Lewandowski: 'segurança é dever de governadores e combate ao crime se faz com planejamento'

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Após o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) emitir uma nota para rebater acusações do governo do Rio de Janeiro, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que a segurança pública nos Estados é responsabilidade dos governadores e que o combate à criminalidade "se faz com planejamento, inteligência e coordenação".

Em entrevista após a operação contra o Comando Vermelho (CV) que deixou ao menos 64 mortos, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), afirmou que o Estado que comanda enfrenta o crime organizado "sozinho", uma vez que forças federais, segundo ele, não o ajudam.

Lewandowski aproveitou para defender a proposta de emenda à Constituição conhecida como PEC da Segurança Pública, elaborada pela sua gestão. A proposta, diz ele, pode ajudar na coordenação entre forças federais, estaduais e municipais e no compartilhamento de informações entre as polícias.

Ele afirmou que o governo Lula tem ajudado os Estados com investimentos na área da segurança pública, por meio do fornecimento de armas e equipamentos e de investimentos no setor prisional. E que no começo do ano o MJSP atendeu a um pedido de Castro para transferir líderes de facções fluminenses para penitenciárias federais de segurança máxima: "nenhum pedido foi negado".

"Agora, a responsabilidade é, sim, exclusivamente dos governadores no que diz respeito à segurança pública nos respectivos Estados. Nós propusemos ao Congresso Nacional uma PEC da Segurança Pública, que visa exatamente a coordenação das forças federais com as estaduais e municipais, o compartilhamento de inteligência, ações coordenadas, planejadas antecipadamente. É disso que estamos precisando", declarou Lewandowski, durante visita ao Ceará.

Questionado sobre o resultado da operação, Lewandowski qualificou a ação como "cruenta", isto é, sangrenta, e lamentou que agentes policiais e pessoas inocentes tenham morrido na troca de tiros.

"O combate à criminalidade se faz com planejamento, inteligência, coordenação das forças. Não posso julgar, porque não estou sentado na cadeira do governador. Queria prestar solidariedade às famílias dos policiais mortos, dos inocentes que também pereceram nessa operação. E me colocar à disposição das autoridades do Rio no que for necessário", disse o ministro.

Ele afirmou não ter recebido nenhum pedido de colaboração de Castro para a operação desta terça-feira, 28.

Mais cedo, o MJSP afirmou, por meio de nota, que tem atendido "prontamente a todos os pedidos" de envio da Força Nacional ao Estado.

A nota do MJSP lista uma série de medidas tomadas entre o governo federal e o Rio de Janeiro, como operações integradas, investimentos e apoio de agentes. E diz que, desde 2023, primeiro ano do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), todas as 11 solicitações de renovação da Força Nacional no território fluminense foram acatadas.

O ministério chefiado por Ricardo Lewandowski também menciona 178 operações da Polícia Federal no Rio de Janeiro em 2025, com 210 prisões efetuadas e apreensão de 10 toneladas de drogas e 190 armas de fogo; 855 mandados de prisão cumpridos entre 2024 e 2025; e dezenas de milhares de objetos apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal desde 2023, de veículos a armas, munições e drogas.

Acusações contra Brasília

Castro disparou as acusações contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) numa coletiva de imprensa em meio ao estado de guerra a que se submeteu o Rio de Janeiro nesta terça. Após a prisão de membros da facção, o CV determinou o bloqueio de vias importantes na cidade.

"As nossas polícias sozinhas. É uma operação maior do que a de 2010 e, infelizmente, dessa vez, como ao longo desse mandato inteiro, não temos o auxílio nem de blindados, nem de nenhum agente das forças federais, nem de segurança, nem de defesa. A gente sozinho nessa luta, estamos fazendo a maior operação da história do Rio de Janeiro", afirmou Castro.

Questionado se o governo estadual pediu ajuda ao governo federal para a operação, Castro disse que não foi solicitado nenhum apoio "desta vez" porque já houve três negativas de ajuda ao Estado.

"Não foram pedidas desta vez, porque nós já tivemos três negativas. Nós já entendemos que a política é de não ceder. Falam que tem que ter GLO (Garantia da Lei da Ordem), que tem que ter isso, que tem que ter aquilo, que podiam emprestar o blindado e depois não podiam mais emprestar porque o servidor que opera o blindado é um servidor federal. O presidente já falou que ele é contra GLO. A gente entendeu que a realidade é essa e a gente não vai ficar chorando pelos cantos", afirmou Castro.

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A ex-namorada de Dado Dolabella Marcela Tomaszewski não seguirá com a denúncia e agressão contra o cantor, após sua amiga compartilhar imagens de machucados neste fim de semana. A informação foi confirmada ao Estadão pelo advogado, Diego Candido, nesta terça-feira, 28. Inicialmente, o profissional afirmou que seria encaminhada uma medida protetiva contra Dado, além de um processo judicial.

O comunicado explica que a decisão foi de foro íntimo, ou seja, por motivos pessoais: "Diego Candido informa que, após decisão de Marcela Tomaszewski em não prosseguir com a denúncia, mesmo cientificada de seus direitos, resolve sair do caso, por questões de foro íntimo."

"Marcela foi devidamente cientificada da decisão e manifestou concordância, alegando estar tudo bem e que pretende esquecer o assunto visando à preservação da imagem das partes envolvidas. O advogado Diego Candido repudia qualquer forma de violência, preconceito e discriminação e luta diuturnamente no combate a esses crimes buscando a punição dos responsáveis", completa a nota.

O que aconteceu entre Dado Dolabella e a namorada?

O cantor Dado Dolabella estaria envolvido em um novo caso de agressão contra mulher. A acusação foi feita por Rafaela Clemente, amiga pessoal de Marcela Tomaszewski, que mostrou machucados na miss depois de uma suposta briga do casal.

Rafaela também compartilhou, em postagens já apagadas, que Marcela teria tentado bloqueá-la por denunciar o caso. A publicação foi repostada por Luana Piovani, com quem Dado já teve um relacionamento, que acabou em medida protetiva após uma agressão dele.

A repercussão do caso foi contida após uma nota conjunta em que Dado e sua agora ex-namorada afirmam que o vídeo foi tirado de contexto".

O cantor, compositor e guitarrista canadense Bryan Adams anunciou que fará quatro apresentações pelo Brasil em março de 2026.

Após seis anos, o artista retorna ao País trazendo na bagagem grandes sucessos como (Everything I Do) I Do It For You, Heaven e Summer of '69, entre outros.

Com a etapa sul-americana da turnê Roll With Punches, ele passa por Rio de Janeiro (Qualistage em 6/3), São Paulo (Vibra São Paulo em 7/3), Curitiba (Live em 9/3) e Porto Alegre (Auditório Araújo Vianna em 11/3).

As vendas de ingressos começarão em 4 de novembro, às 10h, por meio do site da Eventim para as datas de São Paulo e Rio. Os preços vão de R$ 225 a R$ 1.000. Em breve serão divulgadas as informações de Curitiba e Porto Alegre.

A principal categoria do Prêmio Jabuti 2025, a de Livro do Ano, foi para O Ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim, livro do jornalista, biógrafo e imortal da Academia Brasileira de Letras Ruy Castro.

Como recompensa, o autor levou R$ 70 mil e uma viagem completa à Feira do Livro de Londres, em 2026. O anúncio foi feito em uma cerimônia de premiação na noite de segunda-feira, 27, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Publicado pela Companhia das Letras, o livro também levou a categoria Crônica. Conforme indica o título, a obra busca contar, em 99 crônicas, a complexidade da figura de Tom Jobim (1927-1994), um dos maiores compositores da história da música brasileira.

O livro nasceu da admiração de Castro pela bossa nova e pelo trabalho de Tom Jobim, responsável por grandes clássicos do gênero. Como disse o jornalista e crítico musical João Marcos Coelho em resenha do livro publicada no Estadão, basta ler "uma frase, um parágrafo, para comungarmos deste amor desmedido (mas muito, muito justificado) pelo autor de Águas de Março, Sinfonia da Alvorada e Matita Perê."

Os 99 textos são curtos, entre quatro e cinco parágrafos, mas constroem de forma sucinta um retrato completo de Tom Jobim. As crônicas apresentam lados menos conhecidos do compositor e apresentam bastidores, fatos inéditos e histórias que unem personagens importantes da música brasileiras nas década de 1950 e 1960.

A 67ª edição do Jabuti premiou livros publicados em 2024, ano em que a morte do compositor completou 30 anos. Além de Ruy Castro, nomes como Tony Bellotto e Daniela Arbex foram premiados. Veja a lista completa.

Leia trechos de 'O Ouvidor do Brasil'

"Tom não se queixava do Brasil. 'É o único país do mundo com nome de árvore. E não tem mais esta árvore'. Queixava-se do brasileiro 'que acorda todo dia para destruir o Brasil' (...) 'De que adianta eu sentir saudade do Brasil se ninguém mais sente?'"

"Tom tinha horror a avião (...) Ao compor o 'Samba do Avião', em meados de 1962, queria apenas celebrar uma chegada ao Rio por esse meio, voltando de São Paulo - ele que, na época, só fazia esse trajeto de trem."

"Quando Vinicius de Moraes morreu em 1980 e deram o nome dele à tradicional rua Montenegro, Tom foi contra. Disse: 'Os carros agora passam por cima do Vinicius e os cachorros mijam nele'."

"Pelo fato de os cantores e compositores da bossa-nova gravarem-se uns aos outros, suas canções se espalharam e se eternizaram na memória das pessoas. E faziam isso porque os talentos eram mútuos e as admirações mútuas. A música não era um espelho, mas um caleidoscópio."

"Não parecia se interessar por música, só falava de palavras (...) Sabia nomear cada planta, bicho, acidente geográfico, tipo de vento e de estrela no céu. Certa vez, num avião, descobriu que a aeronave estava voltando porque as estrelas não estavam onde deveriam estar."

O Ouvidor do Brasil: 99 Vezes Tom Jobim

Autor: Ruy Castro

Editora: Companhia das Letras (232 págs.; R$ 79,90 / E-book: R$39,90)