Quem foi o 1º cardeal brasileiro a participar de um conclave e hoje nome de rua em SP

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Há mais de 110 anos, em 1914, o cardeal Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, então arcebispo do Rio de Janeiro, viajou para Roma para participar da tradicional votação no Vaticano para eleger um pontífice. Na ocasião, ele fez parte do grupo de prelados que definiu pela eleição do papa Bento XV (1914-1922), entre 31 de agosto e 3 de setembro daquele ano.

Dom Joaquim Arcoverde - que hoje é nome de rua em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo (Cardeal Arcoverde) - foi o primeiro latino-americano na história a se tornar cardeal (em 1905) e o primeiro do País e do continente sul-americano a participar de um conclave (em 1914).

Na edição de 15 de dezembro daquele ano de 1905, o Estadão destacou a cerimônia que oficializou a entrada do brasileiro no Colégio Cardinalício. A reportagem informava à época que o prelado brasileiro chegou a pedir para que o Santo Padre abençoasse a arquidiocese do Rio de Janeiro e também a América Latina.

"Realizou-se hoje no Vaticano a cerimônia da entrega dos barretes aos novos cardeais. Sua santidade esperava, na sala consistorial, a chegada do conde Joaquim Arcoverde Cavalcanti de Albuquerque e monsenhor Cagiano (...)", relatou o jornal.

"Pio X impôs-lhe o barrete e o solidéu e abraçou-os. Monsenhor Arcoverde, dirigindo-se a sua santidade, agradeceu a sua condição ao cardinalato (...) Agradeceu também a honra que sua santidade fazia recair sobre a América Latina e especialmente sobre o Brasil. Sua eminência terminou pedindo ao papa que abençoasse a arquidiocese do Rio de Janeiro, a América Latina e Colégio Pio Latino", informou o texto.

A reportagem destacou que papa Pio X elogiou os méritos dos purpurados e que o sumo pontífice cumpria um antigo desejo do papa anterior, Leão XIII. Conforme o texto, o Santo Padre queria "elevar ao cardinalato um bispo da América do Sul".

Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, o cardeal Arcoverde, nasceu em 17 de janeiro de 1850, na cidade de Pesqueira, em Pernambuco. Filho de Antônio Francisco de Albuquerque Cavalcanti e Marcelina Dorotéia de Albuquerque Cavalcanti.

Na adolescência, já mostrou inclinação pela vida religiosa, ao entrar para o Seminário Menor, em Cajazeiras, na Paraíba. Aos 16 anos, cruzou o oceano e cursou Ciências e Letras, Filosofia e Teologia em Roma e concluiu os estudos no Colégio Pio Latino-Americano, na mesma cidade.

Foi ordenado sacerdote em abril de 1874 na Arquibasílica de São João Latrão, em Roma, e passou dois anos estudando em Paris antes de voltar ao Brasil. Em Pernambuco, foi professor de francês e diretor do Ginásio Pernambucano do Recife, além de professor de Filosofia e reitor do Seminário de Olinda.

Leão XIII o nomeou bispo de Goiás, em 1890. Também atuou como professor no colégio da Companhia de Jesus, em Itu, no interior paulista e, em 1892, tornou-se bispo auxiliar de São Paulo. Dois anos depois, assumiu o posto titular e ocupou a posição até 1897, quando foi elevado a arcebispo do Rio de Janeiro. Ele morreu em 1930.

Joaquim Arcoverde foi enterrado na histórica Igreja de Nossa Senhora do Carmo, datada de 1590, no Rio de Janeiro. Neste local, onde dom Pedro I e dom Pedro II foram coroados imperadores e onde a princesa Isabel se casou, repousam também partes dos restos mortais do navegador Pedro Álvares Cabral.

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Daniela Lima não faz mais parte do quadro de apresentadores da GloboNews. A jornalista deixou a emissora nesta segunda-feira, 4, e confirmou sua saída com um texto publicado em suas redes sociais. "Depois de dois anos, deixo a GloboNews com a sensação de missão cumprida, cabeça erguida, sedenta pelos próximos desafios. Viva o novo! Deixo aos colegas de trabalho, amigos que vou levar pra vida, meu muito obrigada e até breve!", escreveu a Daniela.

Nos comentários, ela ganhou o apoio de agora ex-colegas de GloboNews, como Leilane Neubarth e Flávia Oliveira. "Dani querida, você não tem ideia do quanto aprendi convivendo diariamente com você. Sua força e paixão pela profissão são inspiradoras", escreveu Leilane. "Fará muita falta, Dani. Sua paixão pelo jornalismo e sua vitalidade contagiam. Um privilégio conviver contigo nesse par de anos", completou Flávia.

Espectadores notaram a ausência da apresentadora no Conexão GloboNews na manhã desta segunda-feira, 4, pouco antes de ela publicar seu texto de despedida nas redes sociais. Daniela Lima chegou à GloboNews em julho de 2023, após deixar a CNN. Antes, ela já tinha passado pelos jornais Correio Braziliense e Folha de S. Paulo, e pela revista Veja. Na TV, estreou como apresentadora do programa Roda Viva, da TV Cultura.

Eliane Cantanhêde e Mauro Paulino também deixam a GloboNews

Procurada pelo Estadão, a área de comunicação da Globo confirmou a saída da jornalista da GloboNews e de mais dois comentaristas: Eliane Cantanhêde e Mauro Paulino.

"Como parte do movimento permanente de renovação do quadro do canal, Eliane Cantanhêde, Daniela Lima e Mauro Paulino não integram mais o time da GloboNews. A GloboNews agradece a eles a valiosa parceria na apresentação e análise dos importantes acontecimentos políticos do Brasil e do mundo", diz a nota.

O Domingão com Huck anunciou os 16 participantes que integrarão o Dança dos Famosos 2025. Neste domingo, 3, celebridades como Fernanda Paes Leme, Livinho e Rodrigo Faro começaram a disputa na fase de grupos.

Os competidores passarão por fases eliminatórias e uma repescagem automática, que ocorrerá para os primeiros eliminados de cada grupo. Dentre as novidades para este ano está a presença de Milton Cunha, carnavalesco, no júri técnico.

O Grupo A é composto por Rodrigo Faro, Duda Santos, Silvero Pereira e Gracyanne Barbosa. David Junior, Nicole Bahls, Luan Pereira e Fernanda Paes Leme integram o Grupo B. No Grupo C, fazem parte Allan Souza, Catia Fonseca, Richarlyson e Manu Bahtidão. Por último, no Grupo D, os participantes são: MC Livinho, Wanessa Camargo, Alvaro e Tereza Seiblitz. Também estão presentes, em cada um dos grupos, quatro professores, que serão mentores dos participantes após a finalização da fase de grupos.

A edição de 2025 comemora 20 anos do quadro que teve início no Domingão do Faustão.

Durante participação no quadro Pode Perguntar, exibido no Fantástico neste domingo, 4, o ator Fábio Assunção falou pela primeira vez sobre um episódio de assédio sexual que sofreu na infância. A revelação ocorreu durante uma roda de conversa com cerca de 30 jovens autistas, conduzida pela psiquiatra Daniela Bordini, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O relato veio após uma pergunta feita por Josi, uma das entrevistadoras presentes no encontro: "As atrizes, artistas são muito questionadas sobre a questão do assédio, e aí nos últimos anos a gente tem visto uma onda de denúncias de homens que passaram por situações parecidas. Você já viu alguma situação parecida?"

Diante da questão, o ator compartilhou um episódio vivido na infância: "Eu tive um vizinho quando era garoto, quando eu tinha uns oito, nove anos, que ele me chamou para ir para o apartamento dele em Santos. Eu entrei, ele começou a me mostrar um monte de revista. Daqui a pouco ele colocou a mão em mim, ele pegou e botou a mão e eu saí correndo."

Fábio explicou que, na época, não sabia identificar o que havia acontecido, mas procurou apoio na família. "Eu não sabia formular que era um assédio, mas eu contei para minha irmã. A minha irmã falou: 'Imagina'. Contei para minha mãe: 'Imagina, o nosso vizinho de muitos anos'. Então eu fiquei meio assim."

Atualmente com 53 anos, o ator refletiu sobre o relato e disse não acreditar que sua experiência possa ser comparada aos abusos enfrentados por muitas mulheres. "Eu nunca falei sobre isso porque eu também não acho que dê para comparar os assédios que um homem tem, os assédios que uma mulher tem."

Saúde mental e internações

Além de tratar do episódio da infância, Fábio Assunção falou sobre saúde mental e os desafios enfrentados ao longo da carreira. Segundo ele, o momento mais difícil foi durante a novela Negócio da China, quando precisou se afastar das gravações.

"Chegou um momento que eu acho que entrei em um colapso. Então, nesse momento, eu fiz uma novela chamada Negócio da China que eu precisei sair, e esse foi o momento mais difícil da minha carreira. Foi fazer uma escolha de sair de uma novela, mesmo sabendo a exposição que eu ia ter em relação a isso. Mas eu saí para me cuidar, para me tratar, para botar minha vida em ordem."

Ao longo da roda de conversa, o ator também falou sobre internações e o estigma em torno da saúde mental. "Eu também tive as minhas internações. E isso normalmente faz com que a gente sinta vergonha. Só que, pensa bem, quem é que está no mundo que não tenha as suas dores, as suas dificuldades?"

Para ele, manter-se conectado consigo mesmo é essencial: "Nada está garantido. Você pode recair, você pode ter novos problemas, mas eu acho que você estando conectado com você, estando trabalhando, isso daí, você vai levando sua vida com muito menos riscos."

No fim do encontro, o ator demonstrou gratidão e compartilhou um de seus maiores medos: "Tenho medo de que aconteça alguma coisa em mim que eu não possa trabalhar."