'Carta de Amor Ao Brasil': o que diz a crítica internacional sobre novo filme de Walter Salles?

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O "retorno" de Walter Salles ao cinema de ficção, Ainda Estou Aqui, é aclamado pela imprensa internacional desde que estreou no Festival de Veneza no último domingo, 1º. Ao final da exibição, o longa com nomes de peso como Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro, foi aplaudido durante quase 10 minutos.

A trama é baseada em uma história real, contada no livro de memórias de Marcelo Rubens Paiva, colunista do Estadão e filho do casal Eunice e Rubens. Na história, a advogada Eunice Paiva (Fernanda Torres)precisa lidar com o desaparecimento do engenheiro e ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello) na época da ditadura militar.

Walter Salles não lançava um filme de ficção desde 2012, ano em que chegou às telas com Na Estrada. Ainda Estou Aqui também marca o retorno do Brasil à competição pelo Leão de Ouro depois de 23 anos - a última vez foi com Abril Despedaçado, também de Salles. Veja, abaixo, o que a crítica internacional disse sobre o novo filme do cineasta:

'Carta de amor'

O portal Deadline chamou o longa de "carta de amor de Walter Salles ao Brasil". "O primeiro longa dramático de Walter Salles em 12 anos é, em última análise, uma celebração do Brasil - não apenas da resiliência de sua liberdade sob governantes tirânicos, mas de sua luz solar, seu espírito carnavalesco e o delicioso azul do mar que rola nas amplas praias do Rio de Janeiro", disse um trecho da crítica.

O grande destaque, para o Deadline, foi a interpretação de Fernanda Torres como Eunice. O portal apostou que a performance deve "catapultá-la" aos grandes prêmios do cinema - assim como Fernanda Montenegro que, há 25 anos, foi indicada ao Oscar por Central do Brasil, também de Salles.

O site também frisou as participações de Fernanda Montenegro como a Eunice mais velha, que, diagnosticada com Alzheimer, ainda conseguia reconhecer uma fotografia de Rubens. "Esta também é uma celebração cultural, embora de um tipo diferente: mãe e filha ícones do cinema brasileiro, aparecendo no mesmo filme", escreveu o Deadline.

'Drama sombrio e sincero'

O britânico The Guardian enfatizou a importância de Ainda Estou Aqui para a história brasileira. O jornal considerou que Salles pode ter "exagerado um pouco na alegria da família" Paiva no início, mas disse que o longa "continua sendo um drama sombrio e sincero sobre os desaparecidos da nação".

O destaque do The Guardian também foi a performance de Fernanda Torres, chamada de "maravilhosa". "Não é culpa de Torres que o drama perca um pouco de sua forma e velocidade na segunda metade, porque é difícil sustentar o suspense em torno de uma ausência e difícil contar uma história que não tenha uma resolução decisiva", considerou o jornal.

A publicação britânica ainda relembrou a proximidade de Salles com a família Paiva - que conheceu quando ainda era criança - e a importância desse fator para o "sentimentalismo" de Ainda Estou Aqui. "Ele [Walter Salles] se importa com essas pessoas e nos faz cuidar delas também", afirmou.

'Profundamente comovente'

A revista Variety avaliou que Ainda Estou Aqui é "profundamente comovente". A publicação deu destaque à fotografia de Adrian Teijido, que "dá a todo o filme a textura de uma história que não está sendo contada, mas lembrada", além da trilha sonora com músicas de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Warren Ellis.

Segundo a Variety, há uma "melancolia" no filme. "E não é por causa de uma sensação de desgraça iminente, mas porque essas cenas soam como memórias e, por mais felizes que sejam, as memórias são sempre tristes em algum nível."

No centro da produção e da história de Eunice, para a revista, está a "resiliência" e um alerta àqueles que ainda defendem governos autoritários. "O espírito nacional que você busca subjugar sobreviverá a você. As pessoas que você tenta oprimir viverão para vê-lo insultado e rejeitado pela história, enquanto aqueles que resistirem terão canções e histórias escritas sobre eles. Eles inspirarão música e arte em celebração de suas vidas e terão filmes tão dolorosos e belos quanto Ainda Estou Aqui feitos em sua homenagem", escreveu a Variety.

'Homenagem tocante'

O portal IndieWire avaliou que Ainda Estou Aqui é uma "homenagem tocante a uma família abandonada". Salles, de acordo com o portal, conseguiu fazer "a violência lentamente se infiltrar" na rotina da família Paiva, com diálogos interrompidos por helicópteros e caminhões com soldados destruindo a rua ao fundo da casa dos protagonistas.

O IndieWire também aclamou a interpretação de Fernanda Torres, a chamando de "espetacular", e deu destaque à performance de Selton Mello como Rubens. Sobre Fernanda, a publicação escreveu: "Sua Eunice possui força e estoicismo fenomenais que tornam cada momento de dor que espreita pelas frestas de sua armadura ainda mais comovente".

O portal, porém, apontou "problemas de ritmo" à medida que o longa vai chegando ao fim. "A última meia hora do filme é uma série de falsos finais, sentindo-se incerto sobre qual momento daria ao público a satisfação que sempre iludiria a família", disse.

Ainda assim, Ainda Estou Aqui se destaca pelo "otimismo", conforme o IndieWire. "Rubens Paiva foi um homem que foi profundamente amado por aqueles que deixou para trás e, não importa o que ditadura sádica, soldados brutais ou burocratas de coração frio fizeram para apagá-lo, eles nunca conseguiram", escreveu.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 5, acreditar que o trabalho feito pela presidência brasileira no G20 durante o ano passado vai ajudar nos processos da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) neste ano, que acontecerá no Brasil. "Nós aproveitamos o fato de que nós presidiríamos a COP no ano seguinte para começar tratativas com os mesmos players para que nós tivéssemos um êxito maior na COP30, que é decisiva para o futuro do que entendemos por desenvolvimento sustentável", citou Haddad em painel da conferência anual do Milken Institute, em Los Angeles, destacando ainda o País terá condições de colocar para a comunidade internacional uma agenda mais ambiciosa na causa ambiental.

Questionado também sobre a evolução do bloco dos Brics, Haddad mencionou as recentes adesões e a importância do grupo em "forçar o multilateralismo".

"O mundo, até pouco tempo atrás, 20 anos atrás, estávamos muito habituados a pensar G7, G8, G7 com três convidados, com quatro convidados. Agora que você abre um pouco mais e reconhece que tem novos atores no cenário global, que tem um destaque muito grande, você começa a mudar um pouco a ordem das coisas", mencionou Haddad.

Ele destacou que os países do Brics representam hoje dois terços da população mundial, o que faz do bloco um grupo que pode efetivamente fazer com que as propostas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deslanchem.

"Que novas encomendas sejam feitas de reformas institucionais, reformas de organismos multilaterais. Isso tudo vai ficando mais fácil num ambiente um pouco mais plural. Então, eu penso que os Brics dialogam com essa agenda de ampliar um pouco o debate para facilitar as reformas institucionais necessárias", afirmou Haddad.

A Polícia Federal apreendeu 10 quilos de cocaína, 32 de skunk e 45 de haxixe e prendeu 13 suspeitos por tráfico internacional que pretendiam usar o maior aeroporto do País como rota para o comércio de drogas no fim de semana esticado pelo feriado do 1º de Maio.

Em ações realizadas entre os dias 30 de abril e 5 de maio, os agentes federais tiveram trabalho redobrado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Onze foram presos por tráfico e dois foram capturados durante procedimentos migratórios devido a mandados de prisão em aberto.

Os suspeitos adotaram expedientes diversos para ocultação da cocaína - em cápsulas ingeridas, fixada nas pernas e dentro de embalagens de tecidos.

Cinco brasileiros e um alemão foram presos após ingerirem cápsulas de cocaína. Eles iriam viajar separadamente para a França e Portugal. Devido ao risco de morte, todos foram levados ao Hospital Geral de Guarulhos, onde permanecem sob custódia da Polícia Penal do Estado de São Paulo até expelirem todas as cápsulas e receberem alta médica.

A PF verificou que o alemão já havia realizado mais de 90 entradas e saídas do Brasil.

Um passageiro americano, que desembarcou de voo de Dubai, foi flagrado com 32 quilos de skunk.

Um passageiro brasileiro, que chegou de Atlanta (EUA), transportava 45 quilos de haxixe.

Além das prisões relacionadas ao tráfico, a PF registrou um caso de possível assédio sexual durante um voo doméstico. Um homem foi conduzido à delegacia após ser acusado por uma passageira.

Todos os presos serão levados à Justiça, informou a Comunicação Social da Delegacia Especial da PF no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos.

Um suspeito que dirigia um veículo roubado foi baleado e morto em confronto com a polícia, no final da noite deste domingo, 4, após uma perseguição que terminou em acidente na Rodovia Anchieta, em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.

Dois policiais e o condutor de outro veículo envolvido no acidente ficaram feridos. O nome do suspeito baleado e morto não foi divulgado.

O veículo alvo da perseguição foi roubado de um casal, no domingo, em Boituva, na região de Sorocaba, e seguia pela rodovia Castelo Branco.

Na altura do km 45, em Araçariguama, o carro passou a ser monitorado pela Polícia Militar Rodoviária. Ao chegar na área urbana da capital, o condutor do automóvel foi perseguido por militares do 5º Batalhão de Ações Especiais (Baep) da PM, sediado em Barueri.

O motorista do carro acelerou e adentrou a Rodovia Anchieta. Na altura do km 23, em São Bernardo, o carro colidiu com a traseira de outro automóvel. Este, por sua vez, acabou colidindo com um caminhão.

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A ocorrência foi registrada no 1º Distrito Policial de São Bernardo do Campo. A Polícia Civil realiza diligências para esclarecer todas as circunstâncias do ocorrido.