Fernanda Montenegro, 95 anos: atriz construiu a família dentro das artes; conheça sua história

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Se nos palcos, no cinema e na televisão Fernanda Montenegro se expõe sem pudores, sempre a serviço de seus personagens, na vida pessoal a atriz, que completa 95 anos nesta quarta-feira, 16, é mais reservada. Muito porque também sua família se deu em frente ao público.

Nascida Arlette Pinheiro Esteves da Silva, tornou-se Arlette Pinheiro Monteiro Torres quando se casou, em 1953, aos 23 anos, com o ator e diretor Fernando Torres. A parceria ocorria não apenas em casa, mas também nos palcos. Eles atuaram juntos pela primeira vez em 1950, na peça Alegres Canções na Montanha, de Julien Luchaire. No elenco ainda estavam nomes como Beatriz Segall, Nicette Bruno e Ariston Augusto. Foi a estreia de Fernanda no teatro profissional.

Em 1959, Fernanda e Fernando fundaram a companhia Teatro dos Sete, depois que deixaram o elenco do Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC. Em um período que durou cerca de seis anos, os dois, mais o diretor Gianni Ratto e os atores Sergio Britto, Ítalo Rossi, Suely Franco e Maria Esmeraldo Forte produziram e encenaram cerca de 14 espetáculos, entre eles, O Mambembe, Com a Pulga Atrás da Orelha e Cristo Proclamado.

Recentemente, Fernanda falou sobre o marido em uma entrevista ao especial Tributo, produzido pelo Globoplay. "Sem Fernando, a minha vida não se cumpriria. Do nosso mais profundo pacto de existir, vieram dois filhos maravilhosos, que também são referências dentro do nosso processo artístico. Tenho que agradecer, viu, Fernando, a você", disse. Fernando morreu em 2008, aos 80 anos, vítima de enfisema pulmonar.

Na televisão, Fernanda e Fernando atuaram poucas vezes juntos. Na novela Baila Comigo, de 1981, ambos eram protagonistas, mas de núcleos diferentes. Ele era o doutor Plínio Barreto, pai dos gêmeos Quinzinho e João Victor. Fernanda era a ex-atriz Silvia Toledo, mãe de Lúcia, namorada de Quinzinho. Na novela Zazá, de 1997, na qual Fernanda fazia a personagem-título, Fernando fazia o brigadeiro Mourão, o conselheiro de Zazá.

Os filhos do casal só vieram depois de quase 12 anos de casamento. O primeiro, Claudio Torres, é diretor, redator e produtor de cinema. Dirigiu filmes como A Mulher Invisível, com Luana Piovani e Selton Mello, e O Homem do Futuro, como Wagner Moura e Alinne Moraes. Torres é um dos sócios da Conspiração Filmes.

Fernanda Torres, também atriz, nasceu em 1965. Apesar de ser rosto conhecido na TV, com personagens em novelas como Selva de Pedra e séries como Os Normais e Tapas & Beijos, Fernanda se dedica mais ao teatro e ao cinema. Seu sucesso mais recente nos palcos é A Casa dos Budas Ditosos, peça baseada na obra de João Ubaldo Ribeiro.

Em uma entrevista ao Programa do Jô, mãe e filha falaram sobre como se relacionam e as diferenças entre elas. Fernanda disse que era difícil acompanhar o ritmo de trabalho da mãe. "Eu sou mais burguesa. Gosto muito de não fazer nada", confessou.

Anos antes, em 1992, no programa Roda Vida, Fernanda afirmou que a mãe foi "repressora" quando ela estava na adolescência. "Minha mãe é muito conservadora às vezes e muito liberal. Ela é uma mulher contraditória (...) Mas ela nunca deixou de me dizer: vai à vida", contou à época.

Fernanda Torres é casada com o diretor Andrucha Waddington, também sócio da Conspiração Filmes ao lado do cunhado Claudio Torres. Fernanda foi dirigida pelo genro no filme Casa de Areia, lançado em 2005.

Fernanda é avó de três netos, Joaquim, 24 anos, e Antonio, 16, filhos de Fernanda e Andrucha, e Davi, filho de Claudio Torres e Maria Luísa Mendonça. Joaquim trabalhou com a avó na série da TV Globo Amor e Sorte, de 2020, que tinha Fernanda Torres no elenco.

Uma das grandes amigas de Fernanda é a atriz Nathalia Timberg - ambas nasceram no mesmo ano. A amizade já dura mais 70 anos, desde que se encontraram no teatro e depois na televisão.

Em 2014, elas protagonizaram uma polêmica na TV. Personagens da novela Babilônia, elas faziam um casal da terceira da idade na trama de Gilberto Braga. No primeiro capítulo, trocaram um carinhoso selinho, cena que rendeu rejeição por parte do público. Recentemente, elas foram temas do especial Fernanda e Nathalia: Amigas de Uma Vida, exibido pelo Canal Viva.

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A professora de Matemática Fernanda Reinecke Bonin, de 42 anos, foi encontrada morta, na última segunda-feira, 28, em um terreno baldio ermo e pouco iluminado na Avenida João Paulo da Silva, próximo ao Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo.

O caso é investigado pela Divisão de Homicídios do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). A Polícia Civil diz analisar imagens de câmeras de monitoramento, ouvir familiares e coletar mais materiais para esclarecer o episódio.

"As investigações seguem para apurar se o crime configura latrocínio, conforme registrado inicialmente, ou homicídio", informa Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SP), em nota. Veja o que se sabe sobre o caso até agora.

O que aconteceu no dia do crime?

Conforme a investigação, Fernanda saiu de casa no último domingo para socorrer a esposa, de 45 anos, que teve um problema mecânico com seu carro, na Avenida Jaguaré, na zona oeste.

As duas estavam casadas havia oito anos, mas moravam em casas separadas desde o ano passado. A mulher levava os dois filhos do casal para a residência da professora, quando seu carro parou. Como estava com os filhos, ela pediu ajuda a Fernanda e enviou sua localização.

Imagens de câmeras de vigilância do prédio mostram a vítima descendo sozinha pelo elevador, portando seu celular. Em seguida, ela deixa o prédio a bordo de uma SUV Hyundai Tucson para socorrer a companheira.

A esposa teria sido a última pessoa com quem a professora de Matemática teve contato.

O que diz a esposa de Fernanda?

Segundo a companheira de Fernanda, a professora não chegou ao local combinado. Em depoimento à polícia, ela disse que o carro voltou a funcionar cerca de meia hora depois e se dirigiu ao prédio da vítima para deixar as crianças, mas ela não estava.

No dia seguinte, a professora não foi trabalhar. Como a esposa não conseguia contato, resolveu comunicar o desaparecimento de Fernanda à polícia.

Quando e onde Fernanda foi encontrada?

Após denúncia anônima, policiais militares encontraram o corpo de Fernanda na última segunda-feira, 28. A vítima foi localizada em um terreno na Avenida João Paulo da Silva, na Vila da Paz. O local é descrito como ermo e pouco iluminado.

Fernanda estava caída de costas, vestida com calça, blusa, meia e sandálias, aparentando um pijama. Conforme a polícia, o corpo apresentava sinais de estrangulamento. Foi encontrado um cadarço amarrado em seu pescoço.

O que aconteceu com os pertences da professora?

O celular e o carro de Fernanda não foram encontrados, o que levou a polícia a suspeitar inicialmente de latrocínio. No mesmo dia, o foco das apurações passou a incluir o homicídio.

"Ressalta-se que a natureza da ocorrência, lançada no registro preliminar, pode ser revista e ajustada durante o curso do inquérito, sem prejuízo à investigação", diz a SSP-SP.

Quem era Fernanda Reinecke Bonin?

Fernanda era graduada em Matemática pela Universidade de São Paulo (USP) e especializada em necessidades especiais na educação pela Universidade MacEwan, do Canadá. Ela lecionava na Beacon School, escola bilíngue de alto padrão, localizada na zona oeste da cidade.

"Fernanda marcou profundamente a vida de muitos estudantes e colegas com sua dedicação, gentileza e compromisso com a educação e deixará muita saudade", informou o colégio, por meio de nota.

O corpo dela foi sepultado nesta quarta-feira, 30, em um cemitério de Santo André, na região do ABC paulista.

Como era a relação da professora com a esposa?

Segundo o boletim de ocorrência, ao qual o Estadão teve acesso, a professora de Matemática era casada havia oito anos com Fernanda Fazio, de 45 anos.

Fazia um ano que as duas não moravam juntas, após idas e vindas no relacionamento. Elas frequentavam sessões de terapia de casal e buscavam a reconciliação. Juntas, elas tiveram dois filhos, que se revezavam nas casas das mães.

Morte foi planejada?

A polícia ainda não informou ter localizado, identificado ou prendido algum suspeito do crime e não deu outros esclarecimentos sobre o caso.

A pasta informou nesta quinta, 1°, que as investigações seguem para apurar se o crime configura latrocínio - roubo seguido de morte -, conforme registrado inicialmente, ou homicídio. Neste segundo caso, a hipótese é de que alguém planejou a morte da educadora, podendo ter simulado um roubo.

"A Divisão de Homicídios do DHPP investiga a morte de uma mulher de 42 anos, cujo corpo foi localizado na manhã de segunda-feira (28), em um terreno na Avenida João Paulo da Silva, na zona sul da capital. A autoridade policial analisa imagens de câmeras de monitoramento, realiza a oitiva de familiares e atua na coleta de elementos que auxiliem no esclarecimento dos fatos", disse a pasta, em nota.

O cenário de praias cobertas com lonas e barracas que chegam a impedir o banho de sol na areia pode estar com os dias contados, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Um projeto de lei legislativo proíbe a instalação de tendas, barracas, gazebos e estruturas similares em todas as 102 praias do município. Quem descumprir terá o apetrecho apreendido pela fiscalização e pagará R$ 1 mil para reavê-lo. Recebe também uma multa de R$ 1 mil pela infração à lei.

Mas o projeto ainda depende de sanção da prefeita Flávia Pascoal (PL). Caso a norma seja sancionada, haverá um prazo de 60 dias para a regulamentação. A reportagem procurou a prefeitura de Ubatuba para se manifestar sobre a iniciativa da Câmara e aguarda retorno.

A nova regra permite o uso de guarda-sóis com até três metros de diâmetro e abre exceções para eventos previamente autorizados e estruturas de apoio a órgãos públicos ou prestadores de serviços licenciados. Também são permitidas as tendas de ambulantes em pontos fixados pela prefeitura, geralmente na borda da faixa de areia.

A medida foca principalmente nas praias mais movimentadas da cidade, como Praia Grande, Itamambuca, Praia do Tenório e Toninhas. Nestas, as tendas e barracas ocupam grandes espaços. O problema é menor nas praias mais afastadas do centro e de ilhas, como a Anchieta.

O projeto, que foi aprovado por unanimidade, na sessão desta terça-feira, 29, prevê que os valores arrecadados com as multas e apreensões serão destinados ao Fundo Municipal de Turismo e ao Fundo Social.

De acordo com o autor da proposta, vereador Gady Gonzalez (MDB), o objetivo é dar ao turista mais acessibilidade às áreas comuns da orla e evitar riscos à segurança. "Está havendo uma ocupação desordenada das praias, o que tem dificultado o trabalho de guarda-vidas, pois atrapalha a visibilidade para salvamentos, e causa um aumento nos casos de crianças perdidas", diz o vereador, que também é presidente da Câmara.

Segundo ele, a beleza das praias desaparece sob a profusão de tendas e barracas, que dificultam inclusive o trânsito dos banhistas pela faixa de areia. A situação se agrava na alta temporada, quando a cidade recebe um grande número de turistas. "Não dá para caminhar, nem tomar sol. A praia toda fica coberta pelas tendas e barracas. É uma regulamentação para mudar a cara da nossa cidade", diz.

A Associação Comercial de Ubatuba declarou apoio à proposta. De acordo com o presidente Adriano Klopfer, o ordenamento urbano é importante para atrair o turismo sustentável e para o desenvolvimento da cidade com preservação e atenção, não só ao turista, mas também à população local.

Ubatuba já cobra uma taxa do turista que busca suas praias. A Taxa de Preservação Ambiental é cobrada de cada veículo de fora que fica mais de quatro horas na cidade e varia conforme o tipo de veículo. Os valores em vigor este ano são de R$ 3,69 por dia para motos, R$ 13,73 para carros de passeio e R$ 20,59 para utilitários. Vans de excursão pagam R$ 41,18, micro-ônibus e caminhões R$ 62,30, e dos ônibus são cobrados R$ 97,14.

Uma policial militar que atua na Baixada Santista foi assaltada e agredida por criminosos, na noite desta quarta-feira, 30, no Sistema Anchieta-Imigrantes, em Cubatão.

Ela foi abordada por dois homens que levaram seus pertences, inclusive sua arma, uma pistola calibre 40. A ocorrência foi confirmada nesta quinta-feira, 1, pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).

A policial, de 33 anos, atua no 29º Batalhão da Polícia Militar do Interior, sediado em Itanhaém, mas que atende também as cidades de Mongaguá, Peruíbe, Pedro de Toledo e Itariri.

Ela tinha saído do trabalho e seguia de carro para São Paulo. No km 59 da Interligação Anchieta-Imigrantes, na altura do Jardim Nova República, a PM percebeu que o carro estava trepidando e parou no acostamento para verificar se algum pneu havia furado.

Foi quando dois homens a abordaram e, agindo com violência, exigiram que entregasse seus pertences. Além da pistola da policial com quatro munições e um carregador, os suspeitos roubaram documentos, cartões de crédito e um celular. Eles fugiram em seguida.

Segundo a SSP, a PM foi agredida durante a ação e precisou ser socorrida ao Pronto-Socorro Central de Cubatão. Ela foi medicada e liberada. O caso foi registrado como roubo pela delegacia da Polícia Civil, que investiga o assalto e tenta identificar os suspeitos. A PM acompanha o andamento das investigações.