Você aceitaria consumir bebida e cigarros ilegais? Veja números de estudo inédito da USP

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Parte dos consumidores brasileiros está propensa ao consumo de produtos ilegais em diversos setores. Em números: 24% daqueles que consomem bebidas alcoólicas (11,7 milhões), 20% dos que utilizam combustíveis (9,7 milhões), 20% dos que compram eletrônicos (3,4 milhões) e 25% dos que adquirem vestuário (9,7 milhões) estariam dispostos a adquirir itens ilícitos.

Essas são algumas constatações do 1.º Levantamento Nacional sobre a Demanda por Bens e Serviços Ilícitos, realizado pela Escola de Segurança Multidimensional da Universidade de São Paulo (ESEM/USP) em parceria com o Instituto IPSOS. O principal objetivo do estudo inédito foi medir a propensão ao consumo de produtos ilícitos no País. A divulgação foi realizada nesta quarta-feira, 22, na USP.

No caso das bebidas alcoólicas, é preciso destacar que o levantamento foi feito antes do surto de casos de contaminação com metanol que já provocou mortes em três estados brasileiros (São Paulo, Pernambuco e Paraná) e reavivou a discussão sobre o mercado de produtos ilícitos.

Para Leandro Piquet, coordenador da ESEM, especialista em segurança pública e mercados ilícitos e professor do Instituto de Relações Internacionais da USP, um dos destaques da pesquisa é a propensão a adquirir produtos em todas as classes socioeconômicas. "Antes da pesquisa, nós imaginávamos que o consumidor recorria ao produto ilegal quando não tinha recursos para adquirir o produto legal. Mas essa propensão está presente em todas as classes socioeconômicas", diz o coordenador da pesquisa.

Um setor que exemplifica essa distribuição é o de eletrônicos: 21% das compras são realizadas em locais de risco, como vendedores informais e perfis em redes sociais. "Não há distinções significativas em termos regionais ou socioeconômicos", diz trecho do relatório.

O comércio de bens ilícitos atrai organizações criminosas que criam cadeias de atividades baseadas na falsificação, adulteração, contrabando, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

"Muitas vezes, o consumidor que adquire não quer se beneficiar. É desconhecimento sobre a cadeia criminosa. Nossa missão é expor que o crime organizado tomou dimensão assustadora", afirmou Emerson Kapaz, presidente do Instituto Combustível Legal.

No caso das bebidas alcoólicas, 48,7 milhões de brasileiros consomem bebidas mensalmente. Destes, 11,7 milhões de consumidores frequentes estariam dispostos a comprar bebidas ilegais, o que representa 20% desta base de consumidores regulares. A pesquisa foi feita antes da crise de adulteração de bebidas com metanol.

No vestuário, os índices são ainda mais alarmantes e correspondem a 25% de consumidores que estariam dispostos a adquirir peças ilegais. Ao todo, são 38,9 milhões que compram roupas mensalmente. Desse total, 9,7 milhões admitiram que comprariam produtos ilegais.

Perdas bilionárias no mercado de cigarros

Em alguns mercados, a demanda por bens e produtos ilícitos gera perdas gigantescas, como no caso dos cigarros eletrônicos. Mesmo proibidos no Brasil ou sem regulação, esses produtos continuam em expansão neste mercado. Dez milhões de brasileiros consomem cigarros eletrônicos e sachês de nicotina. Este mercado movimenta R$ 7,8 bilhões por ano sem recolhimento de tributos e com recursos que alimentam atividades criminosas. A pesquisa estima que, com a regulamentação, o setor poderia gerar R$ 13,7 bilhões em impostos estaduais e federais.

De acordo com a pesquisa, 23,4 milhões de pessoas declararam ter fumado cigarros convencionais no último trimestre. Ao todo, 10% dos fumantes têm como primeira opção uma marca ilegal de cigarros.

"O regime de proibição, em vez de eliminar os mercados de bens e serviços ilegais, acaba por transferi-los para o crime organizado", analisa Piquet.

O mercado de bens ilícitos é um fenômeno global. Em 2019, o Fórum Econômico Mundial estimou que o comércio ilegal movimenta cerca de US$ 2,2 trilhões por ano na economia global.

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Ícone da MPB, Lô Borges, 73, foi internado em Belo Horizonte, em Minas Gerais, com um quadro de intoxicação por medicamentos. O cantor deu entrada no hospital na última sexta-feira, 17 após passar mal.

Em contato com o Estadão, a assessoria de Lô afirmou que ele está passando por novos exames para que a equipe médica tenha um diagnóstico mais preciso. Apesar de o cantor ter apresentado melhora entre sexta e esta quarta-feira, 22, ainda não há previsão de alta hospitalar.

O irmão de Lô, Yê Borges, disse ao g1 que a família espera "que ele volte o mais breve possível".

Lô está internado na unidade Contorno do Hospital Unimed. O hospital, no entanto, não divulgou o estado de saúde do artista, seguindo as normas de sigilo médico e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Por conta da internação, a agenda de Lô foi cancelada. O cantor se apresentaria ao lado de Beto Guedes no próximo sábado, 25, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

Lô Borges é um dos fundadores e principais expoentes do Movimento Clube da Esquina, que se originou em Belo Horizonte nos anos 1960. Ao lado de Milton Nascimento, ele lançou, em 1972, o disco Clube da Esquina, tido até hoje como um dos maiores álbuns da música brasileira. No mesmo ano, lançou também seu primeiro trabalho solo, um disco autointitulado que trouxe influências psicodélicas e um tom experimental.

O trabalho de Lô também foi gravado por outras grandes vozes da MPB, incluindo Tom Jobim, Elis Regina, Skank e 14 Bis.

Desde 2019, o cantor tem lançado um novo trabalho de estúdio por ano, com o mais recente sendo Tobogã, de 2024.

Entre os sucessos lançados por Lô estão Um Girassol da Cor do Seu Cabelo, O Trem Azul, Cravo e Canela e Canela. O cantor soma mais 487 mil ouvintes mensais no Spotify.

O influenciador Vittor Fernando publicou um vídeo no Instagram nesta terça-feira, 21, afirmando ter recebido ameaças de processo pela família de Orival Pessini, criador de Fofão, após se vestir como o personagem para uma festa de Halloween. A fantasia foi usada durante o Baile de Halloween da Sephora, evento promovido anualmente pela marca com influenciadores.

O Estadão entrou em contato com Alvaro Gomes, responsável pelos direitos autorais de Fofão, que negou que tenha havido ameaças contra o influenciador. "O que houve foi um e-mail encaminhado para a agência que o representa solicitando a retirada dos vídeos para evitar problemas, pois o Fofão dele nos vídeos fez coisas que não combinam com o nosso personagem. Ele fez um personagem de terror... Fumava, bebia, tirou a máscara, quebrando a magia do personagem, e outras 'baixarias'", esclareceu.

No vídeo, Vittor falou sobre a decisão de ter apagado todo o conteúdo que criou com a fantasia do personagem. Ele ainda negou ter obtido lucro e afirmou ter declinado propostas de marcas para fazer publicidade com as postagens.

O influenciador disse que tinha a intenção de homenagear "um personagem icônico brasileiro". "Eu poderia me fantasiar para 'curtir' e me divertir, como qualquer outra pessoa pode se fantasiar de qualquer personagem. [...] Eu não tinha a intenção de ganhar dinheiro 'em cima' desse personagem", comentou.

Ele afirmou que começou a receber mensagens da família de Orival no dia em que publicou o vídeo mostrando a fantasia. Os empresários do influenciador e os profissionais que desenvolveram a roupa também receberam mensagens do mesmo teor.

"Eu poderia simplesmente dizer: 'Não vou apagar, porque não cometi nenhum crime'", disse. "Eu seria processado e não necessariamente eu perderia esse processo, mas eu quero ter que ficar me desgastando com isso? Não. Foi só uma fantasia de Halloween e eu preferi apagar tudo e encerrar esse assunto."

Orival Pessini, criador do Fofão, morreu em 2016 aos 72 anos. O personagem foi criado para o programa Balão Mágico, da TV Globo, e se tornou o ícone infantil mais popular dos anos 1980.

Ary Fontoura, de 92 anos, mostrou que está com o foco total na atividade física. Nesta quarta-feira, 22, o ator compartilhou no Instagram um vídeo em que aparece treinando os músculos superiores na academia.

"Não é academia, é resistência contra o tempo", escreveu na legenda da publicação, acompanhada de hashtags com as palavras saúde, alegria e força.

Nos comentários, seguidores elogiaram a disposição do artista e o descreveram como uma "inspiração" para o envelhecimento saudável. "Você é exemplo para todos os idosos", escreveu uma internauta.

Recentemente, Ary publicou uma foto exibindo os braços e afirmou estar provando que "é possível ter músculo em qualquer idade". "Claro que a pele não é mais a mesma... O velhinho tá bonitão", brincou na ocasião.

Além de estar no ar em Êta Mundo Melhor!, o ator segue ativo nas redes sociais, onde compartilha momentos de sua rotina e grava vídeos bem-humorados. Em março, ele contou que renovou a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) por mais três anos e disse se considerar um bom motorista.