Flip 2024 anuncia Édouard Louis e Carla Madeira entre os autores

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A 22ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip 2024) anunciou nesta segunda-feira, 9 a lista de autores convidados e a programação completa de sua próxima edição, que será realizada entre os dias 9 e 13 de outubro na cidade histórica fluminense.

Entre os escritores confirmados estão o francês Édouard Louis, autor de livros que misturam sua ficção com ensaio social, como O Fim de Eddy; a italiana Lisa Ginzburg, autora de Cara Paz (e neta de Natalia Ginzurg e filha do historiador Carlo Ginzburg); o senegalês Mohamed Mbougar Sarr, autor de A Mais Recôndita Memória dos Homens; a best-seller brasileira Carla Madeira, autora de Tudo é Rio, e o influenciador Felipe Neto. Veja a lista completa de autores da Flip 2024 e a programação abaixo.

O cronista João do Rio (1881-1921) é o autor homenageado da Flip 2024 e a mesa de abertura, que vai discutir o seu legado, fica a cargo de Luiz Antonio Simas. O líder indígena também receberá uma homenagem em uma das mesas.

Este é o primeiro ano de Ana Lima Cecilio como curadora da Flip.

A venda de ingressos para a Flip 2024 começa nessa segunda, às 12h, apenas para paratienses - e segue assim até 17h de quarta, 11. Para eles, o valor é R$ 39. Na quinta, 12h, às 9h, os ingressos começam a ser vendidos para o público geral por R$ 130 por mesa, pelo site https://flip.fcticket.com.br/. As mesas serão transmitidas em um telão, na Praça da Matriz, com livre acesso.

Programação da Flip 2024

A apresentação das mesas é dos organizadores

Quarta-feira, 9/10

19h30 - Mesa 1: As ruas têm alma: João do Rio, o convidado do sereno, com Luiz Antonio Simas

Uma breve aula sobre João do Rio, a novidade da crônica, o fascínio com a cidade que ia se modernizando e também a atenção com a tradição que a construiu. Atualização do legado de João do Rio como chave para entender a contradição em que somos fundados.

Quinta-feira, 10/10

10h - Mesa 2: A cidade contra nós, Bruna Mitrano e José Falero (mediação: Stephanie Borges)

Dois nomes fundamentais na literatura brasileira contemporânea que fazem, cada um a seu modo, formas de crônicas modernas. Observação da cidade e de seus muros, com a lupa e a sensibilidade para aqueles que estão longe dos grandes centros.

Quinta-feira, 10/10

12h - Mesa 3: Da poeira que viemos, com Léonora Miano e Eliana Alves Cruz (mediação: Adriana Ferreira Silva)

Duas brilhantes romancistas que, a partir da criação literária, discutem com coragem as questões mais difíceis da vida na diáspora: o racismo, a posição da mulher, o embranquecimento e a dor fundadora das mulheres que se movimentam entre essa violência, mas aprendem e ensinam a resistência, a luta e a alegria.

15h - Mesa 4: A vida secreta das emoções, com Ilaria Gaspari e Marcela Dantés (mediação: Natalia Timerman)

Ilaria Gaspari é uma filósofa que olha para a história da filosofia antiga para entender o mundo e quem somos nos dias de hoje. Marcela Dantés é uma escritora que espia a psicanálise moderna para contar histórias que poderiam estar em qualquer tempo. Tudo o que vai por dentro para construir narrativas impressionantes.

17h - Mesa 5: Inventar na América Latina, com Joca Reiners Terron e Juan Cárdenas (mediação: Noemi Jaffe)

Dois dos maiores nomes da literatura latino-americana conversam sobre literatura e seus romances mais recentes, que refletem sobre como a emergência climática alcança cada canto do mundo, mesmo as pequenas cidades. Certa herança do realismo mágico, imaginação febril e absoluta destreza literária guiam suas reflexões fundamentais sobre o mundo de hoje.

19h - Mesa 6: Dormindo com o inimigo, com Mark Coeckelbergh e Danny Caine (mediação: Fabiana Moraes)

Inteligência artificial, política de uso de dados, escolhas de consumo: as big techs estão em toda parte e comandam o mundo com sua rede silenciosa. Uma mesa para refletir sobre como elas influenciam nosso modo de consumir, trabalhar, criar e viver.

21h - Mesa 7: Profecias do passado, com Robert Jones Jr. e Evandro Cruz e Silva (mediação: Juliana Borges)

No centenário de James Baldwin, dois autores trazem realidades tão diferentes que conversam sobre a herança de um passado de violência. Nos EUA, a construção de uma identidade nacional à parte, como resistência das memórias coletivas de um povo desterrado. No Brasil, a compreensão de que ainda temos muito que lidar com nossa aparente cordialidade.

Sexta-feira, 11/10

10h - Mesa 8: A paz e o gesto, com Lisa Ginzburg e Ana Margarida de Carvalho (mediação: Adriana Ferreira Silva)

A vida da mulher contada por ela mesma, sem armadilhas que a levem a discutir, mais uma vez, a maternidade ou as relações amorosas. Mulheres como criadoras de uma autonomia única e viva, mas, principalmente, de uma literatura universal.

12h - Mesa 9: Como enfrentar o ódio, com Patrícia Campos Mello e Felipe Neto (mediação: Fabiana Moraes)

Entender o mecanismo do ódio nas redes sociais e na sociedade é o ponto central da discussão política: como as redes sociais são usadas na construção da polarização e como estamos, no Brasil e no mundo, reféns de um sistema que se alimenta desse sentimento.

15h - Mesa 10: Saber o passado, mirar o futuro, com Raoni e Txai Suruí (mediação: Guilherme Freitas)

Uma homenagem à mais importante liderança indígena do país, que há décadas está na vanguarda da divulgação do pensamento dos povos originários. Lado a lado com ele, Txai Suruí, jovem liderança que está pronta para levar à frente o legado.

17h - Mesa 11: Descobrimento ao contrário, com Micheliny Verunschk e Odorico Leal (mediação: Rita Palmeira)

Duas construções literárias impressionantes remontam às origens do Brasil para, ao retomar o colonialismo e a violência contra os povos indígenas, refletir sobre a formação do país que somos hoje, usando a literatura como uma forma de história, talvez a mais apta a compreender um país repleto de contradições.

19h - Mesa 12: Não existe mais lá, com Atef Abu Saif e Julia Dantas (mediação: Bianca Tavolari)

Atef Abu Saif estava em Gaza quando começaram os bombardeios e viu a cidade em que viviam tantos amigos ser totalmente destruída e essas pessoas queridas serem mortas. Julia Dantas viu sua casa e seu bairro serem invadidos pelas águas na enchente de Porto Alegre, na primeira tragédia climática observada ao vivo por todo Brasil. O encontro entre dois diários escritos em realidades tão diferentes e brutais traz experiências de observação do fim da cidade por ações humanas.

21h - Mesa 13 | Zé Kleber: Rádio Novelo Apresenta Ao Vivo. Apresentação: Branca Vianna. Reportagens: Flora Thomson-DeVeaux, Vitor Hugo Brandalise, Évelin Argenta, Natália Silva e Paula Scarpin. Música original: Stela Nesrine

O Rádio Novelo Apresenta se inspirou em João do Rio para criar um programa inédito com histórias de todo tipo sobre as ruas: histórias escondidas nas sarjetas, debaixo das pedras de Paraty e por trás das placas. Tem um crime do qual Paulo Barreto poderia ser acusado de apologia, assim como a saga de um anti-herói das ruas de todo o mundo (que talvez nem devesse estar nas ruas).

Sábado, 12/10

10h - Mesa 14: O amor político, com Brigitte Vasallo e Geni Nuñez (mediação: Nanni Rios)

Questionar os relacionamentos monogâmicos como a base de toda sociedade é o que une essas duas pensadoras, ainda que partam de experiências tão diferentes. O encontro entre a ancestralidade dos povos originários e o futuro que miramos por relações mais saudáveis.

12h - Mesa 15: A eterna guerra dos sexos, com Jazmina Barrera e Ligia Gonçalves Diniz (mediação: Branca Vianna)

Encontro de duas ensaístas que mergulham na história da literatura para reconstruir velhos lugares comuns sobre os papéis dos homens e das mulheres. Reinventar nosso modo de entender o mundo a partir do gênero, aprendendo a ser generosos na troca do olhar.

15h - Mesa 16: Sagradas e profanas, com Gabriela Cabezón Cámara e Arelis Uribe (mediação: Stephanie Borges)

Vidas comuns transformadas em épicos incríveis pela escrita de duas autoras de gerações diferentes, mas que renovam com audácia, pitadas de humor e muita engenhosidade a literatura latino-americana - sobretudo a escrita por mulheres.

17h - Mesa 17: A memória dos homens, com Mohamed Mbougar Sarr e Jeferson Tenório (mediação: Rita Palmeira)

Um resgata a ancestralidade pela riqueza do legado. O outro faz uma espécie de acerto de contas. Em ambos os autores, a masculinidade, a injustiça e a eterna tentativa de contar a história pela invenção de uma memória que faça jus à história que queremos. Um elogio ao poder da palavra, à criação e à literatura.

19h - Mesa 18: Anatomia do futuro, com Édouard Louis (mediação: Paulo Roberto Pires)

Criado num mundo de desigualdade, preconceito e conformismo, o autor francês reinventou sua vida com a literatura. Louis escreve sobre si para falar de todos nós, na convicção de que o desejo de mudança é o primeiro passo de uma vida mais justa.

Domingo, 13/10

10h - Mesa 19: Invenção e linguagem: o romance segue, com Carla Madeira, Silvana Tavano e Mariana Salomão Carrara (mediação: Adriana Couto)

Quando tudo parece conspirar para que a literatura seja posta de lado, surgem livros que renovam a vocação e o talento para contar histórias arrebatadoras, que relembram que personagens e enredos nos moldam e ajudam a viver.

12h - Anúncio em breve.

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Religiosa abençoada pelo papa Francisco, bisneta de um dos líderes da Revolução Farroupilha e torcedora apaixonada do Internacional - essa era a freira gaúcha Inah Canabarro Lucas, considerada a pessoa mais velha do mundo. Ela morreu nesta quarta-feira, 30, em Porto Alegre, aos 116 anos.

Inah nasceu em São Francisco de Assis, no Rio Grande do Sul, em 1908. De acordo com o Guinness World Records, acredita-se que ela seja a última pessoa que nasceu naquele ano.

Quando menina, ela era tão magra que muitos não acreditavam que sobreviveria à infância. Mas Inah se tornou a pessoa mais velha do mundo em 4 de janeiro deste ano, após a morte da japonesa Tomiko Itooka.

Com a morte de Inah, o título de pessoa mais velha do mundo passa a ser da inglesa Ethel Caterham, nascida em 21 de agosto de 1909, atualmente com 115 anos.

Quando perguntada sobre o segredo de sua longevidade, ela atribuiu a Deus, dizendo que ele a ajudou a viver tantos anos. "Ele é o segredo da vida. Ele é o segredo de tudo."

Do começo como freira ao magistrado no Uruguai e no Rio

A freira começou sua jornada religiosa aos 16 anos, estudando na escola interna Santa Teresa de Jesus em Santana do Livramento (RS). Foi batizada na mesma cidade, em 21 de abril de 1926, aos 17 anos.

Mais tarde, mudou-se para Montevidéu, onde foi confirmada na Igreja Católica em 1º de outubro de 1929, aos 21 anos.

Em 1930, voltou ao Brasil para ensinar Português e Matemática em uma escola na Tijuca, no Rio de Janeiro. Aos 24 anos, renovou seus votos pela primeira vez na capital fluminense, seguida por uma segunda renovação um ano depois. Aos 26, fez seus votos perpétuos e tornou-se freira.

No início dos anos 1940, voltou para Santana do Livramento, onde estudou e foi batizada, para continuar sua vocação como professora.

Ela fazia parte das Irmãs Teresianas do Brasil. A congregação publicou uma homenagem à religiosa (abaixo).

Torcedora do Inter, freira comemorava aniversários com as cores do clube

Uma de suas paixões era o futebol. Apoiadora devota do Internacional, ela explicou que escolheu esse clube porque ele representa o povo. O time foi fundado um ano depois de Inah nascer, em 1909.

Após a morte da religiosa, o Colorado divulgou uma homenagem à sua torcedora mais antiga. "A torcedora colorada, que nos deixou nesta quarta-feira, era a mulher mais velha viva no mundo, e destinou seus 116 anos de vida à bondade, à fé e ao amor pelo Clube do Povo", comunicou.

Torcedores do clube resgataram um vídeo que mostra a religiosa comemorando seus aniversários com festas temáticas vermelho e branco. Em uma das imagens, ela mostra um bolo no formato do estádio Beira Rio.

Irmã foi abençoada pelo papa Francisco

Em 2018, ao celebrar seu 110º aniversário, Inah recebeu uma bênção apostólica do papa Francisco, além de um certificado, posteriormente exibido no canto de lembranças da comunidade em que reside.

Foi somente nessa idade que ela passou a usar um andador devido a dificuldades de mobilidade. Em 2021, aos 112 anos, recebeu sua 1ª dose da vacina contra a covid-19, tornando-se uma das pessoas mais velhas a receber o imunizante contra o vírus.

Em outubro de 2022, contraiu covid enquanto estava hospitalizada, mas conseguiu se recuperar da doença em novembro, tornando-se uma das sobreviventes mais velhas conhecidas da doença.

Pesquisa Genial/Quaest que ouviu 2.004 pessoas em todo o Brasil de 27 a 31 de março mostrou que o brasileiro considera a violência e a segurança pública como problemas de âmbito nacional (e não regional), e que o combate cabe aos governos federal e estaduais de forma compartilhada. A avaliação dos governos estaduais no combate à violência é melhor do que a sobre a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) .

Para 70% dos entrevistados, a violência e a segurança pública são problemas nacionais; outros 26% as consideram problemas regionais, e 4% não souberam ou não quiseram responder. Para 85% dos entrevistados, essas questões são de responsabilidade dos dois âmbitos de governo, federal e estaduais. Outros 9% consideram que é problema apenas dos governos estaduais, e 6% não souberam ou não quiseram responder.

A atuação do governo federal na segurança pública é classificada como negativa por 38%, positiva por 25% e regular por 32%. Outros 5% não souberam ou não quiseram responder.

Já os governos estaduais têm atuação negativa nessa seara para 28% dos entrevistados, para outros 36% a atuação é positiva, e para 29% é regular; 7% não souberam ou não quiseram responder.

Para tentar melhorar o combate à criminalidade, o governo federal enviou ao Congresso Nacional em 23 de abril a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 18/25, que reformula a segurança pública, propondo mais integração e coordenação entre os governos estaduais e federal e os órgãos do setor. A PEC vai começar a tramitar.

Outras quatro perguntas foram feitas na pesquisa sobre segurança pública. Para 47% das pessoas, nos últimos 12 meses a violência aumentou na cidade onde moram. Para 36% ficou igual e para 15% diminuiu; 2% não souberam ou não quiseram responder.

Vinte por cento dos entrevistados conhecem algumas pessoas que foram assaltadas ou furtadas nos últimos 12 meses. Outras 13% conhecem muitas pessoas, e 9% conhecem uma só pessoa nessa situação; 58% não conhecem ninguém que foi assaltado ou furtado.

Oitenta e seis por cento dos entrevistados concordam que "a polícia prende bandido, mas a Justiça solta porque a legislação é fraca"; 11% discordam, 1% não concorda nem discorda e 2% não souberam ou não quiseram responder.

Por fim, para 54% dos entrevistados, a guarda municipal estar armada ajuda a reduzir a criminalidade. Outros 43% acreditam que não ajuda, e 3% não souberam ou não quiseram responder.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Duas praias brasileiras figuram na lista das 50 melhores do mundo, segundo a World's 50 Best Beaches, premiação mundial anual cujo ranking de 2025 foi divulgado nesta quinta-feira, 29. O Pontal do Atalaia, em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos fluminense, e a Baía do Sancho, em Fernando de Noronha.

A melhor praia do mundo, segundo o ranking, é Cala Goloritzé, na Itália, seguida por Entalula, em Palawan, nas Filipinas, e Bang Bao, na Tailândia. Votaram mais de 1.000 profissionais de turismo de diversas nacionalidades, habituados a viajar pelo mundo e especialmente pelas praias.

No texto sobre o Pontal do Atalaia, a publicação afirma que a praia tem areia branca e fina e águas claras e calmas e é "particularmente conhecida por suas vistas espetaculares": "Do alto das falésias ao redor, os visitantes podem desfrutar de panoramas de tirar o fôlego do litoral e das ilhas próximas, tornando-se um destino verdadeiramente único".

A World's 50 Best Beaches também relembra que Arraial do Cabo é chamada de "Caribe brasileiro" e que, embora toda a região abrigue muitas praias deslumbrantes, Pontal do Atalaia "se destaca por sua tranquilidade, em grande parte devido ao seu acesso mais desafiador". A praia só pode ser acessada de barco ou por uma caminhada íngreme, o que ajuda a mantê-la menos lotada, mesmo em dias movimentados.

"Procure dias em que o vento sopra de trás da praia em direção à água, bem como dias com pouco ou nenhum vento", recomenda a publicação, que destaca o mar agitado em dias de ventania, já que a praia fica de frente para mar aberto.

A Baía do Sancho, por sua vez, foi classificada como a 25ª melhor praia do mundo. "Os penhascos ao redor proporcionam um cenário deslumbrante para as águas cristalinas de tom esmeralda e as areias douradas", registra a World's 50 Best Beaches. Segundo a publicação, o isolamento da praia e a ausência de empreendimentos comerciais realçam sua atmosfera tranquila, tornando-a um refúgio perfeito para quem busca paz e beleza natural.

Outro benefício é estar dentro de uma área de proteção ambiental. "Seu status de proteção dentro de um parque marinho nacional ajuda a manter sua condição intocada e garante aos visitantes uma experiência incrível sem aglomerações", diz o texto, que ressalta ainda a dificuldade de acesso: "Acessível apenas por barco ou por uma escada íngreme através de estreitas fendas rochosas, esta praia isolada oferece uma experiência incomparável".

As orientações quanto ao vento e às ondas são as mesmas de Pontal do Atalaia.