'A Mão Negra': livro de Stephan Talty retrata a coragem e a redenção de um detetive em NY

Variedades
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Joseph Petrosino, um detetive ítalo-americano da polícia de Nova York, conhecido por sua bravura e determinação, buscava combater o crime organizado de uma gangue nos Estados Unidos. Petrosino é um dos personagens centrais de A Mão Negra (Editora Pensamento-Cultrix), novo livro de Stephan Talty, que explora a história do crime organizado nos Estados Unidos, especificamente no início do século 20.

O livro foca na organização criminosa chamada Mão Negra (La Mano Nera), que operava principalmente na comunidade italiana de Nova York. Talty conta a história de como essa gangue aterrorizava imigrantes italianos, exigindo dinheiro em troca de proteção sob a ameaça de violência.

Em entrevista ao Estadão, Stephan Talty revela que a forma como Petrosino mudou a história foi o que o instigou e fez com que ele se tornasse o personagem principal de seu livro. "Sempre me senti atraído por histórias de imigrantes, e ele era um homem que viu um grande erro e decidiu que tinha a obrigação de corrigi-lo", diz.

O autor conta que ao longo de sua pesquisa, a oposição que Petrosino muitas vezes enfrentou de seu próprio povo o surpreendeu: "Alguns ítalo-americanos o atacaram por ser um traidor, por trabalhar com os americanos e por prender italianos. É difícil o suficiente enfrentar uma organização violenta como a Mão Negra, mas ser acusado de traição por seu próprio povo enquanto faz isso, é o que deve ter sido mais difícil para ele".

O livro mistura ficção com os eventos históricos, e, segundo Talty, conseguir equilibrar a precisão histórica com uma narrativa cinematográfica foi um desafio. O principal medo dele era "entediar o leitor" ao longo das mais de 370 páginas - spoiler: o tédio passa longe da leitura. "Esses eventos foram dramáticos, então devem ser dramáticos nas páginas", pontua.

A família de Joseph Petrosino foi diretamente ameaçada pela Mão Negra e os criminosos estavam completamente errados se achavam que isso iria fazê-lo desistir da investigação. "A pressão enfureceu Petrosino e o tornou ainda mais determinado a parar os criminosos. Ele sabia que o tratamento dos seus filhos na América dependia parcialmente de derrotar a gangue", diz Talty.

A obra também destaca a importância da comunidade italiana na história de Nova York e como Petrosino fez parte disso. Só que nem sempre foi assim. Petrosino passou de vilão a herói para os americanos comuns, conquistando "respeito para todo ítalo-americano".

O livro de Talty chega às livrarias mais de 110 anos depois da morte de Petrosino. O autor recebeu diversos e-mails de leitores que tiveram as famílias perseguidas pela gangue Mão Negra. "Foi gratificante ouvir que algumas pessoas estavam conhecendo a história completa por meio do meu livro", diz.

A Mão Negra está em negociação para as telonas e um dos atores cotados para o papel de Petrosino é o ator Leonardo DiCaprio. No entanto, ainda não há confirmação oficial e nem data para lançamento.

A Mão Negra - A Guerra Épica Entre Um Detetive Brilhante e o Braço Mais Sanguinário da Máfia Italiana da História dos Estados Unidos

Editora Pensamento-Cultrix

377 páginas

R$ 45.40

Em outra categoria

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, notificou o YouTube, Instagram, TikTok, Enjoei e Mercado Livre para que removam conteúdos que promovam ou vendam cigarros eletrônicos e outros produtos derivados de tabaco com a comercialização proibida no Brasil.

A notificação, datada de terça-feira, 29, dá 48 horas para as empresas retirarem os materiais do ar.

Um levantamento do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP), que motivou a notificação, identificou 1.822 páginas ou anúncios ilegais sobre cigarros eletrônicos nas plataformas.

O Instagram lidera o ranking, com 1.637 anúncios (88,5%), seguido pelo YouTube, com 123 (6,6%), e pelo Mercado Livre, com 44 (2,4%). TikTok e Enjoei tiveram menos páginas identificadas, mas também foram notificados.

Somados, os perfis de vendedores e de influenciadores que fazem propaganda dos produtos chegam a quase 1,5 milhão de seguidores, de acordo com o levantamento.

No começo do mês, o Senacon já havia notificado a plataforma Nuvemshop para remover lojas virtuais que comercializavam ilegalmente Snus, sachês de nicotina que também são proibidos no Brasil.

"Estamos atuando firmemente para garantir que as plataformas digitais não sejam cúmplices na disseminação desses produtos que colocam em risco especialmente os jovens", destaca Wadih Damous, titular da Senacon, em comunicado à imprensa.

A comercialização dos produtos é proibida pelas resoluções RDC nº 46/2009 e RDC nº 855/2024 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que vetam a fabricação, a importação, a propaganda e a venda de cigarros eletrônicos em todo o País.

A legislação brasileira, além disso, prevê como crime o fornecimento de substâncias nocivas à saúde (Art. 278 do Código Penal) e classifica como contrabando a importação ou comercialização de produtos proibidos (Art. 334-A).

A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta semana que vai usar o WhatsApp para confirmar consultas e exames médicos a partir do dia 5 de maio.

A gestão avalia que a mudança no processo, atualmente feito pelo telefone, poderá aumentar a taxa de comparecimento: hoje, 50% dos pacientes não confirmam presença e 25% não comparecem às consultas.

O serviço será oferecido pelo número (11) 98889-0156. A orientação é que os usuários salvem o número na agenda do celular e mantenham os dados cadastrais atualizados na rede municipal de saúde, incluindo CPF, telefone fixo e celular.

Caso os dados estejam certo, a Prefeitura afirma que os pacientes receberão as informações referentes à consulta ou ao exame, como data, horário, especialidade, procedimento, unidade e endereço, seguidas da mensagem: "Para confirmar, clique em SIM. Para cancelar e disponibilizar a vaga a outro cidadão, clique em NÃO".

Qualidade do atendimento

O governo estadual também anunciou o uso de novas plataformas juntos aos pacientes, porém para a avaliação de suas experiências no Sistema único de Saúde (SUS).

Logo após receber alta, o paciente receberá uma mensagem por e-mail ou WhatsApp para a confirmação de dados como nome e unidade de atendimento. Confirmadas as informações, ele vai poder dar uma nota de 0 a 10 e relatar eventuais cobranças indevidas.

Caso o paciente registre uma nota inferior a 6, será automaticamente direcionado ao site da Ouvidoria da SES-SP para registrar uma manifestação formal. Os hospitais também disponibilizarão cartazes com QR Codes para avaliações espontâneas do serviço.

A ferramenta já foi incorporada no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, e será implantada gradualmente em todas as unidades estaduais de saúde nos próximos meses. A expectativa é que, além de internações, no futuro ela englobe outros tipos de atendimento.

A OpenAI decidiu reverter uma atualização no modelo GPT-4o do ChatGPT depois que usuários relataram que o chatbot havia se tornado excessivamente submisso, concordando com qualquer afirmação, mesmo as potencialmente perigosas.

A mudança foi anunciada pelo CEO e cofundador da OpenAI, Sam Altman, no último domingo, 27, por meio da rede social X (ex-Twitter). Segundo ele, a atualização havia deixado o ChatGPT "irritante" e "extremamente sicofante", termo que define alguém bajulador.

Durante a última semana, a empresa refez parte do código do modelo e reintroduziu a atualização com ajustes na terça-feira, 28. Ainda assim, Altman afirmou que novas correções estão em andamento e devem ser implementadas nos próximos dias.

A mudança de comportamento do chatbot não passou despercebida. Diversos usuários relataram nas redes sociais que o ChatGPT respondia com elogios exagerados mesmo a ideias perigosas ou irresponsáveis.

Além do comportamento submisso, o ChatGPT deixou de apresentar argumentos contrários ou de alertar usuários sobre atitudes imprudentes. Em fóruns como Reddit e no próprio X, usuários passaram a chamar o GPT-4o de "modelo mais desalinhado de todos os tempos".

De acordo com a própria OpenAI, o comportamento excessivamente complacente acontece por conta de um desequilíbrio nos ajustes do modelo, que passou a priorizar demais o feedback positivo de curto prazo. Ou seja, para agradar, a inteligência artificial (IA) deixou de cumprir uma das premissas básicas: questionar, ponderar e oferecer alternativas.

A empresa explicou que o desenvolvimento do modelo é guiado por uma "Especificação do modelo", conjunto de princípios e instruções para nortear a conduta da IA. No entanto, a ênfase exagerada em agradar usuários levou a um desalinhamento prático com esses princípios, algo que agora está sendo reavaliado.

Essa não é a única controvérsia recente envolvendo a OpenAI. Na mesma semana, a empresa teve de ajustar filtros no modelo para impedir que o chatbot iniciasse conversas de cunho sexual com menores de idade, após a publicação de uma denúncia pública.

Outra frente de mudança inclui o estudo de marcação ("watermark") em imagens criadas por IA, para identificar automaticamente conteúdos gerados artificialmente e evitar confusões com obras humanas. O recurso deve acompanhar a liberação do gerador de imagens para todos os usuários do ChatGPT.

Ainda nas palavras de Altman, até frases simples como "por favor" e "obrigado", se repetidas em grande escala, podem aumentar o consumo de energia da plataforma, um detalhe que reacendeu o debate sobre a sustentabilidade do uso massivo de IA.