Macio, molhadinho e, claro, precisa ter mel

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Com mais doçura do que especiarias, o pão de mel caiu nas graças dos brasileiros. Virou sabor de sorvete, de ovo de Páscoa, de trufa, de panetone - e até sobremesa de restaurante duplamente estrelado, como o Evvai. De certa forma, é o alfajor nacional. Será que é por isso que tanta gente insiste em recheá-lo com doce de leite?

Apesar dessa mania, para avaliar os pães de mel encontrados nos supermercados paulistanos, o Paladar decidiu que não valia recheio. Mas considerou que a casquinha de chocolate já faz parte do consumo e merecia ser examinada.

O que é pão de mel? A pergunta parece óbvia, afinal, eles estão em supermercados, padarias e até em bancas de jornal. Porém, no entendimento de especialistas do Brasil, o pão de mel dever ser um bolo molhadinho e não um pão ou um biscoito ao estilo gingerbread. Quanto ao mel, confeiteiros são unânimes ao buscarem o protagonismo do ingrediente, embora a indústria insista em relegá-lo a mero coadjuvante. Especiarias? Sim, por favor, mas de preferência moídas recentemente e não em essências.

Quando se pergunta a origem do pão de mel, não raro a resposta tem início na Rússia e segue por um caminho que vai eventualmente levar à Alemanha. Mas, antes do século 10 - época em que registros apontam para a receita de farinha, suco de frutas e mel assada em pedras quentes dos russos -, egípcios, romanos e gregos já melavam seus pães. Há indícios também de que chineses preparavam massa com mel.

A versão brasileira, por sua vez, mescla os lebkuchen germânicos, os gingerbread, ou biscoitinhos ingleses de gengibre, o pain d'épice (bolo de especiarias) e as nonnetes francesas, que são mais fofinhas, úmidas e recheadas com geleias.

SOTAQUE

Influências à parte, aqui é Brasil! E o pão de mel ganhou sotaque próprio, com direito a bastante dulçor, capas de chocolate e recheios como doce de leite e brigadeiro.

Para escolher o vencedor, um time de peso se reuniu na Hanami, confeitaria do chef, professor e empresário César Yukio, no bairro de Pinheiros, por pouco mais de duas horas.

Além do próprio César, os jurados convidados foram Bianca Mirabili, chef confeiteira do Evvai e autora de uma das versões mais impecáveis de pão de mel; Joyce Galvão, maior referência em bolos do Brasil; e Márcia e Eugênio Basile, da Mbee, casal que há mais de uma década se dedica à produção de mel de terroir da Serra da Mantiqueira e é o maior agente de promoção, garimpo e incentivo das mais de 300 espécies de abelhas nativas do País.

OS VENCEDORES

1º Dulca

Massa molhadinha, mel no paladar e bom chocolate: foi esse o trio de características responsável pelo pódio no ranking.

(R$ 21,20, 150g,

Casa Santa Luzia)

2º Casa Suíça

Mel e umidade presentes e envoltos em cobertura equilibrada de chocolate. Aviso às crianças: sobra um gostinho alcoólico na boca.

(R$ 3,69, 45g, Mambo)

3º Bauducco

O equilíbrio no dulçor foi ponto alto, junto ao perfume sutil de especiarias.

(R$ 5,69, 80g, Mambo)

Demais marcas avaliadas

Aminna

Sem glúten. Apesar da menção a cravo, canela e noz-moscada, o aroma é artificial.

(R$ 17,47, 100g, Mambo)

Barion

Esfarela bastante e parece

mais uma bolacha.

(R$ 4,49, 90g, Mambo)

Belive

Versão proteica e sem açúcar. Macio, mas embatumado e com aromas pouco naturais

(R$ 9,29, 45g, Mambo)

Bolamel

A doçura exagerada foi ressaltada por todo o júri - e não era de mel!

(R$ 9,99, 180g, Americanas)

Cristalino

Chocolate de boa qualidade, mas faltou acabamento à cobertura. Foi possível perceber notas de essências de baunilha e caramelo.

(R$ 29,50, 180g, Santa Luzia)

Lambertz

Maciez e visual cativantes, mas com excesso de especiarias.

(R$ 28,70, 250g,

Casa Santa Luzia)

Nut

A massa parece conter um pouco de cacau e bastante cravo, o que acaba roubando o sabor do mel.

(R$ 21,90, 150g, Pão de Açúcar)

Panco

Júri duvidou da presença do mel, mas a embalagem cita mel puro e aroma natural de cravo. (R$ 11,98, 200g, Mambo)

Qualitá

O pão de mel da marca apresentou aspecto uniforme e consistência agradável.

(R$ 4,99, Pão de Açúcar)

Suavipan

As especiarias estão presentes no produto da marca, porém, faltam mel e maciez nesta receita integral.

(R$ 6,39, 35g, Mambo)

Trench

"Bonitinho mas ordinário": foi um dos comentários motivados pela ausência de sabor e de aroma de mel.

(R$ 14,90, 150g, Pão de Açúcar)

Weiss

Acabamento bem-feito e boa consistência se destacaram, embora ingredientes não incluam mel.

(R$ 46,90, 500g, Casa Santa Luzia)

Zezé

Ótima aparência, aroma sutil de mel e paladar de caramelo.

(R$ 11,10, 140g, Santa Luzia)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A professora de Matemática Fernanda Reinecke Bonin, de 42 anos, foi encontrada morta, na última segunda-feira, 28, em um terreno baldio ermo e pouco iluminado na Avenida João Paulo da Silva, próximo ao Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo.

O caso é investigado pela Divisão de Homicídios do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). A Polícia Civil diz analisar imagens de câmeras de monitoramento, ouvir familiares e coletar mais materiais para esclarecer o episódio.

"As investigações seguem para apurar se o crime configura latrocínio, conforme registrado inicialmente, ou homicídio", informa Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SP), em nota. Veja o que se sabe sobre o caso até agora.

O que aconteceu no dia do crime?

Conforme a investigação, Fernanda saiu de casa no último domingo para socorrer a esposa, de 45 anos, que teve um problema mecânico com seu carro, na Avenida Jaguaré, na zona oeste.

As duas estavam casadas havia oito anos, mas moravam em casas separadas desde o ano passado. A mulher levava os dois filhos do casal para a residência da professora, quando seu carro parou. Como estava com os filhos, ela pediu ajuda a Fernanda e enviou sua localização.

Imagens de câmeras de vigilância do prédio mostram a vítima descendo sozinha pelo elevador, portando seu celular. Em seguida, ela deixa o prédio a bordo de uma SUV Hyundai Tucson para socorrer a companheira.

A esposa teria sido a última pessoa com quem a professora de Matemática teve contato.

O que diz a esposa de Fernanda?

Segundo a companheira de Fernanda, a professora não chegou ao local combinado. Em depoimento à polícia, ela disse que o carro voltou a funcionar cerca de meia hora depois e se dirigiu ao prédio da vítima para deixar as crianças, mas ela não estava.

No dia seguinte, a professora não foi trabalhar. Como a esposa não conseguia contato, resolveu comunicar o desaparecimento de Fernanda à polícia.

Quando e onde Fernanda foi encontrada?

Após denúncia anônima, policiais militares encontraram o corpo de Fernanda na última segunda-feira, 28. A vítima foi localizada em um terreno na Avenida João Paulo da Silva, na Vila da Paz. O local é descrito como ermo e pouco iluminado.

Fernanda estava caída de costas, vestida com calça, blusa, meia e sandálias, aparentando um pijama. Conforme a polícia, o corpo apresentava sinais de estrangulamento. Foi encontrado um cadarço amarrado em seu pescoço.

O que aconteceu com os pertences da professora?

O celular e o carro de Fernanda não foram encontrados, o que levou a polícia a suspeitar inicialmente de latrocínio. No mesmo dia, o foco das apurações passou a incluir o homicídio.

"Ressalta-se que a natureza da ocorrência, lançada no registro preliminar, pode ser revista e ajustada durante o curso do inquérito, sem prejuízo à investigação", diz a SSP-SP.

Quem era Fernanda Reinecke Bonin?

Fernanda era graduada em Matemática pela Universidade de São Paulo (USP) e especializada em necessidades especiais na educação pela Universidade MacEwan, do Canadá. Ela lecionava na Beacon School, escola bilíngue de alto padrão, localizada na zona oeste da cidade.

"Fernanda marcou profundamente a vida de muitos estudantes e colegas com sua dedicação, gentileza e compromisso com a educação e deixará muita saudade", informou o colégio, por meio de nota.

O corpo dela foi sepultado nesta quarta-feira, 30, em um cemitério de Santo André, na região do ABC paulista.

Como era a relação da professora com a esposa?

Segundo o boletim de ocorrência, ao qual o Estadão teve acesso, a professora de Matemática era casada havia oito anos com Fernanda Fazio, de 45 anos.

Fazia um ano que as duas não moravam juntas, após idas e vindas no relacionamento. Elas frequentavam sessões de terapia de casal e buscavam a reconciliação. Juntas, elas tiveram dois filhos, que se revezavam nas casas das mães.

Morte foi planejada?

A polícia ainda não informou ter localizado, identificado ou prendido algum suspeito do crime e não deu outros esclarecimentos sobre o caso.

A pasta informou nesta quinta, 1°, que as investigações seguem para apurar se o crime configura latrocínio - roubo seguido de morte -, conforme registrado inicialmente, ou homicídio. Neste segundo caso, a hipótese é de que alguém planejou a morte da educadora, podendo ter simulado um roubo.

"A Divisão de Homicídios do DHPP investiga a morte de uma mulher de 42 anos, cujo corpo foi localizado na manhã de segunda-feira (28), em um terreno na Avenida João Paulo da Silva, na zona sul da capital. A autoridade policial analisa imagens de câmeras de monitoramento, realiza a oitiva de familiares e atua na coleta de elementos que auxiliem no esclarecimento dos fatos", disse a pasta, em nota.

O cenário de praias cobertas com lonas e barracas que chegam a impedir o banho de sol na areia pode estar com os dias contados, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Um projeto de lei legislativo proíbe a instalação de tendas, barracas, gazebos e estruturas similares em todas as 102 praias do município. Quem descumprir terá o apetrecho apreendido pela fiscalização e pagará R$ 1 mil para reavê-lo. Recebe também uma multa de R$ 1 mil pela infração à lei.

Mas o projeto ainda depende de sanção da prefeita Flávia Pascoal (PL). Caso a norma seja sancionada, haverá um prazo de 60 dias para a regulamentação. A reportagem procurou a prefeitura de Ubatuba para se manifestar sobre a iniciativa da Câmara e aguarda retorno.

A nova regra permite o uso de guarda-sóis com até três metros de diâmetro e abre exceções para eventos previamente autorizados e estruturas de apoio a órgãos públicos ou prestadores de serviços licenciados. Também são permitidas as tendas de ambulantes em pontos fixados pela prefeitura, geralmente na borda da faixa de areia.

A medida foca principalmente nas praias mais movimentadas da cidade, como Praia Grande, Itamambuca, Praia do Tenório e Toninhas. Nestas, as tendas e barracas ocupam grandes espaços. O problema é menor nas praias mais afastadas do centro e de ilhas, como a Anchieta.

O projeto, que foi aprovado por unanimidade, na sessão desta terça-feira, 29, prevê que os valores arrecadados com as multas e apreensões serão destinados ao Fundo Municipal de Turismo e ao Fundo Social.

De acordo com o autor da proposta, vereador Gady Gonzalez (MDB), o objetivo é dar ao turista mais acessibilidade às áreas comuns da orla e evitar riscos à segurança. "Está havendo uma ocupação desordenada das praias, o que tem dificultado o trabalho de guarda-vidas, pois atrapalha a visibilidade para salvamentos, e causa um aumento nos casos de crianças perdidas", diz o vereador, que também é presidente da Câmara.

Segundo ele, a beleza das praias desaparece sob a profusão de tendas e barracas, que dificultam inclusive o trânsito dos banhistas pela faixa de areia. A situação se agrava na alta temporada, quando a cidade recebe um grande número de turistas. "Não dá para caminhar, nem tomar sol. A praia toda fica coberta pelas tendas e barracas. É uma regulamentação para mudar a cara da nossa cidade", diz.

A Associação Comercial de Ubatuba declarou apoio à proposta. De acordo com o presidente Adriano Klopfer, o ordenamento urbano é importante para atrair o turismo sustentável e para o desenvolvimento da cidade com preservação e atenção, não só ao turista, mas também à população local.

Ubatuba já cobra uma taxa do turista que busca suas praias. A Taxa de Preservação Ambiental é cobrada de cada veículo de fora que fica mais de quatro horas na cidade e varia conforme o tipo de veículo. Os valores em vigor este ano são de R$ 3,69 por dia para motos, R$ 13,73 para carros de passeio e R$ 20,59 para utilitários. Vans de excursão pagam R$ 41,18, micro-ônibus e caminhões R$ 62,30, e dos ônibus são cobrados R$ 97,14.

Uma policial militar que atua na Baixada Santista foi assaltada e agredida por criminosos, na noite desta quarta-feira, 30, no Sistema Anchieta-Imigrantes, em Cubatão.

Ela foi abordada por dois homens que levaram seus pertences, inclusive sua arma, uma pistola calibre 40. A ocorrência foi confirmada nesta quinta-feira, 1, pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).

A policial, de 33 anos, atua no 29º Batalhão da Polícia Militar do Interior, sediado em Itanhaém, mas que atende também as cidades de Mongaguá, Peruíbe, Pedro de Toledo e Itariri.

Ela tinha saído do trabalho e seguia de carro para São Paulo. No km 59 da Interligação Anchieta-Imigrantes, na altura do Jardim Nova República, a PM percebeu que o carro estava trepidando e parou no acostamento para verificar se algum pneu havia furado.

Foi quando dois homens a abordaram e, agindo com violência, exigiram que entregasse seus pertences. Além da pistola da policial com quatro munições e um carregador, os suspeitos roubaram documentos, cartões de crédito e um celular. Eles fugiram em seguida.

Segundo a SSP, a PM foi agredida durante a ação e precisou ser socorrida ao Pronto-Socorro Central de Cubatão. Ela foi medicada e liberada. O caso foi registrado como roubo pela delegacia da Polícia Civil, que investiga o assalto e tenta identificar os suspeitos. A PM acompanha o andamento das investigações.