizadas pelo diretor. Ugo Giorgetti gosta de citar Vladimir Nabokov, o autor de Lolita: "O estilo é o assunto". A regra vale para ele. Em seus documentários e ficções, e já são em torno de 20, é sempre o comprometimento com o tema, a história, os personagens que determina sua adesão. Foi assim com o filme sobre Paul Singer. O projeto não nasceu de Giorgetti. Foi-lhe proposto. Claro que ele sabia quem era. Economista, professor emérito da USP, fundador do PT - era quase impossível não saber quem era. Giorgetti foi atrás de seu personagem. Encontrou um homem doente, debilitado.

O grande professor que encantara gerações de alunos perdera a clareza do raciocínio. Impossível contar com o próprio Singer para contar sua história. Criou-se o impasse, e foi aí que Giorgetti teve acesso a uma entrevista feita em 2016. Uma hora e meia de conversa filmada em que Singer, contando linearmente sua história, já oferecia um roteiro a ser seguido. O garoto judeu cuja família abandonara a Áustria rumo ao Brasil. Só muito mais tarde Singer descobriria que aquele foi o último navio com refugiados fugitivos dos nazismo a deixar o porto de Marselha.

"Sabia quem era, mas foi quando descobri o personagem. A par de sua odisseia pessoal, digamos que quase 100%, uns 95%, do que Singer dizia batia com o que eu pensava. A diferença é que ele acreditava na militância sindical, política, e eu não. Singer era um homem de partido. Militava no PSB que se uniu aos democratas-cristãos para eleger Jânio Quadros prefeito de São Paulo nos anos 1950. Eu nunca me filiei a partido nenhum." O título do filme dá conta desse engajamento, Paul Singer - Uma Utopia Militante. Singer seria um dos principais teóricos na formulação do que se chamou de economia solidária. Uma catadora lembra os encontros de Singer com integrantes da categoria. "Ele comia com a gente. Explicava a tal economia solidária, e já era uma coisa que a gente vinha tentando fazer."

Para dar conta do personagem, da sua grandeza, Giorgetti abre mão de firulas narrativas. Seu filme não pretende revolucionar o documentário. "Essa coisa de inovação de linguagem parou com (Jean-Luc) Godard", brinca É a vez de o repórter brincar: "E já faz tempo". Giorgetti, para fazer justiça, lembra outro inovador, Robert Altman. O que ele quer dizer é que o formato de seu documentário - talking heads, as cabeças falantes, a entrevista com Singer e as outras que ele fez, com políticos e economistas, entre eles Delfim Netto-, todo esse material, acrescido de imagens de arquivo, segue a linearidade que o próprio biografado estabelece na entrevista fundadora de Uma Utopia Militante.

Para viabilizar o projeto, foi feita uma coleta - um crowdfunding - que arrecadou R$ 130 mil. Deu para fazer as entrevistas, mas para a finalização ficou faltando dinheiro. Por meio de sua produtora, SP Filmes, Giorgetti buscou apoio em vários editais. Um economista de esquerda, o conceito da economia solidária como ferramenta de combate à exclusão dos explorados e como possível oportunidade emancipatória, nada disso encontrou muito abrigo no Brasil atual. Apesar dos percalços, Giorgetti está feliz. O humanismo tem sido a tônica de sua obra. Singer é um típico personagem dele. Tão grande foi o comprometimento da equipe - trabalhando de graça, ou quase - que Giorgetti pede para lembrar nomes essenciais - o diretor de fotografia Walter Carvalho, o montador Marc de Rossi, a especialista em desenho sonoro Miriam Biderman. Finalizaram o filme no ano passado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O cantor e compositor Danilo Caymmi publicou um vídeo nas redes sociais neste sábado, 3, falando sobre o posicionamento político de Nana Caymmi e que ele chamou de "aproveitamento" nas circunstâncias da morte da cantora.

Nana morreu na última quinta-feira, 1º, aos 84 anos, em decorrência de problemas cardíacos. Ela estava internada havia nove meses na Clínica São José, no Rio de Janeiro. A morte foi lamentada por colegas, amigos e familiares.

No vídeo, Danilo conta que a irmã não tinha acesso a e-mail e redes sociais, e afirma que seus posicionamentos políticos eram superficiais. "A gente repudia o aproveitamento político que está sendo feito com relação a ela", afirma. A cantora foi apoiadora de Jair Bolsonaro.

"Para vocês terem uma ideia, a Nana não tinha celular, não tinha e-mail, rede social nenhuma, alheia aos acontecimentos há, no mínino, 10 anos. Então, isso é muito grave", lamenta.

"A opinião política dela era completamente superficial, não tinha essa profundidade. Eu falo para as pessoas que gostam da Nana, dos artistas que ela ofendeu de certa maneira que foi muito difícil para nós. Enfim, era muito superficial. Eu acho que ela foi, de certa maneira, manipulada com relação a essas coisas", opina Danilo. "É muito difícil para mim ver esse aproveitamento político num Brasil polarizado."

Nas redes sociais, Jair Bolsonaro se manifestou e lamentou a morte de Nana. "Recebo com grande pesar a notícia do falecimento de Nana Caymmi, uma das vozes mais marcantes da nossa música. Filha de Dorival, Nana carregava em sua arte a força de uma linhagem que sempre engrandeceu a cultura brasileira", escreveu. O presidente Lula não se manifestou.

A Netflix norte-americana anunciou que Ainda Estou Aqui, filme de Walter Salles que trouxe o primeiro Oscar da história do Brasil, vai estar disponível para streaming na plataforma nos Estados Unidos a partir de 17 de maio.

Estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, Ainda Estou Aqui conta a história de Eunice Paiva, que precisou reconstruir a sua vida e sustentar os filhos após seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, ser sequestrado e morto pela ditadura militar brasileira. O filme é inspirado no livro homônimo do escritor Marcelo Rubens Paiva.

A produção fez história ao receber três indicações ao Oscar 2025, em melhor filme internacional, melhor atriz e melhor filme, e conquistou a estatueta na categoria internacional.

No X, antigo Twitter, fãs comemoraram o anúncio do filme no catálogo americano da Netflix. "Simplesmente Oscar Winner", escreveu um. "Melhor filme do mundo", completou outra pessoa.

Ainda Estou Aqui está disponível para streaming no Brasil pelo Globoplay.

A morte da atriz mirim Millena Brandão aos 11 anos nesta sexta-feira, 2, comoveu colegas e fãs. A menina, que estava internada desde o último dia 29, teve morte encefálica e sofreu diversas paradas cardiorrespiratórias nos últimos dias. Nas redes sociais, astros, amigos e admiradores prestam homenagem.

Várias mensagens foram deixadas nas fotos do perfil de Millena no Instagram e em outras publicações.

O ator Matheus Santos, conhecido como MC M10, escreveu: "Meus sentimentos à família. Muito triste. Pude conhecê-la no set de Sintonia, uma menina maravilhosa e encantadora."

Já Silvia Abravanel declarou: "Meus sentimentos à família. Que Deus a receba com muito amor, luz e paz num abraço eterno", enquanto a cantora Simony demonstrou tristeza: "Poxa", escreveu, ao lado de um emoji triste.

Millena precisou ser internada inicialmente devido a uma forte dor de cabeça, e foi transferida da Unidade de Pronto Atendimento Maria Antonieta (UPA).

"Desde a sua chegada, a paciente recebeu cuidados intensivos e todo o empenho da equipe médica e assistencial, que não mediu esforços para preservar sua vida", afirma a nota assinada por Thiago Rizzo, gerente médico.

Segundo o SBT, ela chegou a ser diagnosticada com dengue em uma unidade, mas, após uma piora no quadro, ela foi transferida para o Hospital Geral do Grajaú, onde médicos realizaram outros exames e identificaram a presença de um tumor no cérebro de cinco centímetros. Ela estava entubada, sedada e sem respostas neurológicas.

As atrizes Sophia Valverde e Giulia Garcia, de As Aventuras de Poliana e Chiquititas, também se manifestaram. "Muito triste. Que Deus esteja consolando a família nesse momento tão difícil", escreveu Sophia. "Que Deus conforte o coração dessa família", desejou Giulia.

Millena atuou em A Infância de Romeu e Julieta, no SBT, e em Sintonia, da Netflix. Além de atriz, também era modelo e influenciadora digital, e havia feito diversos trabalhos publicitários com marcas infantis.