Mel Lisboa: 'Rita Lee supera qualquer personagem e, agora, existe o buraco da ausência dela'

Variedades
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Nas páginas finais do livro Rita Lee - Uma Autobiografia (2016), a cantora e compositora escreveu que a atriz Mel Lisboa a interpretava no espetáculo Rita Lee Mora ao Lado bem melhor que ela própria - "e bem mais bonita". Modéstia da roqueira, que, além do talento e da coragem, sempre teve beleza de sobra. A peça, produzida em 2014, era inspirada no livro homônimo de Henrique Bartsch, que reconstituía fragmentos biográficos de Rita Lee sob o ponto de vista de uma vizinha fictícia.

É também com humildade que Mel Lisboa, aos 42 anos, persiste na personificação da estrela em Rita Lee - Uma Autobiografia Musical, que estreia no Teatro Porto na sexta, 26. "Rita Lee supera qualquer personagem e, agora, existe o buraco da ausência dela", define a atriz.

O espetáculo, com dramaturgia de Guilherme Samora e direção cênica de Marcio Macena e Debora Dubois, concretiza o desejo da própria Rita de ter Mel, mais uma vez, dando corpo e voz à sua história. "Eu tive tempo de me preparar em aulas de canto e até emagrecer para ficar mais perto do físico de Rita, mas sinto uma responsabilidade maior que há dez anos porque, agora, vamos atingir um público que sente saudade dela ou mesmo quem tem 20 ou 30 anos e nunca teve a oportunidade de vê-la ao vivo."

No fim da pandemia, Rita, que morreu em 8 de maio do ano passado, aos 75 anos, depois de lutar contra um câncer de pulmão, comentou com o jornalista e amigo Guilherme Samora que gostaria de levar seu livro ao teatro. Em 2022, Mel emprestou sua voz para a gravação da autobiografia no formato de audiolivro e, segundo a cantora, depois de tantos ensaios e comprovações dessa metamorfose, ninguém era tão Rita quanto Mel. "Mel descobriu algum tipo de conexão que fez a Rita se enxergar nela", declara Samora, de 44 anos, que conviveu com a roqueira desde sua adolescência.

Fantástico e ingressos para Rita Lee - Uma Autobiografia Musical

Em meio a um feito inédito nos últimos tempos e surpreendente para a própria produção, os ingressos para as apresentações que se estendem até 30 de junho se esgotaram em duas semanas. Sessões extras, para as tardes de maio, foram anunciadas no domingo,21, durante entrevista de Mel Lisboa ao Fantástico. Na segunda, 22, esse novo lote já estava esgotado. Na quinta, 25, os organizadores começarão a vender uma nova leva, para apresentações em junho.

É a primeira etapa de uma turnê que deve ser estender por todo o ano na capital paulista e percorrer boa parte do País, como no auge da carreira da cantora, que, entre as décadas de 1970 e 1990, lotava teatros e ginásios pelo Brasil afora.

Como é o musical

Rita Lee - Uma Autobiografia Musical reúne trinta clássicos da sua discografia e, na abertura, Mel esquenta a plateia ao som de Chega Mais, Banho de Espuma e Agora Só Falta Você.

A dramaturgia é dividida em dois pilares. De um lado, aparece a mulher libertária, figura rebelde e feminista, sempre disposta a desacatar qualquer tipo de autoridade, e, de outro, vem à tona a história de amor com Roberto de Carvalho (interpretado por Bruno Fraga), o parceiro de vida e de arte por mais de quatro décadas, pai de Beto, Antônio e João e porto seguro de suas emoções em constante ebulição.

As passagens de tempo são marcadas pelas quatro trocas de perucas feitas por Mel em cena, de acordo com a idade da personagem. O tom castanho da infância é substituído pelo loiro da adolescência e o ruivo da fase adulta para, enfim, assumir o grisalho na maturidade.

Assim como em Rita Lee Mora ao Lado, o ator Fabiano Augusto representa o cantor Ney Matogrosso, Flávia Strongolli revive Elis Regina, Yael Pecarovich surge de Gal Costa e Débora Reis é a apresentadora Hebe Camargo em meio ao elenco que conta ainda com Antonio Vanfill, Carol Portes, Gustavo Rezê e Roquildes Junior. Cinco instrumentistas ocupam o palco sob a direção musical de Marco França e Marcio Guimarães. "Quem viu Rita Lee Mora ao Lado vai encontrar algumas frestas que levam a recordar o espetáculo", avisa Mel.

Rita Lee e Mel Lisboa

A ligação entre Rita e Mel, apesar de regada pela admiração mútua, se manteve discreta ao longo dos anos. A cantora, conhecida como caseira e avessa às badalações, assistiu a duas sessões de Rita Lee Mora ao Lado. Na primeira, ela foi acompanhada de Ney Matogrosso e só ocupou a sua poltrona, na sétima fileira do Teatro das Artes, depois do terceiro sinal e das luzes apagadas.

Rita trocou palavras elogiosas com o elenco no fim da apresentação e, para a surpresa de todos, semanas depois, retornou, trazendo Roberto de Carvalho. "Para nós, essa volta foi a prova de que ela realmente tinha gostado", relembra Mel. "Eu sempre fiquei tímida e jamais quis ser invasiva, buscar uma aproximação maior, até para não estragar uma relação que já era carinhosa."

Durante as gravações do audiolivro, dirigidas por Samora, a roqueira sugeriu entonações para algumas falas através de chamadas de vídeo e aprovava o resultado dos trabalhos em mensagens de WhatsApp cheias de delicadeza.

No isolamento da pandemia, Mel interpretou uma versão online do monólogo Madame Blavatsky, inspirado na trajetória da russa Helena Blavatsky (1831-1891), cofundadora da Sociedade Teosófica, que a cantora assistiu de casa e adorou. "Rita, inclusive, me contou que, nos anos 80, estudou as teorias de Blavatsky e descobrimos mais uma afinidade entre ela e a Mel", revela Samora.

Rita Lee - Uma Autobiografia Musical

- Onde: Teatro Porto (Alameda Barão de Piracicaba, 740, Campos Elíseos)

- Quando: Sexta, 20h; sábado, 20h; domingo, 17h. Até 30 de junho. A partir de sexta, 26/4

- Ingressos: R$ 80 e R$ 100, esgotados para a temporada regular. Sessões extras prometidas para sábados, às 16h, a partir de 11 de maio, e as entradas deverão ser disponibilizadas a partir da noite deste domingo, 21.

Em outra categoria

Um homem de 59 anos ficou ferido após uma colisão entre uma caminhonete modelo Hyundai HR e um ônibus, na manhã desta segunda-feira, 5. O acidente ocorreu na Avenida dos Metalúrgicos, na Cidade Tiradentes, bairro da zona leste de São Paulo.

A Secretaria de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e a SPTrans informaram, em nota, que o Programa de Redução de Acidentes de Transporte (PRAT) apura o caso. A vítima não foi identificada.

Já a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SP) informou que uma perícia técnica foi solicitada e que o caso foi registrado como colisão no 49º Distrito Policial (São Mateus).

O ônibus envolvido no acidente operava pela linha 3789/10 Cid. Tiradentes - Metrô Itaquera, sentido bairro.

Pelas imagens divulgadas pela página Portal Cidade Tiradentes, no Instagram, o caminhão surge no vídeo avançando em direção à rua, aparentemente sem freio. Um homem, do lado de fora, se agarra à porta para tentar fazer o utilitário parar, mas não consegue.

No momento em que o caminhão atravessa a calçada e chega na avenida, o ônibus surge pela via e, mesmo tentando desviar, é atingindo pela dianteira do veículo. De acordo com a SSP, o motorista do coletivo contou que não conseguiu frear a tempo de evitar a colisão.

A carroceria do caminhão gira e acaba acertando o homem que se segurava na porta. Com o impacto, a vítima é arremessada para o outro sentido da pista.

O homem cai no chão e fica imóvel por alguns segundos. Pessoas ao redor aparecem para ajudá-la e pedem pedir para que os carros e motocicletas não avancem.

Policiais militares atenderam a ocorrência. A vítima foi socorrida por uma unidade de resgate ao Hospital Cidade Tiradentes. O estado de saúde dela não foi informado.

Estima-se que a mobilização necessária para enfrentar a emergência climática e ecológica exigirá cerca de US$ 6 trilhões em investimentos anuais até 2030, segundo a Comissão Global sobre Economia e Clima. Para isso, será fundamental o engajamento coordenado entre governos, setor privado e sociedade civil, tema central do 2º Fórum de Finanças Climáticas e de Natureza (FFCN), que ocorrerá nos dias 26 e 27 de maio, no Rio de Janeiro (RJ).

Segundo os organizadores, o evento dará continuidade à bem-sucedida primeira edição, promovendo discussões estratégicas sobre modelos financeiros e políticas públicas que conciliem desenvolvimento socioeconômico e sustentabilidade. O primeiro encontro foi realizado em fevereiro de 2024, em São Paulo (SP), com cerca de 1.200 participantes presenciais, e que resultou em um documento de recomendação entregue oficialmente ao G20.

O encontro insere-se em um contexto internacional estratégico: a preparação para a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro de 2025; os desdobramentos das COPs de Clima (COP29) e Biodiversidade (COP16); o fim da presidência brasileira no G20 e a transição para a liderança sul-africana; além da presidência do Brasil no BRICS. Como contribuição concreta, o II Fórum irá apresentar propostas para o "Roteiro de Baku para Belém para 1,3T", que busca fortalecer o financiamento climático para países em desenvolvimento.

As discussões também devem fornecer insumos para temas centrais das negociações multilaterais, como transição climática, adaptação, sempre com foco na implementação do Acordo de Paris e alinhadas às análises do último Global Stocktake.

Entre os convidados a compor a programação estão Geraldo Alckmin (vice-presidente da República); Marina Silva (ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima); Ajay Banga (Banco Mundial); Nadia Calviño (Banco Europeu de Investimento); Ilan Goldfajn (Banco Interamericano de Desenvolvimento); Michelle Bachelet (Club de Madrid); Ngozi Okonjon-Iweda (Organização Mundial do Comércio); e, no encerramento, Fernando Haddad (ministro da Fazenda).

O fórum é organizado por sete instituições da sociedade civil: Instituto Arapyaú, Instituto AYA, Instituto Clima e Sociedade (iCS), Instituto Igarapé, Instituto Itaúsa, Open Society Foundations e Uma Concertação pela Amazônia.

Um homem, de 20 anos, foi preso em flagrante após um roubo, na tarde de sexta-feira, 2, por volta das 17h, na Rua Manuel Guedes, no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, um policial civil passava pela Avenida Nove de Julho com uma viatura descaracterizada quando, ao parar no semáforo, percebeu que havia um homem em uma moto com uma arma de fogo no vidro de um veículo.

Ainda segundo a pasta, o suspeito efetuou um disparo de arma de fogo e tentou fugir, no entanto, colidiu com um carro. O homem, então, foi abordado e, com ele, foram encontrados aliança e a arma de fogo utilizada, um revólver calibre .32 com cinco munições íntegras e uma deflagrada. A identidade do suspeito não foi revelada, o que impossibilitou que a reportagem entrasse em contato com sua defesa.

De acordo com a secretaria, uma mulher, de 43 anos, compareceu ao local e contou que, momentos antes, na mesma avenida, aquele indivíduo havia subtraído sua aliança.

O suspeito se queixou de dores devido à queda de moto e foi socorrido ao Pronto-Socorro do Hospital da Lapa, onde passou por atendimento médico e foi liberado.

O caso foi registrado como roubo, adulteração de sinal identificador de veículo e tentativa de roubo pelo 14º Distrito Policial (Pinheiros).