Congonhas vive dia de caos com atrasos e cancelamentos de voos

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As fortes chuvas que atingiram a cidade de São Paulo na quinta-feira, 7, e prosseguiram nesta sexta, 8, tiveram graves reflexos no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Passageiros enfrentaram filas ontem e espera superior a 24 horas para conseguir embarcar. As companhias aéreas Latam e Gol alegaram que o problema é "alheio ao seu controle".

É a segunda vez em menos de 15 dias que o temporal provoca revolta e transtornos em Congonhas. No dia 25 de outubro, 25 voos foram cancelados.

O servidor público Ronison Alberti e a família encaram uma longa saga. Eles saíram de Vitória, no Espírito Santo, e deveriam ter pousado em Congonhas na quinta à tarde, de onde embarcariam para Navegantes, em Santa Catarina. O avião, entretanto, precisou arremeter e pousou no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. A companhia aérea fez o translado por terra até Congonhas, e o grupo ficou aguardando.

"Nosso embarque era às 16h05. Nada do voo, nada de abrir portão. Fomos para a fila de reclamação. Às 18h chegou uma mensagem para a gente dizendo que o voo estava atrasado. Quando eram 20h, voo cancelado", relatou Alberti.

Frustração

A família tentou vaga em aeronaves com destinos para cidades próximas, mas sem sucesso. A companhia aérea pagou um translado até um hotel em Campinas. Ao chegarem, entretanto, o estabelecimento estava lotado. O servidor, a esposa, as duas filhas e a sogra retornaram para Congonhas e pernoitaram nos bancos do aeroporto.

"Estão dizendo que é o tempo, mas pela quantidade de voos cancelados, acho que teve overbooking. Não tem condição de ser só meteorologia."

O tatuador Gustavo Hildebrand e a namorada estavam no Japão e voltaram ao Brasil na manhã de ontem. Eles pousaram em Guarulhos e foram para Congonhas, de onde deveriam partir para Brasília às 15h, em voo da Latam. Como chegaram bem cedo ao aeroporto, conseguiram antecipar para as 10h. Porém, logo após a mudança, perceberam que o voo tinha sido cancelado. Com isso, tinham esperança de chegar a Brasília no final da noite de ontem. Se tudo desse certo.

"Quando a gente subiu para fazer o embarque, vimos que o voo tinha aparecido como cancelado. Falaram que a gente tinha que ir lá na esteira de bagagem, pegar nossa bagagem de volta, voltar na companhia aérea para resolver o caso. Quando a gente chegou lá, tinha uma fila muito grande só de pessoas que estavam nesse voo e falaram que o único voo que a gente conseguiria pegar hoje (ontem) seria 20h20", disse o tatuador.

Além do périplo para conseguir chegar ao destino final, os passageiros relataram outros problemas: não havia fila para atendimento prioritário e, embora as companhias aéreas oferecessem vouchers em hotéis, não orientavam os passageiros sobre como encontrar os estabelecimentos com vagas.

O Estadão também presenciou uma fila enorme de passageiros que tentavam remarcar os voos - alguns teriam de esperar mais de 24 horas para viajar. É o caso de Maria Regina Rodrigues, auxiliar de montagem. Natural de Ponta Grossa, no Paraná, ela veio a São Paulo para participar de um evento. Deveria ter embarcado às 10h, mas o voo foi cancelado e remarcado pela Latam somente para amanhã.

Alegações

Em nota, a Latam afirmou que alguns de seus voos com destino ou partida de Congonhas na noite de quinta-feira foram cancelados ou desviados para outros aeroportos por causa das fortes chuvas na capital paulista, "fato totalmente alheio ao seu controle''.

"A companhia esclarece que está oferecendo toda a assistência necessária aos passageiros e recomenda que, antes de se dirigirem aos aeroportos, os clientes com viagens programadas nesta sexta-feira de/para São Paulo/Congonhas consultem o status de seus voos na página Minhas Viagens. Por fim, reitera que adota todas as medidas de segurança possíveis, técnicas e operacionais, para garantir uma viagem segura para todos", disse a Latam.

A Gol seguiu o mesmo caminho. "A GOL informa que, por conta das fortes chuvas, somadas às restrições operacionais do Aeroporto de Congonhas ocorridas entre quinta e sexta-feira, questões que não estão sob controle da Companhia, foram registrados atrasos e cancelamentos de voos para ajuste de malha aérea. Todos os Clientes impactados estão recebendo as facilidades previstas pela resolução 400 da ANAC conforme as necessidades, com possibilidade de reacomodação nos próximos voos da GOL e de congêneres. A Companhia reforça que as ações em relação foram tomadas com foco na Segurança, valor número 1 da GOL.''

Procurada, a Aena, concessionária que administra Congonhas, disse que foram cancelados 32 voos na quinta-feira, sendo 16 chegadas e 16 partidas. Até o meio-dia de ontem, foram 26 cancelamentos, 17 chegadas e nove partidas. Ainda de acordo com a empresa, o mau tempo foi responsável pela maior parte dos impactos, mas os dados referentes às causas ainda estão sendo totalizados em conjunto com as companhias aéreas.

Por situação meteorológica adversa, cinco voos foram alternados e pousaram em outros aeroportos até o meio-dia de ontem. A Aena recomendou que os passageiros entrassem em contato com as companhias aéreas para verificar a situação de seus voos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Netflix norte-americana anunciou que Ainda Estou Aqui, filme de Walter Salles que trouxe o primeiro Oscar da história do Brasil, vai estar disponível para streaming na plataforma nos Estados Unidos a partir de 17 de maio.

Estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, Ainda Estou Aqui conta a história de Eunice Paiva, que precisou reconstruir a sua vida e sustentar os filhos após seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, ser sequestrado e morto pela ditadura militar brasileira. O filme é inspirado no livro homônimo do escritor Marcelo Rubens Paiva.

A produção fez história ao receber três indicações ao Oscar 2025, em melhor filme internacional, melhor atriz e melhor filme, e conquistou a estatueta na categoria internacional.

No X, antigo Twitter, fãs comemoraram o anúncio do filme no catálogo americano da Netflix. "Simplesmente Oscar Winner", escreveu um. "Melhor filme do mundo", completou outra pessoa.

Ainda Estou Aqui está disponível para streaming no Brasil pelo Globoplay.

A morte da atriz mirim Millena Brandão aos 11 anos nesta sexta-feira, 2, comoveu colegas e fãs. A menina, que estava internada desde o último dia 29, teve morte encefálica e sofreu diversas paradas cardiorrespiratórias nos últimos dias. Nas redes sociais, astros, amigos e admiradores prestam homenagem.

Várias mensagens foram deixadas nas fotos do perfil de Millena no Instagram e em outras publicações.

O ator Matheus Santos, conhecido como MC M10, escreveu: "Meus sentimentos à família. Muito triste. Pude conhecê-la no set de Sintonia, uma menina maravilhosa e encantadora."

Já Silvia Abravanel declarou: "Meus sentimentos à família. Que Deus a receba com muito amor, luz e paz num abraço eterno", enquanto a cantora Simony demonstrou tristeza: "Poxa", escreveu, ao lado de um emoji triste.

Millena precisou ser internada inicialmente devido a uma forte dor de cabeça, e foi transferida da Unidade de Pronto Atendimento Maria Antonieta (UPA).

"Desde a sua chegada, a paciente recebeu cuidados intensivos e todo o empenho da equipe médica e assistencial, que não mediu esforços para preservar sua vida", afirma a nota assinada por Thiago Rizzo, gerente médico.

Segundo o SBT, ela chegou a ser diagnosticada com dengue em uma unidade, mas, após uma piora no quadro, ela foi transferida para o Hospital Geral do Grajaú, onde médicos realizaram outros exames e identificaram a presença de um tumor no cérebro de cinco centímetros. Ela estava entubada, sedada e sem respostas neurológicas.

As atrizes Sophia Valverde e Giulia Garcia, de As Aventuras de Poliana e Chiquititas, também se manifestaram. "Muito triste. Que Deus esteja consolando a família nesse momento tão difícil", escreveu Sophia. "Que Deus conforte o coração dessa família", desejou Giulia.

Millena atuou em A Infância de Romeu e Julieta, no SBT, e em Sintonia, da Netflix. Além de atriz, também era modelo e influenciadora digital, e havia feito diversos trabalhos publicitários com marcas infantis.

Morreu nesta sexta-feira, 2, em São Paulo, a atriz mirim Millena Brandão, do canal SBT, aos 11 anos. A artista teve morte encefálica, de acordo com o hospital onde ela estava internada.

Também conhecida como morte cerebral, a morte encefálica é a perda completa e irreversível das funções cerebrais. Como o cérebro controla outros órgãos, quando é constatada sua morte, outras funções vitais também serão perdidas e o óbito da pessoa é declarado.

Millena havia sofrido diversas paradas cardiorrespiratórias nos últimos dias, recebido diagnóstico de tumor cerebral e estava internada no Hospital Geral de Grajaú, na capital, desde o dia 29.

O que configura morte encefálica?

Para funcionarem, os neurônios precisam de oxigênio e glicose, que chegam ao cérebro pela circulação sanguínea. Quando algum problema impede o fluxo sanguíneo, essas células podem morrer e as funções cerebrais são prejudicadas. Se a perda das funções é completa e irreversível, é declarada a morte cerebral.

Apesar de alguns órgãos poderem continuar funcionando, o cérebro já não consegue controlá-los. Assim, embora ainda haja batimentos cardíacos, por exemplo, eles tendem a parar. A respiração também não acontecerá sem a ajuda de aparelhos.

O que pode causar a morte encefálica?

Qualquer problema que cesse a função cerebral antes de encerrar o funcionamento de outras partes do organismo causa a morte encefálica. Entre as causas mais comuns estão:

- Parada cardiorrespiratória;

- Acidente vascular cerebral (AVC);

- Doença infecciosa que afete o sistema nervoso central;

- Tumor cerebral;

- Traumas.

Quando a morte encefálica é declarada?

No Brasil, a resolução nº 2.173/17 do Conselho Federal de Medicina (CFM) estabelece critérios rigorosos para a declaração de morte encefálica. De acordo com especialistas, o protocolo brasileiro é um dos mais criteriosos do mundo.

O CFM determina a realização de uma série de exames para comprovar a perda do reflexo tronco encefálico, aquele responsável por controlar funções autônomas do organismo, como a respiração.

Essa análise deve ser feita por dois médicos que examinam o paciente em horários diferentes, e os resultados precisam ainda ser complementados por um exame - um eletroencefalograma ou uma tomografia, por exemplo.

Morte encefálica e doação de órgãos

A "Lei dos Transplantes" (Lei nº 9.434/1997) estabelece que a doação de órgãos após a morte só pode ser realizada quando constatada a morte encefálica.

Quando isso acontece, as funções vitais do paciente são mantidas de maneira artificial até que a remoção dos órgãos seja feita.