Butantan envia 1,2 milhão de doses da Coronavac para pasta da Saúde nesta terça

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O governador João Doria (PSDB/SP) anunciou que o Instituto Butantan fez um repasse de 1,2 milhões de doses da Coronavac, vacina contra a covid-19 feita em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac, para o Ministério da Saúde nesta terça-feira, 23. "Até 5 de março estaremos entregando 5,6 milhões de doses da vacina. São novas doses e chegaremos a 16,6 milhões de doses da vacina do Butantan para o Brasil. Estamos torcendo por mais vacinas, a da Astrazeneca em parceria com a Fiocruz, é importante e necessária, mas precisamos de mais", diz Doria.

Na última quarta-feira, 17, a gestão estadual tinha comunicado que 3,4 milhões de doses seriam enviadas em lotes de 426 mil doses ao longo de oito dias. Está previsto o repasse de 46 milhões de doses até abril. Também na semana passada, Doria anunciou que o instituto vai antecipar a entrega de um lote com 54 milhões de doses do imunizante em um mês e o repasse de da nova remessa será em agosto. "Até 30 de agosto, teremos entregue 100 milhões de doses", afirma o governador.

Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas disse que a instituição reforçou o trabalho para aumentar a produção sem interromper a fabricação da vacina contra a gripe, e que não há problemas para a produção das futuras doses.

"Tínhamos previsto mais de 420 mil doses para hoje, amanhã, mais de 900 mil e mais de 5 milhões até o dia 5. Cada um dos funcionários teve a sua contribuição. Temos pedido esforços redobrados para que a vacina seja produzida e repassada para o povo brasileiro. Aumentamos a força de trabalho e estamos buscando alternativas para duplicar nossa produção", disse Covas, que se emocionou durante o evento, que também comemorava os 120 anos do Instituto Butantan. "Na semana que vem, 8,2 mil litros da vacina devem chegar. Não temos problema com o fluxo de vacinas. O governo chinês está auxiliando."

Diante do registro definitivo dado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o imunizante da Pfizer, Covas diz que esta não é uma prioridade do instituto. "Não temos vacina da Pfizer no Brasil e não teremos em curto prazo. A do Butantan está sendo produzida. Estamos aguardando documentos e temos a intenção de submeter o mais rápido possível."

Vacina 100% brasileira

Doria afirmou que a primeira dose produzida integralmente no Brasil deve ser feita em dezembro. "Temos dezenas de funcionários trabalhando com jornada em torno de 10 horas por dia para colocar a fábrica em conclusão. Até o mês de outubro ela estará totalmente concluída e em outubro, novembro e dezembro, as instalações dos equipamentos serão feitas. Ainda em dezembro deste ano, nós teremos já a primeira dose da vacina do Butantan 100% produzida no Brasil nesta fábrica e, a partir de janeiro, em escala evolutiva para a produção industrial."

Sobre o pedido do Ministério da Saúde de mais 30 milhões de doses após a entrega das 100 milhões de doses que serão repassadas até o fim de agosto, Covas informou que o Butantan tem capacidade de produzir.

"Temos todas as condições de ofertar 30 milhões e até mais 50 milhões, se for necessário. Não pode interferir na compra para o Estado de São Paulo e para outros Estados que queiram ampliar a vacinação."

Doria complementou que, como o Estado de São Paulo vai adquirir mais 20 milhões de doses que serão usadas para vacinar toda a sua população, esse repasse adicional não teria mais caráter de exclusividade.

"É bem-vinda e será aceita, mas não mais com exclusividade para o Ministério da Saúde nos preços e nas questões iguais. Todos os brasileiros de São Paulo serão vacinados até 31 de dezembro e todos os governadores têm a mesma intenção de comprar vacinas seja do Butantan seja de outros laboratórios para vacinar a população."

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A série argentina O Eternauta acaba de chegar à Netflix e já tem conquistado os espectadores. Baseada na HQ homônima considerada uma das maiores obras da literatura argentina, ela tem uma história trágica por trás: seu criador, Héctor Oesterheld, foi morto pela ditadura na Argentina na década de 1970.

Nascido em Buenos Aires em 1919, Oesterheld é um dos principais nomes dos quadrinhos e da ficção cientifica na Argentina. Escreveu alguns romances e outras HQs, além de ter publicado em revistas de grande importância, mas O Eternauta é considerada a sua obra-prima.

A trama acompanha um grupo de sobreviventes de uma nevasca mortal que precisa lutar contra uma ameaça alienígena. Com Juan Salvo como protagonista, o quadrinho foi publicado entre 1957 e 1959 com ilustrações de Francisco Solano López, com uma versão mais politizada sendo lançada na década de 1970.

Oesterheld frequentemente dizia que o herói de O Eternauta era um "herói coletivo". No final dos anos 1960, ele também escreveu biografias em quadrinhos de Che Guevara e Evita Perón, importantes líderes de esquerda, em parceria com o cartunista Alberto Breccia.

Naquele período, o autor já era envolvido com os Montoneros, organização político-militar argentina de esquerda que tinha objetivo de resistir e derrubar a ditadura no país. As quatro filhas de Oesterheld, Estela, Diana, Beatriz e Marina, também estavam envolvidas com o grupo.

As Forças Armadas da Argentina, já vigiando a atividade de Oesterheld, começaram a fechar o cerco em sua família. A primeira desaparecida foi Beatriz, que tinha apenas 19 anos, em 1976. Meses depois, foi a vez de Diana, seguida de Marina, ambas grávidas na época. A última foi Estela, já no final de 1977.

Oesterheld desapareceu em abril daquele ano. Acredita-se que tenha sido fortemente torturado física e psicologicamente, sendo obrigado a ver fotos das filhas executadas, e que foi morto apenas em 1978. O seu corpo nunca foi encontrado. Das filhas, apenas Beatriz pôde ser velada.

A morte do autor e de seus familiares só foi reconhecida em 1985, com um julgamento histórico que resgatou a memória dos desaparecidos e revelou os horrores da ditadura na Argentina.

Não é surpresa que compositores como Wagner e Beethoven foram alguns dos favoritos de Hitler. No entanto, quando se escondeu no bunker no final da Segunda Guerra Mundial, o líder nazista levou consigo uma coleção de discos surpreendente, que inclui compositores e músicos russos, judeus e gays. Ele os ouviu até sua morte, em 30 de abril de 1945.

A descoberta foi publicada inicialmente na revista alemã Der Spiegel em 2007, quando Alexandra Besymenskaja, filha do general soviético Lew Besymenski, redescobriu o material. Seu pai fez parte da equipe responsável pela evacuação do bunker e, apaixonado por música, levou os discos consigo.

Mais tarde, a coleção foi estudada em detalhes por Fred Brouwers no livro Beethoven no Bunker. Entre as gravações, há Tchaikovski, que era russo e homossexual, Rachmaninov, e execuções do violinista polonês Bronislaw Huberman, de origem judaica e que se opôs ativamente ao nazismo.

Além disso, a seleção também continha gravações de jazz, operetas e outros estilos considerados "música degenerada" pelo 3º Reich. A maioria dos compositores, como Paul Abraham, foram perseguidos pelo nazismo.

Confira, abaixo, 5 composições que Hitler ouvia no bunker antes de morrer

- Adagio da "Sinfonia no. 7", de Anton Bruckner, com a Filarmônica de Berlim. Regida por Wilhelm Furtwängler, gravação de 1942.

- Sonata no. 24, em fá sustenido maior, op. 78, de Beethoven: Adagio cantabile - Allegro ma non troppo e Allegro vivace

- Concerto para Violino e Orquestra em ré maior opus 35, de Tchaikovsky, com Bronislaw Huberman (violino) e Orquestra da Ópera Estatal de Berlim

Regida por William Steinberg (1899-1978). Movimentos: Allegro moderato - Canzonetta.Andante - e Finale. Allegro vivacíssimo. Gravação de 28 de dezembro de 1928.

- Paul Abraham and his orchestra 1930: Good Night

E uma gravação moderna de um dos maiores sucessos de Abraham, "Bal in Savoy (Toujours l'amour)", com a soprano Angela Gheorghiu

O ator Robert de Niro, de 81 anos, fez uma declaração pública sobre sua relação com a filha Airyn, de 29, que recentemente se assumiu como uma mulher trans.

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A declaração foi feita após a repercussão de uma entrevista de Airyn à revista Them, na qual ela falou sobre crescer sob os holofotes do vencedor do Oscar e o processo da transição de gênero.

Na ocasião, ela contou que decidiu iniciar o uso de hormônios em novembro de 2024 como parte do processo de transição. "Sempre fui muito feminina, mesmo antes de saber exatamente o que isso significava", disse.

Ela destacou que a transição também a aproximou de referências femininas negras que sempre admirou, como Laverne Cox, Marsha P. Johnson e Michaela Jaé Rodriguez. "A transição também me aproximou da minha negritude. Me sinto mais próxima dessas mulheres quando abraço essa nova identidade".

Airyn é filha de De Niro com a atriz e modelo Toukie Smith, de 72 anos. Embora nunca tenham se casado, eles mantiveram um relacionamento de quase dez anos entre as décadas de 1980 e 1990.