'Caso Diddy': Kid Cudi testemunha hoje; veja o que disseram ex-assistente, psicólogo e policial

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Kid Cudi testemunhará nesta quinta-feira, 22, em Nova York no julgamento de tráfico sexual de Sean "Diddy" Combs, após um dos ex-assistentes do magnata da música terminar de contar ao júri sobre o mundo ameaçador que ele lembra de ter encontrado quando trabalhou para Combs.

A vez de Cudi no banco das testemunhas virá imediatamente após George Kaplan, ex-assistente pessoal de Combs, finalizar seu testemunho. Um promotor de justiça disse que o testemunho de Cudi, cujo nome real é Scott Mescudi, não possui a pretensão de ser longo.

A cantora de R&B Cassie Ventura, ex-namorada de Combs, testemunhou na semana passada que Combs ameaçou explodir o carro de Cudi e machucá-lo depois de descobrir que ela estaria namorando Cudi, que também é rapper.

Combs, de 55 anos, se declarou inocente das acusações de tráfico sexual e extorsão feitas contra ele após sua prisão em setembro de 2024 em um hotel de Manhattan.

A investigação criminal federal de Combs começou em novembro de 2023, um dia após Cassie processá-lo no tribunal federal de Manhattan, alegando anos de abuso sexual e físico. O processo foi resolvido após o pagamento da fiança de 20 milhões de dólares (cerca de R$ 113 milhões na cotação atual), no dia seguinte.

Entretanto, o rapper foi mantido preso e está sendo julgado agora após novas acusações federais.

Nos quatro dias de seu testemunho na semana passada, Cassie, cujo nome verdadeiro é Cassandra Ventura, disse que Combs a sujeitou a abusos durante os quase 11 anos em que ela esteve com ele, entre 2007 e 2018.

Ela disse que desenvolveu uma relação com Kid Cudi no fim de 2011, que acabou rápido quando Combs descobriu ao mexer em seu celular durante um "freak-off" em que ela estava drogada, uma das muitas pelas quais teve de passar durante os anos de relacionamento com Diddy. A mãe de Cassie, Regina Ventura, testemunhou nessa terça-feira, 20, que recebeu um e-mail de sua filha pouco tempo após "os feriados" [Natal e Ano Novo], em 2011, dizendo que Combs soltaria vídeos com conteúdo sexual dela e que faria com que Cassie e Cudi fossem prejudicados fisicamente.

Ela disse que Combs tentou contatá-la diretamente e cobrou 20 mil dólares (aproximadamente R$ 113 mil, na cotação atual) pelo dinheiro que havia gastado com Cassie. Regina Ventura esvaziou uma conta de patrimônio imobiliário e enviou o montante, mas disse que Combs o devolveu alguns dias depois.

Cudi seguirá Kaplan no testemunho, depois que o assistente pessoal de Combs entre os anos de 2013 e 2015 terminar seu depoimento sobre o que testemunhou durante suas 80 a 100 horas de trabalho semanais.

O que disse o ex-assessor em seu testemunho no caso de Sean 'Diddy' Combs

Ele depôs nessa quarta-feira, 21, revelando que teve "um gostinho" de como seria o trabalho ainda em sua primeira semana no emprego, quando Combs pediu para que fosse a um mercado comprar um galão de água (unidade de medida dos Estados Unidos equivalente a 3,78 litros), e o rapper o repreendeu por ter pego duas unidades com metade de um galão cada.

"Ele disse que eu não havia trazido o que ele pediu. Ele estava bravo. Ele ficou muito perto do meu rosto", disse Kaplan, que comentou ainda que seu trabalho era ameaçado semanalmente por Sean Combs.

Cassie foi perguntada, durante seu testemunho, se algum de seus funcionários teria se demitido após presenciar os abusos. Ela replicou que Kaplan o fez.

Quem é Kid Cudi?

O rapper nascido e criado em Cleveland, conhecido por usar calças skinny e vencedor do Grammy, tem sido celebrado há muito tempo por seu hip-hop alternativo e música emocional que entrelaça gêneros de maneiras surpreendentes.

Blogs de música e outros críticos rapidamente se interessaram pelo single de Cudi de 2007, Day 'n' Nite, com seu estilo cantado único que mais tarde apareceu em seu debute de sucesso em 2009, Man on the Moon: The End of the Day como Day 'n' Nite (Nightmare). Os hits do álbum incluíram Pursuit of Happiness (Nightmare) e é um dos discos de rap mais influentes das últimas duas décadas.

Em setembro, Day 'n' Nite foi certificado como diamante pela Recording Industry Association of America. Cudi começou como uma espécie de protegido de Kanye West, quando o então rapper sem controvérsias incluiu Cudi em sua gravadora G.O.O.D. Music em 2008. Cudi saiu em 2013. Ele participou do The Blueprint 3 de Jay-Z e do marcante 808s & Heartbreak de West.

Cudi sempre teve um olhar e ouvido voltados para a inovação. Em 2022, seu álbum Entergalactic foi lançado junto com uma comédia romântica adulta animada da Netflix de mesmo nome, que ele disse à Associated Press que permitiu que ele "explorasse o abstrato".

Qual é o envolvimento de Kid Cudi com Combs e Cassie?

Cassie, ou Cassandra Ventura, tem sido a testemunha central do julgamento com seus relatos de anos de violência e abuso sexual. Ela testemunhou que Combs organizou para que ela conhecesse Cudi em 2011 para trabalhar em música. Os dois começaram a namorar logo depois, e ela disse que conseguiu um telefone secreto para se comunicar com Cudi.

Cassie disse que ela e Combs haviam terminado na época, embora ainda participassem de festas sexuais que Combs orquestrava. Foi durante uma dessas que Combs olhou para o telefone dela e soube do relacionamento com Cudi, Cassie testemunhou. Em resposta, ela disse que ele avançou sobre ela com um saca-rolha e a chutou nas costas.

Quando Cassie e Combs estavam fora do país em 2012, Combs disse a ela que o carro de Cudi seria explodido e Combs queria que os amigos de Cudi estivessem lá para ver, expôs Cassie em seu testemunho. Na terça, a mãe de Cassie, Regina Ventura, testemunhou que a filha lhe contou que Combs estava tão irritado com seu relacionamento com Cudi, que planejava divulgar vídeos sexualmente explícitos dela e enviar alguém para machucar Cassie e Cudi.

Cassie testemunhou ainda que Cudi foi visitá-la na casa de sua mãe em Connecticut, nos Estados Unidos, na época do Natal de 2011, e ela terminou com ele, temendo pela segurança de ambos. A Associated Press normalmente não nomeia pessoas que dizem ter sido abusadas sexualmente, a menos que elas se apresentem publicamente, como Cassie fez.

O que disse a psicóloga e o agente de segurança em seus testemunhos no caso de Sean 'Diddy' Combs

O governo está avançando com sua lista de testemunhas na segunda semana de depoimentos no julgamento de Sean "Diddy" Combs por tráfico sexual e extorsão em Nova York.

Dawn Hughes, uma psicóloga forense, disse em seu depoimento que testemunharia sobre quatro tópicos principais: por que as pessoas permanecem em relacionamentos apesar da violência doméstica; como elas lidam; como elas revelam e falam sobre abuso; e como eventos traumáticos afetam a memória.

Hughes é o que se chama de "perita cega", o que significa que ela não sabe nada sobre as principais figuras neste caso, incluindo Cassandra "Cassie" Ventura e Combs, que estiveram em um relacionamento por 11 anos.

"Nenhuma vítima quer ser abusada", testemunhou Hughes, mas é muito comum que as pessoas permaneçam em relacionamentos abusivos. Um "vínculo traumático" pode se formar entre um abusador doméstico e suas vítimas, disse ela. A psicóloga também testemunhou que a autoridade e o status de um abusador podem afetar se e quando uma vítima se apresenta. "Se você está indo contra alguém que tem riqueza, acesso e privilégio", ela disse ao tribunal, "uma vítima pode pensar, 'quem vai me proteger?'"

Na semana passada, os advogados de Combs, durante o interrogatório, pressionaram Ventura sobre trocas de mensagens calorosas e amorosas com Combs, e destacaram várias mensagens nas quais ela parecia propor "freak-offs" - festas de sexo onde o governo alega que ela foi abusada.

Hughes testemunhou na quarta-feira de manhã que há "quase sempre" amor, atração e companheirismo em relacionamentos abusivos. Ela disse que a combinação de altos e baixos pode criar um vínculo poderoso entre um abusador e sua vítima, que pode se sentir "aprisionada" em um relacionamento não apenas por causa da violência física, mas também por abuso psicológico, vigilância ou controle financeiro.

'Muita vergonha'

O abuso sexual é especialmente difícil e isolante para vítimas de violência doméstica, porque esses atos são mais pessoais e causam muita vergonha, disse a psicóloga forense. "Se você não pode falar sobre o que está acontecendo no relacionamento, você não pode obter ajuda", disse Hughes. No depoimento da semana passada, Ventura disse que contou à sua mãe sobre o abuso físico de Combs, mas não conseguiu falar sobre seu suposto abuso sexual por muito tempo.

Hughes também abordou o depoimento de Ventura sobre o vício em opiáceos, drogas que Ventura disse que usava diariamente para "dissociar", e comentou ao júri que é comum que pessoas em relacionamentos abusivos lidem com o abuso por meio do uso de substâncias, e o uso de narcóticos para "se livrar" de memórias e aliviar o medo e a ansiedade.

Hughes afirmou que as vítimas muitas vezes hesitam quando descrevem sua experiência e podem se abrir apenas depois de terem deixado o relacionamento ou procurado ajuda profissional. E não é incomum que memórias traumáticas sejam esquecidas ou recuperadas aos poucos. "Você não vai obter todas as informações de uma só vez", expressou Hughes.

Embora Hughes esteja falando de maneira geral, os promotores podem esperar conectar seu depoimento ao comportamento de Ventura depois que ela e Sean Combs terminaram em 2018. Ventura disse anteriormente ao tribunal que eles mantiveram um relacionamento amigável por anos depois e disse que teve sexo consensual com Combs um mês depois que ele supostamente a estuprou após o término. Ela testemunhou que não conseguiu lidar com todo o abuso físico e suposto abuso sexual de Combs até 2023, depois de ter flashbacks e pensamentos suicidas.

O relato da psicóloga também pode ser aplicado ao depoimento da semana passada de Dawn Richard (cantora, compositora e dançarina que fez parte do grupo musical Danity Kane, da gravadora de Combs) que disse que tentou ativamente esquecer o que disse serem memórias de Combs abusando de Ventura e chamou isso de um "momento ruim".

Armas

O Agente Especial de Segurança Interna, Gerard Gannon, que participou da operação federal na mansão de Combs na Star Island no ano passado, prestou depoimento adicional na quarta-feira, 21, pela manhã. Gannon já havia testemunhado na terça-feira, 20, que partes de armas com números de série adulterados foram encontradas lá. O júri também ouviu de um trabalhador sexual masculino, que disse que foi contratado para cerca de oito a dez "freak-offs" com Ventura e Combs, e de um ex-assistente pessoal de Combs que abastecia os quartos de hotel onde supostas festas sexuais movidas a drogas aconteciam.

Combs, 55, enfrenta acusações criminais de tráfico sexual, conspiração de extorsão e transporte para se envolver em prostituição. O magnata da música se declarou inocente. Sua equipe de defesa caracterizou os cfreak-offs" como festas de sexo consentidas entre adultos, por mais não ortodoxos que sejam. Seus advogados também argumentaram que o relacionamento aparentemente tóxico de Combs com Ventura estava repleto de ciúmes mútuos, violência e abuso de drogas.

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A mãe do jovem Lucas da Silva Santos, morto no último domingo, 20, aos 19 anos, em São Bernardo do Campo (região metropolitana de São Paulo) depois de comer um bolo supostamente envenenado, está sendo investigada pela polícia.

Conforme a delegada Liliane Lopes Doretto, do 8.° DP do município, que está à frente do caso, a mãe da vítima teria sido responsável por comprar o suposto veneno a pedido do padrasto, Ademilson Ferreira dos Santos, preso na semana passada.

Segundo Liliane, a mãe teria sido enganada e foi convencida pelo companheiro de que a compra do material tóxico seria para "matar cachorros da região". A informação foi publicada pelo portal g1 e confirmada pelo Estadão.

A mãe da vítima deverá ser submetida a um exame psiquiátrico para avaliar a sua capacidade mental e saber se ela agiu com "discernimento ou sob eventual condição psíquica incapacitante", informa Liliane.

Laudos periciais que informam a substância que matou Lucas ainda não foram concluídos.

O padrasto de Lucas encontra-se em prisão temporária e vai responder por homicídio consumado. A depender dos resultados destes laudos, a polícia deverá pedir pela prisão preventiva do suspeito. De acordo com a delegada, o inquérito está em fase final e aguarda a conclusão destes exames.

O homem responsável por vender a substância também foi preso em flagrante no dia 17 de julho, informou a Secretaria de Segurança Pública. Ele confessou vender o produto sem autorização dos órgãos competentes. Em audiência de custódia, o homem foi liberado após decisão judicial.

Vítima morreu no domingo

Lucas da Silva Santos foi internado no dia 13 de julho na unidade de terapia intensiva do Hospital de Urgência em São Bernardo do Campo, horas depois de consumir bolinhos supostamente envenenados. Ele começou a passar mal após a ingestão dos alimentos.

No último domingo, 20, o estado de saúde do jovem se agravou e evoluiu para morte encefálica. A suspeita é de que a comida tenha sido entregue por Ferreira dos Santos, padrasto do garoto, preso na última quarta-feira, 16.

Segundo a delegada Liliane Doretto, do 8.° Distrito Policial de São Bernardo, o pedido de prisão ocorreu após contradições em depoimentos dados à investigação. Ela acredita que o crime pode ter sido motivado por razões passionais.

Liliane afirmou ainda que Lucas e o padrasto tinham uma relação próxima, mas que o jovem estaria perto de mudar de endereço após conhecer uma pessoa.

"Isso acarreta, dispara algum alerta no Ademilson de posse e acho que ele se viu desesperado ao ver que poderia perdê-lo", diz a delegada. "Eu creio que seja um crime passional. Eu não sei se ele queria dar um susto ou evitar a ida do Lucas para outra cidade. Fato é que Lucas foi, sim, envenenado", disse em entrevista à imprensa no dia da prisão.

O Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE-SC) identificou 1.260 alunos milionários que usufruíram do programa Universidade Gratuita, lançado pelo governo do Estado em 2023 para conceder bolsas de estudo no ensino superior. Do total, 19 são estudantes pertencentes a famílias com patrimônio superior a R$ 200 milhões. Um deles faz parte de uma família cuja fortuna ultrapassa os R$ 855 milhões, segundo relatório divulgado no Diário Oficial catarinense nesta segunda-feira, 21.

O relatório do Tribunal de Contas foi encomendado pela Secretaria de Estado da Educação (SED) para identificar e apurar as inconsistências no programa entre os anos de 2023 e 2024. Segundo o levantamento, o prejuízo do governo de Santa Catarina com as bolsas concedidas de forma irregular chega a base dos R$ 250 milhões.

Em um primeiro momento, o Tribunal de Contas havia identificado 858 alunos milionários no programa, com bens declarados que vão desde lanchas e carros de luxo até empresas com capital social maior que R$ 10 milhões. O primeiro relatório foi votado pelos conselheiros e encaminhado ao governo do Estado.

No dia 11 de junho, um dia após a divulgação das fraudes, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), determinou a abertura de um inquérito da Polícia Civil para investigar os suspeitos de uso indevido do programa, conforme informou o governo ao Estadão.

Já nesta segunda-feira, o Tribunal divulgou um novo levantamento, corrigindo dados inconsistentes na primeira fase. Nessa nova apuração, o número de alunos milionários no programa chega a 1.260. Somados, o patrimônio das famílias dos 19 alunos com renda superior a R$ 200 milhões chega aos R$ 7 bilhões.

Ainda segundo o novo relatório, 15.281 alunos beneficiários do programa teriam omitido bens de suas famílias para conseguirem aprovação do programa educacional. Outros 4.430 alunos declararam renda incompatível com a que realmente têm.

Para chegar a esses dados, o Tribunal de Contas do Estado cruzou as informações declaradas pelos estudantes e seus familiares com diversas bases públicas e governamentais, com o objetivo de verificar vínculos empregatícios, renda, naturalidade, residência e até mesmo se havia pessoas falecidas entre os membros do grupo familiar. Os resultados foram encaminhados ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

"Em suma, o detalhamento dos bens patrimoniais permitirá que a SED tenha controle efetivo e centralizado, seja para atuar na fase de concessão, seja para auxiliar as comissões de fiscalização das instituições universitárias e solicitar providências quando cabíveis", informou o conselheiro do TCE-SC Gerson dos Santos Sicca, relator do levantamento.

Governo de SC ainda não recebeu o relatório

A Secretaria de Estado da Educação afirmou que, até o momento da publicação deste texto, ainda não havia sido notificada oficialmente sobre a conclusão do novo relatório do TCE. A pasta aguarda o envio dos nomes dos alunos com inconsistências para cruzar as informações com os dados do governo e identificar as fraudes.

"É fundamental ressaltar a relevância social destes programas, que atualmente apoiam mais de 50 mil estudantes em instituições de ensino superior catarinenses. Os dados demonstram o claro alinhamento com seus objetivos: 82% dos beneficiários são egressos de escolas públicas estaduais e 85% dos contemplados trabalham enquanto estudam, evidenciando o perfil de estudantes que necessitam deste apoio para acessar e permanecer na universidade", diz a nota.

O rapper Oruam, nome artístico do cantor Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, se entregou nesta terça-feira, 22, à polícia no Rio de Janeiro. O cantor se apresentou na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, acompanhado da mãe e da namorada.

O cantor teve a prisão decretada pela Justiça pelos crimes de resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal. A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirma que o rapper é investigado também por tráfico de drogas e associação para o tráfico.

A decisão foi dada após um ataque a policiais civis que tentavam apreender um adolescente na casa do cantor, na vila do Joá, na zona oste do Rio.

A defesa do cantor afirma que não foram encontradas drogas ou produtos ilícitos durante as buscas realizadas na casa de Oruam, na madrugada desta terça-feira, 22. Segundo a defesa, a resistência aconteceu devido a abuso de autoridade por parte dos policiais.

A ordem de prisão emitida pela juíza Ane Cristine Scheele Santos, faz menção explícita ao artigo 129, parágrafo 12, do Código Penal, que trata das lesões corporais. Oruam é acusado de atirar pedras contra um policial que resultou em ferimentos. O próprio Oruam admitiu o ato, alegando que atirou pedras porque os policiais apontaram armas contra ele e os amigos.

O processo contra o rapper está em segredo de Justiça. O crime de lesão corporal é agravado pelo fato de ter sido praticado contra agente público no exercício de atribuição legal. O policial cumpria mandado de busca e apreensão contra um menor que estaria escondido na casa do cantor.

Por ter dificultado a ação policial, ele vai responder também pelo crime de resistência. O crime previsto no Código Penal ocorre quando alguém se opõe ou resiste à execução de um ato legal utilizando violência ou ameaça contra o servidor - no caso, os policiais.

O crime de desacato, também atribuído ao rapper, ocorre por meio de palavras, gestos ou atitudes que humilhem, desprestigiem ou ofendam o policial. Além da reação no momento da abordagem, Oruam utilizou as redes sociais para xingar e ofender os policiais. Como jogou pedras que atingiram as viaturas policiais, ele vai responder também pelo crime de dano ao patrimônio público.

O Ministério Público do Rio havia pedido a prisão temporária (30 dias) do rapper, mas a juíza entendeu que era o caso de prisão preventiva (sem prazo determinado).

A Polícia Civil do Rio de Janeiro diz que Oruam é investigado também por associação para o tráfico. Ele estaria ligado a traficantes do Comando Vermelho (CV) - o pai do rapper, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, é apontado como um dos principais líderes da facção. Marcinho cumpre pena em penitenciária federal, de onde comandaria o tráfico.

Segundo a Polícia Civil, agentes estavam cumprindo um mandado de busca e apreensão contra um adolescente acusado de roubo de veículos que estava escondido na casa do rapper. Quando ele saiu e foi abordado pelos policiais, houve forte reação das pessoas que o acompanhavam. Oruam e mais oito pessoas passaram a atacar os policiais com xingamentos e pedras.

Um dos homens que participou do ataque correu para dentro de casa e foi perseguido pelos policiais, já que havia uma situação de flagrante, segundo a polícia. O suspeito foi preso e algemado, mas Oruam não foi detido.

Depois da ação, o secretário da PCERJ, Felipe Curi, se referiu ao rapper como "um criminoso faccionado, ligado à facção criminosa Comando Vermelho."