Pedro Cardoso apoia condenação de Leo Lins e critica 'mensagens fascistas' disfarçadas

Variedades
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O ator Pedro Cardoso, conhecido por interpretar Agostinho Carrara em A Grande Família, se posicionou favorável à condenação do humorista Leo Lins, sentenciado a oito anos de prisão por "discursos preconceituosos contra diversos grupos minoritários".

Em um texto publicado nessa quinta-feira, 5, no Instagram, Cardoso criticou duramente parte da cena do stand-up comedy no Brasil, afirmando que o gênero se tornou espaço fértil para a propagação de discursos fascistas disfarçados de piada.

"Eu tenho dito, faz muito tempo, que o tipo de teatro a que chamam 'stand-up' se tornou um ninho no Brasil onde se desenvolveu o ovo da serpente do fascismo", escreveu o ator. Para ele, embora haja bons comediantes no formato, muitos usam o palco como palanque para promover ideias agressivas.

O ator argumentou que, ao assumirem o palco como eles mesmos, sem recorrer ao recurso da ficção ou da construção de um personagem, alguns humoristas se protegem sob o argumento da liberdade artística, mas acabam reforçando discursos violentos.

"Comediantes com mensagens fascistas valeram-se do 'stand-up' e disfarçaram de entretenimento teatral cômico o que era discurso político agressivo", pontuou.

Ele ainda fez uma distinção entre o uso da ficção como escudo e a responsabilização por discursos reais. "Não há crime em ato ficcional narrativo. Personagens são fantasmas imateriais. Mas quando o autor toma o lugar do personagem, o ato ficcional se torna disfarce onde se esconde um ato real", analisou.

Pedro Cardoso também sugeriu a leitura de um artigo de Aquiles Argolo, publicado no site Pretessências, como complemento ao tema. "As palavras de Argolo, como sempre, dão-nos a dimensão da potência da violência racista no Brasil; e a proporcional reação que, ainda bem, lhe é oposta", destacou.

A condenação de Leo Lins

A decisão contra Leo Lins, proferida pela Justiça Federal, inclui o pagamento de multa de 1.170 salários mínimos e uma indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos. O processo teve origem em um vídeo do comediante publicado no YouTube, no qual ele faz piadas consideradas discriminatórias.

Os advogados de Léo Lins, Carlos Eduardo Ramos e Lucas Giuberti, afirmaram que vão recorrer da sentença. "Trata-se de um triste capítulo para a liberdade de expressão no Brasil, diante de uma condenação equiparada à censura", disseram em nota.

A condenação de Léo Lins acolhe denúncia do Ministério Público Federal (MPF). O vídeo, produzido em 2022, mostra o show Pertubador no qual o humorista fez uma série de declarações contra negros, idosos, obesos, portadores de HIV, homossexuais, indígenas, nordestinos, evangélicos, judeus e pessoas com deficiência.

Em agosto de 2023, quando a veiculação no YouTube foi suspensa por decisão judicial, a publicação tinha mais de três milhões de visualizações na plataforma.

A disponibilização do vídeo pela internet e a "grande quantidade de grupos sociais atingidos" foram fatores que a Justiça Federal considerou para aumentar a pena aplicada ao comediante.

Em outra categoria

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou ao Estadão que encontrou material biológico no carro do empresário Adalberto Amarillo dos Santos Júnior, encontrado morto em uma área em obras nas proximidades do Autódromo de Interlagos na manhã da última terça-feira.

Em nota, a SSP informou que solicitou uma nova perícia no veículo da vítima. Exames de confronto genético serão feitos para saber se o material encontrado é de Adalberto

Segundo informações da TV Globo, as manchas de sangue encontradas estavam ao lado da porta, no assoalho traseiro, atrás do banco do passageiro e no banco de trás do veículo.

Ainda conforme a polícia, a peça de roupa apreendida próximo ao local onde o corpo foi encontrado não foi reconhecida pela família como pertencente à vítima.

Quando foi visto pela última vez, Adalberto trajava calça jeans, jaqueta, tênis e capacete. Ao ser retirado do buraco, ele estava sem as calças e o par de tênis.

O capacete que ele usou no evento com motocicletas que acontecia no autódromo estava no local, assim como a carteira e o celular de Adalberto.

Entenda o caso

O empresário desapareceu na noite do dia 31 de maio, quando participava do evento Festival Interlagos 2025: Edição Moto no autódromo de Interlagos.

O corpo da vítima foi encontrado quatro dias após o seu desaparecimento e foi localizado por um funcionário que atuava na obra - em área sinalizada e totalmente isolada por tapumes e barreiras de concreto na região do Autódromo.

Quem era o empresário

Adalberto tinha 35 anos, era casado e se apresentava nas redes sociais como empresário e optometrista (profissional com graduação em optometria, e com capacidade para realizar exames oftalmológicos básicos e prescrever óculos de grau).

Ele trabalhava em uma ótica que tem unidades em Osasco e em Barueri, na Grande São Paulo.

Nas redes sociais, mostrava proximidade com o universo das corridas. Tinha o hobby de viajar de moto e também exibia fotos pilotando kart, modalidade da qual dizia ser três vezes campeão paulista.

O caso segue em investigação. A SSP afirmou que aguarda a finalização de todos os laudos solicitados e continua coletando depoimentos de familiares e testemunhas para auxiliar no completo esclarecimento da dinâmica dos fatos e na conclusão das causas da morte.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse neste sábado, 7, que a segurança pública, que, junto com a saúde, se tornou a maior preocupação da sociedade brasileira, é um valor que não tem ideologia.

Em discurso no fórum realizado pela Esfera no Guarujá, litoral paulista, ele apontou o equivoco de se pensar que o tema não é de toda a sociedade.

"Quem acompanha a vida entende que pobre também precisa de segurança pública", comentou Barroso, que também defendeu a coordenação nacional para um plano nacional de segurança pública.

O presidente do STF também falou em seu discurso sobre educação, conforme disse Barroso, sua segunda "aflição" em relação ao futuro do Brasil. "Todo mundo diz que educação é prioridade. Não é. Não tratam como prioridade", afirmou Barroso.

Segundo ele, ninguém estava preocupado em saber quem seria o ministro da Educação na montagem do governo.

"Se a educação não for a verdadeira prioridade, não vamos conseguir avançar", disse Barroso, acrescentando que investimento e qualidade da educação são fatores que fazem maior diferença no desenvolvimento de um país.

*Os repórteres viajaram a convite da Esfera Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse neste sábado, 7, que a inteligência artificial veio para facilitar a vida, mas também traz junto riscos que exigem uma regulação para que não aconteça o mau uso das novas ferramentas. Ele ressaltou que a velocidade com que as novas tecnologias estão sendo lançadas ou adotadas dificulta a sua regulação.

"Temos que regular a inteligência artificial, mas não será tarefa fácil", comentou Barroso em discurso no fórum realizado pela Esfera no Guarujá, litoral paulista. "A inteligência artificial vai mudar as nossas vidas, mas vem com muitos riscos e vai impactar o mercado de trabalho. A inteligência artificial vem com promessas boas, mas temos que nos preocupar para que elas não sejam capturadas por maus atores", acrescentou.

Ele abriu o discurso falando do tema da revolução tecnológica que, pontuou, produziu uma nova economia, a economia do conhecimento.

*Os repórteres viajaram a convite da Esfera Brasil