Felipe Neto defende a aproximação dos clássicos em fase mais adulta

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Em janeiro, o influencer digital e youtuber Felipe Neto usou o twitter para tocar em um assunto delicado: a obrigatoriedade de obras clássicas da literatura brasileira nos conteúdos escolares. "Forçar adolescentes a lerem romantismo e realismo brasileiro é um desserviço das escolas para a literatura. Álvares de Azevedo e Machado de Assis não são para adolescentes! E forçar isso gera jovens que acham literatura um saco", escreveu ele, aumentando a fervura de um caldo em eterna ebulição.

Após receber críticas, Felipe rebateu: "O fato de você ser, ou ter sido, um adolescente fora da curva que ama romantismo e realismo brasileiro não significa nada perto do mar de jovens odiando livros por aí. E um dos motivos é justamente a forma como a maioria das escolas aplica a literatura como matéria".

Aos 33 anos, Felipe sempre manteve uma relação de amor e estranhamento com a literatura, desde a descoberta apaixonada pela escrita com a saga Harry Potter, quando ainda um menino, até as diversas fases de ódio e amor pela obra de Machado de Assis. "Eu tinha 11 anos quando li Harry Potter pela primeira vez, exatamente a mesma idade do protagonista", recorda-se. "Isso fez com que minha imersão na fantasia fosse completa. A saga me mostrou que era possível sentir um prazer e uma felicidade lendo livros que eu não conseguia encontrar em nenhum outro tipo de entretenimento."

A trajetória do bruxinho despertou nele o gosto pela literatura, especialmente por livros de fantasia e aventura. O caminho logo trouxe progressos, com o apreço por autores russos até chegar ao checo Franz Kafka, hoje um de seus preferidos. "A literatura russa é realmente inacreditável. Dostoievski e Tolstoi mexeram muito comigo", conta. "Mas realmente Kafka é único: A Metamorfose e O Processo são livros profundamente transformadores. Ele consegue, com uma escrita incrivelmente fácil de ler (embora caótica e profunda, ou, como o termo foi cunhado, 'kafkiana'), te prender até o fim e te fazer questionar coisas que você nunca tinha pensado em questionar antes."

Obstáculos, porém, surgiram quando foi obrigado na escola a conhecer Machado de Assis, situação vivida por diversos jovens - e que inspirou seu comentário sobre o ensino de literatura. "Quando descobri Machado de Assis, odiei. Fui forçado, aos 14 anos, a ler Dom Casmurro para fazer uma prova na escola. Não entendia direito, era cheio de palavras que eu não sabia o que significavam. Lembro de ter me forçado a ler e ter ficado traumatizado com literatura brasileira", explica. "Somente aos 20 anos, fui ler novamente e achei muito bom. Ainda assim, só fui enxergar a genialidade de Machado aos 33 anos, quando decidi ler pela terceira vez e emendei com O Alienista e Memórias Póstumas de Brás Cubas. Machado é um dos melhores escritores de todos os tempos e o que mais fascina, para mim, é sua narrativa fluida, seu humor irônico e a forma como ele cria personagens incrivelmente complexos, ao ponto de não sabermos quem é herói e quem é vilão, ou se sequer isso existe."

O tortuoso aprendizado fez com que Felipe sedimentasse o pensamento revelado naquele tuíte a respeito da forma com que se desperta nos jovens a paixão pela literatura. Pare ele, a saída da infância e a entrada na adolescência é o momento mais importante na formação de um leitor. "As obras que a escola decide 'ensinar' para os jovens nessa idade precisam ser escolhidas com muito cuidado, visando o despertar da paixão pela literatura. A obrigação de uma obra não própria para determinada idade pode gerar o efeito contrário, a rejeição. E isso acontece em todas as disciplinas, diga-se de passagem. Eu levei mais de 10 anos após a formação escolar para descobrir que a física teórica era um assunto interessante e que existiam livros fascinantes sobre o assunto."

E a tecnologia pode ser uma ferramenta útil nessa aproximação. Apesar da preferência por livros em papel, Felipe usa aparelhos eletrônicos como auxiliares. "É natural que você se perca no meio de um livro do Dostoievski, porque são muitos personagens com nomes difíceis. Então, o que faço é criar um miniglossário no meu bloco de notas do celular, com o nome do personagem e o que ele faz", conta. "Além disso, ter o celular do lado para pesquisar determinado termo ou também ajudar a lembrar algo sobre páginas anteriores é fundamental. Tudo isso torna os livros mais fáceis de ler, principalmente os clássicos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

O Troféu Imprensa 2025 divulga sua lista de vencedores no SBT na noite deste domingo, 4. Durante a cerimônia, os apresentadores Patricia Abravanel e Celso Portiolli conversaram com Carlos Alberto de Nóbrega, que comanda o humorístico A Praça É Nossa, que recebeu o Troféu Imprensa Pela História por conta de sua trajetória na TV.

Ele se emocionou ao relembrar os passos do pai, Manoel de Nóbrega: "A Praça é a minha vida, porque eu pude continuar um trabalho que o meu pai teve só 14 anos [para fazer], coitado. Eu tô há 38 fazendo. E sempre que eu entro eu me lembro dele".

Na sequência, recordou a importância de Silvio Santos para trazê-lo ao SBT em 1987. "[Foi] a maneira que achei para dizer 'muito obrigado' para o Silvio pelo que ele fez pelo meu pai - Porque todo mundo fala o que meu pai fez pelo Silvio, ninguém fala sobre o que o Silvio fez pelo meu pai. Eu sei."

"Vou dar o meu melhor. No dia que a Praça acabar, não sei, eu vou junto", continuou. Em outro momento, brincou, fazendo referência a Daniela Beyruti, filha de Silvio e presidente do SBT: "Estou aqui há 38 anos e espero ficar mais, viu dona patroa? [Olhou na direção de Daniela] Eu quero fazer 90 anos aqui! [Risos]".

Patricia Abravanel valorizou o prêmio dado a Carlos Alberto de Nóbrega: "É um troféu pela sua história. Você está sendo o primeiro a ganhar um troféu pela sua história, dedicação ao entretenimento, ao humor, à televisão brasileira."

O ator David Harbour passou pelo Brasil em novembro do ano passado, quando participou da conferência D23, da Disney, e falou ao Estadão sobre o que os fãs podiam esperar de Thunderbolts*, novo filme da Marvel que acaba de estrear nos cinemas brasileiros.

Contido e com medo de spoilers, o ator bateu na tecla de que o longa mudaria o rumo da Casa das Ideias - uma conversa que, no final das contas, acaba surgindo sempre em entrevistas com atores da Marvel. Mas, algo chamou a atenção: a devoção de Harbour a Florence Pugh.

Espontaneamente, o Jim Hopper de Stranger Things falou sobre a colega de elenco. Vale ressaltar que, até aquele momento, não estava claro quem seria o protagonista do filme.

"Acho que uma das coisas de que mais gosto em Thunderbolts* é que a Florence Pugh é a líder do filme. Acho que ela tem uma força e uma presença. É provavelmente a melhor atriz entre nós", afirmou Harbour, de maneira muito franca. "Fico feliz em ser ator coadjuvante para uma mulher como ela. É menos sobre diversidade e mais sobre capacidade".

Agora, com Thunderbolts* finalmente nas telonas, dá para notar duas coisas: Florence Pugh é realmente uma atriz extraordinária, elevando a qualidade do filme para outro patamar, e Harbour parece realmente uma pessoa feliz em ser a "escada" do elenco.

O papel de Guardião Vermelho

No novo longa-metragem da Marvel, ele interpreta novamente o Guardião Vermelho, herói da época da União Soviética e que também é o emocionado pai da personagem de Pugh. Aqui, ele passa a fazer parte desse time de anti-heróis ao lado de Yelena (Pugh), Soldado Invernal (Sebastian Stan), John Walker (Wyatt Russell) e Fantasma (Hannah John-Kamen).

Nessa equação toda, Harbour é o mais coadjuvante de todos. Pugh é a protagonista absoluta, Stan tem o peso de já fazer parte do universo há bons anos, Wyatt ganha pontos pelo arco dramático em Falcão e o Soldado Invernal e John-Kamen também sai um pouco à frente por já ter aparecido como vilã de Homem-Formiga e a Vespa. Já Harbour apareceu em Viúva Negra, mas nunca assumindo um posto de peso.

Ainda assim, Harbour é uma das almas de Thunderbolts* - e ajuda o filme a ser realmente bom, livrando um peso das costas da Disney. No novo filme, o norte-americano é o alívio cômico da coisa toda, interpretando esse russo exagerado e histriônico que tenta ter mais proximidade com a filha. Não há grande dramaticidade ou momentos importantes do astro.

"Não quero dar nenhum detalhe a mais. Acho que vocês deveriam ver o filme com uma mente aberta, sem expectativas, e então vão perceber que ele realmente se encaixa no universo, mas o leva para uma direção diferente, o que é divertido", explicou o ator ao Estadão, também em novembro, sem dar pistas exatas sobre seu papel de fato no filme.

Especialista em papéis secundários memoráveis

Harbour construiu uma carreira sólida aparecendo em papéis secundários que, invariavelmente, roubam a cena. Antes de seu grande momento como Jim Hopper, ele já havia demonstrado esse talento em obras como O Segredo de Brokeback Mountain (2005), onde interpretou um personagem pequeno mas marcante.

Na TV, Harbour apareceu em séries aclamadas como The Newsroom, onde interpretou Elliot Hirsch, e Manhattan, como Dr. Reed Akley. Em ambos os casos, mesmo sem ser o protagonista, conseguiu entregar performances que ficaram na memória dos espectadores.

Em Hellboy, de 2019, finalmente ganhou um papel protagonista, mas ironicamente não conseguiu o mesmo brilho que tem em papéis menores. Foi em Viúva Negra que ele realmente mostrou sua vocação para ser o complemento perfeito em grandes produções, roubando as cenas como o Guardião - mesmo dividindo tela com Scarlett Johansson.

"Eu acho que há algo no DNA de alguns atores que os torna especialmente bons em papéis de apoio. É preciso ter capacidade de criar algo memorável em pouco tempo", disse o ator em entrevista à Entertainment Weekly em 2023, questionado sobre ser coadjuvante. "Não é sobre quanto tempo você está na tela, mas o que você faz com esse tempo."

Vale lembrar que, recentemente, Harbour também deixou sua marca em filmes como Sem Remorso, ao lado de Michael B. Jordan, e em Agente Oculto, da Netflix - todos como coadjuvante. Neste ano, também está em um pequeno papel em Resgate Implacável, filme com Jason Statham - ele interpreta um colega da época do exército com problemas de visão.

"Acho que posso não ser a estrela principal em muitos projetos, mas sou aquela peça do quebra-cabeça que ajuda a dar forma ao todo", confessou o ator ao The Hollywood Reporter em uma entrevista de 2022. "E, honestamente, isso me agrada muito. Há uma liberdade criativa em papéis coadjuvantes que nem sempre se tem como protagonista."

Reconhecimento além das câmeras

Mesmo com esse destaque como coadjuvante, porém, Harbour se consagrou e fez seu nome. É querido, reconhecido e tietado. Ao Estadão, falou sobre essa relação com os fãs e a relação com a fama.

"Há dias bons e ruins. É bonito quando seu trabalho toca tanto as pessoas que elas sentem no coração e te amam por isso", reflete o ator, que provocou grande euforia ao aparecer em eventos recentes. Mas ele pondera: "Às vezes pode ser difícil, porque uma das coisas que eu realmente gosto é a sensação de anonimato. No fim, esse é um preço que estou disposto a pagar".

Sabrina Sato publicou um texto em homenagem ao marido, Nicolas Prattes, por conta de seu aniversário de 28 anos de idade, comemorado neste domingo, 4. A postagem foi feita junto a um vídeo com diversos momentos do casal em família.

"Viva você! Viva essa sua alma cheia de luz, propósito e uma vontade quase teimosa de viver tudo intensamente. Como eu admiro tudo isso. Estar ao seu lado é como estar num filme que mistura romance, comédia e aventura e você, claro, é o protagonista gato, forte, sensível, inteligente", escreveu.

Em seguida, Sabrina Sato prosseguiu: "Você me faz sair da minha realidade. Quando estou com você, esqueço dos problemas, das crises existenciais e que eu já tinha 16 anos e estava entrando na faculdade quando você nasceu. Porque você transforma tudo em leveza".

"Obrigada por compartilhar essa vida comigo. Você me faz viver algo único. Surreal. Quase um sonho. Só que com beijo bom, risada boba e amor de verdade. Te amo com tudo o que sou e com tudo o que você é e vem. Feliz aniversário, amor da minha vida."

Confira a publicação de Sabrina Sato em homenagem a Nicolas Prattes aqui.