Empresário delator do PCC é morto em Terminal de Cumbica

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O empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto com 27 tiros nesta sexta-feira, 8, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. A ação ocorreu no Terminal 2, de voos domésticos. Ele era delator de investigação sobre lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Entre os bandidos, dizia-se que havia um prêmio de R$ 3 milhões pela cabeça do delator. Além de Gritzbach, dois motoristas de aplicativo e uma passageira que desembarcava de outro voo foram baleados, mas a informação até a noite era de que o quadro de saúde dessas vítimas era estável.

Gritzbach era corretor de imóveis e passou a negociar bitcoins. Foi quando conheceu integrantes do PCC e começou a colaborar com os criminosos ao investir dinheiro deles em imóveis e criptomoedas. Acabou se tornando pivô de uma guerra interna da facção ao ser acusado de encomendar a morte de Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, um dos principais traficantes do PCC, e do segurança dele.

Ontem, a polícia localizou em Guarulhos, o Volkswagen Gol Preto usado no crime. No carro havia um colete à prova de balas e munição de fuzil. O Gol foi periciado em busca de provas que levem à identificação dos autores. O inquérito ficará a cargo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

O delator voltava de viagem a Goiás com a namorada quando foi atacado a tiros - não há informações sobre se ela está ferida. Segundo o advogado Ivelson Salotto, que o defendeu, os quatro seguranças do casal seriam PMs de "extrema confiança" que faziam bico para o delator.

Eles foram ouvidos pelo DHPP. Disseram que estavam a caminho do aeroporto com o filho do empresário, mas que tiveram um problema no carro e chegaram atrasados.

Ex-funcionário da Porte Engenharia e Urbanismo, uma das maiores construtoras da cidade, Gritzbach fechou acordo de delação premiada, homologado pela Justiça em abril. As negociações com o Ministério Público Estadual duravam dois anos e ele já havia prestado seis depoimentos em vídeo.

Em nota, a Porte diz que foi informada pela imprensa sobre a morte de Gritzbach, "com quem não mantém negócios há anos". Também afirma que ele foi "corretor de imóveis na empresa apenas entre 2014 e 2018"".Disse ainda que "segue à disposição para contribuir com os processos investigativos."

Delação

Na delação, o empresário falou sobre envolvimento do PCC, maior facção criminosa do País, com o futebol e o mercado imobiliário. Também deu informações sobre homicídios de líderes da facção, como os traficnates Cara Preta e Django. Também mencionou corrupção policial e suspeita de pagamento de propina na investigação da morte de Cara Preta. Procurada pela reportagem, a Secretaria da Segurança não se manifestou até ontem.

Gritzbach já havia sido alvo de um atentado na véspera do Natal de 2023, quando um tiro de fuzil foi disparado contra a janela do apartamento onde morava, no Tatuapé, zona leste. A reportagem apurou que a polícia já identificou o responsável por esse atentado.

"Eu havia sido contra a delação porque eu sabia que não ia terminar bem", disse Salotto. "Ele denunciou policiais corruptos e bandidos. Quem poderia matá-lo? A delação foi a sentença de morte dele."

Gritzbach disse aos promotores que conheceu os integrantes da facção "no âmbito do ambiente de trabalho da Porte" por meio de um corretor em razão da venda de dois apartamentos no Tatuapé. O Ministério Público investiga diretores da Porte, sob a suspeita de terem vendido mais de uma dezena de imóveis para traficantes de drogas.

Em agosto, quando o Estadão revelou a investigação, a Porte disse não saber do conteúdo do inquérito e que colaboraria com as autoridades. A construtora disse desconhecer que entre os clientes do ex-funcionário estivessem pessoas ligadas ao crime organizado.

Gritzbach dizia que conheceu Cara Preta porque ele teria dois apartamentos no Tatuapé vendidos por um corretor que ele conhecia. Ligado ao envio de drogas à Europa, o traficante era acionista da empresa de ônibus UPBUs. Em só 9 meses de 2020, ele movimentou R$ 160 milhões em contas bancárias, segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A direção da UPBUs nega ter lavado dinheiro do PCC.

Cara Preta foi morto em 27 de dezembro de 2021 numa emboscada no Tatuapé. Gritzbach negava ser mandante da execução de Cara Preta e também de Sem Sangue, que fazia a segurança do chefe da facção. A morte dos dois abriu uma guerra no PCC, com uma sequência de assassinatos - um dos acusados de ser o autor dos tiros contra Cara Preta foi decapitado.

Gritzbach estava no centro de uma megainvestigação

O empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach estava no centro de uma das maiores investigações feitas até hoje sobre a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em São Paulo, envolvendo os negócios da facção paulista na região do Tatuapé, bairro da zona leste paulistana.

Sua trajetória está associada à chegada do dinheiro do tráfico internacional de drogas ao PCC. Ele fechara um acordo de delação premiada em abril. Em reação, a facção pôs um prêmio de R$ 3 milhões pela sua cabeça.

Gritzbach era um jovem corretor de imóveis da construtora Porte Engenharia quando conheceu o grupo de traficantes de drogas de Anselmo Bechelli Santa Fausta, o Cara Preta. Foi a acusação de ter mandado matar Cara Preta, em 2021, que motivou a primeira sentença de morte contra ele, decretada pela facção. Para a polícia, Gritzbach havia sido responsável por um desfalque em Cara Preta de R$ 100 milhões em criptomoedas e, quando se viu cobrado pelo traficante, decidira matá-lo.

Na véspera do Natal de 2023, quando o empresário ainda estava em prisão domiciliar, um tiro de fuzil foi disparado em direção a Gritzbach, que estava na janela de seu apartamento no Tatuapé. A bala atingiu sua janela, mas errou o alvo. Naquela época, ele já negociava o acordo de delação com os promotores do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado.

Gritzbach apresentou sua versão sobre os negócios do crime organizado no futebol, o PCC Futebol Clube. Também entregou documentos sobre quatro empreendimentos da construtora Porte Engenharia e Urbanismo no bairro do Tatuapé.

A região é onde a cúpula do PCC tem comprado imóveis e levado uma vida de luxo. Dirigentes da construtora são alvo da apuração dos promotores sob a suspeita de terem vendido mais de uma dezena de imóveis a traficantes do PCC. Segundo a delação premiada, executivos da Porte receberam pagamento de imóveis em dinheiro em espécie e sabiam de registros de bens em que o nome do verdadeiro proprietário ficava oculto. Gritzbach também denunciou propinas milionárias a policiais.

A Porte Engenharia disse que Gritzbach deixou os quadros da empresa em 2018 e afirmou desconhecer que entre os clientes estivessem pessoas ligadas ao PCC. Foi Gritzbach quem contou aos promotores a existência da recompensa. Ao Estadão, disse em janeiro que era vítima de uma conspiração patrocinada por policiais corruptos e pelos verdadeiros autores da morte de Cara Preta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O festival Turá anunciou nesta segunda-feira, 5, as atrações de sua quarta edição, que acontece nos dias 28 e 29 de junho, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Seu Jorge, Raça Negra e Só Pra Contrariar são alguns nomes da programação, exclusiva de artistas nacionais, cuja proposta é a diversidade de gêneros e ritmos musicais.

No sábado, 28, line-up conta com Só Pra Contrariar, Seu Jorge, Lenine e Spok Frevo Orquestra, Pretinho da Serrinha convida Criolo e Leci Brandão, Bonde do Tigrão, Forró das Minas, e os DJs Luísa Viscardi e Trepanado.

Já no domingo, 29, o evento terá Gloria Groove, Raça Negra, Saulo convida Luiz Caldas, Samuel Rosa, Gabriel O Pensador, Samba de Dandara, e os DJs Millos Kaiser e Linda Green.

Os ingressos para o Turá já estão a venda no site da Tickets For Fun ou na bilheteria física oficial (sem taxa), no Teatro Renault. A entrada para apenas um dos dias do festival custa entre R$ 228 (meia) e R$ 456. O passaporte (combo de entradas para os dois dias), R$ 330 (meia) e R$ 660. Clientes Banco do Brasil Ourocard Visa têm desconto de 15% na compra e possibilidade de parcelamento em até 10 vezes sem juros.

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A A24 e a Apple lançaram, nesta segunda-feira, 5, o primeiro trailer de Highest 2 Lowest, novo filme de Spike Lee estrelado por Denzel Washington. No longa, o vencedor do Oscar vive um magnata da indústria musical, conhecido por ter "os melhores ouvidos do negócio", que é envolvido em uma trama com reféns e se vê dividido em um dilema de vida ou morte.

Inspirado em Céu e Inferno, filme de 1963 dirigido por Akira Kurosawa, Highest 2 Lowest é o quinto trabalho de Lee estrelado por Washington. Os dois trabalharam juntos em Mais e Melhores Blues (1990), Malcolm X (1992), Jogada Decisiva (1998) e O Plano Perfeito (2006).

O elenco de Highest 2 Lowest conta ainda com Jeffrey Wright (Ficção Americana), Ilfenesh Hadera (Godfather of Harlem), Aubrey Joseph (Manto e Adaga) e o cantor A$AP Rocky.

O longa será lançado nos cinemas norte-americanos em 22 de agosto e estreia no Apple TV+ em 5 de setembro.

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Desde o lançamento da primeira prévia de Superman, fãs do personagem têm se mostrado extremamente ansiosos para ver mais de Krypto, o Supercão, mascote histórico do Homem de Aço. Diretor do longa, James Gunn revelou em postagem nas redes sociais que o agitado cãozinho foi criado usando seu próprio cachorro, um vira-lata chamado Ozu, como modelo.

Em um vídeo que mostra Ozu latindo para uma televisão que exibia o teaser mais recente do filme, Gunn disse que "Krypto foi modelado tridimensionalmente a partir do corpo de Ozu". "Fizemos a captura em 3D de Ozu e o transformamos em Krypto, deixamos ele branco, [e agora] toda vez que ele se vê na tela, ele tenta se assassinar", contou o cineasta.

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Em uma postagem de outubro de 2024, Gunn já havia contado um pouco sobre a relação entre Krypto e Ozu, que ele adotou no começo do processo de escrita do roteiro de Superman. Segundo ele, o cachorro, que foi encontrado em meio a dezenas de outros cachorros abandonados, nunca havia interagido com humanos e teve adaptação difícil à nova casa. "Ele imediatamente entrou e destruiu nossa casa, nossos sapatos, nossos móveis - ele até comeu meu laptop. Demorou muito para ele nos deixar tocá-lo. Lembro de pensar 'Deus, quão difícil seria a vida se Ozu tivesse superpoderes?' - e assim, Krypto entrou no roteiro e mudou o curso da história como Ozu estava mudando minha vida", escreveu ele.

Escrito e dirigido por Gunn, Superman estreia nos cinemas brasileiros em 11 de julho. O elenco conta com David Corenswet (Twisters) como Clark Kent/Superman, Rachel Brosnahan (Marvelous Mrs. Maisel) como Lois Lane, Nicholas Hoult (Jurado Nº 2) como Lex Luthor, Skyler Gisondo (The Righteous Gemstones) como Jimmy Olsen e Milly Alcock (A Casa do Dragão) como a Supergirl. Nathan Fillion (Recruta), Anthony Carrigan (Barry), Isabela Merced (The Last of Us) e Edi Gathegi (For All Mankind) completam o elenco como Lanterna Verde, Metamorfo, Mulher-Gavião e Sr. Incrível, respectivamente.