Desmatamento em março na Amazônia e no Cerrado é o maior dos últimos anos

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As florestas nacionais voltaram a sofrer com os piores índices de desmatamento dos últimos anos. Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão federal responsável pelo monitoramento nacional, apontam níveis críticos de cortes ilegais registrados no mês passado.

Na região da Amazônia Legal, foram identificados 368 quilômetros quadrados de área desmatada. Trata-se do maior volume registrado para março desde 2015. No ano passado, a área devastada no mesmo mês chegou a 327 km. Em 2019, foram 251 km.

O volume é ainda mais alarmante no Cerrado, que em 2020 protagonizou as piores queimadas já registradas pelos satélites do Inpe. Em março, o Cerrado perdeu 529 km quadrados para o desmatamento. Isso equivale a mais que o dobro do verificado em março de 2020, quando 215 km² de área foram desmatados no bioma.

O volume acumulado de desmatamento no Cerrado entre janeiro e março deste ano chega a 824 km², superando a marca do mesmo intervalo do ano passado, quando 724 km² foram desmatados. Ainda assim, é um volume que o primeiro trimestre de 2019, que somou 1.220 km² de desmatamento.

Na Amazônia Legal, a área total desmatada no primeiro trimestre deste ano é de 576 km², um pouco inferior ao volume do mesmo período do ano passado (797 km²), mas superior a 2019, quando 526 km² foram desmatados entre janeiro e março.

No início deste ano, o Mato Grosso passou o Pará como o Estado da Amazônia Legal com maior área de desmatamento. Foram registrados 1.198 km² de área derrubada no Mato Grosso, contra 909 km² em território paraense. Já no Cerrado, a liderança da devastação fica com a Bahia, com 607 km² de desmatamento, seguida pelo Tocantins, que registra 588 km² de área desmatada.

Há forte preocupação entre ambientalistas e organizações do setor sobre o avanço do desmatamento e das queimadas neste ano, dada a crescente fragilidade das fiscalizações feitas pelo Ibama e o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio). Os órgãos, que estão cada vez mais sucateados, veem seus orçamentos serem pressionados anos após ano, além de não contarem com renovação do quadro de agentes em campo.

Em fevereiro, o vice-presidente Hamilton Mourão anunciou a retirada dos militares que atuavam na Amazônia, no âmbito da Operação Verde Brasil 2. A iniciativa, enquanto esteve vigente, concentrou boa parte dos recursos financeiros disponíveis em operações e estruturas das Forças Armadas, o que não ocorreu em relação aos órgãos que, por missão, devem cuidar do meio ambiente.

Por mais de uma vez, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chegou a anunciar que 100% das mobilizações de fiscais do Ibama e ICMBio seriam paralisadas, por falta de recursos para pagar contas básicas, como combustível de carros e helicópteros.

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O Último Azul, filme de Gabriel Mascaro (Divino Amor) que disputou o Urso de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Berlim de 2025, teve sua data de estreia divulgada em um teaser lançado nesta terça-feira, 6. Estrelado por Denise Weinberg e Rodrigo Santoro, o longa estreia nos cinemas brasileiros em 28 de agosto.

De acordo com a sinopse oficial, o filme se passa em um Brasil quase distópico em que cidadãos idosos são transferidos compulsoriamente para uma colônia habitacional para que "desfrutem" de seus últimos anos de vida. Antes de seu exílio forçado, Tereza (Weinberg), uma mulher de 77 anos, embarca em uma viagem pelos rios e afluentes da Amazônia em busca de realizar seu último desejo.

Embora não tenha vencido o Urso de Ouro em Berlim, O Último Azul conquistou o Grande Prêmio do Júri no festival, também conhecido como "Urso de Prata". O Festival aconteceu em fevereiro deste ano, com o norueguês Dreams (Sex Love) vencendo o principal prêmio do evento.

Além de dirigir, Mascaro também assina o roteiro ao lado de Tibério Azul (Som Brasil). Murilo Hauser e Heitor Lorega, ambos de Ainda Estou Aqui, serviram como consultores do script.

O elenco de O Último Azul conta ainda com Adanilo (Oeste Outra Vez) e Miriam Socarrás (Violeta).

Confira o trailer aqui

Daniel Erthal usou suas redes sociais na segunda-feira, 5, para revelar que o seu carrinho de bebidas foi roubado no Rio de Janeiro.

Atualmente, o ex-galã de Malhação trabalha como empreendedor e é dono de um bar em Botafogo, na zona sul da capital. O veículo estava estacionado na calçada do local quando foi levado.

"Estamos vivendo tempos sombrios no que diz respeito à segurança no Rio. Ninguém aqui pode ter nada. Cheguei para trabalhar e não encontrei meu carrinho de bebidas. É a extensão do meu bar, faz parte do meu plano de negócio", lamentou.

Ele ainda disse que se sustenta com o carrinho há cerca de um ano e meio. "O meu único bem. Como eu estava sem garagem, ele ficou exposto por duas semanas, e agora não está mais."

No ano passado, Daniel Erthal havia viralizado com imagens em que aparece com o seu carrinho em frente à queima de fogos do reveillón em Copacabana, no Rio de Janeiro. Desde então, ele conseguiu abrir um bar em Botafogo, mas voltou a circular com o veículo durante o carnaval.

Conhecido do público por ter feito parte do elenco do folhetim teen em 2005, Erthal também gravou Belíssima, de 2006, e a versão brasileira de Rebelde, em 2011. Ele tem um perfil no Instagram apenas para divulgar seu trabalho como vendedor, e voltou a aparecer com o carrinho durante os blocos de rua, transitando para vender as bebidas entre os foliões.

Nos últimos anos, em meio à pressão estética da sociedade, Paolla Oliveira se tornou uma representante do chamado "corpo real" - embora não goste do termo, por acreditar que todos os corpos são reais. Em entrevista ao Roda Viva, nesta segunda-feira, 5, a atriz falou com franqueza sobre o tema e relembrou o período em que acreditava que as críticas ao seu corpo eram justificadas.

"As críticas ao meu corpo, para mim, eram completamente corretas. Passei muito tempo achando que eu que estava errada", declarou a atriz, ao pontuar como os comentários nas redes sociais influenciaram sua autopercepção. Segundo ela, o processo de entender e desconstruir essas imposições foi gradual.

A artista afirmou que, mesmo sem se identificar com o rótulo, acabou sendo vista como uma representante do tal "corpo real". O incômodo com perguntas recorrentes sobre emagrecimento para papéis específicos também a fez repensar sua posição. "Percebi que estavam me empurrando para um lugar que não me cabia", disse. "Mas eu achava ainda que a errada era eu."

Ao ganhar consciência dessa situação, Paolla conseguiu se libertar da cobrança e passou a enxergar a questão de outra forma. "Entendi que não era sobre mim. Era sobre um lugar para o qual a maioria das mulheres é empurrada, pra caber e servir", afirmou.

Por fim, a atriz destacou seu processo de amor-próprio e como isso influenciou sua percepção sobre outras mulheres: "Aprendi a me gostar e que a minha beleza é possível. Também aprendi a reparar em outras mulheres com outras belezas possíveis. O que eu luto hoje é basicamente pra existir e querer que as pessoas existam à minha volta."